A civilização da Mesopotâmia, considerada uma das mais antigas da humanidade, surgiu por volta de 4.000 a.C., entre os rios Tigre e Eufrates, em uma região que hoje corresponde ao atual Iraque. A fertilidade proporcionada pelos rios favoreceu o desenvolvimento da agricultura, impulsionando o crescimento de vilarejos que se tornaram grandes cidades-Estado, como Ur, Uruk, Lagash e Nippur.
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terça-feira, 10 de junho de 2025
Mesopotâmia, a terra entre rios
terça-feira, 20 de maio de 2025
As principais divindades egípcias
Rá
Rá era o deus do sol e um dos deuses mais importantes do Egito Antigo. Acreditava-se que ele viajava pelo céu durante o dia em sua barca solar e descia ao submundo à noite.
Osíris
Antes de ser conhecido como o deus dos mortos, Osíris era o deus da agricultura e da civilização. Ele ensinou os egípcios a cultivar a terra e viver em sociedade. Após ser assassinado por Set, tornou-se senhor do submundo e símbolo de ressurreição.
Ísis
Deusa da magia, maternidade e proteção, Ísis era muito venerada. Ela era esposa de Osíris e mãe de Hórus, sendo associada ao poder feminino e à cura.
Hórus
Filho de Ísis e Osíris, Hórus era o deus do céu e dos faraós. Era representado como um falcão ou com cabeça de falcão, simbolizando proteção e poder real.
Set
Set era o deus do caos, das tempestades e da violência. É conhecido por matar seu irmão Osíris e por sua rivalidade com Hórus, simbolizando a desordem.
Anúbis
Anúbis era o deus dos mortos e da mumificação. Representado com cabeça de chacal, protegia os túmulos e guiava as almas no julgamento após a morte.
Toth
Toth era o deus da sabedoria, escrita e conhecimento. Era representado com cabeça de íbis e considerado o escriba dos deuses, associado ao equilíbrio e à justiça.
Bastet
Deusa com cabeça de gato, Bastet era protetora dos lares, da fertilidade e da música. Inicialmente feroz, tornou-se uma deusa associada à ternura e ao cuidado.
Hátor
Hátor era a deusa do amor, da alegria e da dança. Representada muitas vezes como vaca ou com chifres, era também uma divindade protetora das mulheres.
Maat
Maat era a deusa da verdade, justiça e ordem cósmica. Seu princípio regia todo o universo egípcio e seu símbolo, uma pena, era usado no julgamento das almas.
Sekhmet
Sekhmet era a deusa da guerra, da destruição e da cura. Com cabeça de leoa, era temida por sua fúria, mas também reverenciada como protetora dos faraós em batalha.
Khnum
Khnum era o deus criador, que moldava os seres humanos em seu torno de oleiro com o barro do Nilo. Era também associado às fontes do rio e à fertilidade.
Sobek
Com cabeça de crocodilo, Sobek era o deus da força e da proteção. Reverenciado especialmente no Alto Egito, era ligado ao Nilo e aos exércitos.
Nut
Nut era a deusa do céu, que arqueava seu corpo sobre a Terra. Era mãe de vários deuses importantes, como Osíris, Ísis, Set e Néftis, e protegia os mortos em sua jornada.
Geb
Geb era o deus da Terra, irmão e consorte de Nut. Seu corpo representava o solo fértil do Egito, e seus tremores eram interpretados como terremotos.
Néftis
Irmã de Ísis, Néftis era uma deusa protetora associada à morte e aos rituais funerários. Ajudava Ísis na proteção de Hórus e na ressurreição de Osíris.
Hapi
Hapi era a personificação do rio Nilo. Era considerado essencial para a fertilidade da terra egípcia, sendo representado como um homem robusto com peitos fartos, simbolizando abundância.
Ptah
Ptah era o deus da criação e patrono dos artesãos e arquitetos. De acordo com mitos, ele criou o mundo por meio da palavra e do pensamento.
Amon (ou Amon-Rá)
Originalmente um deus local de Tebas, Amon se fundiu com Rá, tornando-se Amon-Rá, o rei dos deuses. Era associado ao ar, ao oculto e à criação universal.
Você quer saber mais?
PINCH, Geraldine. Mitos do Antigo Egito. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
ASSMANN, Jan. A Mente Egípcia: História e Significado na Religião do Antigo Egito. Petrópolis: Vozes, 2011.
SHAW, Ian; NICHOLSON, Paul. Dicionário do Egito Antigo. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
quarta-feira, 7 de maio de 2025
Egito, o império dos faraós
A civilização egípcia é, sem dúvida, uma das mais incríveis que a humanidade já conheceu. Nascida às margens do rio Nilo por volta de 3100 a.C., com a unificação do Alto e Baixo Egito sob o rei Menés, ela floresceu por mais de três milênios, criando um legado que ainda hoje nos fascina. Os egípcios eram muito mais do que construtores de pirâmides — eram engenhosos, organizados, espirituais e incrivelmente avançados para sua época.
Graças ao Nilo, o Egito transformou-se em uma potência agrícola. Eles desenvolveram sistemas de irrigação para aproveitar as cheias do rio e garantir boas colheitas. Isso permitiu o surgimento de cidades, especialização do trabalho e a criação de uma das sociedades mais organizadas da Antiguidade.
No campo da engenharia, os egípcios deixaram marcas eternas. A Grande Pirâmide de Quéops, construída por volta de 2550 a.C., ainda é uma das maiores maravilhas já feitas pelo homem. Sua construção revela domínio de matemática, física e organização de trabalho em escala monumental, algo quase inacreditável para a época.
A medicina egípcia também era muito avançada. Por volta de 1500 a.C., já registravam tratamentos em papiros como o de Ebers, com receitas de ervas, procedimentos cirúrgicos e descrições detalhadas de doenças. Eles realizavam cirurgias, tratavam feridas e entendiam o corpo humano como poucos naquele tempo, graças também ao conhecimento adquirido com a mumificação.
Os faraós, considerados deuses na Terra, governavam com autoridade absoluta. Entre eles, Quéops deixou sua marca com a Grande Pirâmide; Hatshepsut, que reinou entre 1479 e 1458 a.C., foi uma das primeiras mulheres a assumir o trono e promoveu o comércio e a arte; Tutmés III, chamado de “Napoleão do Egito”, liderou campanhas militares vitoriosas; Akhenaton tentou revolucionar a religião por volta de 1350 a.C., propondo o culto ao deus Aton; e Ramsés II, que reinou por volta de 1279 a 1213 a.C., foi um dos mais poderosos, conhecido por sua longevidade, conquistas militares e impressionantes construções.
O poder do império egípcio se sustentava em uma administração eficiente, uma religião que unificava o povo e um exército bem treinado. Os templos de Karnak, Luxor e Abu Simbel são testemunhos desse poder, arte e devoção.
