domingo, 31 de outubro de 2010

Quem são os Mórmons?

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos do Últimos dias.

Surgiu nos Estados Unidos, em 1830, com o visionário norte-americano Joseph Smith (1805-1844). O nome completo e oficial da igreja é: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. O nome da Igreja está relacionado com o fato de estarmos vivendo os últimos dias antes do fim do mundo, segundo seus ensinamentos. O livro sagrado chama-se O livro de Mórmon, o qual foi traduzido por Joseph Smith, em 1830. Apesar do nome, não são reconhecidos como uma religião cristã, pois adotam O livro de Mórmon como norma e não aceitam as principais doutrinas cristãs, como a Trindade, a Ressurreição, a Redenção e outras.

Missionários Mórmons, denominados pela igreja "Elder".

Aos quinze anos de idade, Joseph Smith ficou profundamente impressionado ao ler a epístola de São Tiago 1:5: "se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus, e ele dará porque é generoso e dá com bondade a todos". Em 25 de setembro de 1820, saiu pelos campos de Manchester, Estado de Nova York, onde foi envolvido por uma luz fortíssima e ouviu: "este é meu filho muito amado, escutai-o!". Os mensageiros revelaramlhe ainda que todas as religiões existentes no mundo eram erradas e que não se filiasse a nenhuma delas.

Na época, seus pais estavam ligados a Igreja Presbiteriana e participavam ativamente da cruzada de reavivamento espiritual naquela região.
Três anos mais tarde, um anjo incumbiu-lhe de uma missão: restaurar a Igreja de Jesus Cristo. Teria inicialmente de traduzir escritos feitos catorze séculos antes por Mómon (pai do anjo Moroni que apareceu a ele, mas Moroni agora um ser glorificado como a crença da igreja na qual o espirito evolui até se tornar um "deus") e cujo nome se originou da combinação de MORE, que quer dizer mais, em inglês, com MOM, que significa bom, em egípcio.

Esses escritos estariam contidos em placas de ouro escondidas nas proximidades da Palmyra, nos Estados Unidos. Nestes escritos, conforme dissera-lhe o anjo chamado Moroni, encerrava-se a plenitude do Evangelho eterno, assim como foi entregue pelo Salvador aos antigos habitantes da América.

Em 22 de setembro d 1827, Joseph Smith teria recebido o livro em forma de placas de ouro. Mesmo não conhecendo outras línguas além do inglês, traduziu e decodificou o livro, que foi concluído em julho de 1829 e impresso em 1830. Em seguida, as placas de ouro foram devolvidas aos céus.

Inicialmente três e, depois, mais oito homens afirmaram terem visto este livro. O livro de Mórmon narra a história de civilizações antigas e, em especial, a história da chegada de uma família na América do Norte. Esta família se dividiu em dois grupos: lamitas, de cor negra, e os nefitas, de cor branca. Mórmon descendia dos nefitas, e seu filho Moroni foi o autor das plaquetas de ouro, que deram origem ao livro de Mórmon.

No dia 6 de Abril de 1830, em casa de Peter Whitmer, na cidade de Fayette, condado de Seneca, Nova York, Joseph Smith e mais cinco homens reuniram-se e organizaram a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Naquela data, Joseph tinha 24 anos e os outros cinco eram mais ou menos da mesma idade. Durante esta reunião, Joseph recebeu uma revelação pela qual foi designado vidente, profeta e apóstolo de Jesus Cristo. Desde aquele dia ele tem sido chamado de "profeta".

Acreditam que O livro de Mórmon é o livro mais correto da Terra, a pedra fundamental da sua religião e que, seguindo seus preceitos, o Homem se aproximará de Jesus Cristo. O batismo é por imersão e a partir dos sete anos de idade, porque a criança, antes desta idade é considerada anjo e não tem pecados.

Batizam-se também pelos mortos, daí a importância da pesquisa genealógica e da identificação do nome através de plaquetas.

São evolucionistas e acreditam que Deus também evoluiu. A alma preexiste, Deus é aquilo qu o HOmem poderá ser, e o homem é o que Deus já foi, dizem eles. Ao matrimônio atribuem um valor especial. O casamento realizado no templo é eterno, e, mesmo depois da morte, o casal continua casado. A comunhão é feita com pão e água. O domingo é um dia sagrado, é o dia da família. A familia é eterna e recebe uma atenção especial. Joseph Smith permitiu a poligamia para proteger as viúvas de guerras.

A igreja é acusada de ser racista, pois não permitia homens de cor em sua diretoria ( por serem descendentes do Lamitas).

Outra caracteristica da Igreja é o fato de armazenarem alimentos, a fim de estarem preparados para a vinda de Cristo. A hieraquia da Igreja segue uma forma piramidla. No topo, o presidente, depois os doze profetas, seguidos por um grupo maior de setenta bispo, e por último os sacerdotes.

O centro mundial dos mórmons fica em Salt Lake City, estado de Utah, nos Estados Unidos, onde existe a maior e mais completa biblioteca genealogica do mundo. No Brasil, o centro fica em São Paulo.

Leandro CHH

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Kuchenbecker, Valter. O Homem e o Sagrado, 1998.

sábado, 30 de outubro de 2010

!!!!!VOTE CONSCIENTE!!!!!


Grande parte da população odeia política, e odeia votar, obrigado diga-se de passagem, mas convenhamos lutamos tanto por eleições diretas, por termos a possibilidade de escolhermos nossos governantes e agora há cidadãos que vão as urnas sem a menor preocupação, vão lá com a mentalidade de “escolher o candidato menos pior” em vez de escolher alguém com quem realmente ele se identifica e que julga ser um candidato licito, isso é ser um cidadão digno de aplausos, alguém não deve votar por pressão sendo ela da mídia e suas “pesquisas mentirosas” (alguém aqui já fora entrevistado ?) que “forçam” o eleitor indeciso ou desinformado a votar naquele que está na frente para não “jogar seu voto fora”, mas ora isto é que é de fato jogar seu voto fora, cada um deve votar (ou não) naquele candidato que julgue o ideal e não no candidato “da maioria”, ou então votar por pressão de próprios maus candidatos compradores de voto, que lhe prometem emprego, carro, dinheiro, dentadura etc, e até mesmo ameaça de morte para obter o seu tão importante voto.

'Computador' de 2 mil anos previa ciclo das Olimpíadas.


Cientistas decifraram as inscrições de um mecanismo grego de mais de 2 mil anos e sugerem que o sistema servia como um calendário para os jogos esportivos, entre eles, as Olimpíadas.

O Mecanismo é um sistema complexo de rodas e engrenagens

O Mecanismo de Anticítera foi encontrado em 1901 por um grupo de pescadores de esponjas, em um barco naufragado. O complexo sistema é composto por rodas e engrenagens de bronze.

Desde a descoberta, os cientistas já haviam identificado que o Mecanismo era capaz de calcular a posição do Sol e da Lua.

No estudo recente, publicado na edição desta semana da revista científica Nature, um grupo de pesquisadores descobriu que o mecanismo servia ainda como uma espécie de computador que armazenava informações sobre o ciclo quatrienal dos jogos esportivos pan-helênicos.

Liderado por Tony Freeth, do Projeto de Pesquisa do Mecanismo de Anticítera, o grupo fez radiografias dos 30 discos do sistema e conseguiu decifrar as pequenas inscrições gravadas nas superfícies.

Um dos discos, até então considerado um calendário de 76 anos, estava gravado com as palavras “Olympia”, “Nemea” e “Naa”– referência ao nome de alguns dos jogos pan-helênicos, formados por quatro jogos que ocorriam ao longo de quatro anos.

“O ciclo das Olimpíadas era um ciclo de quatro anos muito simples, e não era preciso um instrumento sofisticado como esse para fazer o cálculo. Foi uma grande surpresa quando vimos isso”, disse Freeth.

“Mas os Jogos tinham tanta importância cultural e social que não é incomum o fato de terem sido inscritos no Mecanismo”, afirmou.

“As novas inscrições revelam que o mecanismo não era simplesmente um instrumento de ciência abstrata, mas que demonstrava fenômenos astronômicos relacionados com as instituições sociais da Grécia”, disse o pesquisador.

Arquimedes

O grupo de pesquisadores identificou ainda que o mecanismo trazia o nome dos 12 meses. Segundo o estudo, os nomes seriam de origem coríntia, o que indicaria que o conceito do mecanismo poderia ser estendido até Arquimedes, que viveu entre 287 a.C e 212 a.C.

De acordo com Alexander Jones, professor do Instituto para o Estudo do Mundo Antigo em Nova York, nos Estados Unidos, o Mecanismo de Anticítera foi muito provavelmente construído “décadas depois” da morte de Arquimedes.

Caso realmente tenha origem na região coríntia de Siracusa, é possível que o Mecanismo tenha sido criado pela escola de cientistas e inventores de instrumentos inspirada nos ensinamentos de Arquimedes.

