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domingo, 20 de setembro de 2020

Distributismo, o caminho do meio entre capitalismo e socialismo.

 


Significado do símbolo do Distributismo. Antes nascer São Domingos Gusmão (1170-1221), sua mãe, em sonho misterioso, viu um cão que trazia na boca uma tocha acesa, que irradiava luz sobre o mundo inteiro. Esse relato, presente na L.A. – a Legenda Áurea - e consagrado na historiografia de São Domingos, está relacionado com a etimologia do nome: uma denominação comum assumida pelos dominicanos era domini cane, os cães de Deus ou cães a serviço do Senhor.

Boa tarde, mentes ávidas do amanhã. Recentemente um amigo me falou, sobre um sistema político-econômico que seria uma via do meio entre socialismo e capitalismo. Fiz uma pequena pesquisa sobre o assunto, e trago agora para a apreciação dos amigos.

Leandro Claudir Pedroso

É uma teoria política e econômica inglesa que foi elaborada primeiramente pelo historiador francês Hilaire Belloc (1870-1953), sistematizado a teoria em seu livro The Servile State (1913). Sua principal característica é se opor ao capitalismo e o socialismo em defesa da propriedade privada e de uma autêntica concepção de liberdade, e uma visão conservadora do mundo O principal propagador das ideias distributistas foi o famoso escritor inglês Gilbert Keith Chesterton (1874-1936). Uma curiosidade importante, é que podemos encontrar na obra de John Ronald Reuel Tolkien muito das ideias de Chesterton e Hilaire na trilogia “O Senhor dos Anéis” aonde passa de forma sutil muitas ideias distributistas. A própria filha de Tolkien, Priscilla Anne Reuel Tolkien, afirma que seu pai era aprofundado nos trabalhos de Chesterton e Hilaire Belloc. 

Seria uma espécie de "terceira via" pois se opõem ao capitalismo e o socialismo. Considerando tanto um quanto o outro, faces de uma mesma moeda, pois ambos são concentradores de propriedade: o primeiro a concentra nas mãos de alguns poucos indivíduos, o segundo nas do Estado. Em 1926 surgiu a liga distributista, um movimento intelectual que visava fundamentar às bases das ideias da restauração da verdadeira propriedade privada, segundo pronunciou Chesterton no discurso inaugural. Sendo ele mesmo eleito o primeiro presidente da liga.

Belloc em seu livro The Servile State crítica o capitalismo por deixar os meios de produção limitados a uma pequena parcela da população, e a grande maioria da população no sistema capitalista é formada por proletários que constituí a característica da servidão capitalista e presença de uma legislação que defende direitos e privilégios aos que possuem meios de produção.

1-    Proletariado, servidão capitalista.

2-    Legislação que defende direitos e privilégios aos que possuem meios de produção.

No capitalismo os trabalhadores são obrigados a venderem sua mão de obra,  este comercio por mão de obra está presente em toda a vida do sujeito e de forma coercitiva, criando uma ideia de que todos que se opõem a está visão de mundo são vagabundos, chegando a coerção pelos poderes do Estado. Com salários baixíssimos os proletariados não conseguem tornar-se proprietários de meios de produção. Sendo assim, a mobilidade social no dito sistema, quase nula, muito semelhante ou em alguns aspectos iguais a da Idade Média.

Para Belloc a descentralização dos meios de produção é o caminho para libertar o proletariado, pois acabaria com a concentração dos meios de produção que são os responsáveis pela servidão do povo. Sendo então por raciocínio lógico a propriedade privada distribuída como único caminho para a liberdade. Sendo o povo proprietário de meios de produção, estes teriam protegidas suas liberdades individuais, protegendo-o da escravidão, servidão, coerção e opressão do Estado ou dos grandes proprietários.

Para o distributismo não existe liberdade ou democracia sem a distribuição da propriedade, pois um homem sem posses é um homem dependente e destituído de poder.

Gustavo Corção, um escritor chestertoniano, afirmava em seu livro "Três Alqueires e uma Vaca" (1961), que a ideia central é a da defesa da pequena propriedade e da pequena empresa contra o gigantismo, que já no seu tempo ameaçava a sociedade, e que no nosso tornou-se uma calamidade declarada. Afirmava o direito à posse, não como uma concessão, mas ousadamente, como outorgado por Deus; admitia o capital enquanto indispensável reserva, mas não admitia, de modo algum, o capitalismo, porque a principal característica desse regime a seu ver está na raridade e não na abundância do capital (...) o capitalismo é, de fato, contrário à ideia de posse. Considerando o capitalismo nas suas origens e causas, estudando o ambiente do liberalismo e apreciando o fenômeno de dissociação entre o conceito de posse e o de responsabilidade moral, concluímos que o capitalismo foi gerado por um desregramento da propriedade e da liberdade (...) a hipertrofia da ideia de posse tornou-se uma atrofia; a livre competição degenerou em privilégio. Se o direito de posse é um direito comum não pode ser um privilégio. Logo, o capitalismo como tal, de fato, é uma negação do direito à propriedade privada.


