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quinta-feira, 17 de maio de 2012

"O Perigoso Sol negro."



O "Sol negro" semelhante ao do castelo Wewelsburg

"Obergruppenführersaal"

O sol negro foi um símbolo esotérico e ocultista que fazia parte do misticismo nazi e especificamente por suas representações em mosaicos no castelo Wewelsburg. Hoje ele é utilizado por correntes do neopaganismo e especialmente na cena neonazista.

O sol negro é um símbolo em forma de sol roda com doze raios. O símbolo contém três suásticas ou doze runas de Sig inversas. O sol negro na versão mostrada não é símbolo histórico. A SS embutido é um ornamento semelhante em forma de mosaico verde escuro no andar de mármore do antigo "Obergruppenführersaal" (literalmente: hall do Obergruppenführer - originalmente mais importantes generais da SS) ao norte da torre do castelo de Wewelsburg, perto da cidade de Paderborn (foto do ornamento).

Originalmente um disco dourado foi colocado no meio do ornamento. O castelo de Wewelsburg foi ampliado, para que após a guerra o centro planejado da SS, mais especificamente a torre norte, tornasse-se o "centro do mundo". Como amostra para o ornamento, provavelmente broches de bronze, desde o período merovíngio, eram usadas, que são interpretados como representação do sol visível ou a sua passagem através dos meses do ano. O termo sol negro para a roda solar do Castelo de Wewelsburg se tornou popular após a Segunda Guerra Mundial. Normalmente, a sala onde está o ornamento pode ser vista a partir do exterior através de uma grade-porta. Devido à condições da luz o mosaico no chão parece negro.
Nêmesis – O sol negro

Suponha que o nosso Sol não estivesse sozinho, mas tivesse uma companheira. Ou seja, que nosso sistema solar fosse um sistema binário. Suponha que esta estrela companheira se movesse em uma órbita elíptica, com distância solar variando entre 90 mil u.a. (1,4 ano-luz) e 20 mil u.a., e um período de 30 milhões de anos. Suponha também que essa estrela seja escura ou, pelo menos, de brilho muito tênue e, portanto, ainda invisível para nós. Ou então, como afirmam Iniciados da estirpe de um Rudolf Steiner ou um Samael, de que esse Sol fosse de matéria astral.

Isso significaria que a cada 30 milhões de anos essa estrela hipotética companheira do Sol passaria através da Nuvem de Oort (uma nuvem de protocometas hipotética a uma grande distância do Sol). Durante tal passagem, os protocometas na Nuvem de Oort seriam perturbados. Algumas dezenas de milhares de anos depois, aqui na Terra, perceberíamos um aumento dramático de cometas, aumentando também o risco de nossa Terra colidir com os núcleos de um desses cometas.


Examinando-se os registros geológicos da Terra, parece que uma vez a cada 30 milhões de anos, aproximadamente, a vida em nosso planeta sofreu uma extinção maciça. A mais conhecida de todas essas extinções é, por certo, a dos dinossauros, há 74 milhões de anos. Daqui a cerca de 15 milhões de anos, segundo esse hipótese, deverá ocorrer uma gigantesca extinção da vida na Terra.

A hipótese de uma “mortífera companheira” do Sol foi sugerida, em 1987, por Daniel P. Whitmire e John J. Matese, da Universidade de Southern Lousiana. Foi até mesmo chamada de Nêmesis. O fato curioso sobre a hipótese de Nêmesis é que não há qualquer prova dita “científica”, além das experiências esotéricas de grandes iluminados, além das tradições mitológicas de seitas que “cultuavam” o Sol Negro. Nem precisaria que sua massa ou brilho fosse muito grande – uma estrela muito maior ou de menor luminosidade que o Sol seria suficiente, até mesmo uma estrela anã (um corpo semelhante a um planeta com massa insuficiente para começar a “queimar hidrogênio” como uma estrela).

É possível que essa estrela já exista em um dos catálogos de estrelas fracas sem que qualquer pessoa tenha percebido algo peculiar, isto é, o enorme movimento aparente dessa estrela em relação a outras estrelas mais afastadas (i.e., sua paralaxe). Se tal estrela fosse encontrada, poucos teriam dúvida em considerá-la a causa básica das maciças extinções da vida em nosso planeta.

Mas essa “estrela da morte” também evoca uma força mítica. Se algum antropólogo de uma geração anterior à nossa tivesse ouvido tal história de seus informantes, certamente usaria palavras como “primitivo” ou “pré-científico” para registrá-la. Considere seriamente a história abaixo.

Há outro Sol no céu, um Sol-Demônio, Anticrístico, que não podemos ver. Há muito tempo, o Sol-Demônio atacou nosso Sol. Caíram cometas e um terrível inverno cobriu a Terra. E a vida foi quase toda destruída. O Sol-Demônio atacou muitas vezes antes. E tornará a atacar de novo.

Isso explica por que alguns cientistas pensaram que a hipótese de Nêmesis fosse algum tipo de piada ao ouvirem sua história pela primeira vez – um Sol invisível atacando a Terra com cometas parece loucura ou mito. Ainda assim, sempre corremos o risco de uma decepção. Por mais especulativa que seja a “teoria”, ela é séria e respeitável, porque sua idéia principal é verificável: você pode encontrar essa estrela e examinar suas propriedades.

Esoterismo do Sol Negro

O VM Samael Aun Weor afirmava a existência e a realidade de um Sol Negro, irmão gêmeo deste Sol que nos ilumina e dá vida. Samael diz o seguinte:

“Há dois tipos de ‘integração’, podemos nos integrar ao Ser e essa é a Integração Cósmica, a Cristalização Cósmica. E há outra integração, meus queridos irmãos. É a Integração Negativa; os que integram o Ego se convertem em demônios terrivemente perversos, os há: os Magos Negros que o têm cristalizado… Os Magos Negros que rendem culto a todas as Partes do Ego, que o reuniram em si mesmos, que o integraram totalmente. Essa é uma integração negativa, a integração do Ego.

