domingo, 20 de fevereiro de 2011

ALLAN SANDAGE (1926 -)


Teve desde sua infância uma fascinação pelas estrelas e pelo funcionamento do mundo. Era uma criança religiosa, que freqüentava a Igreja Metodista enquanto seus pais dormiam. Obteve seu Bacharelado em Física na Universidade de Illinois (EUA) em 1948, e fez seu doutorado em Física no Instituto de Tecnologia da Califórnia. Posteriormente fez o pós-doutorado na Universidade de Princeton. Em 1952 começou a trabalhar com um grupo de pesquisadores dos Observatórios do Monte Palomar e do Monte Wilson, e como assistente do famoso Edwin Hubble. Hubble morreu um ano depois, deixando Sandage encarregado da tarefa de continuar a cartografia estelar da expansão do universo. Em 1997 aposentou-se, porém continuou como Astrônomo Emérito do Grupo de Pesquisa dos Observatórios (em Pasadena, Califórnia) pertencente à Instituição Carnegie de Washington.

A continuidade dada por Sandage à disciplina de observação cosmológica que Hubble havia iniciado lançou a base para responder as perguntas fundamentais da Cosmologia: idade, tamanho, forma e, talvez, destino do universo. Para isso, era necessário achar o verdadeiro valor da constante de Hubble, Ho (ou seja, a velocidade da expansão do universo) e o parâmetro de desaceleração (ou seja, como decresce essa velocidade). Em 1929 o valor que Hubble obteve para Ho era 500 km/seg/Mpc, porém com novas técnicas usadas entre 1960 e 1970, Sandage e G. Tammann (suíço) reduziram este valor para 50. Isto trouxe a idade do universo para cerca de 20 bilhões de anos. A constante de Hubble se baseia em dois valores: a) o deslocamento para o vermelho da luz das galáxias, o que é relativamente fácil de determinar, e b) a distância até essas galáxias, o que é muito mais difícil. Tem havido muitas controvérsias acerca desses valores, porém os últimos dados são mais consistentes com o valor de Ho determinado por Sandage.

Além de trabalhar com a constante de Hubble, Sandage tem também investigado as pulsações das estrelas variáveis, a evolução estelar, a primeira identificação óptica dos quasares e a classificação, formação e evolução de galáxias. Sandage escreveu mais de 400 artigos e cinco livros. Foi premiado com as mais altas honrarias pela Inglaterra, Estados Unidos e Suécia (esta última equivalente ao prêmio Nobel).

Sandage ressalta que a ciência pode tratar somente de uma área limitada dos problemas. A astronomia não pode nos dizer o porquê, nem indicar-nos o propósito. A ciência não pode nos dar base para compreendermos a existência, o propósito, o valor moral, e o livre arbítrio. A ciência não tem significado em si mesma, porém a religião é plena de significado.

Por volta dos seus cinqüenta anos, Sandage veio a compreender que deve haver algum princípio organizador e de ordenação, que chamou de Deus. O mundo era demasiado mágico para ser um acidente. As "conexões delicadas" necessitavam de um programa de ação. A astronomia mostrava evidências de planejamento, e mesmo a vida podia ser melhor explicada como milagre do que como casualidade. A "tremenda complexidade do equilíbrio químico do corpo humano" tinha que ser um milagre, não poderia ser causada pela "progressiva seleção do mais apto". Temos que "inclinar-nos ante o mistério da existência".

Entretanto, o fato da existência de planejamento levou Sandage ao "Deus dos filósofos e não ao Deus das Escrituras". Reconheceu que identificar a força organizadora como o Deus da Bíblia requeria um salto de fé. Não bastava somente o caminho da razão. Apenas um ato de vontade lhe poderia trazer paz, e finalmente decidiu dar o salto de fé. "Finalmente decidi usar minha vontade para crer", diz Sandage. "As respostas às perguntas da vida requerem um ato da vontade e este ato da vontade não encontra lugar no método científico. No cristianismo nós cremos antes de ter todas as evidências, e então esperamos o que acontece. A fé precede a compreensão; e temos que crer para poder entender. Esta trajetória religiosa, às vezes, é um salto demasiado grande para alguns homens de ciência."

A conversão completa de Sandage foi no ano de 1980 e deu-se com a ajuda do testemunho de cristãos dedicados que ele admirava por outras razões. Uniu-se a uma comunidade de fé, e passou a pertencer aos "Fundamentalistas Evangélicos."

Sandage afirma: "o evento da criação está fora do campo da ciência e somente pode ser entendido através do sobrenatural. A expansão do universo é uma predição científica que aponta para o evento da criação. As flutuações quânticas como fontes de criação são uma especulação vazia. A física não provê nenhum modo de predizer este evento sobrenatural." Ele considera que a ciência e a religião devem relacionar-se mutuamente com seriedade, porém devem-se fixar claramente seus limites. A ciência responde o que, quando e como, e a religião responde por quê.

Sandage se considera um homem religioso. Suas vigílias à noite no telescópio são-lhe inspiradoras. Contudo, a ciência encerra muitos mistérios para ele: por que a matemática explica tão bem o mundo; o porquê da ação à distância da gravidade de Newton; o eletromagnetismo de Maxwell e como funciona; e a mecânica quântica.