Mas o verdadeiro motor dessa civilização era o povo egípcio: camponeses, artesãos, escribas, sacerdotes e soldados que, juntos, construíram algo extraordinário. Não era apenas o brilho dos faraós — era o esforço coletivo de uma nação inteira.
O Egito Antigo durou até 30 a.C., quando foi conquistado pelos romanos, após o reinado da famosa rainha Cleópatra VII. Mesmo depois do fim político, seu legado sobreviveu. A ciência, a arte, a espiritualidade e a organização dos egípcios continuam nos inspirando até hoje.
Você quer saber?
ASSMANN, Jan. A mente egípcia: história e significado na religião do Antigo Egito. Petrópolis: Vozes, 2001.
SHAW, Ian (Org.). O Egito dos Faraós: uma história. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
BARD, Kathryn A. Uma história do Egito Antigo. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2015.
quarta-feira, 27 de novembro de 2024
O papel da mulher na Grécia, Roma e na Idade Média
Na Grécia e Roma antigas, o papel da mulher era amplamente restrito ao domínio privado, com poucas exceções. Na Grécia, as mulheres de classes altas, como as atenienses, eram excluídas da vida pública e da política, sendo seu papel voltado essencialmente para o cuidado da casa e dos filhos. Elas recebiam educação em algumas situações, mas com foco em tarefas domésticas e na formação moral e ética para serem boas esposas e mães. Já em Esparta, as mulheres tinham mais liberdade, podendo praticar atividades físicas e até exercer influência na vida política, embora ainda fossem limitadas em muitos aspectos. Em Roma, as mulheres tinham um status um pouco mais elevado, podendo herdar bens e participar de cultos religiosos. No entanto, sua presença na política era muito restrita, com poucas mulheres exercendo influências notáveis, como as esposas de imperadores.
Durante a Idade Média, o papel das mulheres foi moldado fortemente pela Igreja Católica, que as via como responsáveis pela moralidade e educação dentro do lar. O casamento era considerado sua principal função, e muitas mulheres da nobreza eram responsáveis por gerir propriedades e comandar terras, especialmente quando seus maridos estavam ausentes ou faleciam. Embora as mulheres da nobreza tivessem algum poder, as da classe trabalhadora estavam geralmente confinadas ao lar ou ao trabalho manual, muitas vezes dentro de contextos familiares. As mulheres também desempenhavam papéis importantes nos conventos, onde podiam estudar, ensinar e exercer influência religiosa, algumas até fundando ordens monásticas. Apesar das limitações sociais e religiosas, mulheres de todas as classes demonstraram resiliência e uma capacidade de adaptação, seja em sua esfera doméstica ou em papéis mais públicos, como líderes espirituais ou patronas de artes e cultura.
Você quer saber mais?
POMERANZ, Renato. Mulheres na Antiguidade: Entre o Público e o Privado. São Paulo: Editora Unesp, 2017.
BROWN, Peter. A Ascensão do Cristianismo: Como uma Seita de Pescadores se Tornou a Religião do Império Romano. Rio de Janeiro: Editora Record, 2012.
LARRINGTON, Carolyne. Women and Writing in Medieval Europe: A Sourcebook. Londres: Routledge, 1999.

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ANTIGUIDADE,
IDADE MÉDIA
sábado, 30 de janeiro de 2021
A política ao longo da história
Ilustração que recria a assembleia popular ateniense (eclésia) reunida na Pnyx, uma colina no sudoeste da Ágora.
Autor: Leandro Claudir Pedroso, licenciado em História e pós-graduado em Metodologia do Ensino em História e Geografia.
Governador geral Tomé de Souza
A política e as atividades
voltadas a ela são algo presente na sociedade humana desde seus primórdios,
para tal premissa baseio-me na definição de política pelo Novo dicionário
Aurélio edição de 1975, e na tradição greco-romana, e na antiga e moderna
filosofia, bem como nos textos sagrados judaico-cristãos.
O que é política
Lemos no Aurélio que política
é a ciência dos fenômenos referentes ao Estado, um sistema de regras
respeitantes à direção dos negócios públicos, a arte de bem governar os povos,
e um princípio doutrinário que caracteriza a estrutura constitucional do
Estado.
No mundo grego antigo, temos
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.)
ele foi um dos primeiros a explicar o que é política, em um compêndio de 8
livros, chamado Política. Para ele a política é ligada a moral, o Estado é um
organismo moral, que complementa a atividade moral do indivíduo, mas a
política, no entanto é distinta da moral, pois a moral tem como objetivo o indivíduo
e a política a coletividade. A ética é a doutrina moral individual, a política
é a doutrina moral social. Unicamente no estado efetua-se a satisfação de todas
as necessidades, e a família que precede ao estado, e como na família a tarefa
essencial do estado é a educação, que deve desenvolver harmônica e
hierarquicamente todas as faculdades: antes de tudo as espirituais,
intelectuais e, subordinadamente, as materiais e físicas.
Ainda na Grécia antiga, não
posso esquecer de Platão (428 a.C - 347 a.C), que em sua obra prima, República
fala sobre uma cidade perfeita. Ele discorre sobre o fato de que os mais
virtuosos governantes, são aqueles que governam sem amor às glorias e ao
dinheiro. Declara que uma cidade que surgisse baseada em homens bons,
fugir-se-iam do poder, saberiam que não deveriam visar seus próprios
interesses, mas sim daqueles que por eles são governados. A justiça alimenta a
concórdia e a amizade e da injustiça nasce toda sorte de dissenções. Sendo
deste modo a justiça uma virtude da alma humana, e a injustiça nada menos do
que um vício pernicioso.
Já no mundo romano, temos
Sêneca (4 a.C- 65 d.C), que viveu em um período de corrupção, violência e
improbidades, bem semelhante ao que vivemos hoje. Sêneca propôs uma nova
política, foi um grande representante do Estoicismo. Para ele a política
deveria ser justa e humanitária, e evitar todas as formas de excessos, pois estes
conduzem às injustiças. E a felicidade suprema seria alcançada por uma vida
pautada nas virtudes, incluindo a vida política.
Na filosofia no fim do período
moderno trago como expoente do tema político, Voltaire, em seu dicionário
Filosófico de 1764, ele afirma que primordialmente a política do homem consiste
em tentar igualar-se as relações existentes no meio natural entre os seres
vivos, pois a natureza supre todos de suas necessidades. Para que o mesmo
ocorra com a humanidade, seria necessário que a política fosse praticada por
pessoas dotadas de gênio, que podem inventar todas as artes que promovam a
longo prazo um certo bem-estar. Mas seria um trabalho feito com auxílio de toda
sociedade, com mentes bastante abertas para compreender e instigadas para
seguir as ideias daqueles dotados de gênio para os conduzir. Para Voltaire esse
seria o único objetivo de toda política.