Há escolas que rendem culto ao Ego e que não querem desintegrar o Ego, que o veneram como anjo… que consideram os distintos agregados psíquicos como valores positivos, maravilhosos, e que cuidam dele. Esses equivocados integram o Ego e se convertem em tenebrosos! Sumamente fortes! Magos das trevas! Há deles no Sol Negro, que é por oposição a antítese do Sol que nos ilumina; os há nas entranhas do submundo; os há em Lilith, a Lua Negra… São cristalizações equivocadas, integrações negativas.


A esquerda o símbolo do Sol Negro, trazido do Tibet

Também existe um Sol Negro, que é o contrário do Sol Branco, e está feito de matéria astral. Esse Sol Tenebroso é a sede de terríveis e malvados seres. O Diamante Negro está influído por esse Sol Tenebroso. Orhuarpa estabeleceu o culto do Sol Tenebroso na Atlântida e essa foi a causa do Dilúvio Universal e do afundamento da Atlântida. No coração desse Sol moram seres de uma malignidade terrivelmente desconcertante. Seres tão monstruosos como jamais poderíamos imaginar. Um terrível abismo conduz ao coração desse sol.”

O Nazismo e o Culto ao Sol Negro

Até aqui, as terríveis palavras do VM Samael Aun Weor sobre o Sol Negro.
Estudar os acontecimentos que terminaram por desencadear a Segunda Guerra Mundial e a atual Nova Ordem Mundial é muito relevante para os estudantes gnósticos. Isso nos leva a compreender como se encontra a sociedade moderna e todos os seus intrumentos de repressão, políticos, sociais, imprensa, materialismo, valores diversos etc.

Obviamente, o tema nazismo é muito delicado, e tratá-lo de forma imparcial é bastante difícil. Não iremos tratar das implicações políticas especificamente, mas sobre o lado dito oculto, esotérico, que envolveu o nascimento, apogeu e queda do III Reich.

Muitos livros e documentários foram produzidos sobre o tema Ocultismo Nazista. Ordens secretas, iniciados, magos brancos, magos negros, complôs para controlar o mundo, luta entre o bem e o mal etc. Onde está a verdade por trás disso tudo? Onde há fantasias? E a Gnose de Samael, o que tem a dizer sobre esse tema tão complexo?

Depois do afundamento da Atlântida, o Culto ao Sol Tenebroso se estendeu por diversos lugares, tais como a África, Norte da Europa, Pérsia (culto a Ahrimã) e, especialmente, no Tibet. A seita negra dos Dugpas, pólo contrário da Grande Fraternidade Branca do Tibet, exportou esse culto para a Europa em meados do século 20, quando pesquisadores nazistas estiveram na Ásia em busca da misteriosa cidade perdida de Shamballah. Diversos exploradores nazistas, entre eles Wilhelm Landig, Rudolf J. Mund e Jan van Helsing, confundiram o Culto ao Sol Sagrado dos Mestres da Luz com o Culto ao Sol Negro, dos Dugpas. 


No coração do Nacional Socialismo (nazismo), Heinrich Himmler, Reichsführer-SS (líder supremo das SS) e chefe da polícia alemã, um dos braços direitos de Adolf Hitler, em seus desmesurados delírios de grandeza, abraçou o culto ao Sol Tenebroso com um fanatismo nunca antes visto naquele terrível período de nossa história recente.
Himmler foi praticamente o sumo sacerdote do culto ao Sol Negro (Schwarze Sonne). Os rituais efetivados no Castelo de Wewelsburg, sede das SS, foi definitivamente, a causa esotérica do afundamento, derrota e destruição do nazismo, devido a que ali se atraiu uma energia extremamente pesada e negativa, esotericamente falando…

Na sala que vemos ao lado, Himmler reunia-se com 12 líderes das SS (os 12 Gruppenführers), “altos iniciados” das SS, no Castelo de Wewelsburg, e efetuava rituais tenebrosos ao redor do símbolo do Sol Negro.

O chefe de Inteligência das SS, Walter Schellenburg, certa vez comentou o que havia visto no castelo: “Aconteceu que eu entrei acidentalmente no quarto e vi esses 12 líderes SS sentados ao redor de um círculo, todos submergidos em profunda e silenciosa contemplação; foi de fato uma visão notável.”

Mas como se iniciou o interesse dos nazistas pelo Sol Negro?

A Sociedade de Estudos para a Antigua História do Espíritu (Deutsche Ahnenerbe), mais conhecida como A Herança dos Ancestrais, foi criada no dia 1º de julho de 1935. Em seus primórdios, funcionou como um Instituto de Investigações avançadas das SS para logo se tornar independente. Ses mentores foram Henrich Himmler, Herman Wirth e Walter Darre.

Havia 43 departamentos da Ahnenerbe, dos quais um era bastante insólito, era aquele que se dedicava a atividades ocultistas. Os interesses dessa verdadeira confraria, altamente seleta, versavam sobre a busca do Santo Graal, escavações de vestígios atlantes, exploração e contato com as culturas místicas do Tibet, práticas de yoga, estudos de antigos cultos pagãos, viagens ao interior da Terra para comprovar se esta é realmente oca etc. O grande líder dessa seção, depois de Himmler, era Friederich Hielscher, um homem enigmático e do qual há poucos dados. 

Hielscher impulsionou a famosa expedição al Tíbet (1938-39). A missão foi comandada pelo antropólogo Ernst Schaefer, acompanhado por cinco sábios alemães e 20 membros das SS.

