sábado, 13 de junho de 2020

Uma breve reflexão crítica sobre o capitalismo



A instantes ouvia Yo-YoMa (arte 1) interpretando a Sarabanda em Ré maior, BWV 1011 , de Bach, era o "extra" de uma apresentação junto a Filarmônica de Berlim; ao fundo dava-se para notar a satisfação dos violinistas, dos violonistas, dos cellistas, dos baixistas, homens dos naipes das cordas. Nossos iguais nos causam uma maior simpatia. Yo-YoMa é um violoncelista! Ayn Rand, e tomarei como verdadeiro o seu depoimento, é uma pessoa que viu uma utopia de igualdade, sofrer todo o tipo de percalços, justamente nós que buscamos a igualdade e a justiça social sobre outro prisma econômico. Seu relato é de quem viu a utopia na prática, e o que ela viu não foi bom, tentar negá-lo é pueril, buscar extrair disto uma reflexão é o melhor, para quem acredita não refutar (até por que há exemplos notórios uma vergonha para socialistas ) é o exemplo de coisas que não devem acontecer (mas infelizmente aconteciam e acontecem...)

E qual seria a reação de Ayn sobre os crimes de Al Capone? Que sob a tutela da corrupção dos poderes de Estado (E.U.A.) cometia seus crimes. Mas isso não se compara ao relato de um general americano. Lotado em um porta aviões dizia ele que sua atuação mundo afora em prol das companhias americanas (na América Central, Fruit Company, República de Bananas; na África e Ásia ) não se comparava a atuação de Al Capone! Al, dizia ele, tocava horror em dois, três quarteirão comprava alguns juízes e policiais; ele, o general, representava os interesses destas empresas mundo afora. Perguntava ele: quem era o verdadeiro gângster? O capitalismo está aí triunfante, prometendo -e não dando a todos o que promete- felicidade que não vem fartura para alguns, vive de crises que o fortalecem enormemente o capital, e fazem negócios com a China! Duas grandes guerras entre potências capitalistas: 70 milhões de mortos! Exceção: URSS (Ah! Se não fosse Stalingrado...).

Vemos as coisas na perspectiva do que acreditamos. Mas é coerente ver o todo. Como os músicos da Filarmônica, que após a satisfação de Yo-YoMa, interpretaram a Sinfonia n 6 de Tchaikovsky - a Patética. E, como aviso casual, encerram a sinfonia com o seu movimento final: o Adágio Lamentoso.

Autor: Prof. Luiz Modesto da Cunha, professor de História e colaborador do Construindo História Hoje.

O HINO A ÁTON E O SALMO 104

O HINO A ATON

"Apareces cheio de beleza no horizonte do céu, disco vivo que iniciaste a vida.
Enquanto te levantaste no horizonte oriental, encheste cada país da tua perfeição. És formoso, grande, brilhante, alto em cima do teu universo.
Teus raios alcançam os países até ao extremo de tudo o que criaste.
Porque és Sol, conquistaste-os até aos seus extremos, atando-os para teu filho amado. Por longe que estejas, teus raios tocam a terra.

Estás diante dos nossos olhos, mas o teu caminho continua a ser-nos desconhecido. Quando te pões, no horizonte ocidental, o universo fica submerso nas trevas, como morto. Os homens dormem nos quartos, com a cabeça envolta, nenhum deles podendo ver seu írmão...

Mas na aurora, enquanto te levantas sobre o horizonte, e brilhas, disco solar, ao longo da tua jornada, rompes as trevas emitindo teus raios...
Se te levantas, vive-se; se te pões, morre-se. Tu és a duração da própria vida; vive-se de ti.

Os olhos contemplam, sem cessar, tua perfeição, até o acaso; todo o trabalho pára quanto te pões no Ocidente.

Enquanto te levantas, fazes crescer todas as coisas para o rei, e a pressa apodera-se de todos desde que organizaste o universo, e fizeste com que surgisse para teu filho, saído da tua pessoa, o rei do Alto e do Baixo Egito, que vive de verdade, o Senhor do Duplo País, Neferkheperuré Uaenré, filho de Rá, que vive de verdade, Senhor das coroas, Akhenaton.