Na tradição judaico-cristã
vemos que a política deve ser encarada na forma de uma missão dada por Deus aos
seus servos, temos os exemplos de José no Egito, Moisés, o período dos juízes
como Débora, Samuel e outros, até o período dos reis Davi e Salomão, e outro
ainda que não tenham sido perfeitos, mostraram fidelidade a Deus, e na missão a
eles incumbida por Deus. No livro de Filipenses lemos que nossa cidadania está
no céu, e diante disso devemos trazer um pouco do céu para a terra, por meio de
nossas ações pautadas no Evangelho. Em Provérbios lemos que os governantes que
odeiam o ganho desonesto prologaram seu governo.
Agora esmiuçaremos a política
ao longo da história humana.
A política na Pré-história
Há quem pense que a política só existe desde o advento da escrita, mas vou lhes mostrar como isso é um grande engano. Nossa espécie tem uma alta capacidade de interação social que supre a nossa fragilidade física por meio de uma sofisticada interação social. E estas envolviam sim, o exercício da política para obtenção de conforto para o grupo, seja alimentar ou relativo à segurança, por meio de atividades coletivas. E para gerenciar essas atividades existiam líderes que coordenavam os esforços por meio de sua relação de poder. Seu poder era conquistado por meio da força física, um guerreiro ou um caçador bem sucedido. Havia também a presença do conselho de anciãos que eram consultados pelo seu conhecimento e memória do grupo. Além é claro do líder religioso tribal, que por meio de consulta ao mundo metafisico aconselhava os líderes e anciãos. Na pré-história o que não existia era uma política estruturada que surgiria somente com as primeiras civilizações.
A Política no mundo grego
A palavra política tem sua
origem da palavra grega “politeia”, que era relacionado a tudo que era feito na
“Pólis” que pode significar cidade, comunidade ou vida urbana. Neste sentido,
determinava a ação empreendida pelas cidades-estados gregas para normalizar a
convivência entre seus habitantes e com as cidades-estados vizinhas.
Para os filósofos gregos a
política levava o homem a uma vida virtuosa, e a mesma seria o ponto mais alto
da vida humana, só sendo considerada inferior a vida contemplativa dos sábios.
Os filósofos forneciam a verdade para os governantes das cidades, para eles a
política definia a essência do homem. Tanto a filosofia como a política
estruturada e organizada, nasceram juntas na Grécia, no século VI a.C, mesmo
que a política já estive engatinhando em outras civilizações anterior, como nas
cidades de Jericó e Ur (centros urbanos desde +- 9.000 a.C). Há ainda algo de
muito curioso sobre a política praticada nas Pólis, pois eles não entendiam a
política como nós, para eles a política tinha como fim a justiça comum, e ainda
havia uma tênue linha que separava a política da consciência mítica, pois a
justiça almejada era relacionada as divindades.
Política no mundo romano
Podemos dividir a história da política romana em três etapas distintas, Monarquia (753-509 a.C.), República (509-27 a.C.) e Império (27 a.C.-476 d.C).
Monarquia
Desde a fundação de Roma por
Romulo e Remo, descentes de Enéias, surgiu uma federação de aldeias. Sua
estrutura social era formada pelos patrícios, descendentes dos fundadores de
Roma, que eram os grandes proprietários; os clientes, que recebiam amparo e
proteção dos patrícios e os plebeus, que não tinham a tradição dos fundadores,
mas foram incorporados, ocupavam a base da sociedade: artesãos, comerciantes e
pequenos proprietários.
A realeza romana surgiu como a
realização política da função jurídico-religiosa de soberania, o rei acumulava
funções executivas, judiciais, legislativas e religiosas.
A ratificação de leis era
feita pela Assembleia das cúrias, composta por todos os cidadãos em idade
militar, e o senado, ou "conselho de anciões", atuavam como conselho
régio e escolhia novos reis. Na fase final da realeza, a partir do fim do
século VII a.C., Roma foi dominada pelos etruscos. Eles influenciaram os
romanos tanto na cultura, como na economia.
Esse período foi marcado pela ascensão,
estruturação e domínio aristocrático, e seu poder político estava ligado à
posse de terras, já que o direito ao voto e eleição ao senado era censitário, que
é um voto por renda, ou seja, vota quem tem até um certo valor de renda
estipulado.
República
Nesse período o poder
executivo do rei passou para dois magistrados anuais, os pretores, chamados
depois de cônsules. No início nada excluía os plebeus do consulado. Mas logo os
patrícios confiscaram deles esse poder da magistratura. Isso gerou um conflito
entre patrícios e plebeus. Os plebeus criaram então a assembleia da plebe, e
foi estabelecido um tribuno que defendia seus interesses junto as estruturas
aristocráticas (senado e magistrado). A assembleia da plebe era semelhante a um
governo dentro do governo, ela elaborava leis, os plebiscitos que a principio afetava
só a plebe. A luta entre patrícios e plebeus duro até o começo doo século III,
com a vitória da plebe, que teve novamente acesso as magistraturas. A ascensão
de uma elite plebeia com o desmoronamento da resistência patrícia deu origem a
uma classe de dirigente comum, a nobreza.
E seu poder repousava no equilíbrio de três órgãos políticos que se
controlavam mutuamente, os magistrados, o senado e a assembleia do povo. Mas
todo o poder emanava do Senado, cidadela da nobreza.
Desse modo nem todos tinham as
mesmas oportunidades. Hereditariedade e outros requisitos para cargos eram
cruciais. Havia uma minoria que participava na totalidade da vida cívica e o
restante da população, limitadas ao serviço militar.
Somente no fim da República é
que começam as decisões arbitrárias, preparadas em segredo, sem discussão ou
direito de apelação e foi exatamente isso um dos fatores que acabou na crise da
República romana.
Na cidade de Roma a igualdade
de direitos se dava segundo a capacidade jurídica de cada um nas esferas
religiosas, financeiras, militares e políticas.
Segundo Flavia Maria Schlee Eyler, em seu livro
História antiga Grécia e Roma: A formação do Ocidente, o lema dos romanos prega que, se aquilo
que desejais impor aos vossos inferiores, vós decidis impor em primeiro lugar a
vós mesmos e aos vossos, obtereis muito mais facilmente a obediência de todos.
Há igualdade jurídica, mas não igualdade política.
Os séculos II e I a.C. são
tidos como o período de crise da República romana.
