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sexta-feira, 8 de novembro de 2024

A Servidão Medieval e a Escravidão Moderna: Distinções e Implicações Sociais e Econômicas

 A servidão medieval e a escravidão moderna representam formas distintas de exploração da mão de obra, refletindo as características econômicas, sociais e culturais de seus respectivos contextos históricos.

Na servidão medieval, predominante na Europa feudal, o servo era ligado à terra e ao senhor feudal. Os servos, embora tivessem sua liberdade limitada, não eram propriedade do senhor; em vez disso, estavam vinculados à terra onde nasciam e não podiam ser vendidos separadamente. Eles tinham algumas garantias, como a posse de um pedaço de terra para seu sustento e a proteção do senhor em caso de invasões ou guerras. Em troca, o servo devia obrigações, como trabalhos agrícolas e pagamentos de tributos. A relação era, portanto, de dependência mútua: o senhor provia segurança, e o servo, trabalho.

Já a escravidão moderna, especialmente aquela praticada nos continentes americano e africano entre os séculos XVI e XIX, assumiu um caráter mais cruel e desumanizador. Diferente dos servos, os escravos eram vistos como propriedades dos seus donos, que podiam comprá-los, vendê-los e até separá-los de suas famílias. Eles eram privados de sua identidade, sendo tratados como mercadorias. Além disso, a escravidão moderna estava ligada ao sistema econômico capitalista emergente, sendo uma peça central na acumulação de riquezas para as metrópoles europeias através do trabalho forçado nas plantações e minas das colônias.

Essas diferenças demonstram como a servidão medieval estava associada a um sistema agrário, em que o vínculo com a terra era a base da economia, enquanto a escravidão moderna foi um componente chave para a expansão capitalista, transformando pessoas em instrumentos de lucro, sem qualquer tipo de vínculo social ou proteção jurídica.

Você quer saber mais?

Bloch, Marc. A Sociedade Feudal. São Paulo: Martins Fontes, 2017

Williams, Eric. Capitalismo e Escravidão. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 2002.

Davis, David Brion. O Problema da Escravidão na Cultura Ocidental. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1988.

O Império Luso-brasileiro

 O Império Luso-Brasileiro foi uma das mais poderosas forças políticas e culturais do mundo moderno. Formado a partir da expansão ultramarina portuguesa, que teve seu auge nos séculos XVI e XVII, o império permitiu a Portugal controlar vastas regiões do planeta, desde partes da África, Índia e do Sudeste Asiático, até o vasto território brasileiro na América do Sul. Graças à bravura de navegadores e à habilidade diplomática da monarquia portuguesa, os lusos consolidaram um dos maiores impérios marítimos e comerciais da história, contribuindo significativamente para a globalização e para a troca de saberes entre povos de continentes distantes.

O Brasil, como a maior e mais rica colônia, era um dos pilares dessa grandiosa estrutura imperial, desempenhando papel central na economia do império com a produção de açúcar, ouro, tabaco e, mais tarde, café. As riquezas brasileiras sustentaram o Reino de Portugal e ajudaram a moldar uma civilização rica em diversidade e singularidade. Além disso, o Império Luso-Brasileiro soube enfrentar ameaças e resistir a investidas de outras potências europeias, como a Espanha, a França e os Países Baixos, firmando-se como um império resiliente e determinado.

Um dos grandes marcos da glória luso-brasileira foi a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808, que, ao transformar o Brasil em sede do governo monárquico, elevou a colônia ao status de Reino Unido a Portugal e Algarves. Esse movimento pioneiro consolidou o país como centro do poder português e lançou as bases para a futura independência. As conquistas culturais e políticas do Império Luso-Brasileiro deixaram um legado duradouro na língua, nos costumes e nas instituições que até hoje unem Portugal e Brasil. Assim, o império permanece uma memória de força, superação e realização.

Você quer saber mais?