Sob o lema “Encontro da suástica ocidental com a oriental”, conseguiram estabelecer contatos políticos de alto nível com o governo tibetano que se manifestaram, entre outros, na declaração oficial de amizade intitulada Qutuqtu de Rva-sgren. O regente tibetano pôs por escrito a atenção do notável senhor Hitler, rei dos alemães, que conseguiu alcançar o poder sobre parte do mundo”.

Foram realizados estudos raciais e se filnou um documentário. Entre os documentos que os expedicionários levaram a Berlim conta-se o Kangschur, “um conjunto de sagradas escrituras tibetanas em 108 volumes”, além de um ritual de iniciação guerreira tântrica do Kalachakra.

Porém, a mais importante e secreta missão ao Tibet teve um objetivo menos divulgado, que foi o de estabelecer contatos com os habitantes de um reino subterrâneo, chamado Agartha ou Shamballah. O resultado? É sabido que em vez de contatarem os veneráveis mestres da Grande Fraternidade Branca, como já dissemos acima, os expedicionários nazistas levaram para a capital alemã o que de pior havia no mundo: representantes do Clã dos Dugpas, adoradora do Sol Negro.

Você quer saber mais?

GOODRICK, Nicolas. Sol Negro. São Paulo: Editora Madras, 2004.

http://www.derhain.de/SchwarzeSonne.html

http://www.jadu.de/mittelalter/germanen/gk/pages/zierscheiben_jpg.htm

http://www.museum-haag.de/museum/geschos1.htm

http://www.jamestwining.com/TBS_Facts/BS_Sun.htm 

http://www.ruedigersuenner.de/schwarze%20sonne.jpg

http://www.ns-gedenkstaetten.net/nrw/en/wewelsburg/thema_1/nordturm.html

http://altreligion.about.com/library/glossary/symbols/bldefsblacksun.htm

http://www.ns-gedenkstaetten.de/nrw/de/wewelsburg/thema_3/ss_architektur.html

 

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Duas datas esquecidas


Princesa Isabel, assinando a Lei Áurea.

No último dia 11 de Maio, celebramos o 74º aniversário do Levante de 11 de Maio de 1938, única reação armada de vulto contra a ditadura estadonovista de Getúlio Vargas, e, no último dia 13 de Maio, por seu turno, celebramos o 124º aniversário da assinatura, pela Princesa Isabel, então Regente do Império, da Lei Imperial n.º 3.353, de 13 de Maio de 1888, mais conhecida como Lei Áurea, por ter sido assinada com pena de ouro, dada à Regente do Império por grupo de abolicionistas encabeçado por José do Patrocínio.

O Levante de 11 de Maio, cujo principal ato foi o ataque ao Palácio Guanabara, a despeito de precipitado e à revelia dos líderes do amplo movimento que ora se formara em prol da deposição do ditador, se não tirano, Getúlio Vargas, deve ser sempre recordado como um heróico ato de um pugilo de autênticos patriotas e nacionalistas na acepção integral, sadia e edificadora do vocábulo, e cujos mortos, a maioria fuzilada pelo criminoso Benjamim Vargas, irmão do ditador, devem ser reverenciados como lídimos mártires do Brasil Profundo, Autêntico e Verdadeiro. E que fique registrado que esses legionários de Deus, da Pátria e da Família não atacaram, naquela madrugada, o Palácio Guanabara para matar Vargas, como afirmam alguns adeptos da falsa religião marxista travestidos de historiadores, mas sim para depô-lo e prendê-lo. Ademais, cumpre assinalar que entre os atacantes do Palácio, todos Integralistas, com exceção do covarde Severo Fournier, que dali acabou fugindo, se encontravam o chamado “Almirante Negro” João Cândido, principal líder da denominada Revolta da Chibata, de 1910, e o Príncipe D. João Maria de Orleans e Bragança, neto da Princesa Isabel, que, aliás, residira, por vários anos, no Palácio Guanabara, de que era proprietária.     

O Integralismo Vigia! Jamais esqueceremos o 11 de maio de 1938.

Já o 13 de Maio marca

terça-feira, 15 de maio de 2012

UM GAÚCHO CHAMADO GETÚLIO DORNELLES VARGAS


Getúlio Dornelles Vargas nasceu em São Borja (RS), em 1882. Bacharel pela Faculdade de Direito de Porto Alegre (1907), elegeu-se pelo Partido Republicano Rio Grandense. deputado estadual, deputado federal e líder da bancada gaúcha, entre 1923 e 1926. Foi Ministro da Fazenda de Washington Luís (1926-27) e presidente do Rio Grande do Sul (1927-1930). 
 
Em 1929 candidatou-se à presidência da República na chapa oposicionista da Aliança Liberal. Derrotado, chefiou o movimento revolucionário de 1930, através do qual assumiu em novembro deste mesmo ano o Governo Provisório (1930-34). Durante este período, Vargas deu início à estruturação do novo Estado, com a nomeação dos interventores para os governos estaduais, a implantação da justiça revolucionária, a criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e a promulgação das primeiras leis trabalhistas. 

Em 1932, eclodiu a Revolução Constitucionalista em São Paulo, quando o Partido Republicano Paulista e o Partido Democrático de São Paulo, unidos em uma frente única, organizaram grande contingente de voluntários em luta armada contra o Governo Provisório. Iniciado em 9 de julho, este movimento estendeu-se até 1º de outubro. 

O término do movimento paulista marcou o início do processo de constitucionalização. Em novembro de 1933, instalou-se a Assembléia Nacional Constituinte, responsável pela promulgação da nova Constituição e pela eleição de Getúlio Vargas como presidente da República, em julho de 1934. 