Império
O poder migrou do senado para o imperador. Durante o império o poder dos magistrados e senadores foram reduzidos, os impostos antes cobrados por publicanos, agentes particulares que tinham lucro com essa atividade. Passaram a ser recolhidos pelo Estado, desse modo a arrecadação aumentou e diminuiu a exploração dos habitantes das províncias. Foi criado também um serviço de correio que permitiu controlar a administração com mais eficiência. Estabeleceu-se também uma nova ordem social, cujo critério principal era o econômico e não o de nascimento, os cidadãos teriam direitos proporcionais aos seus bens. Surge então três ordens sociais: a Senatorial, formada por cidadãos que possuíam uma grande fortuna, esses tinham privilégios políticos, os Equestres com uma fortuna inferior, podiam exercer alguns cargos públicos, e por fim os inferiores com uma riqueza abaixo dos Equestres não tinham direito algum. Houve uma pacificação dos territórios dominados, consolidação e proteção das fronteiras. O exército passou a uma força permanente, composta por profissionais. Foi um período de estabilidade política e social, a agricultura passou por um grande desenvolvimento, houve um grande apoio aos artistas. Nesse período foi conquistada a pax romana com Otávio que perdurou por 200 anos, até se iniciarem lutas internas pelo poder, e os ataques bárbaros que começaram a enfraquecer o império, muitos imperadores nesse período morreram violentamente, o que desestabilizou a ordem aos poucos. Em todos os três períodos romanos não podemos esquecer os escravos, os motivos que levavam a escravidão eram dívidas, prisioneiros de guerra de povos conquistados, mas nunca focada em uma etnia.
A política no Brasil Colônia
Governador geral Tomé de Souza
A administração política do
Brasil foi desde o princípio um grande empreendimento português, com o objetivo
de com o mínimo tirar o máximo da colônia. Toda relação era regida pelo pacto
colonial, que somente permitia aos brasileiros comercializarem com Portugal.
Nesse primeiro momento de nossa história vinculada a Europa, os primeiros
representantes dessa administração política das capitanias hereditárias, os capitães
donatários eram membros da pequena nobreza, burocratas e comerciantes, todos
muito próximos da coroa. Nenhum representante da grande nobreza estava entre os
donatários. Os donatários tinham o monopólio da justiça, fundavam vilas, doavam
sesmarias, alistavam colonos para fins militares. Após o fracasso das
capitanias tivemos o governo geral, cujo administração conseguiu consolidar a
colonização e melhor integrar a colônia ao sistema mercantilista europeu. O
trabalho compulsório era uma das bases do governo colônia, sustentado sobre os
ombros da mão de obra africana. A grande maioria dos lucros de tudo que era
extraído do Brasil ia para coroa portuguesa, então desde nossa aurora
conhecemos a exploração, pois o tipo de colonização estabelecida por Portugal
no Brasil foi de exploração. Dessa forma todos os indivíduos que vieram da
metrópole par cá, representavam os interesses da Coroa na colônia. Então as
leis, impostos e as instituições presentes na colônia zelavam unicamente pelos
interesses portugueses. A população tinha praticamente nenhuma autonomia para
elaborar e impor direitos que se direcionavam aos seus próprios interesses.
Verificamos dessa maneira que desde de nossa aurora fomos explorados pelos
interesses das políticas colônias, com a diferença de agora sermos explorados
por políticas nacionais que desprestigiam os próprios filhos de nossa terra.
Você quer saber mais?
Currículo Lattes
http://lattes.cnpq.br/3735590007579581
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Bibliografia
PLATÃO, A República de
Platão: tradução de Enrico Corvisieri. São Paulo: Editora Best Seller,
2002.
VOLTAIRE, AROUT, François-Marie.
Dicionário Filosófico. São Paulo: Martin Claret, 2002.
FAUSTO, Boris. História do
Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004.
EYLER, Flavia Maria Schlee. História
antiga Grécia e Roma: A formação do Ocidente. Editora Vozes, 2014.
ARRUDA, José Jobson de A;
PILETTI, Nelson. Toda a História: história geral e história do Brasil.
São Paulo: Editora Ática, 1999.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural. São Paulo: Editora Nova Cultura, 1999.v.21.
https://www.pucsp.br/pos/cesima/schenberg/alunos/paulosergio/politica.html
acessado em 10 de janeiro de 2021.
https://www.todamateria.com.br/o-que-e-politica/
acessado em 10 de janeiro de 2021.
http://fabiopestanaramos.blogspot.com/2014/07/organizacao-politica-na-antiguidade.html#:~:text=Durante%20a%20pr%C3%A9%2Dhist%C3%B3ria%2C%20os,forte%20e%20bem%20sucedido%20liderava.
Acessado em 12 de janeiro de 2021.
https://descomplica.com.br/artigo/como-surgiu-a-politica/4nB/#:~:text=Filosofia%20e%20pol%C3%ADtica,o%20que%20h%C3%A1%20de%20melhor. Acessado em 12 de janeiro de 2021.

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2021
A Contribuição da disciplina de História para a formação do cidadão - Parte III.
Autor: Jairo Trindade Batista, formado em licenciatura plena em História e pós-graduando em Metodologia do Ensino em História.
E-mail: jairo.coramdeo@gmail.com
DIFERENÇAS ENTRE O CONCEITO DE CIDADANIA GREGA E ROMANA
A compreensão do conceito de cidadania romana diverge do entendimento grego. São por essas diferentes concepções de cidadão que na contemporaneidade, encontram-se dificuldades para definir de modo pleno, o conceito. A expressão latina “Civis romanus sum” significa “sou um cidadão romano”, era comum em Roma e estava relacionada ao pertencimento a um grupo que tinha privilégios políticos, econômicos, militares e jurídico. Na questão jurídica, era assegurado a este um “julgamento justo” em caso de acusações. (BANDEIRA, 2010).
Observa-se a diferença no raciocínio grego e romano que está na crença do primeiro de que a cidade e seu desenvolvimento possibilitavam crescimento e autonomia dos indivíduos, e assim, formavam o conjunto de cidadãos. Os romanos por sua vez, tinham uma percepção diferente, para estes, fazia-se necessário primeiro o crescimento individual com ênfase na moral dos cidadãos em busca da plena liberdade, e estes cidadãos, juntos, seriam responsáveis pela organização das cidades, e de maneira direta, do Estado. (BANDEIRAS, 2010).
Na Grécia, cidadania se conquistava. Em Roma, podia ser adquirida por concessão. Na Grécia, ou era ou não era cidadão pleno. Em Roma, havia diversos níveis de cidadania, dependia muito dos interesses políticos e militares, havia cidadania plena e limitada. Tinha-se a educação como pilar de relevância na sociedade, Cícero foi o pai da pedagogia romana, refletida sobre o saber. Vale ressaltar que historicamente os romanos herdaram a cultura grega, por isso valorizaram o autodesenvolvimento do indivíduo que resulta na conquista de seu lugar na sociedade. (BANDEIRAS, 2010).
CONCEITO DE CIDADANIA EM MARSHALL
Para Marshall (1967), o direito civil é o primeiro direito conquistado pela sociedade moderna, e isto, no século XVIII. Este direito está ligado ao homem se reconhecer como sujeito, que está relacionado com a liberdade individual, ou seja, não ser submisso ao pensamento da elite, ou preso filosoficamente a um grupo dominante. Dentre as conquistas, pode-se mencionar a “liberdade de ir e vir, liberdade de imprensa, pensamento e fé, direito à propriedade, concluir contratos válidos e direito à justiça.