NOVAIS, Fernando A. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808). 5. ed. São Paulo: Hucitec, 2006.

DIAS, Maria Odila Leite da Silva. A interiorização da metrópole e outros estudos. São Paulo: Alameda, 2005.

SCHWARCZ, Lilia Moritz; GOMES, Laurentino. O Império Luso-Brasileiro: da colonização à independência. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Estados Unidos e América latina no século XIX

    No século XIX, as relações entre os Estados Unidos e a América Latina foram moldadas por uma série de eventos e políticas que refletiam a expansão territorial americana, o imperialismo e a intervenção direta na região. Este período foi marcado pela Doutrina Monroe, anunciada em 1823 pelo presidente James Monroe, que estabelecia o continente americano como uma esfera de influência exclusiva dos EUA, visando impedir a recolonização europeia após as independências latino-americanas. A doutrina também refletia a visão expansionista americana, conhecida como "Destino Manifesto", que justificava a expansão territorial dos Estados Unidos como um direito divino e natural.

    A expansão para o oeste foi uma das maiores realizações da política territorial dos EUA no século XIX. Com a compra da Louisiana em 1803, a anexação do Texas em 1845, e a Guerra Mexicano-Americana (1846-1848), os EUA dobraram seu território, chegando até o Oceano Pacífico. A Guerra Mexicano-Americana, em particular, resultou na perda de mais de um terço do território mexicano, incluindo os atuais estados da Califórnia, Arizona e Novo México, e consolidou o poder dos EUA na América do Norte. Este avanço intensificou o interesse econômico e militar na América Latina, especialmente em áreas estratégicas como o Caribe e a América Central.

   Outro fator importante foi a Guerra Civil Americana (1861-1865), que teve efeitos indiretos na América Latina. A vitória do Norte, industrial e antiescravagista, consolidou o poder federal e influenciou a política externa dos EUA, que passou a intensificar a sua presença na América Latina após o fim do conflito. A guerra também interrompeu temporariamente a expansão territorial dos EUA e levou o país a buscar novas formas de projeção de poder, como o imperialismo econômico.

    No final do século XIX, os Estados Unidos adotaram uma postura mais agressiva e intervencionista em relação à América Latina. Em 1898, a Guerra Hispano-Americana marcou o início do imperialismo norte-americano no Caribe, resultando na anexação de Porto Rico e na ocupação de Cuba. Ao mesmo tempo, os EUA buscaram expandir seu controle sobre a América Central, principalmente em relação à construção de um canal que ligasse os oceanos Atlântico e Pacífico, o que culminaria mais tarde com a construção do Canal do Panamá.

    Essas intervenções consolidaram a hegemonia dos EUA sobre a América Latina e criaram uma base para o "Big Stick" e a Doutrina do Corolário Roosevelt, políticas do início do século XX que formalizariam a intervenção americana na região sempre que necessário. No século XIX, os EUA moldaram sua política externa com base no interesse econômico e estratégico, estabelecendo-se como potência regional e lançando as bases para o imperialismo no continente.

Você quer saber mais?

BETHELL, Leslie. História da América Latina: da independência a 1870. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999.

LYNCH, John. As revoluções hispano-americanas 1808-1826. 2. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004.

HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções: 1789-1848. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

SKIDMORE, Thomas E.; SMITH, Peter H. História contemporânea da América Latina. 8. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2010.

