Zoológico humano de senegaleses na Bélgica.
Autora: Isabel Cristina S. Pedroso, estudante e colaboradora do Construindo História Hoje.
Os
zoológicos humanos surgiram em 1874, ano o qual o mundo vivia o
Neocolonialismo. Neste ano um vendedor de animais selvagens chamado Karl
Hagenbeck, resolveu apresentar à visitantes, nativos de Samoa e da Lapônia.
Diante do sucesso que obteve com essa exibição e outras, resolveu em 1876
encaminhar seu ajudante ao Sudão egípcio, com o objeto de trazer novos animais
para sua atração. Esse novo modelo de negócio se estendeu por variados países,
como Alemanha, Inglaterra, Noruega, França e entre outros. Assim, com essa
popularidade uma exibição qualquer recebia em torno de 300 mil espectadores, e
era perceptível que para a população ocidental os nativos eram inferiores e selvagens.
Esses visitantes arremessavam alimentos e itens sem valor, sem contar que falavam
sobre suas fisionomias, o comparando-os com primatas. As exposições tinha como objetivo
saciar o sadismo europeu que se consideravam superiores a outros povos, e estavam
cada vez mais espalhando pelo mundo, uma imagem de inferioridade dos nativos. Com
essa errônea animalização de outro ser, é absurdo perceber o quanto
jornalistas,
políticos ou
até cientistas não se comoveram com a atual situação dos nativos, em relação às
precárias condições sanitárias e moradia.
Até mesmo publicações
científicas apresentam o povo nativo como uma conquista colonial e um povo
medíocre, por exemplo a obra do Conde de Gobineau concretiza a desigualdade
racial, onde aponta diferenças da inteligência, força física e beleza das
formas, criando as noções de “raças superiores” e “raças inferiores”. O médico
Samuel George Morton afirmava que os crânios possuem diferentes tamanhos, e
quanto maior forem, maior o cérebro e a inteligência contida. Assim, Samuel,
abordava que os crânios de europeus e americanos eram significamente maiores do
que os de africanos, mongóis, tasmanianos e entre outros. Com isso, eram
considerados raças inferiores podendo serem escravizados e torturados, Samuel e
diversos outros médicos realizavam o racismo científico, trazendo abordagens
para os povos negros serem considerados "estranhos" e inferiores.
O
desenvolvimento científico na análise da espécie humana, fez com que fosse
visto a espécie humana como um todo, e diferentes etnias dentro da mesma, e
junto com a criação de universidades e colégios, auxiliou com que muitas
pessoas possuíssem consciência sobre isso. Hoje em dia não temos mais situações
como ao zoológico humano, mas pessoas negras ainda enfrentam diferentes
problemas na sociedade, como falta de empregabilidade, olhares de julgamentos,
falas desnecessárias sobre o cabelo ou cor de pele, e entre outras. Atos como
esses de 1874 jamais serão aceitos e cometidos novamente, já que hoje em dia
possuímos leis sobre os direitos humanos, como a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, criada após a Segunda Guerra Mundial em resposta às
atrocidades cometidas com os Judeus.
Isabel Cristina S. Pedroso