quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Máfia chinesa: Tríades Chinesas


            O surgimento das Tríades Chinesas ocorreu devido a fatores históricos, especificamente a guerra entre os Hans e os Manchus na China. Os grupos criminosos tiveram origem em 1644 pela etnia Hans e tinham como objetivo expulsar os invasores Manchus, fundadores da dinastia Ming. Em 1760, os Hans criaram a “Sociedade do Céu e da Terra” para combater a dinastia Ming e restaurar seus valores e regras.

            A influência destas sociedades espalhou-se por toda a China e o grande contingente começou a se ramificar em pequenos grupos, entre eles a “Sociedade das Três Harmonias”. Este grupo adotou um triângulo com emblema, geralmente acompanhado por imagens de espadas ou retratos de imagens decorativas de espadas ou retratos de Guan Yu, um dos mais temidos guerreiros da China Antiga.

            Estes segmentos criminosos foram batizados de tríades pelas autoridades inglesas, em referência ao símbolo que utilizavam. Alguns historiadores apontam que estas máfias surgiram como parte de um movimento revolucionário chamado “Seita do Lótus Branco”, que teria totalizado dois milhões de membros em suas fileiras e organizado mais de 80 rebeliões.

            Em 1949, quando o Partido Comunista Chinês tomou o poder na China continental, a lei tornou-se mais rigorosa e o cerco foi fechado em torno das organizações criminais. Com a pressão do governo, a tríades migraram para Hong Kong, que ainda era uma colônia da Inglaterra. Segundo dados do governo chinês, o número de integrantes da máfia chinesa em 1950 era estimado em 300.000 membros apenas em Hong Kong.

            Um ano depois, nove grupos dividiam o poder na cidade: Rung, Tung, Chuen, Wo Hop To, 14K, Luen, Shing, Sun Yee On e Wo Shing Wo. Cada uma dessas organizações contava com base de atividades própria e sistema de hierarquia social. Após os tumultos gerados pela máfia chinesa em 1956, o governo e a polícia de Hong Kong apresentaram um plano ainda mais rigoroso de punição e repressão aos foras-da-lei, diminuindo sua atividade.

            Entre as práticas ilícitas das Tríades Chinesas está a exploração da prostituição. Estes grupos traficam mulheres do Sudeste da Ásia, da América do Sul e do Leste Europeu para a Europa Ocidental. Outras atividades que praticam são a movimentação de drogas ilícitas, contrabando de cigarros, de munições, organização de sequestros, homicídios, roubos, e jogos de azar.

            Assim como em todas as máfias, as tríades conservam seus costumes antigos, punindo os discípulos deixando-os sem comer (pão e água), queimando-os e amputando seus dedos de pés e mãos. Dentro dos grupos, existem funções e hierarquias.

            No nível 1 está o grande chefe, o “Cabeça de Dragão”, os responsáveis pelo ritual de iniciação dos novatos, “Mestres de Incenso” e os responsáveis pela pesquisa da vida do novo integrantes, “Patrulheiros do Vento”.


Máfia Albanesa: discretos e perigosos




Violência e expansão internacional marcam a máfia albanesa

            Quando se fala em máfia, países como Itália, Rússia e Japão são rapidamente lembrados por seus grandes e famosos grupos mafiosos. Poucos, porém, se lembram ou até mesmo têm conhecimento de que na pequena Albânia, no leste europeu, a máfia não é menos perigosa.

            Atuando na Europa, Estados Unidos, Ásia e Oriente Médio, a máfia albanesa está envolvida com o tráfico sexual, de armas, drogas e órgãos. A forte ligação com grupos islamicos faz com que muitos cogitem um possível tráfico de alguma arma de destruição em massa, em parceria com países árabes. Já os vínculos mantidos com as máfias italianas é uma das grandes fontes de renda dos criminosos albaneses que enviam, principalmente, mulheres e drogas ao sul da Itália.

            Os princípios da máfia albanesa, também chamada de “Bajrak” são baseados em um código de honra surgido no século XV, que regia as famílias da região. Tal código conhecido como Canon é, basicamente, sustentado por um pensamento que pode ser descrito pela máxima “palavra dada, palavra cumprida”. A prática de vinganças era legitimada pelo código, o que acabou sendo adotado pelos clãs mafiosos albaneses, que hoje são conhecidos por suas violentas vinganças que ajudam a implantar uma cultura do medo no país com cerca de 5 milhões de habitantes, e a espalhar seus domínios e barbáries a países vizinhos como Kosovo, Macedônia e Montenegro.


            A atuação da máfia fora do território albanês aumentou na década de 90, após a queda do comunismo no país. As gangues rapidamente se espalharam pela           Europa e continuaram avançando, chegando a atuar até mesmo nos Estados Unidos. Em entrevista à CNN, Chris Swecker, diretor assistente da Divisão de Investigação Criminal do FBI afirmou que os outros grupos mafiosos com os quais já havia lidado são muito mais sofisticados e menos violentos do que a máfia albanesa. De acordo com Chris, 15 das 24 famílias mafiosas que atuavam nos Estados Unidos foram presas, e diz que as 9 restantes terão o mesmo fim. Além disso, há uma investigação especial feita pelo FBI para descobrir se há algum tipo de financiamento ao terrorismo de militantes muçulmanos feito por essas organizações criminais.

            Na Europa, policiais ingleses estimam que mais de 75% dos bordéis são controlados pela máfia albanesa, assim como boa parte das casas noturnas do badalado bairro londrino Soho, movimentando mais de 15 milhões de libras por ano. Glasgow, Liverpool e Cardiff também são centros controlados, em grande parte, pela máfia albanesa. As vítimas do tráfico sexual, geralmente mulheres vindas do Leste Europeu, não denunciam seus opressores mesmo quando a polícia garante protegê-las. Algumas poucas corajosas relatam os abusos sofridos: estupros, espancamento e falta de comida. A ameaça, ou melhor, promessa mais constante é de que se elas tentarem escapar terão suas famílias dizimadas. Estima-se que só na Grã-Bretanha mais de 20 mil mulheres são mantidas como escravas sexuais pela máfia albanesa. Muitas são exclusivamente prostitutas virtuais, incluindo garotas de apenas 14 anos. Um oficial da Scotland Yard chegou a dizer ao The Times que nunca viu nenhum grupo como as gangues albanesas, e que eles chegam a ser viciados em violência.

            Em Kosovo, a máfia albanesa se aproveitou do complicado processo de independência do país para criar um comércio de tráfico de órgãos. Seis centros de detenção foram encontrados no interior da Albânia, onde eram mantidos prisioneiros sérvios e kosovares. De acordo com governantes suíços que fizeram a denúncia, mesmo após a rendição da Sérvia em 1999, tais centros foram mantidos para tortura e retirada de órgãos. Os órgãos são posteriormente vendidos no mercado negro.

            As acusações apontam uma aliança entre a máfia albanesa e o Exército de Libertação de Kosovo (UCK), além do envolvimento de atuais governantes do país, aliás, o primeiro ministro de Kosovo, Hashum Thaci é acusado de ser chefe de um dos grupos mafiosos da Albânia.