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

3T- Das unificações italiana e alemã até à abolição da escravidão

 Unificação italiana e alemã

Embalada pelo Primavera dos Povos de 1848, o reino de Piemonte-Sardenha, mais industrializado da península itálica, deu início a um processo de unificação. Em 1859, o primeiro ministro conde de Cavour, apoiado por Napoleão III, da França, derrotou as forças austríacas e incorporou diversos territórios ao norte da península. No sul, o republicano Giuseppe Garibaldi, organizou os camponeses no exército dos camisas vermelhas, tomam o Reino das Duas Sicílias. Com essa vitória, em 1861, a unificação da Itália foi concretizada por Vitor Emanuel II, rei do Piemonte-Sardenha, foi proclamado rei da Itália. Em 1866, Veneza é incorporada e em 1870 a cidade de Roma é anexada e a unificação concluída. Desde o Congresso de Viena de 1815, a Alemanha estava dividida em vários Estados, reunidos na Confederação Germânica. Liderados pelo Império Austríaco e pela Prússia. Em 1862, por escolha de Guilherme I, rei da Prússia, Otto von Bismarck assumiu o cargo de chanceler. Ele foi um dos principais líderes da Restauração e se transformou na figura mais importante da unificação alemã. Bismarck para despertar  sentimento nacional dos alemães, escolheu a guerra. Dominou regiões ao norte ocupadas pela Dinamarca, depois declarou guerra a Áustria e vitorioso reunião todos os Estados do Norte na Confederação Germânica do Norte, liderada pela Prússia. Mais tarde na Guerra Franco-Prussiana anexou a Alsácia-Lorena, rica em carvão. Em 1871, Guilherme I foi coroado imperador da Alemanha, e Bismarck tornou-se chefe militar do país.

Consequências da Guerra do Paraguai

As causas da Guerra do Paraguai estão centradas no processo de formação das nações platinas no contexto da segunda metade do século XIX. Cada nação possuía seus interesses econômicos e políticos, e a defesa desses interesses causou o choque entre o Paraguai e Brasil, Argentina e Uruguai. A guerra deixou grandes prejuízos tanto no Brasil como no Paraguai, que foi arrasado. Aproximadamente 70% da população masculina foi dizimada e o que restou eram velhos, crianças e mutilados de guerra. Com relação ao Brasil, a contenda custou milhares de vidas e afetou bastante a economia, sendo necessário tomar vários empréstimos para manter o equilíbrio financeiro. A Inglaterra não participou diretamente do conflito, porém foi o único  país a lucrar com ela.

Características do Segundo Reinado no Brasil

O Segundo Reinado é o momento em que o Brasil se consolida como nação. O regime político do país era a monarquia parlamentarista, onde o Imperador escolhia o Presidente do Conselho (equivalente ao cargo de primeiro-ministro) através de uma lista com três nomes. No plano econômico, o café adquire importância fundamental, sendo o produto mais exportado pelo Brasil. Chegam as primeiras ferrovias e barcos a vapor com o objetivo de melhorar a circulação do chamado "ouro negro". Em meio à prosperidade cafeeira, o Brasil se encontra num dilema, pois quem trabalhava nas plantações de café eram pessoas escravizadas. Desde o governo de Dom João VI, o país havia se comprometido a abolir a escravidão. No entanto, a elite cafeeira se opunha, pois isso acarretaria perdas econômicas. A solução é terminar com o trabalho servil de forma gradual. Será no Segundo Reinado que o Brasil se vê às voltas com o maior conflito armado da América do Sul: a Guerra do Paraguai. Por fim, sem apoio das elites rurais e do exército, a monarquia é derrubada através de um golpe militar. A Família Imperial é obrigada a deixar o país e se instala a república.

Marcos da Segunda Revolução Industrial

    Da mesma forma que o uso do carvão  e do ferro marcou a industrialização inglesa do século XVIII, o aço, o petróleo e a eletricidade se transformaram em símbolos da Segunda Revolução Industrial, que, ao contrário da primeira, se espalhou por vários países. Algumas das principais descobertas desse período foram: O Processo Bessemer, descoberto em 1856 por Henry Bessemer, a injeção de um jato de ar frio no minério de ferro em fusão permitia retirar as impurezas do minério e obter o aço. Em 1870, o motor de combustão interna, que transforma a energia térmica em mecânica por meio da queima de combustíveis. A invenção do dínamo, em 1870 que transforma energia mecânica em energia elétrica.