O artefato foi encontrado pelos mergulhadores ao lado de outros tesouros e retirado dos restos de um naufrágio a 42 metros de profundidade na ilha de Anticítera, entre Creta e Citera.

O Mecanismo de Anticítera está exposto no Museu Nacional de Arqueologia, em Atenas.

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http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/07/080731_computadorgrego_np.shtml

Arqueólogos encontram mina que pode ter sido do Rei Salomão.

A descoberta de uma mina de cobre na Jordânia pode ser ser uma indicação da existência do personagem bíblico Rei Salomão, segundo arqueólogos.

As escavações já estão sendo realizadas a 11 anos.

Através de testes de radiocarbono, os cientistas constataram a existência de minas de cobre em uma região e época que coincidem com descrições feitas no Velho Testamento.

Até essa descoberta, acreditava-se que a extração e o aproveitamento do cobre só começaram a existir na Jordânia depois do século 7 a.C., ou seja, 300 anos depois da suposta existência do rei.

"A pesquisa apresenta dados científicos que confirmam o que está escrito na Bíblia", afirmou à BBC Brasil um dos líderes do grupo de arqueólogos, Mohammad Najjar, da instituição jordaniana Friends of Archaeology & Heritage, que conduziu o projeto em parceria com a universidade americana de San Diego.

"Foi uma surpresa, não esperávamos encontrar tantos artefatos de metal produzidos antes do século 7 a.C.", disse Najjar.

"Não é possível dizer com certeza se as minas encontradas são mesmo as do rei Salomão, mas neste momento, as possibilidades de ele ter existido aumentaram bastante."

"O que se sabe, indiscutivelmente, é que o povo edomita – descendentes de Esaú, segundo a tradição hebraica – praticava a metalurgia na época indicada pela Bíblia, muito antes do que se pensava", disse.

A escavação vem sendo conduzida em Khirbat en Nahas, um antigo centro de produção de cobre ao sul do Mar Morto, desde 1997.

Lendas

Segundo o Velho Testamento da Bíblia cristã (que utiliza escrituras judaicas, o Tanakh), o rei Salomão teria unido os reinos hebreus de Israel e Judá por 30 anos, cerca de 1000 a.C..

Segundo a Bíblia, Salomão teria sido o terceiro rei dos hebreus, depois de Saul e Davi, e seu reinado, um período de fartura.

No entanto, não existiam evidências de sua existência ou de um reino que dominasse conhecimentos de metalurgia à época naquela região.

As lendas em torno do personagem cresceram no século XIX, quando o inglês Henry Ridder Haggard publicou seu romance de ficção As Minas do Rei Salomão, que popularizou o mito em torno dos segredos de supostas minas com tesouros em ouro, diamante e marfim.

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http://www.bbc.co.uk/

Pesquisa revela uso de armas químicas contra romanos.

Betume e Cristais de Enxofre

Um pesquisador da Universidade de Leicester, na Inglaterra, diz ter identificado o que parece ser a mais antiga evidência arqueológica do uso de armas químicas.

Segundo o pesquisador Simon James, cerca de 20 soldados romanos, encontrados em um sítio na antiga cidade de Dura-Europos, localizada no atual território da Síria, foram mortos não devido a ferimentos de espada ou lança, mas sim por asfixia.

Os corpos de soldados romanos foram encontrados em escavações realizadas na década de 1930. Eles estavam em uma galeria estreita, com menos de 2 metros de altura e de largura e cerca de 11 metros de comprimento, e ainda portavam suas armas.

Ao realizar novas pesquisas no local, James buscou descobrir a maneira exata como esses soldados haviam morrido e seus corpos haviam sido dispostos da maneira em que foram encontrados.

James disse que pesquisas na galeria em que os corpos foram encontrados revelaram que os persas, em combate com os romanos, teriam usado betume e cristais de enxofre para incendiar o túnel.

De acordo com o cientista, quando incendiados esses materiais formam densas nuvens de gases sufocantes, o que teria provocado a morte dos soldados.

James apresentou suas descobertas em um encontro do Archaeological Institute of America (Instituto Arqueológico da América)

Cerco

Situada nas margens do rio Eufrates, Dura-Europos foi conquistada pelos romanos, que instalaram ali uma grande guarnição militar.

Por volta do ano 256, a cidade sofreu um cerco feroz do Exército do poderoso império Sassânida (dinastia que governava a Pérsia).

De acordo com pesquisadores, os sassânidas usaram todas as técnicas disponíveis para conquistar a cidade. Os cientistas dizem que foi usada inclusive a construção de minas para abrir brechas nas muralhas e que os romanos se defenderam com contraminas.

"Uma análise cuidadosa da disposição dos corpos mostra que eles foram amontoados na entrada da contramina pelos persas, que usaram suas vítimas para criar uma parede de corpos e escudos", disse James.

"(Os persas) deixaram o contra-ataque romano encurralado enquanto incendiavam a mina, fazendo com que desmoronasse, o que permitiu que continuassem tentando derrubar as muralhas", afirmou.

Segundo James, "isso explica por que os corpos estavam no local em que foram encontrados".

Estratégia

De acordo com o pesquisador, para conseguir matar 20 homens em um espaço como aquele, os persas precisariam de "poderes de combate super-humanos, ou algo mais insidioso".

"Os persas ouviram os romanos construindo seu túnel", disse James. "E prepararam uma terrível surpresa para eles."

"Acho que os sassânidas colocaram braseiros e foles na galeria, e quando os romanos entraram, (os sassânidas) colocaram os produtos químicos e lançaram as nuvens de gases para dentro do túnel dos romanos", afirmou o pesquisador.

"Os romanos ficaram inconscientes em segundos, e estavam mortos em poucos minutos."

Conforme James, o uso desse tipo de geradores de fumaça dentro de túneis é mencionado em alguns textos clássicos.

"Fica claro, com as evidências arqueológicas em Dura-Europos, que os persas sassânidas tinha tanto conhecimento de técnicas de guerra quanto os romanos. Eles certamente conheciam essa tática", disse.

Ironicamente, as minas persas não foram suficientes para derrubar as muralhas, mas os sassânidas acabaram entrando na cidade.

Os habitantes foram massacrados ou deportados para a Pérsia, e a cidade abandonada.

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http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080904_generomaaids_np.shtml

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080826_estatuaimperadoromano_fp.shtml

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080815_cabecaestatuaimperatriz_fp.shtml

Múmia de 700 anos é apreendida na Bolívia rumo à Europa.

Passeio de Múmia

A polícia boliviana apreendeu em La Paz uma múmia de uma criança de cerca de 700 anos atrás, aparentemente de ascendência peruana, ao tentar sair da Bolívia em uma caixa com destino a Europa, informou o arqueólogo Jedú Sagárnaga, da Sociedade de Arqueologia de La Paz,

"Um policial descobriu (no início da semana) os restos em uma caixa no escritório (estatal) dos Correios e isto demonstra que é muito provável que existam redes de tráfico de peças arqueológicas", disse.

Sagárnaga contou que realizou uma inspeção dos restos, que se encontram em bom estado de conservação e poderiam corresponder a um menino ou menina de seis anos, enterrado em posição fetal.

O corpo está envolvido em tecido, o que faz supor que é de ascendência peruana, "Esse era o costume e não acredito que seja boliviano, porque aqui seriam envolvidos em palha", afirmou o pesquisador à AFP.

"É provável que a múmia provenha das culturas (peruanas) Chancay (na costa central, entre 1.200 e 1.470 d.C.) ou Paracas (500 a.C)", explicou.

Os restos ainda estão em poder da polícia, que espera um trâmite do Ministério boliviano da Cultura para sua entrega ao departamento governamental de arqueologia, que posteriormente realizará uma avaliação detalhada.

Se for provado que a múmia procede do Peru, ela será devolvida, como parte de acordos bilaterais.

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http://www1.folha.uol.com.br/

Legislação federal insuficiente deixa patrimônio fóssil nacional desprotegido.

Ciência oculta no solo

Exemplar de Exae Retodon Riograndensis, réptil do período Triássico, que faz parte do acervo do Museu de Paleontologia Irajá Damiani Pinto da UFRGS

Terminado o prazo de quatro anos, fósseis de crocodilos de aproximadamente 80 milhões de anos, encontrados em Campina Verde, Minas Gerais, no início de 2008, deverão ser devolvidos a instituições mineiras. O material foi levado por pesquisadores à Universidade de São Paulo (USP) para estudos, mas deve retornar a Minas em respeito à legislação estadual.

Decisões polêmicas como essa ocorrem porque a legislação brasileira a respeito de fósseis – vestígios de plantas ou animais pré-históricos – é insuficiente. Além de não definir de forma clara o papel dos estados em relação à conservação dos materiais, os códigos existentes também não estabelecem punições para os crimes contra o patrimônio mineral da União.