Em seu escritório há um frasco que ele chama de "Vitaminas Bíblicas Superpotentes", contendo 365 cápsulas plásticas com versos da Bíblia. Dentre eles "Porquanto sois filhos, Deus enviou a vosso coração o Espírito de Seu Filho" (Gálatas 4:6). "Oh Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda terra é o Teu nome! Pois expuseste nos céus a Tua majestade" (Salmo 8:1).

Referências
Durbin, William A. 2003. "Negotiating the Boundaries of Science and Religion: The Conversion of Allan Sandage." Zygon 38 (Março): 71-84.
Sandage, Allan. 2002. Entrevista com Philip Clayton, e "Science and religion: Separate closets in the same house." In Science and the Spiritual Quest: New Essays by Leading Scientists, ed. W. Mark Richardson, Robert John Russel, Philip Clayton, and Kirk Wegter-McNelly, 52-63. New York: Routledge.
Thompson, Francis. 1881. "The Hound of Heaven" - http://www.cin.org/liter/hound.html e http://sandhwak.tripod.com/adtxt/astronomy.html

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Professores do Unasp debatem origem da vida com evolucionistas

Imagem fonte: Sociedade Criacionista Brasileira

por Wendel Lima


Cerca de 200 alunos de Biologia da Universidade de Taubaté (Unitau) tiveram uma aula diferente. Eles puderam conferir o que pensam os criacionistas sobre a origem da vida. O encontro, que foi organizado por um universitário adventista, contou com a participação de dois professores do Unasp, a Dra. Márcia de Oliveira e Dr. Nahor de Souza Jr. Além de realizarem palestras, os professores adventistas debateram o tema numa mesa redonda com dois evolucionistas.

O mini-curso sobre criacionismo marcou o último dia da 18ª. Semana de Biologia da Unitau. A Dra. Márcia de Oliveira, coordenadora do curso de Biologia do Unasp, falou sobre algumas falhas da teoria evolucionista. Já o Dr. Nahor de Souza Jr., coordenador do curso de Engenharia Civil, palestrou sobre o modelo criacionista para a idade da Terra. Segundo ele, o planeta teria alguns milhares de anos, ao invés dos bilhões de anos defendidos pelos evolucionistas.

Os resultados

O professor evolucionista da Unitau, Dr. Júlio Voltolini destacou que os cientistas que defendem os dois lados devem trabalhar juntos. Ele argumenta que a discussão sobre a origem da vida deve ser realizada com o confronto dos modelos, para que ambos percebam as lacunas das duas teorias. “Eventos como este são importantíssimos, já que precisamos de espaço para os dois opinarem”, ressaltou.

Para a Dra. Márcia Oliveira o encontro serviu para que os alunos conhecessem uma teoria que não é explicada em sala de aula. “De acordo com o conceito de ciência atual, o criacionismo é considerado religião, pois aceita o sobrenatural, porém, ele também se vale de evidências científicas”, acrescenta. Para o professor Nahor, o evento mostra uma tendência no meio acadêmico brasileiro: a discussão do criacionismo. Mesmo assim ele lamenta a lenta abertura da comunidade científica: “ainda existe muito preconceito entre os cientistas, por isso debates assim são raros”.

O aluno do 2º. ano, Davi Martins, após conhecer um pouco da teoria criacionista, disse que ela parece ter base científica. O estudante aprovou o debate: “Todas as faculdades deveriam ter esses eventos, pois tem muita gente que desconhece as bases dessa controvérsia”. A aluna do 3º ano, Beatriz Borges, acredita que o criacionismo também apresenta evidências científicas. Mas destaca que os dois modelos têm falhas: “as coisas que o evolucionismo não consegue explicar são argumentadas com teorias, e as que o criacionismo não tem resposta, são remetidas a Deus”.

Preconceitos

Para o estudante Edson Soares, organizador do debate, o universitário cristão enfrenta dificuldades nas universidades seculares. Ele relata que principalmente nos cursos da área de biológicas o evolucionismo é currículo obrigatório, por isso os alunos criacionistas são obrigados a estudarem aquilo que contestam. “Esta grade não permite ao aluno uma segunda opção, não permite questionar”, lamenta Edson. Para ele o debate ajudou os alunos e professores a compreenderem que é possível conciliar ciência e religião.

O encontro era planejado há três anos pela professora de Biologia do Colégio Adventista de Taubaté, Alessandra Campana. Ela, que se formou pela Unitau, não conseguiu na época de estudante promover o evento, devido aos empecilhos colocados pela universidade. No entanto, o também adventista Edson Soares, que cursa o 3º. ano de Biologia na mesma instituição, por participar da liderança do diretório acadêmico, articulou o debate. Alessandra comemorou o encontro: “para nós foi uma vitória, pois esse debate foi muito esperado, inclusive pelos ex-alunos”.

O modelo evolucionista defende que a vida não surgiu de modo sobrenatural, mas do acaso. Já os criacionistas procuram conciliar a ciência com o relato da Bíblia, aceitando Deus como o originador do universo. O debate sobre a origem da vida tem ganhado cada vez mais espaço na imprensa e no meio acadêmico. As principais discussões são quanto à base científica do criacionismo, e se o mesmo deve ser ensinado nas escolas públicas. Fonte: Sociedade Criacionista Brasileira

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