Rodrigo Diaz de
Vivar, nome completo de um dos poucos homens imortalizados como um dos mais
bravos cavaleiros de toda a Idade Média. Mais conhecido como “El Cid”, esse
homem de origem nobre nasceu entre os vários conflitos que marcaram o processo
de formação das monarquias nacionais da Península Ibérica. Vivendo no século
XI, no começo da sua segunda metade, recebeu a adequada educação militar que o
distinguira enquanto nobre e, futuramente, nos campos de batalha.
Por volta dos 20
anos, quando ainda era um aprendiz na arte da guerra, partiu para a cidade de
Graus onde defendeu a população local contra a investida do reino de Aragão.
Mediante suas vitórias iniciais, alcançou prestígio ao assumir o posto de comandante
da milícia de Castela. Sob sua liderança, protegeu o reino a que representava
contra uma tentativa de conquista feita pelos exércitos de Leão. Após a morte
de Sancho, rei a quem defendia, Rodrigo viu os reinos de Castela e Leão ir para
as mãos de Afonso VI.
Sob o comando do novo
rei, ele abandonou os campos de batalha para empregar seus conhecimentos
jurídicos em favor do novo governante. Sendo exímio jurista, tinha a difícil
missão de arbitrar as contendas desenvolvidas entre os senhores de terras do
reino. Retribuindo aos seus serviços, Afonso VI não poupou esforços para que
seu fiel funcionário tivesse um bom casamento. No ano de 1076, Rodrigo se casou
com Jimena, a filha do conde de Oviedo.
Alguns anos depois,
ao ser enviado para cobrar impostos na cidade muçulmana de Sevilha, acabou
surpreendido por um ataque da cidade de Granada. Nesse instante, o serviçal foi
obrigado a dar lugar ao guerreiro de conquistas pregressas. Assim, conseguiu
defender os sevilhanos contra os exércitos vizinhos ao organizar habilmente
suas tropas. Com a vitória, ele despertou a fúria e a oposição de vários nobres
que tinham sido vítimas de sua espada.
Em um complô, a
nobreza que se enfurecia contra Rodrigo promoveu um ataque à cidade de Toledo.
Injuriado contra os seus opositores, aproveitou das forças de seu pequeno
exército para invadir esse mesmo núcleo urbano. Agindo sem a permissão do rei,
acabou sendo banido do reino de Castela e Leão. Dessa forma, abandonou o perfil
de simples serviçal para então assumir a função de mercenário. Para sobreviver,
ele abandonou os ideais de fidelidade para guerrear em troca de riquezas.
Inicialmente, tentou
oferecer os seus serviços para o conde de Barcelona. Sem uma resposta positiva,
se aliou aos muçulmanos que ocupavam a porção centro-sul da Península Ibérica.
O cavaleiro nascido em um reino cristão passou a defender os muçulmanos da
cidade de Zaragoza contra a investida de militares espanhóis interessados em
conquistar terras. Durante essas lutas, aprisionou Berenguer Ramón II, o conde
de Barcelona que havia anteriormente rejeitado seus serviços.
Foi nessa triunfante vitória que os muçulmanos que lutaram ao seu lado lhe deram o nome que fizera sua fama como “El Cid”. O termo de origem árabe era comumente dirigido para chamar alguém de “senhor”. Enriquecido pelos espólios conquistados em guerra, acabou formando uma grande milícia que poderia dar maiores problemas aos reinos cristãos. Talvez por isso, Afonso VI conseguiu se reconciliar com o bravo guerreiro, lhe oferecendo terras e palácios.
Preocupado em manter o sustento de seus exércitos, ele ainda atacou outras
cidades que ficavam sobre os cuidados do conde de Barcelona. Após novas
vitórias militares, ocorridas aproximadamente em 1090, ele estacionou suas
forças até ser convocado pelo rei Afonso VI para defender as terras reais
contra uma invasão muçulmana. Misteriosamente ele não compareceu aos campos de
batalha e, por conta de sua insubordinação, foi mais uma vez expulso pelo rei e
perdeu suas propriedades.
Acuado e sem posses,
ele reuniu suas milícias em uma batalha onde conquistou a cidade de Valência e
outros territórios da porção leste da Espanha. Na verdade, seu objetivo maior
era recuperar a sua família (aprisionada pelo rei Afonso VI) e as propriedades
perdidas em Castela. Realizando um cerco à cidade de La Rioja, conseguiu que o
monarca aceitasse um novo acordo de conciliação. Só abriu mão das armas após
garantir o casamento com importantes monarcas hispânicos de Aragão e Navarra.
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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