“...Se não restaurarmos a Instituição da Propriedade, não poderemos escapar de restaurar a Instituição da Escravidão.”

Hilaire Belloc

No distributismo encontramos proteção ao individuo e a comunidade, dando ao povo liberdade e responsabilidade por meio da difusão do direito a propriedade privada, mas baseada no pequeno negócio e não em grandes empresas e latifúndios, fundamentada na ideia que o artesanato é superior a produção em massa, e na descentralização do poder por meio de governos locais mais fortes em detrimento do um poder central.

Foi em 1893 que o então Papa Leão XIII articulou a relação entre propriedade e justiça no mundo moderno. O capitalismo se baseia em duas ideias: que o rico sempre será rico o bastante para empregar o pobre; e que o pobre sempre será pobre o bastante para querer ser empregado pelo rico. A paralisia dentro deste sistema é inevitável. Capitalismo é uma contradição.

Dale Ahlquist, presidente da American Chesterton Society, declara que a solução preferida de Chesterton é a de que a maioria dos negócios se torne pequenos negócios. Onde os amplos negócios fossem necessários, eles deveriam pertencer aos empregados, os quais deveriam ser direcionados por um guia, combinando as suas contribuições e dividindo os seus resultados. Ele acredita que pequenas lojas podem ser governadas – mesmo que sejam governadas por si mesmas. Ele acredita que pequenas lojas podem ser sustentadas – se as apoiarmos. Distributismo é democracia, baseada na propriedade. Democracia pode funcionar somente se a propriedade for expandida. Democracia significa autogoverno. Propriedade significa autossuporte. Numa sociedade Distributista, pessoas produzem e usam seus próprios bens, fazem as suas próprias leis e não são dependentes de estranhos.

Isso significa tomarmos extraordinário controle sobre as nossas próprias vidas; pararmos de ser escravos assalariados e consumistas; sermos justos, livres e esperançosos. “A finalidade do homem político”, diz Chesterton, “é a felicidade humana. Mas isso não significa que estamos obrigados a nos tornarmos ricos, ou atarefados, ou mais eficientes, ou mais produtivos, ou mais progressivos. Nós não estamos obrigados a ser qualquer dessas coisas se elas não nos fizerem mais felizes”.

Para você que acha isso muito utópico cito um trecho do trabalho presente no site da Distributist Review: Isso tudo não é muito utópico?

Não, o Distributismo é um sistema prático, que é validado por vários exemplos de empresas Distributistas em funcionamento; em pequena escala, existem milhares de empresas baseadas em casa e de posse dos seus trabalhadores, bancos de microcrédito, cooperativas de crédito, e companhias de seguros; em grande escala, há a corporação de cooperativas Mondragón, na Espanha, uma das mais bem sucedidas cooperativas na Europa, e a economia Distributista de Emilia-Romagna (Bologna), na Itália, onde mais de 45% do PIB vem de cooperativas, e que possui um padrão de vida que é o dobro do restante da Itália, e um dos maiores da Europa. As economias e companhias Distributistas têm uma vantagem competitiva inerente sobre suas contrapartes capitalistas e socialistas, assim como benefícios sociais e comunitários que o capitalismo e o socialismo não conseguem desenvolver.

Você quer saber mais?

Currículo Lattes

http://lattes.cnpq.br/3735590007579581

Linkedin

https://br.linkedin.com/in/construindohistoriahoje

The Servile State de Hilaire Belloc

http://ldataworks.com/aqr/H_Belloc_The_Servile_State.pdf

Sociedade Chesterton Brasil

https://www.sociedadechestertonbrasil.org/o-esboco-da-sanidade/

Distributist Review

https://distributistreview.com/

Rerum Novarum

http://www.vatican.va/content/leo-xiii/pt/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_15051891_rerum-novarum.html

Doutrina Social da Igreja

http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html

https://web.archive.org/web/20070723062114/http://www.ciari.org/investigacao/dsi_e_democracia_crista_marca_jpII.pdf

Tradução para português do livro The Servile State

http://angueth.blogspot.com/2010/03/o-estado-servil.html

https://medium.com/sociedade-chesterton-brasil/o-m%C3%ADnimo-que-voc%C3%AA-precisa-saber-sobre-distributismo-77129312004a 

 

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Ave-Maria está na Bíblia?