Leis regionais - Sabendo das carências da legislação nacional, os estados brasileiros tentam estabelecer regras locais que garantam a integridade de seu patrimônio mineral. É o que acontece em Minas Gerais e no nosso estado. A paleontóloga da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia (SBP), Ana Maria Ribeiro, esclarece que os fósseis são considerados patrimônio do RS. “A Lei Estadual n.º 11.738, de 2001, prevê a preservação dos sítios paleontológicos e orienta que os fósseis continuem no estado.” Isso não significa que eles serão estudados apenas por pesquisadores gaúchos, mas que os fósseis aqui encontrados devem ficar sob a guarda de instituições sul-rio-grandenses de pesquisa ou de ensino. “O fóssil precisa ser integrado a uma coleção que tenha um curador, um paleontólogo responsável. Além disso, essa coleção tem de estar aberta à comunidade científica nacional e internacional”, observa a paleontóloga, acrescentando que o estado possui diversas organizações com estrutura adequada, como a UFRGS, a PUCRS e a própria FZB.

Em Minas Gerais, uma lei estadual de 1994 define que os bens paleontológicos encontrados no território mineiro só podem ser retirados para intercâmbio científico por prazo determinado e com autorização do poder público. Assim, os fósseis de crocodilos descobertos em Campina Verde serão devolvidos à cidade, que deverá criar um museu para abrigar as peças.

Se, por um lado, as medidas de proteção aos patrimônios paleontológicos estaduais fortalecem os centros de pesquisa, por outro, podem ocasionar o armazenamento do material em locais sem a estrutura básica necessária. A pesquisadora pondera que “se os fósseis voltarem a Minas, eles devem ficar em uma instituição que tenha estrutura, como a Universidade Federal de Ouro Preto, a Universidade Federal de Minas Gerais ou o Centro de Pesquisas Paleontológicas Llewellyn Ivor Price, em Peirópolis”. O risco, conforme Ana Maria, é de que os itens retornem a um local que ainda não esteja preparado para recebê-los.

Lacunas na legislação - Segundo a convenção que regulamenta a importação, a exportação e a transferência de propriedades ilícitas dos bens culturais, elaborada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1970, o comércio internacional de fósseis é ilegal, mas não há menção a castigos para quem os compra ou vende. No Brasil, a convenção foi promulgada em 1973 com o Decreto n.º 72.312. O professor do Instituto de Geociências da UFRGS e presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia (SBP), João Carlos Coimbra, considera a indeterminação das penas a maior inconveniência relacionada à legislação vigente. Ele constata que “as leis são muito boas, mas a maioria não diz qual é a punição para quem as infringir”. Ana Maria analisa a questão pelo mesmo ângulo. “Leis de proteção aos fósseis nós temos desde 1942. O grande problema hoje é a punição.”

A Portaria n.º 55 do MCT, de 1990, determina que os fósseis encontrados em território nacional devem permanecer aqui e que pesquisadores estrangeiros que desejem estudá-los necessitam de permissão do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNMP). “Para um estrangeiro ir a campo no Brasil, ele precisa de uma licença solicitada por um pesquisador brasileiro, que deverá acompanhá-lo”, explica Coimbra. Ana Maria completa: “Se você está numa área de preservação, é importante que registre seu projeto no DNPM e também solicite uma autorização ao Instituto Chico Mendes para trabalhar naquele território”.

Comércio internacional - Uma dificuldade enfrentada com relação aos estrangeiros é que, em países como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e Japão, a comercialização de fósseis é permitida. Pesquisadores de outras partes do mundo, desconhecendo a legislação brasileira, acabam levando os fósseis ilegalmente para fora do país com o objetivo de estudá-los. Há casos, entretanto, de indivíduos que, mesmo conhecendo a lei, exercem o comércio ilegal de fósseis pela alta rentabilidade que ele oferece. “O tráfico de fósseis, mundialmente, só perde, em termos de volume de capital movimentado, para drogas e obras de arte”, revela Coimbra. “Recentemente, tivemos um problema com o paleontólogo inglês David Martill. Ele coletava ilegalmente no Brasil, sabendo que é proibido.” Em 2006, o pesquisador da Universidade de Portsmouth, Inglaterra, foi flagrado por uma equipe do jornal O Estado de S. Paulo tentando comprar fósseis no interior do Ceará.

O controle do trabalho de paleontologia é feito pelo DNPM (o fóssil é, primeiramente, um bem mineral) em parceria com a Polícia Federal brasileira. No entanto, a legislação afirma igualmente que o fóssil é patrimônio cultural. Nesse caso, a responsabilidade passaria a ser do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Coimbra ressalta que “o responsável é o DNPM, mas o Iphan está querendo participar. Esse órgão tem feito várias reuniões com a SBP, com o poder público e com o DNPM. Ainda está em negociação, não há nada definido”.

Descentralizar é preciso

Em um ponto, a maioria dos paleontólogos concorda: a descentralização dos materiais é positiva, desde que feita com responsabi­lidade. “É mais importante surgirem novos museus, pequenos, mas numerosos, em diferentes lugares, do que o investimento de grande porte em museus centralizados nas capitais”, afirma João Carlos Coimbra, profes­sor do Instituto de Geociências da UFRGS e presidente da Sociedade Brasileira de Paleon­tologia (SBP). Para ele, a ampliação territorial da ciência ocasionará novas descobertas de fósseis em todo o país. No entanto, alerta que as coleções devem ficar sob a responsabilidade de uma equipe competente, com estrutura adequada para receber os itens. Além disso, as novas peças precisam ficar à disposição de paleontólogos de todo o mundo. “Os pesqui­sadores de outros estados e países devem ter acesso a esses fósseis, para fazer, inclusive, comparações. É por isso que se recomenda sua armazenagem em instituições de pesquisa.”

O surgimento de novos polos paleon­tológicos começou, segundo o professor, com a expansão da rede de ensino superior, ocor­rida a partir de 2003. “A Paleontologia está se interiorizando rapidamente. Diversas regiões do país têm cursos de pós-graduação nessa área”, explica. A pesquisadora da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Ana Maria Ribeiro, concorda: “Antigamente, grande parte do material ia para o Museu Nacional no Rio de Janeiro ou para o Museu do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNMP), também no Rio. Então, todo o material do Brasil ficava concentrado lá. Os investimentos na Paleontologia e o aumento da formação de profissionais descentralizaram os acervos. Isso é muito importante.”

A propagação dos museus de paleonto­logia resulta da popularização dessa espe­cialidade. A paleontóloga acredita que filmes como Jurassic Park chamaram a atenção das pessoas e ajudaram a criar uma cultura de preservação e respeito ao patrimônio. “Quando comecei a trabalhar com fósseis, meus pais diziam: ‘a Ana está mexendo com uns ossinhos’”, lembra. Hoje, muitas instituições fazem trabalhos de educação básica para conscientizar as crianças sobre a importância dos acervos. Para ela, o debate em torno da questão é fundamental para o aumento do cuidado com os itens que têm sido encontrados.

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http://www.ufrgs.br/comunicacaosocial/jornaldauniversidade/

Não posso votar em José Serra!

José Serra

1-A Operação Vampiro

A chamada “Operação Vampiro” desvendou uma quadrilha que atuava no Ministério da Saúde, nas licitações para a compra de medicamentos. As investigações indicam que “vampiros” da máfia do sangue faziam parte do esquema PC Farias da rede de corrupção de Collor. Porém, a máfia seguiu atuando impunemente. No governo FHC, o ministro José Serra conviveu por quatro anos com os mafiosos sem incomodá-los, enquanto embolsavam R$ 120 milhões por ano. Difícil imaginar que Serra não soubesse de nada do que estava acontecendo sob seu nariz.

2-Os genéricos e as multinacionais

A propaganda do PSDB mostra Serra como um homem corajoso, que enfrentou as multinacionais no caso dos remédios genéricos. Tudo mentira. Ele fez um grande acordo com as multinacionais, que puderam importar diretamente, sem impostos, os produtos fabricados no exterior, levando inclusive algumas empresas nacionais à falência. Depois do período inicial, com genéricos mais baratos, o conjunto dos remédios foi ficando cada vez mais caro. Hoje, as multinacionais ampliam seus lucros, vendendo diretamente produtos importados, sem pagar nada de impostos, e com preços cada vez mais altos.

3-Horror a liberdade de imprensa na internet.

O tucanato está horrorizado com a liberdade de imprensa da internet. Luiz Nassif foi afastado da TV Cultura e o blog Flit Paralisante, que faz críticas à segurança pública de São Paulo, foi excluído pelo Google, por causa de pedido judicial de José Serra. Mas o blog já está no ar.

4-Desemprego.

Entre 1995 e 1999, devido à teoria tucana de que o emprego com carteira assinada o emprego de melhor qualidade – estaria com os dias contados, o Brasil perdeu 1,2 milhão de empregos. Só em 1998, perdemos 581 mil postos de trabalho. Nos oito anos de governo do PSDB, o Brasil criou míseros 797 mil empregos.