De acordo com o sociólogo inglês, cidadania seria uma posição de igualdade de todos os seus membros, em contrapartida, a sociedade de classes consistia na aceitação das desigualdades como organização social. No entanto, a desigualdade sistematizada em classes sociais pode ser admissível, desde que haja reconhecida igualdade de cidadania. O direito civil mais básico é o direito ao trabalho, ou seja, seguir uma profissão de livre escolha, desde que tenha preparação técnica prévia. (MARSHALL, 1967).
Segundo Marshall (1967), “a educação está diretamente relacionada com a cidadania, e quando o Estado garante que todas as crianças serão educadas, este tem em mente, sem sombra de dúvida, as exigências e a natureza da cidadania”. Assim como os romanos, Marshall também acreditava que a educação estava no centro da construção do cidadão e do pleno exercício da cidadania. (MARSHALL, 1967). Também foca a educação ainda na infância, para que sendo adulto, possa desfrutar dos seus direitos individuais, por isso argumenta que:
A educação das crianças está diretamente relacionada com
cidadania, e quando o Estado garante que todas as crianças serão educadas, este
tem em mente, sem sombra de dúvida, as exigências e a natureza da cidadania.
Está tentando estimular o desenvolvimento do cidadão em formação. O direito do
cidadão, é um direito social de cidadania genuíno porque o objetivo da educação
durante a infância é moldar o adulto em perspectiva. Basicamente, deveria ser
considerado não um direito de a criança frequentar a escola, mas como o direito
do cidadão adulto ter sido educado. E, nesse ponto, não há nenhum conflito com
direitos civis do modo pelo qual são interpretados numa época de
individualismos. Pois os direitos civis se destinam a ser utilizados por pessoas
inteligentes e de bom senso que aprenderam a ler e escrever. A educação é um
pré-requisito necessário da liberdade civil. (MARSHALL, 1967, pg.73).
Uma vez que a criança tenha sido educada e obtido os direitos civis devido ao processo educacional, todos passam a ter acesso a direitos sociais, que incluem bens e serviços, como por exemplo, o acesso à saúde, moradia, educação e renda mínima para gastos com bens e serviços essenciais, porém, essas mínimas conquistas, não podem ser entendidas como assistencialismo do Estado, mas sim, conquistas individuais. (MARSHALL, 1967).
Continua nas próximas postagens...
Você quer saber mais?
** Diferenças entre o conceito de cidadania grega e romana
** Conceito de cidadania em Marshall
** O cidadão na constituição do Brasil Império
** Cidadania na Constituição atual, alguns direitos
** O desconhecimento dos direitos e deveres dos cidadãos
** Educação, objetivo primário da Lei de Diretrizes de Base (LDB)
** Objetivo dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) em História
** Objetivo do PCN no primeiro ciclo da disciplina de História
** Objetivo do segundo ciclo do PCN na disciplina de História

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história
quarta-feira, 27 de janeiro de 2021
A Contribuição da disciplina de História para a formação do cidadão - Parte II.
Autor: Jairo Trindade Batista, formado em licenciatura plena em História e pós-graduando em Metodologia do Ensino em História.
E-mail: jairo.coramdeo@gmail.com
ORIGEM E CONCEITO DE CIDADÃO EM ARISTÓTELES
Aristóteles foi um importante filósofo grego que viveu de (384-322 A.C.), reconhecido como um pensador de grande influência no mundo ocidental, discípulo do filósofo Platão. Em relação ao ser cidadão, Aristóteles entendia que a educação tem relevância central na formação do cidadão. Para o mesmo, ser cidadão, não estava limitado à descendência, mas seria necessário participar nos tribunais e nas magistraturas, isso significa estar presente na assembleia, e implica em afirmar que só é cidadão aquele que participa plenamente no governo e na vida pública (VITÓRIO, 2019).
O filósofo usou como metáfora, um barco, onde compara os cidadãos como os marinheiros, tendo funções distintas, porém tendo um objetivo em comum, que seria segurança da navegação, assim também, os cidadãos teriam como tarefa em comum, a salvação do Estado, assim sendo, o interesse comum entre os cidadãos está relacionado com a virtude do cidadão, Aristóteles diz:
[...] podemos comparar os cidadãos aos marinheiros: ambos são membros de uma comunidade. Ora, embora os marinheiros tenham funções muito diferentes, um empurrando o remo, outro segurando o leme, um terceiro vigiando a proa ou desempenhando alguma outra, mas sempre há um que função que também tem seu nome, é claro que as tarefas de cada um têm sua virtude própria, mas há uma que é comum a todos, dado que todos têm por objetivo a segurança da navegação, à qual aspiram e concorrem, cada um à sua maneira. De igual modo, embora as funções dos cidadãos sejam dessemelhantes, todos trabalham para a conservação de sua comunidade, ou seja, para a salvação do Estado. Por conseguinte, é a este interesse comum que deve relacionar-se a virtude do cidadão. (ARISTÓTELES, 2006, p.32).
Entende-se nas palavras de Aristóteles que a cidadania estava diretamente ligada à coletividade, os cidadãos não poderiam aproveitar seu tempo livre para questões individuais, mas sim, para demandas da vida da cidade. Vale ressaltar que, na Grécia clássica, nem todo o povo era considerado cidadão; era cidadão aquela pessoa livre para expressar sua vontade no espaço público, e assumir as responsabilidades da vontade exercida, nesse sentido, nem todos eram cidadãos, ficavam excluídas do reconhecimento de cidadão classes sociais como mulheres, escravos, pobres etc., assim, percebe-se os limites do conceito de cidadania. (ELIENE; SILVA, 2017).
Não há um conceito definido de maneira padronizada para a palavra cidadão. Existe uma ambiguidade demonstrando diferentes sentidos, usa-se muitas vezes com o intuito de diminuir as diferenças entre indivíduos, ou seja, trata-se de igualdade, e cidadão está relacionado com a afirmativa de todos serem iguais. No entanto, há outro significado que levemente diverge, pois consideram-se cidadãos, pessoas responsáveis publicamente, incluindo o direito de participação das decisões que podem dar um rumo político ao Estado e cidade em que habita. (DALLAN, 2020).
De acordo com o gráfico conceitual de origem, a cidadania tem sua origem na Grécia, e abrange nacionalidade, consciência dos direitos públicos, civis, políticos e sociais e dos deveres; o cidadão é aquele que goza desses direitos, uma vez que este tem o conhecimento. A questão que surge é: será que todos os habitantes de uma nação, estado e cidade têm consciência do que é ser cidadão? Será que o povo que dá características culturais a um país sabe qual é seu direito e dever de cidadão? Sabe o conceito?
DIFERENÇAS ENTRE O CONCEITO DE CIDADANIA GREGA E ROMANA
A compreensão do conceito de cidadania romana diverge do entendimento grego. São por essas diferentes concepções de cidadão que na contemporaneidade, encontram-se dificuldades para definir de modo pleno, o conceito. A expressão latina “Civis romanus sum” significa “sou um cidadão romano”, era comum em Roma e estava relacionada ao pertencimento a um grupo que tinha privilégios políticos, econômicos, militares e jurídico. Na questão jurídica, era assegurado a este um “julgamento justo” em caso de acusações. (BANDEIRA, 2010).
