Armadura Samurai do período Edo.
Quando Toyotomi Hideyosi morreu no
castelo de Osaka,
em 1598, o seu filho Hideyori, era ainda uma criança. Cinco
poderosos daimios,
constituíram um conselho de regência e conduziram os assuntos de Estado. No
entanto muitos deles tinham a ambição de tomar o poder e o conselho rapidamente
se dividiu em facções rivais.
Tokugawa Ieyasu (1542-1616), o mais
poderoso dos cinco, rompeu com o acordo mútuo, deixou Osaka, convidou vassalos daimios
e aliados e começaram as manobras para conquistar o poder. Como se tinha
antecipado, a facção anti-Ieyasu, em Osaka, liderada por Ishida Mitsunari
(1560-1600), formou um exército e a luta pelo controle do Japão recomeçou.
Dois meses mais tarde a 15
de setembro de 1600, tudo se decidiu na planície de Sekigahara (Mino). No total
participaram 160.000 homens e às oito da manhã iniciou-se uma batalha feroz. No
meio da batalha alguns dos daimios de Ishida Mitsunari, do exército Ocidental
deram seu apoio secretamente a Ieyasu, e por volta das duas da tarde a vitória
do exército do Oriente, chefiado por Ieyasu, era certa.
Três anos após a batalha,
Ieyasu foi reconhecido pelo poder imperial como líder da ordem feudal (Xôgum) e
criou um novo Bakufu
(clã). Ao contrário de Oda Nobunaga e de Toyotomi Hideyoshi, que se rodearam de oficiais da corte e utilizavam
os regentes imperiais de nível mais elevado como suporte da sua legitimidade
política. Tokugawa
Ieyasu assumiu o posto mais elevado dentro da ordem militar e
utilizou o posto de Xôgum com o objetivo de estabelecer um Governo de Militares independente
da corte.
Ieyasu retirou-se como Xôgum
dois anos mais tarde e passou o lugar a seu filho Hidetada. Estabeleceu assim um
precedente dinástico no qual o posto de Xôgum seria transmitido através dos
descendentes TOKUGAWA.
Durante 264 anos, até 1867, Xogunato Tokugawa sobreviveu durante cinco
gerações.
Tokugawa Ieyasu, viveu de 1542 a 1616. Foi
o terceiro dos unificadores e o fundador do Bakufu Tokugawa. Homem paciente,
possuidor de uma visão alargada das coisas e um bom estrategista. Foi designado
Xôgum após sua vitória em Sekigahara, em 1600, e transformou EDO, num
centro de um poderoso sistema político que
lhe permitia controlar mais de 260 daimios. Este longo período de paz
permitiu ao Japão
prosperar culturalmente e tecnicamente. Durante a maior parte da sua
história o Bakufu
Tokugawa foi um Estado feudal de poder centralizado e autoritário.
Capital Edo, atual Tóquio (clíque na imagem para ampliar).
No período Edo, daimios
eram senhores feudais que ficavam com 10.000 Koku ou mais do lucro das suas
terras. Os daimios tinham as suas próprias propriedades (han) e castelos e eram
servidos por vassalos
Samurais. Em muitos aspectos as suas
possessões funcionavam como estados semi-independentes. Independência essa
sempre controlada pelo poder do Bakufu, que por sua vez controlava os daimios. O Bakufu podia, e fazia-o
destituir do cargo os daimios, transferi-los para outros daimios, ou confiscar
parcialmente ou totalmente os seus bens.
Aqueles que sofreram a perda
dos seus senhores como também de suas
remunerações tornaram-se Ronin (Samurais Independentes). Foi uma época onde se fez
sentir a ação direta dos Xôguns. A realidade histórica do início do período Edo
aponta para o Xôgum como governante do reino e o imperador como uma simples
autoridade cultural. O Bakufu Tokugawa também exerceu um controle severo sobre
o mundo religioso e promulgou leis muito especificas.
O cidadão comum era obrigado
a registrar-se nos templos da sua localidade. Está política estava diretamente
relacionada coma proibição do cristianismo. Através de seu registro no
templo budista, as pessoas declaravam que não eram cristãs e era-lhes dada
documentação que o provava. Assim os templos não eram apenas organizações
religiosas, mas órgãos determinantes no sistema de controle Bakufu.
Mapa do século cristão no Japão (clique na imagem para ampliar).
Embora este procurasse
controlar todos os grupos religiosos, havia alguns grupos que não tinham a sua
aprovação e que mesmo assim pretendiam resistir ao seu controle. Os grupos mais
representativos eram os KRISHITAN (Cristãos), principalmente os
Católicos, e um ramo da Escola Budista de Nichiren. Havia uma razão complexa que
levava à proibição do cristianismo. Suspeitava-se que os Católicos não
aceitavam o Bakufu como autoridade absoluta. Ele temia a intervenção
estrangeira no Japão.
O Bakufu começou expulsando
os Católicos, e depois limitou o comercio estrangeiro e proibiu aos japoneses
as viagens por mar e finalmente em 1639 forçou o isolamento (Sakoku) com o Ocidente. Durante as cinco primeiras
décadas do Bakufu surgiram cerca de 400.000 Ronin. Tornando-se um dos maiores
problemas com sua crescente agitação, pois se sentiram desamparados quando os
seus daimios perderam os privilégios. Não é de se estranhar que a ira desses
Samurais empobrecidos tenha caído sobre o Bakufu Tokugawa.
Somente o quarto Bakufu
Tokugawa Ietsuna, em 1651 abrandou a política de controle opressivo
sobre os daimios que ganharam novamente maior autonomia e independência em
relação ao Bakufu. Ietsuna, proibiu
a prática do ritual
do suicídio (Junshi) pelos Samurais, quando da morte do seu senhor. Numa tentativa de alterar os
rudes costumes dos samurais da época das guerras e de encorajar uma forma de Bushido (O
Caminho do Guerreiro), mais adequada à época de paz.
XÔGUNS TOKUGAWA:
11) Ieyasu. Período de Xogunato: 1603-1605.
22) Hidetada. Período de
Xogunato: 1605-1623.
33) Iemitsu. Período de
Xogunato: 1623-1651.
44) Ietsuna. Período de
Xogunato: 1651-1680.
55) Tsunayoshi. Período de
Xogunato: 1680-1709.
66) Ienobu. Período de Xogunato:
1709-1712.
77) Ietsugu. Período de Xogunato:
1712-1716.
88) Yoshimune. Período de Xogunato: 1716-1745.
99) Ieshige. Período de Xogunato:1745-1760.
110) Ieharu. Período de Xogunato:1760-1786.
111) Ienari. Período de Xogunato:1787-1837.
112) Ieyoshi. Período de Xogunato:1837-1853.
113) Iesada. Período de Xogunato:1853-1858.
114) Iemoshi. Período de Xogunato:
1858-1866.
115) Yoshinobu. Período de Xogunato:1866-1867.
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CALLCUT,
Martín. Grandes Impérios e Civilizações. Japão: O Império do Sol Nascente.
Madrid: Edições Del Prado. Vol.1, Vol.2, 1997.