Capitalismo financeiro e sua influência no imperialismo na África, Índia e na China

    Nas últimas décadas do século XIX, a economia capitalista se expandiu enormemente. As indústrias passaram a ser controladas por bancos e instituições financeiras. Com isso, elas se capitalizaram e puderam ampliar ainda mais seus negócios. Tomava forma o capitalismo financeiro. A necessidade  de novos mercados e de novas fontes de matérias-primas tornou-se mais urgente. Os países mais industrializados da Europa passaram então a buscar mercados consumidores para seus produtos em outras regiões do planeta, como África, China e Índia. Ao dominar novos territórios e transformá-los em colônias as nações industrializadas formaram impérios.

Rebelião Ashanti

    Uma das revoltas mais significativas contra o domínio britânico na África, ocorreu entre os anos de 1890-1900. 

Ópio

    Em 1836, apesar de não exercer o domínio político na China, a Companhia das Índias Orientais Britânicas comercializavam com o território chinês. E o ópio era o principal produto comercializado.

Revoltas do Período Regencial

    Durante o Período Regencial no Brasil, houve diversas revoltas provinciais, que ameaçaram dividir o jovem Estado brasileiro em diferentes repúblicas. As principais revoltas foram: Sabinada (Bahia, 1837), Revolta dos Malês (Salvador, 1835), Balaiada (Maranhão, 1838-1841), Cabanagem (Grão-Pará, 1835-1840), As Rusgas Cuiabanas (Mato Grosso, 1834) e Guerra dos Farrapos (Rio Grande do Sul, 1835-1845).

Partido Conservador e Partido Liberal no Segundo Reinado

   Durante o Segundo Reinado no Brasil existiam duas forças políticas principais, o Partido Conservador e o Partido Liberal. Respectivamente suas principais características eram: Em essência eram semelhantes, pois ambos representavam os interesses da aristocracia rural. Mas, enquanto o Partido Liberal tinha uma base urbana e de fendiam mais autonomia nas províncias, o Partido Conservador representava os setores agrários favoráveis à centralização.

Abolição da escravidão

    A abolição da escravidão no Brasil foi lenta e gradual, e seus principais momentos foram: 1850-Lei Eusébio de Queiroz proíbe o tráfico de escravos; 1871-Lei do Ventre Livre declara livres os filhos nascidos a partir dessa data; 1885-Lei dos Sexagenários liberta os escravos com mais de 60 anos; 1888-Lei Áurea assinada pela princesa Isabel abole a escravidão definitivamente do Brasil.

Mapa

Império do Brasil, China, Índia e continente africano.

3T- Da Guerra Fria ao período de redemocratização no Brasil

Guerra Fria

A Guerra Fria foi um conflito ideológico, econômico e político entre os Estados Unidos e União Soviética por zonas de influência no mundo. Os E.U.A representavam os interesses capitalistas e a U.R.S.S os  interesses socialistas/comunistas. Iniciou-se em 1947 com a Doutrina Truman, onde os E.U.A oferecia ajuda a qualquer país que quisesse conter o avanço comunista. Foi seguido pelo Plano Marshall que concedia empréstimos a juros baixos aos governos europeus ocidentais para auxiliá-los a reconstruir suas economias. Em 1949 é criada a OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar de países capitalistas. Temendo as políticas do E.U.A a U.R.S.S cria em 1947 o Cominform para controlar as ideologias dos Partidos Comunistas da Europa Oriental e em 1949 surge o Comecon, Conselho de Assistência Econômica Mútua para integrar as economias comunistas  do bloco europeu. Por fiim em 1955 é criado o Pacto de Varsóvia, a aliança militar do bloco soviético. A partir daí os conflitos de fato se manterão nas periferias como a Guerra do Vietnã, Coréia, Cuba e Afeganistão, enquato Estados Unidos e União Soviética nunca entrarão em guerra de fato, devido ao perigo nuclear, daí a designação de Guerra Fria, que perdurará até 1991.