Vamos ler Lucas-/,26-28. Como vimos o Próprio Anjo Gabriel, enviado por Deus, saúda Maria assim:
“AVE. CHEIA DE GRAÇA. O SENHOR É CONTIGO”(Lc 1.28).

Ele, enviado de Deus a declara  CHEIA DE GRAÇA.

Vamos ír agora em Lc 1,39-42. Você percebeu que Isabel, cheia do Espírito Santo exclamou:

“BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES E BENDITO É O FRUTO DO TEU VENTRE”. Se você notar bem, vai perceber que Isabel proclamou isso estando ela cheia do Espírito Santo, ou seja, o próprio Espírito Santo chama Maria de bendita. E mais, o mesmo adjetivo que o Espírito Santo (através de Isabel) usa para Maria (=bendita), usa para o fruto com seu ventre, que é o próprio Jesus (=bendito). Ora, meu irmão, se o Espírito Santo declarou Maria bendita, quem poderá dizer o contrário? Não tenha medo de bendizer (=dizer bem, falar bem de…) a mãe de Jesus. Da mesma forma que você fala bem de Jesus, fale bem também de Maria, sua mãe.

“SANTA MARIA”, como amava chamá-la Lutero fundador da Igreja Evangélica alemã. A palavra “Santa”, que quer dizer: ESCOLHIDA, SEPARADA PARA DEUS! Lembremos que São Paulo costumava chamar todos os cristãos de “Santos” (Co/ 3,12) e a Carta aos Hebreus diz: ” Por isso, irmãos santos, vocês participam de um chamado que vem do céu” (Heb 3, 1 j. Se todos os cristãos são “santos”, porque não posso honrar Maria com este nome?

Finalmente, quem é Jesus? Não é Deus Feito Carne! Se Maria é a mãe de Jesus, então podemos dizer dela que é também a “MÃE DE DEUS” encarnado. A esta mulher tão cheia de Deus, tão perto de Deus, não podemos pedir que ore por nós, que somos pecadores. Como já meditamos no episódio das Bodas de Cana, Maria é uma potente intercessora porque pedindo, consegue que Jesus faça um milagre que não quer. Existe uma intercessora mais potente daquela que consegue mudar até os planos de Jesus!

Com confiança, podemos concluir: “Rogai por nós, pecadores, agora e no hora de nossa morte, amém?”

Juntando todas estas frases bíblicas você vai construir a Ave Maria e é bom a gente orar com as Palavras da Bíblia quanto mais puder! AVE MARIA, CHEITA DE GRAÇA, O SENHOR É CONTIGO. BENDITA SOIS VÓS ENTRE AS MULHERES E BENDITO É O FRUTO DO TEU VENTRE JESUS. SANTA MARIA, MÃE DE DEUS, ROGAI POR NÓS PECADORES AGORA Ë NA HORA DA NOSSA MORTE AMÉM!
Você tem coragem de falar para Jesus que sua mãe era uma “mulher qualquer”!

Cada um de nós tem uma mãe nesta terra e, depois de Deus, ela é o ser que mais amamos, junto ao nosso pai. Cada um de nós ficaria muito sentido se alguém falasse que sua mãe é uma “mulher qualquer”. Imagine o que Jesus sente quando uma pessoa fala de Maria, a sua mãe, como de uma “mulher qualquer” (coisa que infelizmente muitos “crentes” dizem). S e o anjo Gabriel, enviado por Deus a engrandeceu com palavras sublimes: “Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você! “, “Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus. Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. ” (Lc 1,28- 31), não é admitido chamá-la de “mulher qualquer”. Se a Sagrada Escritura, pela boca de Isabel, a chama de “Bendita entre todas as mulheres” (Lc 1,42) quem poderá rebaixar esta sublime filha de Deus, que chamamos “Mãe de Deus” porque deu a vida, criou e educou Jesus, Verbo encarnado. Deus feito homem. Você já pensou com quanto carinho Maria cuidou de Jesus, ensinou-lhe a caminhar e a falar?
Catolicismo Romano

domingo, 22 de dezembro de 2019

A diferença entre a Bíblia Católica (baseada na Septuaginta), e a Bíblia Protestante (baseada na Tanakh)


Septuaginta

Autor: Leandro Claudir Pedroso

            Uma dúvida persistente tanto no meio católico quanto evangélico é o porquê da diferença entre a Bíblia católica e protestante. O motivo desta postagem é esclarecer esta dúvida fundamentada em bases históricas e não em opiniões particulares ou pejorativas. A diferença que existe nas duas versões está no Antigo Testamento, pois o Novo Testamento é idêntico em ambas  e está diferença que trataremos no trabalho que segue.