Que seja grande a duração de sua vida! e à sua grande esposa que o ama, a dama do Duplo País, Neferneferuaton Nefertiti, que lhe seja dado viver e rejuvenescer para sempre, eternamente.”
SALMO 104

1 Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR Deus meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido de glória e de majestade.
2 Ele se cobre de luz como de um vestido, estende os céus como uma cortina.
3 Põe nas águas as vigas das suas câmaras; faz das nuvens o seu carro, anda sobre as asas do vento.
4 Faz dos seus anjos espíritos, dos seus ministros um fogo abrasador.
5 Lançou os fundamentos da terra; ela não vacilará em tempo algum.
6 Tu a cobriste com o abismo, como com um vestido; as águas estavam sobre os montes.
7 Å tua repreensão fugiram; à voz do teu trovão se apressaram.
8 Subiram aos montes, desceram aos vales, até ao lugar que para elas fundaste.
9 Termo lhes puseste, que não ultrapassarão, para que não tornem mais a cobrir a terra.
10 Tu, que fazes sair as fontes nos vales, as quais correm entre os montes.
11 Dão de beber a todo o animal do campo; os jumentos monteses matam a sua sede.
12 Junto delas as aves do céu terão a sua habitação, cantando entre os ramos.
13 Ele rega os montes desde as suas câmaras; a terra farta-se do fruto das suas obras.
14 Faz crescer a erva para o gado, e a verdura para o serviço do homem, para fazer sair da terra o pão,
15 E o vinho que alegra o coração do homem, e o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que fortalece o coração do homem.
16 As árvores do SENHOR fartam-se de seiva, os cedros do Líbano que ele plantou,
17 Onde as aves se aninham; quanto à cegonha, a sua casa é nas faias.
18 Os altos montes são para as cabras monteses, e os rochedos são refúgio para os coelhos.
19 Designou a lua para as estações; o sol conhece o seu ocaso.
20 Ordenas a escuridão, e faz-se noite, na qual saem todos os animais da selva.
21 Os leõezinhos bramam pela presa, e de Deus buscam o seu sustento.
22 Nasce o sol e logo se acolhem, e se deitam nos seus covis.
23 Então sai o homem à sua obra e ao seu trabalho, até à tarde.
24 O SENHOR, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas.
25 Assim é este mar grande e muito espaçoso, onde há seres sem número, animais pequenos e grandes.
26 Ali andam os navios; e o leviatã que formaste para nele folgar.
27 Todos esperam de ti, que lhes dês o seu sustento em tempo oportuno.
28 Dando-lho tu, eles o recolhem; abres a tua mão, e se enchem de bens.
29 Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras o fôlego, morrem, e voltam para o seu pó.
30 Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra.
31 A glória do SENHOR durará para sempre; o SENHOR se alegrará nas suas obras.
32 Olhando ele para a terra, ela treme; tocando nos montes, logo fumegam.
33 Cantarei ao SENHOR enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu tiver existência.
34 A minha meditação acerca dele será suave; eu me alegrarei no SENHOR.
35 Desapareçam da terra os pecadores, e os ímpios não sejam mais. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR. Louvai ao SENHOR.



Pré-história? Era da Agricultura!



Apesar de necessária para a compreensão e o estudo da história, há muitas críticas quanto à periodização clássica utilizada. Uma dessas críticas, diz sobre o período da vida humana anterior à chamada Idade Antiga, que corresponde, aliás, a milhões de anos. Dentro de uma concepção estreitamente relacionada ao positivismo ou à história-relato, esse enorme período é denominado, nos livros, Pré-história. Define-se que a História só tem inicio com a invenção da escrita. Mas, então – pode-se questionar, povos sem escrita (ágrafos) não têm história? É evidente que possuem História, pois não apenas documentos escritos dispõe o historiador. Se determinado grupo humano não chegou a criar símbolos reconhecidos como forma de escrita para registrar os acontecimentos de sua vida, isso não impede que tenhamos condições de compreendê-la. Afinal, esse grupo deixou uma infinidade de outros documentos: instrumentos de trabalho, joias, brinquedos, entre outros, com os quais o historiador pode elaborar a sua pesquisa.­


No seguinte texto será justificada a nova nomenclatura dada a Pré-história a partir do olhar da teoria histórica da Escola de Annales.

Baseados nos dados analisados teremos como nome ao período “Era da Agricultura”, devido a grande importância que a agricultura teve para a evolução humana desde seu descobrimento no período Neolítico, a mesma permitiu ao ser humano andar em grupos mais numerosos, já que no período Paleolítico nós simplesmente comíamos oque encontrávamos o que impedia que andássemos em grandes grupos, pois a comida acabava muito rápido se houvesse muitas pessoas juntas no mesmo lugar. A agricultura também permitiu termos moradias fixas e a criação de animais, pois agora plantávamos oque comíamos, impedindo que houvesse falta de alimentos. O que mais tarde desencadeou na Idade dos Metais, as organizações sociais, sendo mais numerosas ainda, dando início também à fabricação de ferramentas e armas de metais.

Ao fim concluímos que a agricultura levou o ser humano a capacidade de inúmeras evoluções e descobrimentos que levaram a sociedade ao que é hoje, sendo um grande marco para nossa espécie, está mais do que justificado chamarmos esse período de “Era da Agricultura”.

Autora: Isabel Cristina S. Pedroso, colaborada do Construindo História Hoje.