5-Educação.

Especialmente, se pensarmos no que foi sua atuação como Governador, onde ele não apenas não negociou com os variados setores, protagonizando cenas de confronto como na invasão da USP, guerra de polícias e agressão aos professores.

http://www.idelberavelar.com/archives/2009/06/urgente_policia_de_jose_serra_espancando_e_bombardeando_estudantes_na_usp.php

Jesus Cristo ajude povo da nação brasileira.

Leandro CHH

Não posso votar em Dilma Rousseff!

Dilma Rousseff

1- Não voto em ex-terrorista e ex-assaltante que lutava para implantar no país uma ditadura comunista como a cubana, e que até hoje afirma ter orgulho dessa luta, sem ter mudado de lado;


2-O PNDH-3 dá uma idéia do que eles realmente querem: censurar a imprensa de vez e transformar o Brasil numa grande bagunça onde aborto e casamento gay seram coisas "legais".

3- O MST apoia Dilma, e Dilma veste o boné do MST, literalmente. O MST é um movimento criminoso, financiado por nossos impostos, que invade propriedades privadas, que defende a revolução armada comunista em pleno século XXI;

4- Os piores "coronéis" do PMDB estão todos com Dilma! Sarney, Michel Temer, Ciro Gomes, Jader Barbalho, Fernando Collor, e muitos outros, todos aliados de Dilma. O fisiologismo chegou a patamares impensáveis.

5-A democracia corre perigo, de verdade. Como votar em alguém assim? Seria um atentado à nossa democracia, que ainda não está sólida o suficiente para resistir aos golpistas. Não seja cúmplice disso! Não vote em Dilma.

Senhor Jesus Cristo, proteja o povo da nação brasileira!

Leandro CHH

Desigualdade legitimada.

Poucos percebem o quanto a relação entre ricos e pobres é de causa e efeito.

É triste, mas qualquer cidade brasileira ilustra a disparidade social característica do nosso continente. Apesar do evidente abismo entre as classes, pouco se questiona sobre a origem dessa realidade, usualmente atribuída apenas à herança histórica do Brasil. Mas enquanto a responsabilidade se restringe aos ombros do passado, nossas elites mantêm, discretamente, uma estrutura de poder secular.

A partir da tese de que a concentração de renda é uma grave causa da situação mundial, especialmente no caso brasileiro, foi realizado em novembro o Seminário Latino-americano
Riqueza e Desigualdade na América Latina. A atividade, organizada pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia (PPGS) da UFRGS, integrou a programação da 55.ª Feira do Livro de Porto Alegre.

Injusta miséria – Antonio Cattani, professor do PPGS, foi o principal organizador do evento. De acordo com ele, a América Latina tem o pior quadro de desigualdade social do mundo. “Muito além do que a África apresenta. Lá os países são mais pobres como um todo, mas as diferenças não são tão acentuadas quanto aqui. Nosso continente é o mais desigual porque a concentração de renda é maior. Todos os índices da ONU e de várias organizações internacionais confirmam isso”, afirma.

Diferentemente do território africano, o Brasil possui inúmeros recursos naturais, cuja renda nunca foi distribuída. “Todos os ciclos econômicos brasileiros (pau-brasil, cana-de-açúcar,
borracha, café, etc.) geraram muita riqueza e poderiam ter beneficiado o conjunto da população. Mas apenas reforçaram as desigualdades existentes e as consolidaram ao longo dos séculos”, avalia o professor do PPGS. Para Ricardo de Oliveira, sociólogo e professor da UFPR, o Brasil já nasceu desigual. “O momento fundador da classe dominante tradicional foi a
distribuição das sesmarias, quando as bases iniciais da estrutura agrária se formaram. A posse da terra e as extensas propriedades rurais representam as primeiras grandes genealogias do poder no Brasil”, garante.

Esse modelo de apropriação das riquezas pelos já ricos, segundo Antonio Cattani, mantém-se intacto. “Hoje, há o ciclo da soja, que acompanha a lógica de todos os outros: geração fantástica de renda, depredação dos recursos naturais e pouquíssimos beneficiados, que são, principalmente, os grandes proprietários e exportadores. O mesmo acontece com o eucalipto.
Apresentado como a salvação da metade sul do nosso estado, acredito que ele será responsável por um desastre ecológico, não criando muitos empregos e beneficiando poucas pessoas ligadas à exportação e à produção de celulose.”

A concentração de poder e riqueza observada em nosso país, para Cattani, é absolutamente nefasta. “Há um quadro que expõe o ciclo concentrador: de 1970 a 2006, 1 a 10% da população controlou cerca de 50% da riqueza nacional. Ou seja, de forma estável, em 36 anos não mudou quase nada. Passando por Regime Militar, Nova República, etc., só agora está havendo uma pequena melhora”, aponta.

Fernando Ferrari Filho, professor do Departamento de Economia da UFRGS, vê o presente com mais otimismo. Para ele, houve melhorias em relação à distribuição de renda nos últimos anos que não podem ser ignoradas. “O índice de Gini (que mede a desigualdade) melhorou, se reduziu o grau de miséria absoluta, houve uma evolução significativa, em termos reais, do salário mínimo e se incluíram agentes até então marginalizados. Eu não seria cético a esse ponto; diria que houve melhoras, mas tímidas.”

O capital governa – A aliança e a codependência entre os agentes políticos e os econômicos explicam nossa dura realidade. Para Ricardo de Oliveira, o poder financeiro estrutura relações privilegiadas entre o Estado e o capital. “Amplas redes políticas de interesses entre empresários e políticos garantem vantagens e relações privilegiadas para a reprodução das grandes fortunas. Ninguém pode ser grande empresário sem estar muito bem amparado nos cargos e nas políticas do Estado”, afirma.

Um modo de reverter esse ciclo de concentração, segundo Ferrari, seria adotar medidas que influíssem nas rendas e ganhos dos mais abastados. “É necessário mais do que crescimento
e estabilidade da economia. Políticas macroeconômicas [fiscal, cambial e monetária] ativas são fundamentais. Por exemplo, em termos de política fiscal, deveria haver alíquotas de imposto de renda maiores para quem ganha muito, deveria se tributar as grandes fortunas e o capital especulativo, bem como teria de haver mais programas de cunho social e investimentos públicos. Os recursos resultantes dessas taxações deveriam ser revertidos em políticas públicas e sociais”, pondera.

Antonio Cattani, porém, considera mais grave o contexto: “A pobreza continua sendo produzida atualmente. Ela não é apenas um resquício histórico que será saldado com políticas públicas dirigidas aos pobres. Ações voltadas às populações mais vulneráveis são necessárias, pois podem tirar milhares de pessoas que estão abaixo da linha de pobreza. Mas sai uma e o sistema põe dez de volta. O modelo econômico produz mais pobreza do que as políticas públicas conseguem retirar”.

O professor Oliveira entende que há uma relação entre os ricos e poderosos e a produção de desigualdades e pobreza no Brasil. Assim, as carências de muitos refletem os luxos de poucos.

Ele acredita que “a tributação de grandes fortunas, a distribuição de renda e os mecanismos de democratização das decisões, para serem efetivos, precisariam conhecer as formas de riqueza e de poder em uma sociedade”.

Porém, raros governantes sugerem restrições às elites. “É difícil propor uma agenda cujo objetivo seja a distribuição de renda por meio de medidas macroeconômicas, usando mais do que a lógica de crescimento da economia. Nas eleições, a maioria das alianças é feita com representantes do capital em detrimento das bases populares. E os beneficiados com o modelo atual não endossam propostas para uma agenda econômica alternativa”, assinala Fernando Ferrari.

Não por acaso, os ricos seguem atuando fortemente no cenário político. De acordo com Cattani, “dos cerca de 500 deputados federais que o Brasil tem, mais de 70 estão ligados ao setor financeiro. Soma-se a eles a bancada dos grandes ruralistas, das escolas particulares, etc. No final, de 60 a 70% do nosso Congresso está diretamente ligado às engrenagens desse macropoder”, alerta o pesquisador.

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Cinco acusações contra o ENEM!

Acorda Povão.........

Há um paradoxo vital para o leitor considerar, ao ler o texto que aqui começa: embora seja praticamente a única forma de entrada de alunos nas graduações, o exame vestibular não é um tema relevante dentro da Universidade. Posso referir uma experiência pessoal no caso: tendo trabalhado por mais de 20 anos no nosso concurso vestibular, nas provas de Redação, Literatura e Português, senti na pele essa estranha negligência. Uns anos atrás, por exemplo, quando cada professor ainda preenchia semestralmente uma folha para dar conta de suas atividades docentes nos vários campos de atuação possíveis, simplesmente não havia como consignar o exaustivo e complexo trabalho com a elaboração e a aplicação das provas, salvo em miudíssimas linhas finais em que se anotavam suplementos irrelevantes, que não contavam para nada, muito menos para a progressão funcional. Trabalho de imensa responsabilidade social e científica, o vestibular entre nós (e o comentário pode ser estendido talvez a todas as grandes universidades brasileiras) nunca foi centro de devidas atenções.