            Na lista de livros (cânon) do Antigo Testamento Católico estão presentes 46 livros e na versão protestante somente 39. No século XVI mais exatamente em 1517, os protestantes se separaram do Magistério da Igreja Católica, que tem por função ensinar a autoridade da Igreja, que deve ser obedecida pelos católicos. Entre suas atribuições está a de interpretar a Palavra de Deus, seja ela escrita ou transmitida e foi este magistério quem decidiu quais os livros comporiam o cânon das Escrituras Sagradas em 493 d.C, no concílio de Hipona. Segundo o catecismo da Igreja Católica o magistério da Igreja é composto pelos bispos em comunhão com o sucessor  de Pedro, o bispo de Roma, o Papa.

            Os protestantes acreditam que a Igreja Católica se corrompeu e não aceitam a autoridade desse Magistério. O protestantismo nasce com uma ideia arqueológica de ir às fontes originais dos textos bíblicos, como eram no principio da Igreja. As igrejas protestantes creem mais em sua pesquisa histórica do que na fé da Igreja de Cristo ao longo dos séculos, e está é uma fragilidade da eclesiologia protestante. Desta maneira os protestantes descobriram que os judeus tinham uma lista (cânon) de livros do Antigo Testamento diferente da Católica. Ao verificarem que a lista de livros judaicos continha somente 39 livros no Tanakh, que é a coleção canônica dos textos Israelita, fonte do cânon cristão do Antigo Testamento.

Falaremos agora um pouco sobre a Bíblia hebraica (Tanakh), que resultou na diferença dos textos. Tn"k (Tanakh) é um acrônimo são as 3 primeiras letras das divisões tradicionais no texto massorético: Torá, Nevi'im e Ketuvim (Ensinamento-profetas e escritos)—que resulta em TaNaK.

A Tanakh teve um processo lento de canonização dos livros, a lista foi fixada aos poucos, a TORÁ (Pentateuco) foi a primeira a ser fixada, depois os NEVI'IM (Profetas), somente num período posterior foram fixados os KETUVIM (Escritos). A diferença entre a Bíblia judaica (usada pelos protestantes) e a Bíblia Católica, está justamente nos Escritos, os Profetas e o Pentateuco são os mesmos.

Os Escritos não estavam fechados na época de Jesus e dos apóstolos, nesta época havia uma grande discussão sobre quais escritos eram canônicos. Os Saduceus (seita judaica formada por aristocratas) aceitavam unicamente a Torá, os Fariseus (seita judaica dedicada a observância da lei e pureza ritual) acreditavam nos Profetas e nos Escritos e tinham a visão de que o texto sagrado não estava fechado, e que a inspiração divina continuava atuando e podendo ampliar deste modo os Escritos canônicos!


Tanakh

Lista de livros da Tanakh

Pentateuco (Torá)

1-Bereshit-(Gênesis); 2-Shemot-(Êxodo); 3-Vayikra-(Levítico); 4-Bamidbar- (Números); 5-Devarim-(Deuteronômio).

Profetas (Nevi'im)

6-Yehoshua - (Livro de Josué); 7-Shoftim - (Livro dos Juízes); 8-9-Shmu'el - (I Samuel e II Samuel); 10-11-Melakhim - (I Reis e II Reis); 12-Yeshayahu - (Livro de Isaías); 13-Yirmiyahu - (Livro de Jeremias); 14- Yehezq'el - (Livro de Ezequiel); 15-Hoshea - (Livro de Oseias); 16-Yo'el - (Livro de Joel); 17-Amos - (Livro de Amós); 18-Ovadyah - (Livro de Obadias); 19-Yonah - (Livro de Jonas); 20-Mikhah - (Livro de Miqueias); 21-Nakhum - (Livro de Naum); 22-Habaquq - (Livro de Habacuque); 23- Tsefania - (Livro de Sofonias);
 24-Haggai - (Livro de Ageu); 25- Zekharia - (Livro de Zacarias);  26-Malakhi - (Livro de Malaquias).

Escritos (Ketuvim)

27-Tehillim (Salmos); 28-Mishlei (Provérbios); 29-Iyyôbh (); 30-Shīr Hashīrīm (Cântico dos Cânticos); 31-Rūth (Rute); 32-Eikhah (Lamentações); 33-Qōheleth (Eclesiastes); 34-Estēr (Ester); 35-Dānî'ēl (Daniel); 36-37-Ezrā (EsdrasNeemias); 38-39-Divrei ha-Yamim (I Crônicas e II Crônicas).