Durante o período em que governou constitucionalmente o país, cresceu a atuação da Ação Integralista Brasileira (AIB), de inspiração fascista, e surgiu a Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento polarizado pelo Partido Comunista Brasileiro, então Partido Comunista do Brasil (PCB). O fechamento da ANL, determinado por Getúlio Vargas, bem como a prisão de alguns de seus partidários, precipitaram as conspirações que levaram à Revolta Comunista de 1935, que eclodiu em novembro em Natal, Recife e no Rio de Janeiro. 

O Presidente Getúlio D. Vargas, com a faixa presidencial.

Em 1937, preparavam-se as eleições presidenciais para janeiro de 1938, quando foi denunciado pelo governo a existência de um plano comunista, conhecido como Plano Cohen. Esta situação criou um clima favorável para a instauração do Estado Novo, que ocorreria em novembro deste ano. 

Com a instauração do Estado Novo em 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas determinou o fechamento de Congresso, outorgou uma nova Constituição, que lhe conferia o controle dos poderes Legislativo e Judiciário. No início do mês seguinte, Vargas assinou decreto determinando o fechamento dos partidos políticos, inclusive a AIB. Em 11 de maio de 1938, os integralistas insatisfeitos com o fechamento da AIB, invadiram o Palácio Guanabara, numa tentativa de deposição de Vargas. Esse episódio ficou conhecido como Levante Integralista. 

Entre 1937 e 1945, duração do Estado Novo, Getúlio Vargas deu continuidade à estruturação do Estado, orientando-se cada vez mais para a intervenção estatal na economia e para o nacionalismo econômico. Foram criados nesse período o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Fábrica Nacional de Motores (FNM), entre outros. 

Cartaz convocando trabalhadores para festividade do Dia do Trabalhador.

Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939, Vargas manteve um posicionamento neutro até 1941, quando da assinatura do acordo entre Brasil e Estados Unidos, pelo qual o governo norte-americano se comprometia a financiar a construção da primeira siderúrgica brasileira, em troca da permissão para a instalação de bases militares no Nordeste.
Após o torpedeamento de navios brasileiros por submarinos alemães, em 1942, foi declarado o estado de guerra à Alemanha, Itália e Japão - países do Eixo. Em novembro do ano seguinte, Vargas criou a Força Expedicionária Brasileira (FEB), cujo primeiro escalão foi mandado em julho de 1944 para combater na Itália. 

Com o término do conflito em 1945, as pressões em prol da redemocratização ficaram mais fortes, uma vez que o regime do Estado Novo não se coadunava com os princípios democráticos defendidos pelos países aliados durante todo o conflito. Apesar de algumas medidas tomadas, como a definição de uma texto para as eleições, a anistia, a liberdade de organização partidária, e o compromisso de fazer eleger uma nova Assembléia Constituinte, Vargas foi deposto em 29 de outubro de 1945, por um movimento militar liderado por generais que compunham seu próprio ministério. 

Afastado do poder, Getúlio Vargas retirou-se para sua fazenda em São Borja, no Rio Grande do Sul, apoiando a candidatura do general Eurico Dutra, seu ex-ministro da Guerra, à presidência da República. Nas eleições para a Assembléia Nacional Constituinte de 1946, Vargas foi eleito senador por dois estados: Rio Grande do Sul, na legenda do Partido Social Democrático (PSD), e São Paulo, pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Por esta legenda, foi também eleito representante na Câmara dos Deputados por sete estados: Rio Grande do Sul, São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Paraná. Assumindo seu mandato no Senado como representante gaúcho, Getúlio Vargas exerceu também a legislatura que se seguiu (1946-1949). 

Candidato à presidência da República pelo PTB, em 1950, Getúlio Vargas derrotou os candidatos, Eduardo Gomes (UDN) e Cristiano Machado (PSD), elegendo-se com 3.849.000 votos. 

Seu segundo período de governo foi marcado pela retomada da orientação nacionalista cuja expressão maior foi a luta para a implantação do monopólio estatal sobre o petróleo, com a criação da Petrobrás e pela progressiva radicalização política. Vargas enfrentava oposição cerrada por parte da UDN, em especial do jornalista Carlos Lacerda, proprietário do jornal carioca Tribuna da Imprensa. 

O atentado realizado contra Lacerda no início de agosto de 1954, no qual foi morto o major-aviador Rubem Florentino Vaz, detonou a crise final do governo, pelo envolvimento da guarda pessoal de Vargas no episódio. Para a investigação do que ficou conhecido como Atentado da Toneleros, foi instaurado um inquérito policial-militar, pelo Ministério da Aeronáutica. Pressionado pelas Forças Armadas, durante reunião ministerial realizada na madrugada de 23 para 24 de agosto, Vargas se viu confrontado com a eminência da renúncia ou deposição, e suicidou-se com um tiro no coração, deixando uma carta-testamento em que acusava os inimigos da nação como os responsáveis por seu suicídio. 

Embora tenha sido um ditador e governado com medidas controladoras e populistas, Vargas foi um presidente marcado pelo investimento no Brasil. Além de criar obras de infra-estrutura e desenvolver o parque industrial brasileiro, tomou medidas favoráveis aos trabalhadores. Foi na área do trabalho que deixou sua marca registrada. Sua política econômica gerou empregos no Brasil e suas medidas na área do trabalho favoreceram os trabalhadores brasileiros.

Fonte: Centro de Pesquisa e Documentação Histórica Contemporânea do Brasil

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http://www.suapesquisa.com/vargas/



sexta-feira, 11 de maio de 2012

O Levante de 11 de maio de 1938. A História revelada! Parte II.



 Foto do Palácio da Guanabara em 1938.

Não esqueça do 11 de Maio de 1938: Homenagens aos Mártires Integralistas!

Data do ataque de alguns Integralistas ao Palácio Guanabara, no Rio de janeiro, durante a ditadura de Getúlio Vargas, em 1938.