É compreensível que professores e pesquisadores superespecializados despendam pouca energia na consideração do problema; mas não é compreensível que o poder central universitário - não me refiro a nenhuma gestão em particular, mas à estrutura - negligencie esse episódio anual que não apenas seleciona os alunos para a graduação, mas que,
mais ainda, influi nos destinos de todo o ensino secundário.

As regras de elaboração das provas são restritas; o universo conceitual e empírico a levar em conta, nas várias disciplinas, é virtualmente infinito; é exigido um sigilo que por sua vez é também um elemento ultrarrestritivo em vários níveis; não se desenvolveu a contento, creio que em nenhuma das áreas de conhecimento, um volume de pesquisa acadêmica capaz de realimentar e sofisticar o processo todo, por falta de política de incentivo orientada pelas instâncias superiores da nossa Universidade; o impacto social é imenso, incalculável, para dentro e para fora do ambiente universitário.

Mas não estou aqui apenas para lamentar; o caso é que, com todas as restrições que se possa imaginar, a Universidade brasileira, a UFRGS em particular, conseguiu manter um padrão elevado de provas no vestibular. De forma geral, as melhores universidades do país, entre as quais a nossa, acumularam uma excelente experiência na elaboração e na aplicação dos exames.

Pois bem: havendo esse patrimônio de altíssima valia, já há algumas décadas, seria de esperar que o Ministério de Educação, quando resolveu avaliar o sistema educacional brasileiro, particularmente o Ensino Médio, o tivesse levado em conta; que o MEC procurasse não apenas prestigiar as universidades que a ele estão subordinadas, o que já seria decente, mas que tentasse não cometer erros já cometidos.

Mas o que se viu foi bem outra coisa. Começando nos governos FHC e prosseguindo nos governos Lula, instalou-se um Exame Nacional que, no que interessa a este debate aqui,
transformou-se não em solução, mas em problema e mesmo em vexame para o sistema educacional como um todo. O atual Exame Nacional do Ensino Médio, ENEM, tem a vocação política de tornar-se o principal (quando não o único) exame vestibular, para o grosso do ensino superior brasileiro; e tendo esse larguíssimo horizonte ele precisa ser pensado e,
no que me diz respeito, seriamente arguido, como tento fazer nos tópicos que seguem. (Uma versão anterior deste texto, menos desenvolvida, foi publicada na Folha de São Paulo.)

1. Confusão entre avaliação e seleção - Criado com a saudável finalidade de avaliar os estudantes e as escolas brasileiras, o ENEM agora passou, sem muita cautela, a ser um instrumento de seleção para ingresso na Universidade. São, deveriam ser, duas atividades muito distintas, que o Brasil lamentavelmente tem misturado desde o começo dos anos 70, quando houve um forte aumento do número de formados no ensino médio demandando as escassas vagas superiores, num processo que constrangeu as universidades a barrar candidatos em massa. Resultou que o vestibular, exame de seleção para ingresso, gerou um rebote e se transformou em critério informal mas efetivo de organização curricular e de avaliação das escolas e dos alunos, num curto-circuito perverso, agora reiterado pelo MEC. Em poucas palavras: o que cair no vestibular vai ser dado na escola, e o que é pior, mesmo naquelas cujos alunos não disputam diretamente as vagas das universidades mais exigentes.
Vale um parêntese: o MEC tem dito que, por seu caráter supostamente inovador - as novas provas teriam como centro não mais a decoreba (coisa que o Ministério pode não saber, mas há muito tempo não são mais o centro de nenhum vestibular de universidade importante) mas sim o raciocínio -, estaria por decretar o fim da era dos cursinhos. Trata-se de uma tolice: enquanto continuar havendo vestibular eliminatório, vai continuar existindo cursinho preparatório.

2. Reforço à supercentralização - Na pior tradição ultracentralista do Estado brasileiro, agora o MEC inventa um exame nacional concentradíssimo. O imbróglio do ENEM pouco tempo atrás foi fruto de maldade e inexperiência, mas mais ainda dessa supercentralização. Além disso, aplicado no país todo, suprimiu temas que chama de “regionais”, o que envolve de revoltas sociais e marcos geográficos a escritores e livros. Segundo qual critério se define o “nacional” ou o “regional”, não está claro, mas eu arrisco dizer: será o critério da atual hegemonia cultural, que é paulistocêntrica. Isso sem contar ainda outro aspecto, virtualmente criminoso: ao instituir um ranking nacional de vagas nas universidades, de que os candidatos teriam conhecimento on-line e em função do qual poderiam mudar sua opção até a undécima hora, o MEC estará na prática criando em escala nacional a mesma elitização social dos vestibulares atuais. Os melhores candidatos, que são do Sudeste e do Sul, vão disputar as vagas em todo o território, e não será nada estranho que, por exemplo, as vagas de Medicina, Brasil afora, sejam quase todas ocupadas por candidatos dessas duas regiões mais ricas. E é claro que, como disse um reitor de Universidade Federal do Centro-Oeste, tais alunos cumprirão a graduação na província, mas não permanecerão trabalhando ali, porque vão tentar a sorte nos centros já consolidados de trabalho e de pós-graduação.

3. Desrespeito pela experiência das Universidades - Que o MEC quisesse inventar um exame nacional com papel de seleção, seria até respeitável, desde que, pelo menos, fosse levada em conta a vasta experiência acumulada nas melhores universidades brasileiras, como dissemos acima. Nem falemos do processo de atribuição de notas para a redação, que é de chorar de tão precário: a “correção” das redações vai ser feita sem a necessária unidade de operação, cada avaliador em sua casa, recebendo uma prova escaneada em Brasília; já pelo seu isolamento, vai ser difícil que possa sanar dúvidas, sempre existentes, e mais ainda possa trabalhar em sintonia fina com o conjunto dos outros avaliadores. Aqui temos outro desagradável desrespeito para com uma larga e competente tradição de todas as boas universidades brasileiras.

4. Autoritarismo - O MEC induziu as universidades a aceitarem o ENEM como vestibular, com uma pequena margem de manobra (margem que foi aproveitada, não por acaso, pelas mais competentes universidades, entre elas a UFRGS, ainda bem, que enquanto não forem constrangidas economicamente vão resistir a ele, espero). O prazo desse processo, considerando a correta e necessária lentidão que uma universidade precisa manter em questões dessa magnitude, foi estreitíssimo. E a mudança foi divulgada, como se viu em Porto Alegre, com ares de verdade revelada: quadros do Ministério vieram à boca da cena com aquele sorriso desdenhoso de quem tem pouca leitura e muito poder, para regozijar-se com a
suposta modernização que anunciavam. Durante a ditadura, também se viu isso: a toque de caixa, sem debate público e embalado por um discurso modernizador, o governo federal impôs aquela mixórdia legal que alterou para pior o ensino fundamental e o médio. Um paralelo assustador: naquela época, o MEC quis abolir o ensino de Português e Literatura, obrigando à medonha “Comunicação e Expressão”; agora, nomeia a prova que trata dos mesmos conteúdos com outro horror, “Linguagens, Códigos e suas Tecnologias”. Autoritarismo pouco culto de quem presume estar reinventando o mundo, aliado à redação inepta, em mais um assalto na luta da pedagogia inespecífica contra os “conteúdos” que ela tanto despreza – e ai de quem tenha estudado e valorize algum deles.

5. Desprezo pela História da Literatura - O modo de elaborar a prova, na tal área de Linguagens, Códigos e, argh, suas Tecnologias, jogou no lixo a grande tradição de ensino de história da literatura. Há defeitos nela? Por certo que sim, e está aqui um dos tantos críticos dos modelos atuais; mas provavelmente serão proporcionais aos de qualquer outra área. O certo é que o ENEM trata o texto literário como apenas um texto entre outros: um poema de Drummond no mesmo patamar que um anúncio de remédio e um cartaz contra o cigarro, sem qualquer contexto. As aulas de História da Literatura costumam ser a melhor (quando não a única) porta de entrada oferecida pela escola ao mundo da cultura letrada; abolida do programa do ENEM a demanda por essa dimensão, e na assustadora hipótese de o exame vir a ser o vestibular universal para o terceiro grau no país, o que ocorrerá? A morte por asfixia da história da literatura parece quase inevitável, e com ela a citada porta de entrada. Isso num
governo de esquerda, que costuma alegar gosto pela história.

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Por que somos favoráveis à regulamentação da profissão de historiador?

Historiador Legal!

Estatua de Heródoto no Museu do Louvre em Paris.