Sua subdivisão consiste de 24 livros; sendo que no Tanak: não há I e II Samuel, nem I e II Reis e nem em I e II Crônicas e Esdras e Neemias contam como sendo um só livro.
Com base nesta descoberta os protestantes deduziram que se os judeus possuem uma lista diferente de livros do Antigo Testamento diferente da Igreja Católica, é porquê a perfídia dos mesmos que acrescentou esses 7 livros “malévolos”. Foi assim que alguns protestantes começaram a tirar os livros, não foi Martinho Lutero quem tirou, foi um processo lento. Lutero continuou a publicar estes livros em separado em suas bíblias. Ele sabia que esses livros foram acrescentados numa segunda fase, uma segunda lista de livros que eles entraram. Várias igrejas protestantes publicaram estes livros até o século XIX. Até mesmo os protestantes não tiveram unanimidade nesse processo, pois creem mais na sua pesquisa histórica do que na fé na Igreja de Cristo. A fragilidade da eclesiologia protestante encontra-se no fato de ter nascido como a igreja da Bíblia, o Sola Scriptura, enquanto nós Católicos, cremos que a Igreja é o corpo de Cristo e a fé da Igreja nos da a Bíblia como presente.

Então de onde vieram os 7 livros presentes no Antigo Testamento da Bíblia Católica?

            Com a vinda de Cristo, os apóstolos tiveram que levar a palavra de Jesus ao mundo todo, e naquela época o grego koine, era a língua mais falada pelo mundo todo (era como o inglês atualmente), era a língua do comercio e das relações políticas. Os apóstolos começaram a pregar o evangelho em grego koine, mas a Bíblia estava escrita em hebraico, e utilizaram uma tradução grega da Bíblia que chamamos de Septuaginta (versão dos LXX [70]). A preciosa Septuaginta, foi feita no Egito, mais exatamente em Alexandria, motivo pelo qual também é chamada de “Alexandrina”, isso ocorreu por volta dos séculos III e II a.C. Considerada até os tempos modernos com obra coletiva de setenta e dois doutos hebreus vindos para isso de Jerusalém, a pedido de Ptolomeu Filadelfo (285-247 a.C), continua ainda a chamar-se  a versão dos Setenta ou os Setenta (LXX). Na realidade, como mostra o exame interno, os tradutores foram muitos, traduzindo quem este quem aquele livro, em épocas diversas, até que, reunidas as traduções, formou-se um Antigo Testamento totalmente grego, mais amplo do que o hebraico massorético, segundo o que acima foi dito. Entra aqui o testemunho, precioso pelo fato e pela época, do neto do autor do Eclesiástico, o qual  o prólogo de sua tradução da obra do avô, assevera ter ido ao Egito pelo 38° ano do reinado de Evergetes (cerca de 132 a.C.) e ali já ter encontrado traduzidos em grego, a Torá (Pentateuco), os Nevi’im (Profetas) e alguns outros Escritos que posteriormente formariam com mais alguns livros a Ketuvim (Escritos), isto é as três partes que os judeus dividem suas Bíblias.

            A tradução dos Setenta ou Septuaginta, possuí nela sete livros “a mais” do que na Bíblia hebraica. Muitas vezes no Novo Testamento quando os apóstolos citam o Antigo Testamento, é o texto da Septuaginta que estão citando e não da hebraica, existem várias coincidências textuais como quando São Mateus diz: “Eis que uma virgem conceberá e dará a luz a um filho (...)” (Mateus 1:23), este texto de Isaias 7:14 “Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho (...)”, se você for ler na Tanakh hebraica não diz virgem, mas jovem, só na septuaginta está escrito virgem, os apóstolos usavam esta tradução, e é assim que desde o inicio a Igreja usava a Septuaginta e não a hebraica.

            Vários estudos atestam que os Apóstolos e Evangelistas usaram a Septuaginta, a própria Sociedade Bíblica do Brasil, que edita várias versões das Bíblias protestantes afirmou que muitas citações e alusões do Antigo Testamento no Novo Testamento procedem diretamente da clássica versão grega dos Setenta. E que das 350 citações que o Novo Testamento faz do Velho Testamento, pelo menos 300 provêm da versão grega (Septuaginta).

            O Antigo Testamento (Tanakh) tinha no original três idiomas originais. A maior parte foi escrita e chegou até nós em língua hebraica. Alguns capítulos dos livros de Esdras e de Daniel, e um versículo de Jeremias, estão em aramaico, que foi o idioma falado na Palestina depois do exílio babilônico (século VI a.C). dois livros, o segundo dos Macabeus e a Sabedoria, foram escritos originariamente em grego. Dos livros de Judite, Tobias, Baruc, Eclesiástico e parte também de Daniel e Ester, perdeu-se como no caso no Evangelho de Mateus, o texto original em hebraico ou aramaico, sendo substituído pela versão da Septuaginta. Enquanto os judeus disseminados no mundo greco-romano não tinham dificuldades em introduzir os livros compostos em grego, os judeus da Palestina formando entre eles a opinião de que, depois de Esdras (século V a.C.), faltando ou sendo incerto o dom profético, nem sequer admitiam pudessem ser compostos livros inspirados por Deus. Por isso, quando nos fins do séc. I d.C. (período inicial da Igreja Cristã) na Escola Rabínica de Jâmnia, os doutores da sinagoga fixaram o cânon da Bíblia hebraica, Jâmnia não era um concílio, no sentido do concílio de Hipona ou outros da Igreja Cristã, mas uma escola rabínica aonde durante anos rabinos estudaram os livros que deveriam compor o cânon da Tanakh e fecharam os Escritos.