Observa-se a diferença no raciocínio grego e romano que está na crença do primeiro de que a cidade e seu desenvolvimento possibilitavam crescimento e autonomia dos indivíduos, e assim, formavam o conjunto de cidadãos. Os romanos por sua vez, tinham uma percepção diferente, para estes, fazia-se necessário primeiro o crescimento individual com ênfase na moral dos cidadãos em busca da plena liberdade, e estes cidadãos, juntos, seriam responsáveis pela organização das cidades, e de maneira direta, do Estado. (BANDEIRAS, 2010).
Na Grécia, cidadania se conquistava. Em Roma, podia ser adquirida por concessão. Na Grécia, ou era ou não era cidadão pleno. Em Roma, havia diversos níveis de cidadania, dependia muito dos interesses políticos e militares, havia cidadania plena e limitada. Tinha-se a educação como pilar de relevância na sociedade, Cícero foi o pai da pedagogia romana, refletida sobre o saber. Vale ressaltar que historicamente os romanos herdaram a cultura grega, por isso valorizaram o autodesenvolvimento do indivíduo que resulta na conquista de seu lugar na sociedade. (BANDEIRAS, 2010).
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Você quer saber mais?
** Diferenças entre o conceito de cidadania grega e romana
** Conceito de cidadania em Marshall
** O cidadão na constituição do Brasil Império
** Cidadania na Constituição atual, alguns direitos
** O desconhecimento dos direitos e deveres dos cidadãos
** Educação, objetivo primário da Lei de Diretrizes de Base (LDB)
** Objetivo dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) em História
** Objetivo do PCN no primeiro ciclo da disciplina de História
** Objetivo do segundo ciclo do PCN na disciplina de História

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2021
A Contribuição da disciplina de História para a formação do cidadão - Parte I.
Autor: Jairo Trindade Batista, formado em licenciatura plena em História e pós-graduando em Metodologia do Ensino em História.
E-mail: jairo.coramdeo@gmail.com
O presente trabalho tem como objetivo apresentar a contribuição da disciplina de história para a formação do cidadão. Para este intento, realizaram-se pesquisas bibliográficas com o intuito de reunir informações suficientes para explanar o tema proposto. O periódico produzido inicia a pesquisa a partir do conceito de cidadão na primeira civilização grega, observações cuidadosas de filósofos clássicos e modernos desta temática, passando então, por duas constituições brasileiras para perceber mudanças e permanências no que se refere à concepção de cidadão e exercício da cidadania, bem como, pelas diretrizes educacionais para observar qual é o objetivo central da Carta constitucional, e onde entra a disciplina de história para colaborar com a proposta da Constituição brasileira. Foram realizadas pesquisas e observações a respeito do que se espera da disciplina de história no ensino fundamental; além de observar e analisar pesquisas fundamentadas em artigos publicados fornecidos por revistas conceituadas, sobre o objetivo da disciplina de história para formação do cidadão e o exercício da cidadania, além disso, fez-se uma observação sobre os problemas enfrentados para tal intento.
O presente trabalho tem como proposta perceber a colaboração da disciplina de história para a formação de cidadãos que conquistem intelectualmente a capacidade de praticar o pleno exercício da cidadania. O trabalho é baseado nas dinâmicas do ensino de história, pois trata da matéria no contexto escolar, ou seja: que trabalha diretamente com o educando, o que contribui para abordar a temática sobre exercício da cidadania. O tema foi escolhido a partir das observações feitas na história de nossa sociedade como um todo.
No estudo realizado, foi possível perceber que conceituar cidadão é bem complexo, pois tiveram mudanças no decorrer do processo histórico. No entanto, percebe-se a importância de formar cidadãos capazes de exercer a sua cidadania civil, política e social; o problema é que o país tem um povo que se move por narrativas, não que isso seja de todo ruim, porém, proceder assim, implica em agir sem analisar seu próprio contexto local, regional e nacional. A disciplina de história entra nessa lacuna para formar cidadãos pensantes, que agem a partir do desenvolvimento do senso crítico, e o preparo para a participação nas esferas de decisões políticas seja no país, nos estados e municípios.
Para alcançar a proposta deste trabalho, abordou-se sobre o conceito de cidadão em Aristóteles, as pequenas diferenças entre a cidadania grega e romana, a abordagem de Marshall sobre cidadania, quem era o cidadão no Brasil Império e em que implicava ser um cidadão, no Brasil, a partir da constituição de mil novecentos e noventa e oito; em seguida, aborda-se sobre a ignorância dos direitos e deveres dos cidadãos, na sequência, aborda-se tópicos relacionados à educação e a disciplina de história como recurso educacional para a construção do cidadão capaz de exercer a sua cidadania.
O presente trabalho tem como objetivo, abordar sobre “a contribuição da disciplina de história para a formação do cidadão”, para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, bem como em sites acadêmicos para a construção do artigo. Há uma dificuldade para definir a palavra cidadão, uma vez que se trata de uma construção histórica, logo, não se sabe ao certo, quem deu origem à palavra, porém, na Grécia antiga e em Roma, havia uma descrição do título.
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** Diferenças entre o conceito de cidadania grega e romana
** Conceito de cidadania em Marshall
** O cidadão na constituição do Brasil Império
** Cidadania na Constituição atual, alguns direitos
** O desconhecimento dos direitos e deveres dos cidadãos
** Educação, objetivo primário da Lei de Diretrizes de Base (LDB)
** Objetivo dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) em História
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quinta-feira, 27 de agosto de 2020
A VIDA URBANA EM POMPÉIA

Pompéia,
originariamente uma cidade etrusca, foi ocupada pelos Samnitas no século V a.C.
Depois disso, continuou a ser uma comunidade de língua osca, até que, no ano 80
a.C., Sila ali estabeleceu uma colônia. A seguir à sua destruição pela erupção
de 79 a.C., Pompéia permaneceu sepultada sob uma camada de cinzas e de lava até
ao século XVIII.
A
economia de Pompéia baseava-se sobretudo nos produtos do seu fértil território,
em especial o vinho e o azeite, sendo também um próspero centro industrial e
comercial, sendo as principais indústrias as da manufatura e acabamento de
tecidos. Existem também muitos vestígios de produção artesanal em pequena escala,
de comércio retalhista e de outras atividades comerciais.
Como
todas as cidades romanas, Pompéia tinha um governo local inspirado no de Roma.
A instituição governante era o conselho da cidade (ordo), composto por 80-100
homens (decuriões) procedentes da classe dos proprietários, que ocupavam o
cargo por toda a vida. Os magistrados executivos eram dois duoviri (o
equivalente aos cônsules romanos) eleitos anualmente, assistidos por edis, que
administravam as obras públicas. Encontram-se graffiti que demonstra que as
eleições despertavam grande interesse.