No último dia 10 de março foi aprovado em caráter terminativo, na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal, o Projeto de Lei n.º 368/2009, de autoria do senador Paulo Paim, que regulamenta a profissão de historiador. A proposição segue agora para a Câmara Federal, onde deverá ser analisada.

No processo de mobilização para a votação dessa proposta, surgiram algumas vozes discordantes em relação à regulamentação da profissão. Respeitando todas as opiniões, apresentamos, a seguir, o ponto de vista da atual diretoria da Associação Nacional de História (ANPUH) – perspectiva que pautará a atuação da entidade agora que o projeto tramitará na Câmara dos Deputados.

O que significa regulamentar? Significa definir legalmente os contornos do exercício profissional, fixar requisitos para que esse exercício se faça, definir as competências e as habilidades que o profissional deve ter para exercer uma dada profissão. Regulamentar é dar estatuto legal a uma profissão, com o Estado reconhecendo a sua existência e lhe conferindo uma identidade jurídica e pública para o seu exercício. Em síntese, significa passar a existir de fato e de direito como profissão e como profissional.

Para a ANPUH, a regulamentação da profissão de historiador é o reconhecimento social e jurídico do profissional a quem se atribui direitos e obrigações perante a sociedade. Para nós, o Estado brasileiro milita em uma contradição ao não reconhecer a profissão de historiador e, ao mesmo tempo, regular, reconhecer e avaliar cursos universitários que formam profissionais nessa área. Se o Estado reconhece que, para ser historiador, é preciso ter dada qualificação, que se deve exigir determinadas habilidades e competências nos projetos político-pedagógicos dos cursos de História por ele aprovados, deve reconhecer também a necessidade de uma lei capaz de definir os contornos de nossa profissão.

A Constituição Federal, em seu artigo quinto, inciso décimo terceiro, define que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, desde que atendida a qualificação profissional que a lei estabelecer. A norma que regulamenta a profissão de historiador nada mais faz do que cumprir o mandato constitucional, definindo que qualificação deve ter aquele que exerce essa atividade: a exigência de diploma de curso superior em História ou de diploma de mestrado e doutorado nessa área.

O movimento em torno da regulamentação das profissões remonta ao imediato pós-Segunda Guerra Mundial, como resposta às crescentes demandas dos trabalhadores pelo reconhecimento de seus direitos. Ele é contemporâneo e está relacionado à criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e à emergência dos Estados de Bem-estar Social. No Brasil, as profissões consideradas de maior prestígio social foram regulamentadas entre as décadas de 1940 e 1960: contabilista (1946), economista (1951), químico (1956) médico (1957), geólogo (1962), psicólogo (1962), estatístico (1965), farmacêutico(1966), engenheiro, arquiteto e agrônomo (1966), jornalista (1969), etc. Contrariando, portanto, o que alguns afirmam, a regulamentação profissional não é um tema do discurso ou da “ideologia neoliberal”. O neoliberalismo, pelo contrário, é responsável pela crescente resistência por parte do Congresso Nacional e do Judiciário brasileiro em regulamentar as profissões. O episódio recente da desregulamentação da profissão de jornalista pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido dos grandes grupos econômicos que dominam os meios de comunicação do país, é exemplar da prevalência desse pensamento em setores das elites brasileiras. Entre os princípios fundamentais do neoliberalismo estão justamente o da flexibilização e o da desregulamentação profissional, levando a uma precarização do trabalho e à possibilidade do pagamento de salários mais baixos a profissionais ditos flexíveis ou despreparados.

Quem conhece a realidade das empresas de educação do ensino privado, e mesmo a das instituições de ensino público, em dadas áreas, sabe não apenas que a regulamentação de nossa profissão é uma necessidade premente, como vê os danos que a não regulamentação causa aos nossos profissionais. Não é mera coincidência que a bancada ligada ao ensino privado no Congresso Nacional seja reativa a qualquer iniciativa que vise regulamentar profissões como a nossa. Como o próprio projeto aprovado no Senado reconhece, sem a regulamentação fica-se sujeito a que pessoas não qualificadas possam ser contratadas para exercer essas atividades mediante uma remuneração aviltada.

A luta pela regulamentação da profissão de historiador já se arrasta por 42 anos – no site da ANPUH há um dossiê sobre esse tortuoso processo. Nove projetos já foram apresentados à Câmara dos Deputados. E há quem diga que não ocorreu ainda o necessário debate, que adotamos uma posição pragmática e de afogadilho. Creio que as instituições, notadamente aquelas que agrupam historiadores ou futuros historiadores, devem possuir memória. Não se pode, a cada nova diretoria eleita, começar o debate sobre dadas questões como se não houvesse toda uma história de lutas. Sabemos que as posições podem ser modificadas mediante novas conjunturas, mas mesmo nesse caso se deve levar em conta a trajetória anterior da instituição.

No âmbito da ANPUH, diretorias anteriores participaram ativamente do debate e da elaboração de propostas nesse sentido. Em nenhuma instância oficial da entidade foi aprovada posição contrária à regulamentação; portanto, cabia a esta diretoria, quando surgiu a iniciativa vinda do Senado, empenhar-se para a sua aprovação. Fazer política requer perceber os momentos favoráveis, definir estratégias viáveis, sob a pena de nunca se conseguir o que se quer. Avaliamos que o contexto era adequado, mas, por estarmos em ano eleitoral, se a votação não ocorresse neste semestre, não seria feita ainda em 2010, e, sendo o final de uma legislatura, o projeto seria arquivado, tal como manda o Regimento Interno do Senado. Ter um projeto aprovado no Senado era estrategicamente fundamental, pois ele não pode mais ser arquivado ao final da legislatura. A Câmara terá que obrigatoriamente analisá-lo, se posicionando contra ou a favor. Podemos agora abrir o debate em torno de um projeto já aprovado para aperfeiçoá-lo. Uma circular nesse sentido foi enviada a todas as nossas Seções Regionais, solicitando que a regulamentação seja tema de discussão e deliberação nos Encontros Estaduais da ANPUH, que ocorrerão este ano.

Consideramos que a regulamentação da profissão de historiador é uma questão de justiça e equidade de direitos, já que outras profissões da mesma natureza que a nossa foram regulamentadas, algumas delas mantendo clara interface com as atividades que exercemos, como as profissões de geógrafo, sociólogo, museólogo e arquivista. Somos uma das áreas de formação profissional mais antigas do país e com uma importância social indiscutível, uma vez que exercemos nossa atividade no âmbito da educação, da cultura, da memória, do patrimônio histórico e artístico, que são setores de interesse social prioritários.

O projeto aprovado tem o mérito de ser singelo e de garantir a maioria de nossas históricas reivindicações: o reconhecimento de que historiador é tanto o bacharel quanto o licenciado em história; a definição, como atribuições do historiador, não só da pesquisa e do ensino de história, mas também do planejamento, da organização, da implantação e da direção de eventos ou exposições que envolvam temas históricos; a assessoria, na avaliação e seleção de documentos, para fins de preservação; a emissão de pareceres, relatórios, planos, projetos, laudos e trabalhos sobre temas históricos; e que os estabelecimentos que prestam serviços nessa área devem manter em seus quadros profissionais habilitados.

É sabido que a institucionalização implica reconhecimento profissional, podendo, por exemplo, ser realizados concursos específicos para provimento do cargo de historiador em instituições públicas e privadas, o que não pode ocorrer enquanto não tivermos a profissão regulamentada. O projeto aprovado reserva o provimento de cargos, funções ou empregos de historiador aos portadores de diplomas de graduação, mestrado ou doutorado em História. Isso implica o necessário registro profissional que, no projeto aprovado no Senado, deverá ser feito junto às Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego do local em que o profissional irá atuar. O projeto não prevê, nem a ANPUH pensa em reivindicar, a criação de Conselhos Nacional e Regionais para fiscalizar o exercício da profissão, muito menos a realização de uma prova, como a exigida pela OAB para a concessão do registro profissional. A Associação não pretende tornar-se órgão de fiscalização profissional e, sim, continuar sendo a entidade de representação profissional. Os historiadores, atuando no ensino ou na pesquisa, já são submetidos a constantes processos de avaliação de suas habilidades e competências.

A luta pela regulamentação da profissão significa, portanto, uma luta pela dignidade no exercício da profissão – o que não está em desacordo com a solidariedade necessária à luta de todos os trabalhadores pela dignidade do próprio trabalho e por seus direitos, mas, pelo contrário, é um Justificarcapítulo dessa luta, à medida que combate a precarização no âmbito laboral. Não estar regulamentado profissionalmente nada tem a ver com liberdade do trabalho, a não ser com a liberdade do liberalismo, que sabemos a quem serve.

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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Por que o livro é caro no Brasil!

Como é distribuído, em porcentagem, cada parcela do preço de capa de cada livro no Brasil.