Em 70 d.C. com a queda de Jerusalém os rabinos ficaram sem seu templo e logo sem seus rituais sagrados de sacrifício, que os permitia ser uma religião de culto, agora necessitavam revisar sua fé, e centrar ela na Tanakh, tornando-se uma religião do livro, mas como esta estava fechada no que diz respeito ao Pentateuco e Profetas, mas estava aberta em relação aos Escritos, fez se necessário um veredito final rabínico sobre este assunto.

Além deste motivo, outro de extrema importância histórica ocorreu, os judeus começaram a ver que os cristãos estavam pregando de maneira diferente que os rabinos, tanto na intepretação dos textos como na forma de utilização, e houve a ”excomunhão” dos cristãos das sinagogas, eles foram proibidos de frequentar as mesmas. Isto levou os rabinos a necessidade de estabelecer à lista e fechar o cânon, os judeus então excluíram os livros “a mais” da septuaginta usada pelos apóstolos em suas pregações. Foram excluídos até os livros escritos em hebraico depois daquela época, como o Eclesiástico. Daí resultou o cânon hebraico em que faltam sete livros: TOBIAS, JUDITE, I E II MACABEUS, SABEDORIA, ECLESIÁSTICO, BARUC e a CARTA DE JEREMIAS e mais algumas partes de Ester e Daniel.

            Os protestantes ao aceitarem o cânon hebraico, estão aceitando a autoridade dos rabinos depois de Cristo e não antes de Cristo, aonde a Igreja Cristã deve submissão e respeito a Cristo e os Apóstolos e não mais aos rabinos. Em momento aonde a autoridade dos apóstolos pregava usando a Septuaginta.

            Para os católicos quem define quais os livros são  sagrados é a Igreja, e foi ela quem definiu a autoridade dos 27 livros do Novo Testamento. A pergunta histórica que não quer calar é esta: por que os protestantes aceitam a autoridade do magistério da Igreja Católica para a escolha dos livros do Novo Testamento e não do Antigo Testamento, pois foi o mesmo magistério da Igreja que os escolheu. Se os protestantes afirmam que não aceitam o Magistério da Igreja Católica, não deveriam aceitar nem o cânon do Novo Testamento!

            E não é por falta de divergência histórica que os protestantes aceitam o Novo Testamento definido pelo Magistério da Igreja Católica, pois o mesmo só foi fechado no final do III século d.C. Somente na época de Santo Agostinho é que as coisas estavam mais calmas sobre a discussão de quais livros eram inspirados por Deus e deveriam compor o Novo Testamento. O primeiro concílio que tratou desse assunto, foi o concílio de Hipona (393 d.C.), liderado por Santo Agostino que apresentou a lista com os 24 livros do Novo Testamento.

Vamos conhecer um pouco mais sobre os escritos deuterocanônicos:

Livro de Tobias:
Escrito em: século II a.C
Língua original: aramaico (conforme papiros encontrados em qumran), a versão grega dos LXX derivou do texto original.
Eventos relatam o período: século VIII a.C.

 Livro de Judite:
Escrito em: entre os séculos IV-II a.C. (fonte: Bíblia Ed. Paulinas, 1967 e Edição Pastoral, 2013)
Língua original do texto: hebraico ou aramaico, mas a versão que chegou até nós está em grego.
Eventos relatam o período: Não é uma narrativa histórica, mas uma novela com elementos fictícios para levar fé e esperança ao povo. (539-100 a.C, se fossemos considerar as citações históricas).

I Livro de Macabeus:
Autor: desconhecido
Escrito em: 100 e 64 a.C.
Língua original do texto: hebraico, mas a versão original usada por S. Jeronimo está perdida, servimo-nos de uma versão grega.
Eventos relatam o período: 175-135 a.C.

II Livro de Macabeus:
Autor: compilação de obras de Jason de Cirene.
Escrito em: 160-124 a.C
Língua original do texto: grego
Eventos relatam o período: 175-135 a.C.