Às 22 horas do dia 10 de maio de 1938, saia eu do Liceu de Artes e ofícios na Avenida Rio Branco do Rio de Janeiro, onde estudava no horário da noite. No Largo da Carioca, tomei o bonde com destino á residência, rua Cargo Coutinho próximo ao Largo do Machado, onde saltei. Havia aí, o famoso “Café Lamas”, ponto de reuniões dos boêmios do bairro.

Naquela noite, era o popular Grande Otelo que fazia o programa. Resolvi entrar. Lá pelas 12 horas, as luzes se apagaram. Que teria acontecido? Ninguém sabia. A gerencia do Café providenciou um Lampião... e a festa continua... Resolvi sair. Na Praça, vejo sair da rua Dois de Dezembro, vários caminhões conduzindo nas carrocerias homens vestidos de macacões azuis e lenços brancos ao pescoço. Não havia iluminação, mas a noite estava clara. Os veículos contornavam a Praça e seguiam pela rua das Laranjeiras. A nossa primeira impressão, era que se tratasse de funcionários da Companhia de Eletricidade, cuja usina ficava no quarteirão entre as ruas Machado de Assis e Dois de Dezembro. Fui dormir.

No dia seguinte, fui trabalhar numa tinturaria na rua do Catete próxima à praça José de Alencar. Ali chegando, encontro-me com o Sr. José Carvalho o proprietário do estabelecimento. Ele como eu, pertencíamos ao Núcleo Integralista das Laranjeiras, cujo chefe, era o saudoso Dr. Rocha Vaz. Disse-me o Sr. Carvalho: “estão anunciando pelo rádio que os integralistas invadiram esta noite o Palácio Guanabara. Você não sabe de nada? Não, respondi. Me determina então o Sr. Carvalho: “Você fica dispensado hoje, mas, fica com a bicicleta. Procure ver o que está acontecendo. O que souber, venha me dizer”. Assim foi feito. Minha primeira iniciativa, foi pedalar com destino ao Palácio Guanabara.

A foto trata do Levante Integralista de 1938. Nela aparece um soldado, agachado empunhando um rifle. Ele estava nos fundos do Palácio da Guanabara .

Rodei pela praça José de Alencar, rua Marques de Abrantes e dobrei na Payssandú. A certa altura, defronto com um grupo de homens que vinham a passos largos. Um dos homens me pareceu ser da polícia. Fez sinal para que eu me afastasse. Apeei da bicicleta e a encostei numa palmeira. Era o Presidente Getúlio Vargas que caminhava com destino ao palácio do Catete, alias, como fazia todas as manhas, passando em frente á nossa loja. Passando o grupo, continuei a minha rota. Na Pinheiro Machado, onde tem sede o Guanabara, não pude entrar. Ali estava um Batalhão de soldados. Volto á tinturaria. O Sr. Carvalho me diz: “O Getulio, passou agora mesmo”, e que o Tenente Fournier Junior, se encontrava exilado na Embaixada Italiana. Apanhei na vitrine, um terno de roupa e simulei a entrega a fregueses. Rodei para a Sede da Embaixada que ficava nas Laranjeiras. Também ali não pude entrar. A policia cercava.

De volta, entro na Igreja no Largo do machado para rezar. Ao terminar as minhas orações, fui chamado pelo Padre, para uma pequena reunião que se fazia no Salão Paroquial. Vou á loja e volto em seguida para a reunião. Nesta, foi criado um grupo de assistentes sociais que se destinava a ajudar ás famílias dos presos políticos. Eu me apresentei como voluntário. Graças a Deus, o trabalho dos sacerdotes foi um sucesso! Trabalhei até o mês de Julho do ano seguinte, quando após libertar da polícia política o Companheiro Manoel paixão, o “Baiano”, um motorista da praça, tive que, numa fira madrugada, me mandar para a Vila Militar, onde assentei praça voluntariamente, no Regimento – Escola de Cavalaria Andrade Neves, de onde, após a minha incorporação, tive licença para voltar ao Catete, indo, em primeiro lugar, á Igreja onde dei ali por fim, o meu trabalho. Fiz uma boa confissão. Nossa Senhora, muito me ajudou.

Na década de 70, o General Jayme Ferreira da Silva fazia reuniões de companheiros em seu escritório no Centro da Cidade. As reuniões se faziam aos sábados. Em uma dessas tardes, conheci então, o Almirante Julio nascimento, que disse ter sido o Comandante-Chefe do Levante ao Guanabara em 11 de Maio de 1938, quando na época era oficial – Tenente da Escola Naval. Em palestra, fez um histórico do acontecimento. Disse-nos o Oficial, que “depois de 3 horas de espera pelo reforço que nunca chegava, conforme o combinado, teve que ordenar a debandada de seus comandados, ficando apenas um pequeno grupo que resistiu, sendo estes presos e desarmados e sumariamente fuzilados às 5 horas da manhã”. (Ficam) As nossas homenagens aos bravos integralistas que morreram pela Liberdade e pela Democracia!

Autor: Arcy Lopes Estrella - In Memoriam

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O Levante de 11 de maio de 1938. A História revelada! Parte I.


Cena do Documentário Soldado de Deus.

O Levante de 11 de Maio de 1938, que injustamente passou à História como “Intentona Integralista” ou “’Putsch’ Integralista”, foi à única reação armada contra a ditadura imposta ao País por Getúlio Dornelles Vargas a 10 de novembro de 1937, até a deposição deste pelos militares, em outubro de 1945, e resultou, na verdade, de uma ampla conspiração interpartidária contra o regime de exceção estadonovista. Tal conspiração, tendo como líder o General Castro Júnior, reuniu diversas lideranças civis e militares, tanto liberais quanto integralistas, bem como alguns militares que, embora não fossem liberais ou integralistas, também estavam descontentes com os rumos que vinha tomando a ditadura varguista.