Não é novidade para ninguém. Nos Estados Unidos e na Europa, um livro sai bem mais barato que no Brasil. Vamos só lembrar um dos muitos exemplos. Na França, um dos volumes com as aventuras de Asterix (vendidos em livrarias, não em bancas) sai pelo equivalente a R$ 8,95. Aqui, custa R$ 17,00. A capa, o tamanho, o número de páginas, os quadrinhos, tudo é idêntico. Só o que muda é o idioma que vem dentro dos balões. Claro: os custos da tradução não explicam o aumento.

O problema é a tiragem. Enquanto outros países trabalham com tiragens médias de mais de 10 000 exemplares por edição, no Brasil esse número fica na casa dos 2 000. O mercado é pequeno, vende-se pouco, e elevar essa média é produzir enca-lhes. Daí que, com edições reduzidas, o custo por unidade sobe. O raciocínio é bem simples. Fora o papel, que varia segundo a quantidade de exemplares, toda edição tem um custo fixo, do qual não dá para fugir. Composição das páginas, máquinas, revisões, ilustrações, tudo isso independe da tiragem. E quando se divide o custo fixo pelo número de exemplares, tem-se o custo unitário.

Como o mercado brasileiro se organizou com base nas pequenas tiragens, o preço final de um volume é sempre alto. Mesmo os best-sellers, que vendem dezenas de milhares de cópias, custam caro, já que os editores fixam o preço com base em padrões (um certo x por página) estabelecidos a partir das baixas tiragens. A vantagem, dos editores, é que best-sellers dão mais lucro. E quase sempre compensam o prejuízo dos títulos que acabam encalhando nas prateleiras.

O leitor brasileiro é prejudicado pelas tiragens pequenas. Como o mercado de livros no Brasil é bem reduzido, as edições são minguadas. Na média, não passam dos 2 000 exemplares. A equação é cruel: tiragens mínimas projetam o custo unitário lá para as alturas. O leitor, quando pode, é quem acaba pagando a conta. Veja, em porcentagens, para quem vai cada parcela do preço de capa que você paga na livraria:

Papel

Menos de 5%

Às vezes é transformado no vilão da história. O custo subiu depois do Real, o preço da tonelada de papel branco passou de cerca de 600 para 1 100 reais , mas não significa nem 5% do preço de um livro.

Editor

Cerca de 25%

O editor fica com algo em torno de 25% do preço de capa. Esse valor paga os custos de funcionamento da editora, a tradução, revisão, paginação e o lucro.

Autor

De 7% a 12%

Recebe em média 10% do preço de capa de um livro, mas essa porcentagem varia. O valor inclui todos os custos de seu trabalho. Na maioria dos casos, o autor não recebe adiantamentos.

Gráfica

Cerca de 8%

O custo de impressão de um livro comum, sem ilustrações impressas em papel especial, é da ordem de 8% do preço de capa, sem incluir o preço do papel.

Distribuidor

Cerca de 15%

A maior parte do preço de capa do livro fica na distribuição e venda. O distribuidor atacadista fica com 15%.

Livraria

40%

A livraria fica com 40% do preço de capa do livro, em média.


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http://super.abril.com.br/superarquivo/

Rússia volta a testar com sucesso novo míssil intercontinental.

ICbms Bulava

O submarino nuclear russo "Dmitry Donskoy" realizou nesta sexta-feira (29) outro lançamento de teste bem-sucedido do novo míssil intercontinental Bulava, informou o Ministério da Defesa da Rússia.

"O lançamento foi efetuado das águas do Mar Branco e tinha como alvo o polígono Kura, em Kamchatka (extremo oriente da Rússia). Os parâmetros da trajetória de voo do foguete foram normais e as cargas impactaram com sucesso no polígono Kura", indicou um porta-voz da Defesa.

Este foi o 14º lançamento de teste deste foguete, o segundo deste ano, depois do que ocorreu, também com sucesso, no último dia 7.

Dos 12 anteriores a esses dois últimos, apenas cinco foram considerados bem-sucedidos ou parcialmente bem-sucedidos.

"O 15º lançamento de teste do Bulava está previsto para dezembro e será realizado pela primeira vez do submarino nuclear russo 'Yuri Dolgorukiy'", assinalou por sua vez uma fonte do Estado-Maior da Marinha russa.

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http://www1.folha.uol.com.br/

Carta à Revista de História da Biblioteca Nacional.

Os diversos textos referentes ao Integralismo, publicados na edição deste mês de outubro da Revista de História da Biblioteca Nacional, que traz, na capa, famosa foto de Plínio Salgado, demonstram, ao menos, o reconhecimento da importância que este representa para a História do Brasil.

Infelizmente, porém, a Revista de História da Biblioteca Nacional repetiu velhos chavões que há decênios vêm sendo repetidos pela chamada intelligentsia deste País, caracterizada, antes de tudo, pelo sectarismo “esquerdista” e pelo preconceito ideológico, publicando alguns artigos repletos de imprecisões a respeito do Integralismo. Dentre tais artigos, os mais cheios de imprecisões são os de Gilberto Grassi Calil e de Roney Cytrynowicz. O primeiro afirma, por exemplo, que os Integralistas foram os “cães de guarda” da ordem burguesa, quando, em verdade, sempre foram anticapitalistas e antiburgueses (vide, por exemplo, as obras O capitalismo internacional, de Miguel Reale, e Espírito da burguesia, de Plínio Salgado), e afirma, também, que os Integralistas não eram verdadeiros democratas por considerarem os comunistas inimigos da Democracia, quando qualquer um que conheça um pouco de História e tenha ouvido falar em Lênin, Trótski, Stálin, Béria, Brejnev, Pol-Pot, Mao Tsé-Tung e em diversos outros tiranos e assassinos comunistas sabe muito bem que os comunistas são, sim, inimigos da Democracia.

Já o texto de Cytrynowicz afirma, dentre outros absurdos, que a primeira Marcha Integralista teve quarenta mil participantes, quando na verdade teve apenas cerca de quarenta, sendo conhecida como Marcha dos Quarenta, e que o Integralismo é racista, nega a Democracia e o pluralismo político e prega o “controle absoluto do Estado sobre a sociedade”. Ao contrário, o Integralismo sempre se opôs ao racismo, reunindo, inclusive, milhares de negros, alguns dos quais ocupando mesmo posições de liderança nos quadros da AIB; sempre defendeu a Democracia Orgânica, em que a Sociedade é representada por meio de seus Grupos Naturais como as Paróquias, os Sindicatos, as Corporações e os Municípios e se opôs à absorção da Sociedade e dos Grupos Naturais que a compõem pelo Estado, defendendo a intangibilidade da Pessoa Humana em face desse mesmo Estado. As linhas que lerão a seguir, escritas por Plínio Salgado, constam do artigo Nacional Socialismo e Cristianismo Social, publicado a 14 de fevereiro de 1936 no jornal A Ofensiva, e respondem a essas e a várias outras acusações infundadas presentes em diversos artigos da revista.

“No caso da Alemanha, não tenho dúvida (pelo que tenho lido nos livros nazistas, notadamente no livro de Hitler – Minha Luta – e pelo que tenho deduzido das medidas e iniciativas governamentais), que o governo hitlerista está, sem dúvida alguma, infringindo as mais sagradas leis naturais e humanas e dando lugar a que católicos, ciosos do livre arbítrio e da intangibilidade do homem e de sua família, se rebelem contra o Estado. (...) O ascetismo, a mística, (...) a super-humanização do tipo do Fuehrer, a sua divinização ao ponto de o considerarem, os mais exaltados, a encarnação de Odin, exprime um artificialismo político que foge de toda a base e equilíbrio da razão humana. Nós, os integralistas, que somos coisa absolutamente diferente do nazismo e do fascismo, não nos cansamos de dizer que o nosso fundamento é cristão”.

Há, porém, na revista, um artigo magnífico e honestíssimo. É o artigo de Alberto da Costa e Silva, da Academia Brasileira de Letras, sobre a revista de alta cultura Cadernos da Hora Presente, dirigida pelo grande poeta e ensaísta Integralista Tasso da Silveira.

Finalizamos a presente carta ressaltando que, ao contrário do que afirma Hélgio Trindade, o Integralismo não é o “pesadelo dos anos 30”, “rejeitado pela História”, mas sim o “sonho nacionalista e espiritualista” de que fala Miguel Reale em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo a 17 de dezembro de 2005, e que constituiu, na expressão de Gerardo Mello Mourão, em entrevista ao Diário do Nordeste, o “mais fascinante grupo da inteligência do País”.

* Σ -Victor Emanuel Vilela Barbuy, Presidente Nacional da Frente Integralista Brasileira.

São Paulo, 28 de outubro de 2010-LXXVIII.

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http://cristianismopatriotismoenacionalismo.blogspot.com

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Educação no Brasil está na UTI !!!!!!!

Ophir: educação no Brasil está na UTI e precisa de um choque no novo governo.