Revolução socialista na China

    Em 1911, um movimento nacionalista depôs o imperador da China e proclamou a república. Ao mesmo tempo, vários grupos iniciaram uma guerra civil pelo poder; entre eles, um movimento revolucionário de inspiração socialista, liderado por Mao Tsé-tung. Esse movimento revolucionário derrotou o governo capitalista e chegou ao poder, apoiado pelos camponeses, estabelecendo a República Popular da China, em 1949.

Crise dos Mísseis de 1962

    Em 1961, Cuba se proclamou um país socialistas. Em abril do mesmo ano os Estados Unidos tenta derrubar o governo de Fidel Castro, invadindo Cuba peal Baía dos Porcos. No entanto, a ação fracassou aumentando as tensões entre os dois países. A tentativa de invasão levou Cuba a estabelecer, em 1962, uma aliança com a União Soviética, que se concretizou com a instalação de mísseis soviéticos na ilha. O governo dos Estados Unidos reagiu decretando um bloqueio naval a Cuba e exigindo a retirada imediata dos mísseis do país. Criou um enorme clima de tensão internacional. Durante treze dias, o mundo acreditou estar à beira  de uma nova guerra mundial, dessa vez de proporções nucleares. Sob a supervisão da ONU, os soviéticos concordaram em retirar os mísseis de Cuba, com a condição de os Estados Unidos removerem seus mísseis da Turquia.

Formação do Estado de Israel

    Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo inteiro tomou conhecimento do massacre de milhões de judeus organizado pelo Estado nazista de Adolf Hitler. Além disso, a população judaica que havia sobrevivido ao Holocausto, em geral sem recursos para garantir sua sobrevivência, era vista como um encargo que os governos europeus não estavam dispostos a assumir. Assim, o movimento sionista se fortaleceu, e, entre 1945-1948, aproximadamente 85 mil judeus foram viver na Palestina. Porém a região não era desabitada, era ocupada por palestinos de origem árabe o que gerou conflitos. Quando a situação se tornou insustentável, a ONU aprovou, em 1947,a divisão da Palestina em dois Estados um árabe e outro judeu.

Fatores que levaram a independência africana

    A crise do colonialismo  causada pela Primeira e Segunda Guerra Mundial que colocou em xeque os discurso da ideologia da superioridade branca. Ficou evidente que a origem do soldado não influenciava sua capacidade de atuação. Os africanos também puderam comparar suas condições de vida com as dos europeus. Também não houve reconhecimento por seus esforços de guerra ao lado colonizadores. Devido as guerras muitos oficiais de administradores brancos tiveram que ser enviados para Europa, permitindo que nativos ocupassem cargos importantes  na administração colonial. Com a Guerra Fria e a busca por zonas de influência criou-se um contexto internacional favorável a independência. O Pan-africanismo, surgiu em consequência  da constituição de uma elite intelectual nativa  com as bases ideológicas dos movimentos pela independência. 

Política de segregação racial sul-africana

    Apartheid, uma legislação que classificou os sul-africanos em brancos, mestiços, negros e indianos e segregou as etnias nativas. Estabeleceu acessos separados para negros nas escolas, praias, clubes, ônibus, universidades e outros espaços de convivência; proibiu os casamentos inter-raciais.

Processos de independência no Oriente Médio

   Tiveram início ao final da Primeira Guerra Mundial com a derrota e a desagregação do Império Turco-Otomano. 

Governo de Juscelino Kubitschek

    Durante os anos de 1956-1961, durante o governo de Juscelino Kubitschek, com seu slogan de “fazer o Brasil progredir cinquenta anos em cinco”. O Brasil teve uma grande euforia em razão do crescimento econômico, resultado, em grande parte dos incentivos ao desenvolvimento industrial, e da construção de uma nova capital.