Enquanto
os pobres viviam em pequenos apartamentos ou nas tabernae (lojas) que davam
para as ruas, os ricos viviam em casas luxuosas. O modelo de casa de Pompéia
centrava-se num grande vestíbulo (atrium), que dava para um peristilo. As casas
eram ricamente decoradas com pinturas murais, de que provém a maior parte dos
conhecimentos que temos de pintura romana. As pinturas dividem-se em quatro
períodos ou estilos cronológicos. populares
no período do Quarto Estilo (c. 55-79 d.C).
Você quer saber mais?
MATTHEWS,
Johns; CORNELL, Tim. Roma Legado de um
império, volume I, Madrid : Edições
Del Prado, 1996.

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domingo, 9 de agosto de 2020
A REDESCOBERTA DO EGITO
A esfinge só foi completamente desenterrada entre 1925 e 1936, durante escavações lideradas por Émile Baraize.
A |
redescoberta do Egito faraônico inicia-se com
duas datas precisas: 1789 e 1824. Antes disso não se sabia absolutamente nada a
respeito desse período. A primeira das duas datas (1798) corresponde à
extraordinária expedição do general Napoleão Bonaparte no Egito. Com surpreendente
visão de longo alcance, além de um
corajoso exército, levou consigo um excelente grupo de técnico e de homens
entendidos no assunto, munidos de livros, duzentas caixas de instrumentos
científicos e duas tipografias completas, visto que em todo o Egito não existia
nada disso. Ao todo cento e sessenta e sete “cientistas civis”, compreendendo
naturalistas, botânicos, cartógrafos, engenheiros, astrônomos geólogos,
historiadores e, pelo que consta, desenhistas e arqueólogos. Esse douto
esquadrão recebeu o apelido de “Asnos”.
Champollion
e os hieróglifos
Entre
os objetos recolhidos durante a expedição napoleônica havia uma estela fendida,
com aparência totalmente insignificante, Deu-a casualmente a um oficial do
Gênio, um tal Bouchard, que a passou a um dos “Asnos”. Na estela três
inscrições, a primeira em hieróglifo; a segunda em demótico; a terceira em
grego – que indicava tratar-se de uma oferta sacerdotal feita por Ptolomeu V
Epifane – constituía a chave para decifrar as duas primeiras. Constatou-se logo
que o documento era de excepcional interesse e por ordem pessoal de Napoleão a
estela foi imediatamente reproduzida e litografada, sendo que depois de várias
cópias foram enviadas a vários especialistas de línguas mortas.
Gastaram-se
quinze anos para a interpretação de pelo menos a parte em demótico. O mérito
disso cabe ao sueco J. D. Akerblad (1814). Mas os hieróglifos resistiam,
inflexíveis. Como para a história, existiam apenas duas fontes de referência: a
primeira eram os Hieroglyfhica, obra de Orapolo Nilótico que parece ter vivido
no século IV d. C. Parecia antigo, dizia ser egípcio e portanto não havia
motivo de se contestar quanto à autoria de sua obra que, no entanto,
infelizmente se tornou inaceitável, embora tivesse algumas intuições certas. Surgiu,
posteriormente, a segunda fonte com a obra de P. Athanasius Kircher, este de
indiscutível e vasta cultura; mas a sua Lingua Aegyptiaca restituta, publicada
em Roma (1643), era de tal modo estranha que levou seus alunos a proclamar, e
sem hesitação, que num obelisco em Roma está inciso um hino à Santíssima
Trindade.
Infelizmente,
as dispensões destes dois ilustres estudiosos desencadearam todos aqueles que
as tinham como boas. Somente a dois não atribuíram nenhum valor, desde o
início. O primeiro foi o inglês Thomas Young, o qual seguiu pelo caminho certo,
mas que, não encontrando, afinal, uma confirmação para o seu trabalho apenas
por motivo de um erro banal de transcrição, deu-se por derrotado. O outro foi o
grande Jean-François Champollion (1790 – 1832). Champollion foi um verdadeiro
gênio da linguagem, iniciou o estudo das línguas orientais com onze anos, já
conhecendo paralelamente todas as européias, e aos dezenove anos se tornara
professor de história em Grenoble.
Está
claro que a estela encontrada, a qual se chamou “Estela de Rosetta”, se
tornasse a sua obsessão. E entregou-se a ela de corpo e alma, intensamente em
concorrências com os mais ilustres peritos e jamais abandou a terrível empresa
que aos poucos tinha desencorajado os outros. Procedeu por etapas: na sua Lettre à M. Dacier, lida
na Academia Real ao 27 de setembro de 1822, anunciava a primeira descoberta sobre o uso do alfabeto fonético
do qual os egípcios se serviam para escrever os nomes dos reis gregos e dos
imperadores romanos.
Dito
nestes termos, não parece muito : mas derrubava o conceito difundido por
Orapollo, de que a escrita hieroglífica seria apenas ideográfica. E finalmente,
em 1824 (esta foi a data mais importante para a redescoberta do Egito) vinha a
lume o seu Précis du système hièroglyphique des anciens Egyptiens. Embora ainda
rudimentar, a chave era finalmente encontrada. Todavia, continuava ainda sem
solução o problema mais importante;
seria necessário entender aquilo que agora se podia ler, isto é, renascer uma
língua morta a pelo menos dezoito séculos.
Também isso se dedicou Champollion até a morte, que lhe ocorreu por enfarte quando contava apenas quarenta e dois anos. A sua Gramática egípcia e o seu Dicionário, publicados postumamente (1834-1845 lançaram as bases para este cansativo renascimento que durará mais ou menos por um século.
Você quer saber mais?
A.Arborio Mella, Federico. O Egito dos Faraós (L’Egitto Dei Faraoni), Editora Hemus, São Paulo, 1981.

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quarta-feira, 5 de agosto de 2020
A VERDADE HISTÓRICA SOBRE O MITO DOS ANUNNAKIS
Representação do deus sumério Enki no texto sobre a criação dos homens.
Leandro Claudir Pedroso
Muito se tem falado atualmente sobre os Anunnakis, e teorias das mais diversas são frequentes sobre o tema. Muitas teorias indo além do mito e levando ao extremo dos teóricos alternativos. Mas, realmente oque sabemos historicamente falando sobre esses seres mitológicos, tão importantes para os sumérios, seres que são colocados no mais alto escalão das divindades sumérias. Neste pequeno texto traremos um pouco de luz sobre os abusos escritos e documentários sensacionalistas que não prestam serviço ao conhecimento humano, mas servem unicamente para propósitos egoístas e gananciosos de seus escritores e produtores.
Os Anunnaki são um grupo de divindades sumérias, acádias e
babilônicas. O nome é alternativamente escrito "a-nuna",
"a-nuna-ke-ne, ou "a-nun-na", ou seja, algo no sentido de
"aqueles de sangue real" ou "prole do príncipe". Sua
relação com o grupo de deuses
conhecido como Igigi não é clara - às vezes os nomes são usados como
sinônimos, mas, no mito do dilúvio de
Atrahasis, têm de trabalhar para os
Anunnaki, rebelando-se após 40 dias e substituídos com a criação dos seres humanos.