Livro de Sabedoria:
Autor:  judeu desconhecido de Alexandria
Escrito em: 100- 50 a.C
Língua original do texto: grego
Eventos relatam o período: não se aplica

Livro de Eclesiástico:
Autor: Jesus Bem Sirá
Escrito em: 200 - 180 a.C.
Língua original do texto: hebraico
Eventos relatam o período: não se aplica


Livro de Baruc:
Autor: Baruc e outros
Escrito em: VI século a.C. (original hebraico); II século a.C (tradução grega).
Língua original do texto:  hebraico, mas está perdida nos servimos então da grega dos LXX.
Eventos relatam o período: 582-540 a.C

Carta de Jeremias:           
Autor: desconhecido
Escrito em: 540-100 a.C.
Língua original do texto: hebraico ou aramaico, mas está perdida nos servimos da grega dos LXX.
Eventos relatam o período: 586 a.C.

Adições a Ester:                
Autor: desconhecido
Escrito em: século II a.C.
Língua original do texto: grego/hebraico
Eventos relatam o período: 586 a.C.

Adições a Daniel:
Autor: desconhecido
Escrito em: II século a.C.
Língua original do texto: grego
Eventos relatam o período: 597-538 a.C

           Concluo aqui este pequeno trabalho, e espero que o mesmo possa auxiliar meus amigos com suas mentes ávidas do amanhã neste caminho pelo conhecimento histórico. Caso possuam alguma dúvida, ou querem sugerir um novo trabalho entrem em contato pelo formulário!

Você quer saber mais?

Bíblia Sagrada, Edições Paulinas, 1967.

Bíblia de Jerusalém, Paulus, 2010.

Hebrew Tenach, The Society for distributing hebrew scriptures, 2003.

Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Edições Loyolas Jesuítas, 2000. Pg. 36.

LIMA, Alessandro Ricardo (2007). O Cânon Bíblico. A Origem da Lista dos Livros Sagrados 1ª ed. Brasília: [s.n.] p. 22. 125 páginas.

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Sacramento da Eucaristia


Sagrada Eucaristia é o Sacramento em que Jesus Cristo entrega o Seu corpo e o Seu sangue Ele próprio – por nós, para que também nos entreguemos a Ele em amor e nos unamos a Ele na Sagrada Comunhão. Assim nos ligamos ao corpo único de Cristo, a Igreja.

A Eucaristia é, depois do Batismo e da Confirmação, o terceiro sacramento da iniciação cristão da Igreja Católica. A Eucaristia é o misterioso centro de todos estes sacramentos, pois a imolação histórica de Jesus na cruz torna-se presente, de uma forma oculta e incruenta, durante a consagração do pão e do vinho. A Eucaristia é, portanto, “fonte e centro de toda a vida cristã” (Concílio Vaticano II, Lumen gentium, n°.11). Tudo aponta para ela; aliás, não há nada maior que se possa alcançar. Quando comemos o pão partido, unimo-nos ao amor de Jesus, que no madeiro da cruz nos ofereceu o Seu corpo; quando bebemos do cálice, unimo-nos Àquele que até derramou sangue durante a Sua oferta por nós. Não inventamos este rito; foi o próprio Jesus que celebrou com os Seus discípulos a Última Ceia e antecipou a Sua morte; Ele ofereceu-Se aos Seus discípulos sob os sinais do pão e do vinho e exortou-os a celebrarem a Eucaristia a partir da Sua morte: “Fazei sito em memória de Mim!” (I Cor 11,24).

A celebração da Eucaristia é o cerne da comunhão cristã. Nela a Igreja torna-se Igreja. Distintos nomes designam este mistério insondável: Santo Sacrifício,  Santa Missa, Missa Sacrificial, Ceia do Senhor, Fração do Pão, Assembleia Eucarística, Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição, Santa e Divina Liturgia, Sagrados Mistérios, Sagrada Comunhão. A palavra Missa provém d fórmula de despedida em língua latina ITE MISSA EST, que significa “Ide, sois enviados!”

Youcat – Catecismo Jovem da Igreja Católica. São Paulo: Paulus Editora, 2011. Pg. 123-125.


segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Sobre a santidade de Maria


Deus quis que Jesus Cristo tivesse uma verdadeira mãe humana, reservando a Si próprio a paternidade do Seu Filho, pois desejava estabelecer um novo início que não se devesse às forças humanas, mas só a Ele.

A virgindade de Maria não é uma noção retirada da mitologia, mas está basicamente ligada à vida de Jesus. Ele nasceu de uma mulher, mas não teve um pai biológico. Jesus Cristo é um novo início, instituído no mundo pelo Alto. No Evangelho segundo São Lucas, Maria pergunta ao anjo Gabriel; “Como será isto, se eu não conheço homem?” (Lc 1,34); o anjo respondeu-lhe; “O Espírito Santo virá sobre ti.” (Lc 1,35).Embora se tenha feito troçado da Igreja, desde o princípio, por causa da sua crença na virgindade de Maria, ela sempre acreditou que aqui se tratava de uma virgindade real, e não meramente simbólica.