Intervenção civil-militar no Brasil

    Após a renúncia do presidente Jânio Quadros e a nomeação de seu vice, Jango (João Goulart) como presidente em 1961, o Brasil passou por uma instabilidade política devido ao apoio de Jango aos movimentos sociais. O que foi vista pelos conservadores como o primeiro passo para adoção do comunismo no Brasil. A consequência desses eventos foram a organização da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, uma manifestação contra Jango, que culminou na mobilização de tropas militares de Minas Gerais para o Rio de Janeiro onde estava Jango. Na madrugada do dia 2 de abril de 1964, o Congresso Nacional declarou vaga a presidência da república, empossando o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, no lugar de Jango. Iniciava-se a ditadura civil-militar no Brasil.

Fim da intervenção civil-militar no Brasil

    O fim da ditadura civil-militar no Brasil, ocorreu em 1985 com a eleição de um presidente civil pelo Colégio Eleitoral. O nome desse presidente eleito era Tancredo Neves do PSD, partido da oposição ao regime militar.

Mapa 

    Estados Unidos, União Soviética, Brasil, China, Israel e Cuba.

Os governos dos presidentes José Sarney e Fernando Collor de Mello

    José Sarney e Fernando Collor de Mello governaram o Brasil em um período de intensa transformação política e econômica, marcado pelo fim da ditadura militar e a consolidação da democracia. Sarney (1985-1990) enfrentou desafios econômicos e participou da criação da Constituição de 1988, garantindo avanços democráticos. Já Collor (1990-1992), eleito pelo voto direto, adotou políticas de combate à inflação e abertura econômica, mas seu governo foi interrompido pelo primeiro impeachment da história do país, em meio a denúncias de corrupção.     

Governo José Sarney (1985-1990)

    O governo de José Sarney marcou uma fase de transição importante na história do Brasil, após o fim da ditadura militar e a retomada do processo democrático. Sarney assumiu a presidência em 1985, após a morte de Tancredo Neves, que havia sido eleito indiretamente. Enfrentou desafios como a hiperinflação e a necessidade de estabilização econômica. Para tentar conter a inflação, instituiu o Plano Cruzado em 1986, congelando preços e salários, mas a medida teve efeitos temporários e foi seguida por uma volta da inflação. Em 1988, durante seu mandato, foi promulgada a nova Constituição, um marco importante na garantia dos direitos civis e sociais, assegurando avanços na democracia brasileira. Contudo, a economia instável e as dificuldades de governabilidade geraram críticas ao seu governo. Mesmo com suas limitações, Sarney abriu caminho para a continuidade da redemocratização do país e contribuiu para a construção de uma base política mais democrática.

Governo Fernando Collor de Mello (1990-1992)

   Fernando Collor de Mello assumiu a presidência em 1990 com um discurso de modernização e combate à corrupção, sendo o primeiro presidente eleito por voto direto após o período militar. Em seu governo, implementou o Plano Collor, que promoveu o congelamento dos ativos financeiros da população e cortes nos gastos públicos, buscando conter a inflação, mas gerou descontentamento social pela perda de poupanças e impacto econômico. Collor também iniciou políticas de abertura econômica, incentivando a competição com produtos importados e privatizando empresas estatais. No entanto, denúncias de corrupção envolvendo Collor e seu tesoureiro Paulo César Farias desgastaram rapidamente sua popularidade. Em 1992, após investigações e pressões populares, Collor sofreu impeachment, tornando-se o primeiro presidente brasileiro a perder o cargo por um processo de impedimento, encerrando seu mandato de forma turbulenta e marcando a história política do Brasil.

Você quer saber mais?

CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 13. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.

SKIDMORE, Thomas E. Brasil: de Castelo a Tancredo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

GASPARI, Elio. A Ditadura Derrotada. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 14. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013.

MEDEIROS, André de Carvalho. Os governos José Sarney e Fernando Collor de Mello: uma análise da política econômica. Brasília: Editora da UnB, 2004.