Antecedentes históricos

Plínio Salgado. Chefe Nacional!

Em 1930, quando triunfou a chamada “Revolução de Outubro”, com a deposição do Presidente Washington Luís pela Junta Militar formada por seus próprios generais, que entregaram o poder a Getúlio Vargas, líder máximo dos revolucionários, este, revogando a Constituição de 1891, deu início a um governo discricionário.

A 11 de novembro de 1930, Getúlio Vargas, na qualidade de Chefe do Governo Provisório, decretou a dissolução do Congresso Nacional, das assembléias estaduais e das câmaras municipais. No dia seguinte, os coronéis João Alberto e Mendonça Lima e o General Miguel Costa criaram a Legião Revolucionária de São Paulo. Nesta época surgiam, em todo o País, outras associações igualmente preocupadas em dar um novo rumo ao Brasil, realizando as reformas de que ele tanto carecia. Dentre estas associações, também chamadas de “Legiões de Outubro”, podemos citar o Clube 3 de Outubro, a Legião 5 de Julho e a Legião Liberal Mineira, mais conhecida como Legião Mineira, que, organizada por Francisco Campos, Gustavo Capanema e Amaro Lanari, desfilou defronte ao Palácio da Liberdade, onde o Interventor de Minas Gerais, Olegário Maciel, se apresentou, de uma sacada, usando a camisa parda dos legionários por baixo do paletó.

A 03 de março de 1931 foi divulgado, pelo periódico “O Jornal”, do Rio de Janeiro, o Manifesto da Legião Revolucionária de São Paulo, escrito por Plínio Salgado e publicado também em “O Estado de São Paulo” em suas edições dos dias 05 e 06 de março daquele ano.

O Manifesto de Plínio Salgado, pretendendo traçar à Nação Brasileira uma diretriz clara e definida em face dos problemas fundamentais de nossa Pátria e podendo, em virtude de seu conteúdo, ser considerado já um Manifesto Integralista, foi elogiado por Oliveira Vianna, Tristão de Athayde (Alceu Amoroso Lima), Octavio de Faria e Azevedo Amaral, dentre outros intelectuais de igual ou menor estatura.

Ainda em 1931, surge, em São Paulo, o jornal “A Razão”, que, tendo Alfredo Egydio de Souza Aranha como proprietário e Plínio Salgado como presidente, em pouco tempo se tornou, graças, sobretudo, a este, “o mais perfeito e elevado de quantos hajam sido fundados no Brasil”, na expressão de Virgínio Santa Rosa.

Foi em “A Razão” - matutino que teve entre seus colaboradores intelectuais da estirpe de San Tiago Dantas, Paulo Setúbal, João Carlos Fairbanks, Mário Graciotti, Nuto e Leopoldo Sant’Anna, Silveira Peixoto e Alpínolo Lopes Casali – que Plínio Salgado – por meio do artigo de abertura diário, intitulado “Nota Política”, transcrito no jornal “Era Nova”, da Bahia, e em jornais do Ceará e lido com entusiasmo de Norte a Sul do Brasil e mesmo no exterior – revelou o brilhante sociólogo que vivia embuçado no igualmente brilhante romancista, sendo saudado por Tristão de Athayde como a principal revelação do ano.
A 24 de fevereiro de 1932, quando milhares de pessoas participavam, na Praça da Sé, no Centro de São Paulo, do comício promovido pela Liga Paulista Pró-Constituinte para celebrar o quadragésimo aniversário da Constituição de 1891, um grupo de intelectuais se reunia, sob a liderança de Plínio Salgado, para organizar a Sociedade de Estudos Políticos (SEP), cuja assembléia de fundação seria realizada a 12 de março daquele ano, no Salão de Armas do Clube Português, à Avenida São João.

A SEP foi uma organização que reuniu dezenas de homens de pensamento e de ação e que a partir do estudo de nossa realidade e de nossos problemas, bem como dos ensinamentos de pensadores nacionais e estrangeiros, estabeleceu um novo caminho para o Brasil, caminho que, caso seguido, salvá-lo-ia da balbúrdia que nele imperava desde o crepúsculo do Império, o reconduzindo à sua vocação histórica, às bases morais de sua formação, e o transformando numa Nação verdadeiramente grande, unida, próspera, feliz e soberana.

A 23 de maio daquele conturbado ano de 1932, o jornal “A Razão”, injustamente acusado de ser contrário à reconstitucionalização do País, foi empastelado e incendiado durante os distúrbios que culminaram no ataque da sede da Legião Revolucionária e na morte dos estudantes Mário MARTINS de Almeida, Euclides Bueno MIRAGAIA, DRÁUSIO Marcondes de Sousa e Antônio Américo de CAMARGO, cujas iniciais dos nomes pelos quais eram mais conhecidos deram origem à sigla MMDC, que se tornou o nome do mais importante movimento em prol da reconstitucionalização do Brasil.

Foi durante aquele mês de maio que Plínio Salgado redigiu o Manifesto que entraria para a História como “Manifesto de Outubro”, mês de sua divulgação, que não se deu antes por conta da Revolução Constitucionalista de 09 de julho de 1932, já iminente, como sabia Cândido Mota Filho, que a respeito disto alertou Plínio em junho daquele ano, quando fora aprovado pela SEP o anteprojeto do Manifesto Integralista do consagrado autor de “O estrangeiro” e “O esperado”.

