Durante séculos, os países africanos foram colonizados por potências europeias, como Inglaterra, França, Portugal, Bélgica, entre outras. Esses países impuseram sua cultura, sua religião e exploraram os recursos naturais da África, como ouro, petróleo, diamantes e terras férteis. Além disso, os africanos foram frequentemente tratados como cidadãos de segunda classe, sem direitos políticos e com pouca ou nenhuma liberdade.
A situação começou a mudar no século XX, especialmente após a Segunda Guerra Mundial (1939–1945). A guerra enfraqueceu os países europeus e fortaleceu movimentos nacionalistas em várias partes do mundo. Muitos africanos que lutaram ao lado dos europeus durante a guerra voltaram com o desejo de conquistar liberdade para seus próprios países.
Nas décadas de 1950 a 1970, houve uma grande onda de independências no continente africano. Um dos primeiros países a conquistar sua independência foi Gana, em 1957, liderado por Kwame Nkrumah. Esse evento inspirou vários outros movimentos ao redor da África. Em poucos anos, dezenas de países africanos deixaram de ser colônias e se tornaram nações independentes.
No entanto, o processo de independência nem sempre foi pacífico. Em alguns lugares, como Argélia (colônia francesa) e Angola e Moçambique (colônias portuguesas), houve guerras sangrentas, com muitos mortos e destruição. Em outros, como Senegal e Tanzânia, a independência foi conquistada de forma mais pacífica, por meio de negociações.
Apesar da independência política, muitos países africanos enfrentaram (e ainda enfrentam) sérios desafios: pobreza, conflitos internos, corrupção, falta de infraestrutura e interferência de potências estrangeiras. Isso se deve, em parte, ao fato de que as fronteiras criadas pelos colonizadores não respeitavam os povos e culturas locais, o que causou conflitos entre grupos étnicos diferentes.
Mesmo assim, a conquista da independência foi um passo importante para a autodeterminação dos povos africanos. Com o tempo, muitos países vêm fortalecendo suas democracias, investindo em educação, saúde e cultura, e buscando um desenvolvimento mais justo para suas populações.
Hoje, estudar as independências africanas é essencial para entender como o colonialismo ainda impacta o mundo atual e por que a luta por igualdade e justiça continua em muitos países do continente.
Você quer saber mais?
SANTANA, Allan. Pan‑Africanismo e descolonização das nações africanas: possibilidades de inserção no ensino de História. Belo Horizonte: Editora Dialética, 2021.
MACQUEEN, Norrie. A descolonização da África Portuguesa. Lisboa: Inquérito, 1998.
SANTOS, Ynaê Lopes dos. História da África e do Brasil Afrodescendente. Rio de Janeiro: Pallas Editora, 2017.
KI‑ZERBO, Joseph. História da África. [Tradução para o português]. São Paulo: editora (diversas edições). 2004.
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