O deus Solar dos Incas, Viracocha. Imagem: Construindo História Hoje.
A
princípio, o Estado instituído por um grupo indígena, que se auto-intitulava “Filhos do Sol”
e era liderado por um “cacique” mitológico chamado Manco
Capac, limitavam-se ao fértil vale de Cuzco e cercanias, territórios do povo de etnia Quíchua.
Capac, limitavam-se ao fértil vale de Cuzco e cercanias, territórios do povo de etnia Quíchua.
Assim
como os Collas, Chancas, Chimús e outros
povos e demais nações contemporâneas, os incas, com seu império ainda em
gestação e reduzido à região de Cuzco, lutavam
para aglutinar tribos vizinhas e engrandecer seus domínios com a finalidade de ampliar seus campos de
cultivo, a fim de assegurar uma
produção de alimentos satisfatória para seus súditos.
A expansão
incaica, assim como o posterior surgimento do
império, foi
consequência da própria dinâmica de organização política dos povos andinos. A
qualquer momento, um dos pequenos reinos poderia se tornar um pouco mais
poderoso e desestruturar o frágil equilíbrio de forças entre os vários grupos
indígenas.
Tawantinsuyo o Império dos Quatro cantos. Imagem: construindo História Hoje.
Foram os incas de
Cuzco que, por volta de 1438, ao derrotar os Chancas, outra etnia indígena
que lutava para se impor na região, logrou dominá-los e, posteriormente, os: Collas,Chimús,Tumpis,Tallares,Ayavacas,Huancabambas,Bracamoros,Chachapoyas,
Cajamarcas,Conchucos,Huacrachucos,Yaros,Huamallies,Huánucos,Pumpus,Taramas,
Huancas,Yauyos,Chocorvos,Lucanas,Soras,Pocras,Cañas,Canchis,Changos,
Camanchacos,Chirihuanos, Quitenhos e
muitos outros povos, formando o Tawantinsuyo, ou Império dos Quatro Cantos do Mundo
que, durante a chegada dos espanhóis, se estendia desde o sul da Colômbia até o
norte do Chile e noroeste da Argentina em um total de cerca de 4,5 mil quilômetros.
Em 1532, os espanhóis desarticularam esse extenso império.
A Chakana ou Cruz dos Andes. Imagem: Construindo História Hoje.
O
que surpreende no processo expansionista incaico é que o motivo de suas conquistas não era a
rapina ou a imposição de um credo; o que inspirava os incas era a construção de
um grande Estado que tivesse como objetivo beneficiar toda
a população, garantindo a alimentação,
indispensável para a sobrevivência.
A base do Estado inca
repousava no ayllu, uma
antiga instituição social, anterior aos incas e ainda presente na sociedade andina,
mantida como célula primeira de sua organização
política, social e econômica.
O ayllu é uma
coletividade agrária, unida por laços de parentesco, de totemismo, territoriais
e econômicos, uma espécie de cooperativa social. Os
membros de uma ayllu realizavam em comum os trabalhos de cultivo e as
construções; fazem a conservação das estradas, pontes, a limpeza dos canais de
irrigação e dos terraços agrícolas. Atualmente, somente no Peru existem
recenseados mais de 5 mil ayllus.
A chefia do ayllu era exercida
pelo Kuraka, que
assumia essa função por qualidades próprias e por ser um descendente direto dos
fundadores do ayllu e de sua Huaca, a entidade divina local, protetora tutelar
da comunidade. Durante a expansão incaica, o império garantiu certa autonomia
política aos kurakas e a manutenção da organização tradicional do ayllu, desde
que fosse respeitada e estabelecida uma hierarquia na qual primeiro aparecessem
o kurka e a Huaka local e acima deles o imperador inca e Inti,
o deus Sol.
Leandro Claudir
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RIBAS.
KA W. A Ciência Sagrada dos Incas. São Paulo: Madras, 2008.
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