Outro fato importante que devemos abordar é referente ao fato que Maria não teve outros filhos senão Jesus, seu único filho biológico. Já na Igreja antiga se partia do princípio de que a virgindade de Maria era perene, o que excluía a ideia de que Jesus tivesse irmãos biológicos. Em aramaico a língua-mãe de Jesus, só existe uma palavra para ‘irmão’ e ‘irmã’, ‘primo’ e ‘prima’. Onde, nos evangelhos, se fala de ‘irmãos’ de Jesus (por exemplo, Mc 3,31-35), refere-se a parentes próximos d’Ele.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Biografia de São João da Cruz


São João da Cruz nasceu em 1542 em Fontiveros, província de Ávila, na Espanha. Seus pais se chamavam Gonzalo de Yepes e Catalina Alvarez. Gonzalo pertencia a uma família de posses da cidade de Toledo. Por ter-se casado com uma jovem de classe “inferior” foi deserdado por seus pais e tornou-se tecelão de seda.

Em 1548, a família muda-se para Arévalo. Em 1551 transfere-se para Medina del Campo, onde o futuro reformador do Carmelo estuda numa escola destinada a crianças pobres. Por suas aptidões, torna-se empregado do diretor do Hospital de Medina del Campo. Entre 1559 a 1563 estuda Humanidades com os Jesuítas. Ingressou na Ordem dos Carmelitas aos vinte e um anos de idade, em 1563, quando recebe o nome de Frei João de São Matias, em Medina del Campo. Pensa em tornar-se irmão leigo, mas seus superiores não o permitiram. Entre 1564 e 1568 faz sua profissão religiosa e estuda em Salamanca. Tendo concluído com êxito seus estudos teológicos, em 1567 ordena-se sacerdote e celebra sua Primeira Missa.

Infelizmente, ficou muito desiludido pelo relaxamento da vida monástica em que viviam os conventos carmelitas. Decepcionado, tenta passar para a Ordem dos Cartuxos, ordem muito austera, na qual poderia viver a severidade de vida religiosa à que se sentia chamado. Em setembro de 1567 encontra-se com Santa Teresa, que lhe fala sobre o projeto de estender a Reforma da Ordem Carmelita também aos padres. O jovem de apenas vinte e cinco anos de idade aceitou o desafio. Trocou o nome para João da Cruz. No dia 28 de novembro de 1568, juntamente com Frei Antônio de Jesús Heredia, inicia a Reforma. O desejo de voltar à mística religiosidade do deserto custou ao santo fundador maus tratos físicos e difamações. Em 1577 foi preso por oito meses no cárcere de Toledo. Nessas trevas exteriores acendeu-se-lhe a chama de sua poesia espiritual. “Padecer e depois morrer” era o lema do autor da “Noite Escura da alma”, da “Subida do monte Carmelo”, do “Cântico Espiritual” e da “Chama de amor viva”.

A doutrina de João da Cruz é plenamente fiel à antiga tradição: o objetivo do homem na terra é alcançar “Perfeição da Caridade e elevar-se à dignidade de filho de Deus pelo amor”; a contemplação não é um fim em si mesma, mas deve conduzir ao amor e à união com Deus pelo amor e, por último, deve levar à experiência dessa união à qual tudo se ordena”. “Não há trabalho melhor nem mais necessário que o amor”, disse o Santo. “Fomos feitos para o amor”. “O único instrumento do qual Deus se serve é o amor”. “Assim como o Pai e o Filho estão unidos pelo amor, assim o amor é o laço da união da alma com Deus”.

O amor leva às alturas da contemplação, mas como o amor é produto da fé, que é a única ponte que pode salvar o abismo que separa a nossa inteligência do infinito de Deus, a fé ardente e vívida é o princípio da experiência mística. João da Cruz costuma pedir a Deus três coisas: que não deixasse passar um só dia de sua vida sem enviar-lhe sofrimentos, que não o deixasse morrer ocupando o cargo de superior e que lhe permitisse morrer humilhado e desprezado.

Faleceu no convento de Ubeda, aos quarenta e nove anos, no dia 14 de dezembro de 1591, após três meses de sofrimentos atrozes. A primeira edição de suas obras deu-se em Alcalá, em 1618. No dia 25 de janeiro de 1675 foi beatificado por Clemente X. Foi canonizado e declarado Doutor da Igreja por Pio XI . Em 1952 foi proclamado “Patrono dos Poetas Espanhóis”.