Enquanto a elite abastada discute o sexo dos anjos, nossas crianças sofrem sem educação!

O sistema educacional no Brasil está na UTI e precisa de um choque efetivo, principalmente por parte dos próximos governadores e presidente da República. A afirmação foi feita pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, ao comentar o péssimo resultado do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem 2009. Para Ophir, o choque precisa ser dado, necessariamente, no início dos novos governos, estadual e federal, para que a educação possa se tornar uma prioridade no país.

Para Ophir Cavalcante, os números apresentados pelo Enem são assustadores. “Hoje, o ensino no Brasil, ao invés de ter tido uma melhoria em sua qualidade, lamentavelmente, estagnou-se, mostrando-se pior do que sempre”. Segundo o Ministério da Educação, quase sete mil escolas brasileiras tiraram média abaixo de 500 no Exame, numa escala que vai de zero a mil. Dessas, 97,8% são da rede estadual de ensino.

!!!!!!São dessas salas de aula em escolas públicas que saem os alunos que sustentam uma rede podre de faculdades particulares, enquanto os filhinhos dos ricos que estudaram a vida toda em escola particular vão para a faculdade pública, precisa falar mais!!!!!!!

A seguir a íntegra do comentário feito pelo presidente nacional da OAB sobre as estatísticas divulgadas:

“Os números apresentados pelo Enem são assustadores. Hoje, o ensino no Brasil, ao invés de ter tido uma melhoria em sua qualidade, lamentavelmente, estagnou-se, mostrando-se pior do que sempre. Não se pode conceber que a rede estadual de ensino, que hoje reúne cerca de 85,9% das matrículas no país, esteja tão desestruturada do ponto de vista da gestão e desqualificada do ponto de vista da qualidade de ensino.

Isso demonstra que falta uma política pública definida e com prioridade com relação à educação. O descaso com o qual os governantes tem tratado a educação aponta para uma má formação dos futuros profissionais, com reflexos em todas as carreiras.

No Exame de Ordem, essa constatação fica muito mais clara porque muitos egressos do ensino público também prestam as provas e o índice de reprovação é bastante semelhante ao do Enem. A educação no Brasil está na UTI e precisa de um choque efetivo. Nada melhor do que o início de um novo governo, estadual ou federal, para que esse choque possa acontecer, tomando a educação uma prioridade no país.

Só poderemos fazer grandes transformações sociais se tivermos uma educação de qualidade. Não adianta soluções tópicas, é necessário que haja uma profunda reforma educacional, um comprometimento maior de verbas públicas para a educação. Só assim poderemos mudar esse lamentável quadro, acabando com o estelionato educacional principalmente no ensino superior (faculdades).

Muitos desses alunos que tiveram uma péssima educação no nível fundamental e médio quando chegam no ensino superior encontram facilidade para ingressar nas faculdades particulares que só visam o lucro e não oferecem uma formação de qualidade. É necessário que haja maior controle por parte do Ministério da Educação a respeito da formação em nível estadual. Deve haver uma maior fiscalização por parte do MEC para que haja maior qualidade no ensino.”

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http://www.oab.org.br/

Estado Palestino será criado em 2011, diz premiê.

Estado Palestino para 2011!

O governo de Fayyad não controla a Faixa de Gaza.

O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, declarou nesta quinta-feira que o Estado Palestino será fundado em 2011 e que está preparando a infraestrutura para possibilitar sua criação.

"Agosto de 2011 será o prazo final da ocupação israelense" nos territórios palestinos e "no próximo verão (no hemisfério norte, inverno no hemisfério sul) os palestinos vão festejar o nascimento de seu Estado", disse Fayyad.

No entanto, analistas se dizem céticos sobre as promessas, a menos que sejam firmados acordos com Israel e com o grupo islâmico Hamas. O governo de Fayyad não tem controle algum sobre a Faixa de Gaza, dominada pelo Hamas desde 2007 e onde moram 1,5 milhão de palestinos.

Fayyad, que assumiu o cargo de premiê em 2007, é um economista respeitado internacionalmente que trabalhou no Banco Mundial durante 8 anos.

Desde que foi nomeado primeiro-ministro pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, Fayyad vem se dedicando a construir a infraestrutura de um futuro Estado Palestino, consolidando a economia, as instituições e as forças de segurança na Cisjordânia.

Israel

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, já declarou que o país "não aceitará medidas unilaterais" por parte dos palestinos.

O ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, instruiu nesta semana o departamento de planejamento do Ministério a elaborar um estudo sobre a possibilidade de que os palestinos declarem um Estado de maneira unilateral e obtenham o apoio da ONU.

"Temos que estar prontos para essa eventualidade", afirmou Lieberman.

Em suas declarações desta quinta-feira, Salam Fayyad também criticou Netanyahu e disse que "se o premiê israelense tem intenções sérias de fazer a paz, deve prender os colonos que envenenaram as oliveiras dos palestinos".

Fayyad se referiu a um incidente ocorrido nesta semana na Cisjordânia quando colonos do assentamento de Alon Moreh, nas proximidades da cidade de Nablus, contaminaram mais de 600 oliveiras da aldeia palestina de Dir Hatab com águas de esgoto.

Ele declarou também que Netanyahu "permite que os colonos façam atos de terrorismo contra os palestinos".

Negociações

Ainda nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Egito, Ahmed Aboul Gheit, e o ministro da Inteligência egípcio, Omar Suleiman, se reúnem em Ramallah com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, para discutir a possibilidade de retomada das negociações diretas entre israelenses e palestinos.

Abbas suspendeu as negociações no dia 26 de setembro, quando o premiê Netanyahu se negou a prolongar o congelamento da construção dos assentamentos israelenses na Cisjordânia.

Netanyahu declarou que quer negociar "sem condições prévias", mas Abbas afirmou que não retomará as conversas "se os israelenses continuarem construindo os assentamentos".

As obras nos assentamentos israelenses na Cisjordânia já foram retomadas.

Você quer saber mais?

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/10/101028_palestinos_estado_gf_rc.shtml

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/10/101021_assentamentosongfn.shtml

Papa condena aborto e pede para bispos brasileiros orientarem politicamente fiéis.

Papa condena o Aborto e orienta fieís!

O papa Bento XVI condenou nesta quinta-feira, em reunião em Roma, o aborto e clamou para que um grupo de bispos brasileiros orientem politicamente fiéis católicos, sem mencionar diretamente as eleições que acontecem no próximo domingo.

"Os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas."

O papa reiterou a posição católica a respeito do aborto, condenando o uso de projetos políticos que defendam aberta ou veladamente sua descriminalização.

Segundo ele, a democracia só existe quando "reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana".

Bento 16 fez um "vivo apelo a favor da educação religiosa" nas escolas públicas e pediu ainda pela presença de símbolos religiosos em locais públicos. O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, é citado como um exemplo de monumento que contribuiu para o "enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade".

O aborto ganhou espaço na mídia e na boca dos candidatos a presidente Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) no final do primeiro turno, impulsionados pela movimentação de igrejas evangélicas e segmentos católicos que pregavam voto anti-Dilma Rousseff (PT) e pró-vida --a petista já defendeu a prática.

Após a polêmica, Dilma se comprometeu a distribuir uma carta em templos e igrejas, repetindo declarações feitas ao longo da campanha, como ser "pessoalmente contra o aborto", não encaminhar nenhuma legislação referente ao tema ao Congresso e defender a "manutenção da legislação atual sobre o assunto", que só permite a prática em casos de estupro e risco de morte para a mãe.

Leia parte do discurso de Bento XVI:

"Amados Irmãos no Episcopado,

Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo (2 Cor 1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5. Lendo os vossos relatórios, pude dar-me conta dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.

Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.

Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. GS, 76).

Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente má e incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, consequência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38). Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático --que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana-- é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vitæ, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambiguidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo (ibidem, 82).

Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sóciopolítico de um modo unitário e coerente, é necessária --como vos disse em Aparecida-- uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o "Compêndio da Doutrina Social da Igreja" (Discurso inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. GS, 75).

Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambiguidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17-IX-2010).

Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana é que uma sociedade pode ser construída. Assim, Deus deve encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política (Caritas in veritate, 56). Por isso, amados Irmãos, uno a minha voz à vossa num vivo apelo a favor da educação religiosa, e mais concretamente do ensino confessional e plural da religião, na escola pública do Estado.

Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baía da Guanabara que representa a hospitalidade e o amor com que o Brasil sempre soube abrir seus braços a homens e mulheres perseguidos e necessitados provenientes de todo o mundo? Foi nessa presença de Jesus na vida brasileira, que eles se integraram harmonicamente na sociedade, contribuindo ao enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade.

Você quer saber mais?

http://www1.folha.uol.com.br/poder/821609-papa-condena-aborto-e-pede-para-bispos-brasileiros-orientarem-politicamente-fieis.shtml