O Manifesto de Outubro, cuja mensagem se espalhou pelo País, de Norte a Sul, feito um rastilho de pólvora, se inspira, antes e acima de tudo, nos ensinamentos perenes do Evangelho, na Doutrina Social da Igreja, nas lições de pensadores e escritores brasileiros como Alberto Torres, Farias Brito, Jackson de Figueiredo, Euclides da Cunha, Oliveira Vianna, Pandiá Calógeras, Oliveira Lima, Joaquim Nabuco, Tavares Bastos, Rui Barbosa, Eduardo Prado, Conde de Afonso Celso, Domingos Jaguaribe, José de Alencar e Graça Aranha, nos poemas patrióticos e nas campanhas cívicas de Olavo Bilac e nas poesias de Gonçalves Dias, Castro Alves e outros poetas nacionalistas.

Sustentando a concepção integral do Universo e do Homem, a Revolução Interior, os valores fundamentais da Nacionalidade, a Democracia Integral, ou Democracia Orgânica, o Municipalismo, a revalorização da Autoridade, pressuposto à existência da autêntica Liberdade, a Harmonia Social e a Harmonia Étnica e o Estado Ético-Integral, ao mesmo tempo antitotalitário e anti-individualista e caracterizado, sobretudo, pelo respeito à intangibilidade do Ente Humano, de seu Livre-arbítrio e dos Grupos Naturais dele procedentes, o Manifesto de Outubro já trata, ainda que de maneira sucinta, de todos os princípios básicos da Doutrina Integralista, depois aprofundados em inúmeros livros, manifestos, artigos e discursos de Plínio Salgado e de outros doutrinadores integralistas.

Entre outubro de 1932 e novembro de 1937, o Integralismo teve um crescimento espantoso, conquistando centenas de milhares de adeptos e outras tantas de simpatizantes nas mais variadas religiões, etnias e classes sociais, tornando-se a Ação Integralista (AIB) o primeiro “partido de massas” do País e o primeiro partido de âmbito nacional desde a implantação da República e reunindo a extraordinária plêiade de intelectuais a que Gerardo Mello Mourão chamou o “mais fascinante grupo da inteligência do País”.
Os atentados perpetrados pelos comunistas, sicários do imperialismo russo-soviético de Stálin ou da IV Internacional de Trótski, bem como as perseguições empreendidas por governadores como Juracy Magalhães, da Bahia, e Lima Cavalcanti, de Pernambuco, em vez de conter o avanço do Integralismo, ajudaram este Movimento a crescer, de forma análoga ao que ocorrera com o Cristianismo sob as perseguições sofridas em Roma, sobretudo ao reinado de Nero.

Em maio de 1937, os integralistas decidiram, por meio de um plebiscito, qual seria o seu candidato às eleições presidenciais que ocorreriam em janeiro do ano seguinte. Plínio Salgado, que obteve 846.354 votos, foi o escolhido.
As eleições presidenciais, a que concorreriam, ainda, Armando de Sales Oliveira e José Américo de Almeida, não foram, porém, realizadas, uma vez que Getúlio Vargas, se aproveitando da divulgação do “Plano Cohen” – farsa criada por Góis Monteiro, que se apoderou de um documento escrito por Olympio Mourão Filho, simulando como seria uma revolução comunista, e o divulgou como se verdadeiro fosse - instaurou, a 10 de novembro de 1937, o Estado Novo.

A 03 de dezembro de 1937, Getúlio Vargas - que, ao criar o Estado Novo, fechara o Congresso e revogara a Constituição de 1934, outorgando nova Carta, de autoria de Francisco Campos e de caráter acentuadamente autoritário -, decretou a dissolução de todos os partidos políticos, inclusive a AIB, que, segundo Plínio, obteve a permissão do ditador para continuar funcionando como entidade cultural e educacional. Enquanto, porém, Alcibíades Delamare, advogado e correligionário de Plínio Salgado, promovia o registro da nova entidade e levava os papéis a Francisco Campos, então Ministro da Justiça, que protelou o despacho o quanto pode, deixando, por fim, de dá-lo, os interventores dos Estados e o Chefe de Polícia do então Distrito Federal (Rio de Janeiro), Filinto Müller, desencadeavam terrível perseguição contra os integralistas, prendendo líderes e depredando sedes.
Foi por esse tempo que Plínio Salgado entrou em contato com Otávio Mangabeira, liberal, ex-Chanceler no Governo de Washington Luís, e em torno de quem se reuniam diversos opositores da ditadura estadonovista.

 Armando de Sales Oliveira se encontrava preso, não podendo tomar parte nas conspirações, mas seus numerosos amigos e aliados guardavam cuidadosamente o que restara das armas que seriam usadas por Flores da Cunha, Governador do Rio Grande do Sul até outubro de 1937 e opositor de Vargas, em sua luta em prol do federalismo, caso este, derrotado, não houvesse sido obrigado a fugir para o Uruguai a 18 de outubro daquele ano.
Em conseqüência dos encontros com Otávio Mangabeira, Plínio Salgado tomou contato com o General Castro Júnior e, depois, com os generais Guedes da Fontoura e Basílio Taborda. Entrementes, outros integralistas se articulavam com o General Flores da Cunha, em seu exílio no Uruguai, e com o grupo do Sr. Júlio de Mesquita Filho, na Capital Paulista. De tais conversações resultou, como observa Plínio Salgado, a mobilização de significativas correntes militares e políticas, tendo como objetivo comum a restauração da Constituição de 1934 e, por conseguinte, do regime democrático.

Certo dia, Plínio Salgado foi informado, por Jaime Regalo Pereira, de que se preparava, no Rio, à sua revelia, um ataque ao Palácio Guanabara.
Redigiu, então, o autor de “Psicologia da Revolução” um Manifesto aos integralistas, condenando toda e qualquer espécie de atentados, golpes violentos e assassinatos, que eram totalmente contrários à Doutrina Integralista, recomendando aos camisas-verdes que esperassem “o grande movimento nacional, não de caráter integralista, mas de todo o povo brasileiro, no sentido de volta à Constituição de 34 e das liberdades que tanto almejávamos”. Foi portador de tal Manifesto Lafayette Soares de Paula e, mais tarde, Plínio Salgado recebeu a notícia de que todos os seus exemplares haviam sido queimados no Rio.