De acordo com um mito babilônico, os
Anunnakis eram filhos de Anu, o céu. Anu, por sua vez, era o filho de Anshar (deus do céu), irmão de Kishar
(deus
da terra), respectivamente. Portanto, Anu
era neto de deuses lamacentas Lahm e Lahmu , guardiões do
templo em Eridu , que teve lugar
a criação . O que torna o Anunnaki nos bisnetos dos guardiões do Templo da
Criação.
Breve genealogia:
Tiamati e Apsu (Tiamati, era uma
deusa serpente marinha e Apsu, era o deus das águas doces). |
↓ |
Lahm e Lahmu (Senhores das terras
abaixo dos oceanos ou “lodo marinho). |
↓ |
Anshar e Kishar (Pais dos primeiros
deuses. Anshar, era o deus do
horizonte celeste e Kishar era a deusa do horizonte terreno). |
↓ |
Anu e Ki (Anu era o deus do
céu e juiz dos homens, Ki era a deusa da terra) |
↓ |
Anunnakis (Grupo de divindades
dos quais o mais importante é Enlil, deus do ar. De acordo com as
lendas, o céu e a terra eram inseparáveis, até o nascimento de Enlil,
que dividiu o céu e a terra em dois). |
Enlil ,
senhor do ar e Anu seu filho e sucessor como chefe do conselho Anunnaki iniciou
uma disputa entre ele e seu irmão Enki
, o senhor da terra, o deus da sabedoria e de água doce magia, considerado por
muitos como um alquimista. Enlil (En = senhor | Lil = ar) vieram de Nippur ,
enquanto seu irmão Enki (En = senhor | Ki = Terra) fez de Eridu .
Os Igigi’s, os
deuses menores, se recusaram a
continuar a trabalhar para manter a harmonia do universo e Enki, no Shabat ou Shappatu, criou a humanidade para que esta assuma
a responsabilidade para a realização de tarefas que os deuses menores tinham
abandonado. Os Anunnaki, e o alto conselho dos deuses e de Anu, foram
distribuídos pelo planeta Terra e pelo submundo. Alguns eram o próprio Enki,
Asaru,
Asarualim,
Asarualimnunna,
Asaruludu,
Namru,
Namtillaku
ou Tut.
Na
mitologia caldeia, os deuses Igigi’s
eram deuses menores, mas também na literatura da antiga Mesopotâmia está
palavra era usada para designar o conselho supremo dos deuses celestiais. Os
Igigi, trabalhavam para os Anunnakis, cavando valas de drenagem e canais. Um
dia, cansado, rebelaram-se como as lendas de épicos Enuma Elish e Atrahasis. Depois se tornaram uma espécie de
demônios ou entidades do mal.
ANUNNAKI
An = forma reduzida de
"anachnu", que significa NÓS
Nu = também significa
"céu"
Naki = limpo, puro
Significado: “Nós
somos puros”
Ki = Terra
Ampliando
o significado para: "Nós do céu, na Terra", ou ainda "Puros do
Céu na Terra”.
Jeremy
Black e Anthony Green oferecem uma perspectiva ligeiramente diferente sobre os
Igigi e Anunnaki, escrevendo que "lgigu ou Igigi é um termo introduzido no
período babilônico antigo como um nome para os (dez)"grandes deuses".
Embora, por vezes, mantivesse esse sentido em períodos posteriores, desde o
período Babilônio Médio é geralmente usado para se referir aos deuses do céu
coletivamente, assim como o termo Anunnakku (Anúna) foi posteriormente usado
para se referir aos deuses do submundo. No épico de criação, dizem que há 300
lgigu do céu".
Curiosamente,
os sumérios tinham uma gradação para os seus deuses: Igigi era classe das
divindades dos céus, ou do paraíso – compostos por dez seres, os “grandes
deuses”; Anunnaki era o nome dado aos deuses terrestres, aqueles que
supostamente viviam entre nós. Entretanto, vale a pena pontuar que na
Antiguidade os governantes eram vistos como verdadeiros deuses na Terra. Os
faraós do Egito Antigo eram deuses regendo os seres humanos. Os governantes da
Pérsia, da Babilônia, da Suméria também tinham tais características entre seus
plebeus. O mito cosmogônico dos babilônicos diz que os Anunnaki construíram as
coisas da terra, como a organização social humana. Mas os historiadores apontam
que esta é apenas uma versão das várias existentes da mesma mitologia. De
acordo com um mito babilônico posterior, os Anunnaki eram filhos de Anu e Ki,
irmão e irmã deuses.
É
interessante conhecermos essas vertentes do conhecimento, uma vez que abrem
nossa mente para questionamentos sobre como a humanidade fundamentou seu
pensamento moral em cima da religião, e como o próprio homem inventou os deuses
com suas semelhanças. Os Anunnaki aparecem no mito da criação babilônico, Enuma
Elish. Na versão final ampliada, Marduque, após a criação da humanidade, divide
o Anunnaki e atribui-os aos seus postos apropriados, trezentos no céu,
trezentos sobre a terra. Em agradecimento, os Anunnaki, os "Grandes
Deuses", construíram Esagila, a esplêndida: "Eles ergueram a cabeça
de Esagila igualando-a a Apsu. Tendo construído um palco torre tão elevado
quanto Apsu, puseram em cima dele uma morada para Marduque, Enlil e Ea."
Então, eles construíram seus próprios santuários.
De
acordo com o posterior mito babilônico, os Anunnaki eram filhos de Anu e Ki,
irmão e irmã deuses, eles mesmos filhos de Anshar e Kishar (Eixo-do-Céu e
Eixo-da-Terra, os pólos Celestiais), que por sua vez, foram os filhos de Lahamu
e Lahmu ("os enlameados"), nomes dados aos guardiões do templo de
Eridu Abzu, o local em que a criação foi pensada para ocorrer. Finalmente,
Lahamu e Lahmu foram os filhos de Tiamat(Deusa do Oceano) e Abzu (apsû) (Deus
das águas). Os Sumérios creditavam todo seu conhecimento aos Anunnaki.
LEICK, Gwendolyn: A Dictionary of Ancient Near Eastern Mythology (NY: Routledge, 1998), p. 7.
JEREMY and Green, Anthony: Gods, Demons and Symbols of Ancient Mesopotamia: An Illustrated Dictionary University of Texas Press (Aug 1992) p.34.
GWENDOLYN: A Dictionary of Ancient Near Eastern Mythology (NY: Routledge, 1998), p. 85.
JEREMY and Green, Anthony: Gods, Demons and
Symbols of Ancient Mesopotamia: An Illustrated Dictionary University of Texas
Press (Aug 1992) p.106.

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