Chegaram, então, os últimos dias de abril. Plínio Salgado dera autorização, por escrito, a Raymundo Barbosa Lima e Belmiro Valverde, para que mantivessem a articulação dos integralistas na então Capital Federal, não tomando qualquer iniciativa sem que chegassem ordens superiores.

E, informado de que Belmiro Valverde, que se aliara a Severo Fournier, liberal e notório antiintegralista, para desferir, com pequeno grupo, um ataque ao Palácio Guanabara, Plínio enviou ao Rio o Dr. Loureiro Júnior, seu genro e correligionário, portando uma carta em que visava dissuadir Valverde de seu insensato plano.

A profética carta escrita pelo autor de “A Quarta Humanidade” – e que foi queimada na presença do portador, de acordo com a ordem de Plínio, uma vez que nela eram citados diversos nomes - dizia, em síntese, que Valverde, Barbosa Lima e os demais não deveriam tomar nenhuma iniciativa de golpes armados, posto que o Movimento, cujos propósitos eram civis e interpartidários, deveria partir de uma ação exclusivamente militar e tinha como chefe o General Castro Júnior, única autoridade no assunto; que eles deveriam se lembrar de que uma tropa que ficasse em seu quartel e sem iniciativa de ação seria uma tropa que seguramente iria contra todo e qualquer movimento, uma vez que se enquadraria na disciplina hierárquica dos comandos; que, caso tomassem eles “qualquer iniciativa de ataque, desrespeitando a unidade do movimento nacional”, não contariam com qualquer apoio militar, sendo que seu fracasso, longe de atingir os objetivos por eles desejados, serviria apenas para tornar mais forte a ditadura; que não contassem com ilusórias promessas e nem com as fantasias de determinados militares; e, por derradeiro, que os integralistas tinham compromissos de honra que não podiam romper sem indignidade para eles.

Ainda segundo as instruções de Plínio, Loureiro Júnior promoveu, no Rio, uma reunião de altas personalidades do Movimento que se preparava para restaurar a Constituição de 1934, ficando nesta reunião claramente estabelecido que apenas o General Castro Júnior poderia transmitir as ordens para o início da Revolução. E, como não confiava nem um pouco em Belmiro Valverde, Plínio pediu que lhe prestassem assistência, acalmando seus eventuais ímpetos, San Tiago Dantas, Henrique Brito Pereira e os então capitães Albuquerque e Bittencourt.

Ao meio dia de 10 de maio de 1938, Plínio Salgado foi procurado em sua residência, na Capital Bandeirante, pelo Dr. Jaime Regalo Pereira, que o informou de que recebera por um aparelho de rádio amador um recado de Valverde que sem dúvida alguma significava que o Levante principiaria à meia noite do dia seguinte, 11 de Maio.

Às 20 horas daquele dia 10 de maio, chegou o Dr. Brito Pereira à casa de Plínio Salgado, exclamando que tudo estava perdido, pois Belmiro ia, logo mais, dar início à “burrada”.


O Levante de 11 de Maio

Bandeira Integralista Hasteada no Rio de Janeiro em 11 de maio de 1938.

O Levante principiou, então, naquela madrugada de 11 de Maio, data escolhida pelos revolucionários para atacar o Palácio Guanabara e prender Vargas – e não matar a ele ou a sua família – porque naquele dia o Tenente Júlio Barbosa do Nascimento, integralista, chefiava a guarda, composta de fuzileiros navais.
Infelizmente o tempo e o espaço me são exíguos, de modo que, por hora, não tratarei propriamente do ataque ao Palácio Guanabara, em que vários jovens integralistas deram o seu sangue e suas vidas pela restauração da Liberdade e da Democracia, da mesma forma que, pelos mesmos motivos, não cuidei do Levante de 11 de Março daquele ano de 1938, quando foi ocupada a Escola Naval, na Ilha das Enxadas, por um grupo de oficiais integralistas da Marinha, dentre os quais se destacou, sobretudo, o heróico Tenente e depois Almirante Jatyr de Carvalho Serejo.

Por falar em Marinha, quase todos os membros deste glorioso ramo de nossas Forças Armadas foram integralistas na década de 1930. Foi o Almirante Serejo quem, com efeito, declarou que 70% dos homens de nossa Marinha de Guerra eram integralistas, “e outros 10% eram ardorosos simpatizantes” da Doutrina do Sigma .

Antes de encerrar o presente trabalho, julgo oportuno frisar que participou do assalto ao Palácio Guanabara o “Almirante Negro” João Cândido, líder da Revolta da Chibata, a que se deve o fim dos castigos físicos em nossa Marinha de Guerra, e que na década de 1930 aderiu ao Integralismo, Movimento de cuja Doutrina jamais se afastou, tornando-se amigo de Plínio Salgado, com quem se encontrou diversas até a década de 1960, conforme afirmado por Genésio Pereira Filho e confirmado por Gerardo Mello Mourão.

Seja este, pois, meu singelo artigo a respeito do alçamento que – embora precipitado, custando à vida a vários camisas-verdes, que, no Panteão dos Mártires do Integralismo, se uniram a Nicola Rosica, a Jayme Guimarães, a Caetano Spinelli e a todos os outros que tombaram em defesa de Deus, da Pátria e da Família sonhando um Brasil maior, melhor e mais justo – teve o mérito de haver sido a única reação armada contra a ditadura estadonovista de Getúlio Vargas até sua deposição, em 1945.

Autor: Victor Emanuel Vilela Barbuy

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