Robert Nesta Marley,
popularmente conhecido como Bob Marley, foi um cantor, guitarrista e compositor
jamaicano. Pode se dizer que foi o cantor de reggae mais conhecido do mundo.
Vendeu cerca de 75 milhões de discos.
Na adolescência, Marley
começou a fazer parte da religião Rastafari. Nessa religião, eles acreditam que
“Jehovah”, (popularmente chamado de “Jah”), é o Deus. O “messias”, não é Jesus
Cristo, mas é a reencarnação de Haile Selassie I, no qual o nome verdadeiro é
“Ras Tafari Makonnen”, (que era o imperador da Etiópia, e acreditavam que ele
libertaria a raça negra do domínio branco). E é por conta dele, o nome da
religião.
A morte de Marley se deu após
um machucado na unha do pé, durante uma partida de futebol, e essa ferida
acabou infeccionando. Virou posteriormente uma espécie de câncer de pele.
Quando diagnosticado, os médicos disseram que ele teria que amputar o dedo do
pé, e Marley negou por conta da religião Rastafari, cuja filosofia é de que o
corpo é um templo sagrado e nada deve ser modificado.
Especulações
Existe uma história que diz
que cerca de um ano antes de sua morte, Bob foi batizado em nome de Jesus
Cristo. Segundo Tommy Cowan que estava junto com ele quando se converteu, disse
que Bob ficou chorando durante 45 minutos e exclamou “Jesus my Savior, Jesus
Christ” (Jesus meu Salvador, Jesus Cristo!).
Bob nasceu em um lar cristão,
e tinha algumas músicas que falavam sobre isso. “:(..)"I never forget no
wa (..)"I never forget no way, how they crucified Jesus Christ"(..)
Em português: "Eu nunca esqueci não, como eles crucificaram Jesus
Cristo"(..)“, trecho da música “So much things to say”.
Em uma entrevista a uma
televisão jamaicana, a esposa de Bob, Rita Marley, não sabia do batismo de Bob,
e disse que achou a atitude dele estranha. Minutos antes de morrer, ter dito
“Me leve senhor Jesus Cristo”. Ela disse que esperava que ele chamasse por
Selassie. Porém, nada disso está no site oficial de Bob Marley, onde conta
sobre sua vida e religião. Lá conta apenas sobre a religião Rastafari. Há quem
diga que essa história não teve repercussão por conta de que muitos rastafáris
fariam o mesmo, por influência de Marley.
O que é a religião rastafári?
É uma crença nascida na
Jamaica na década de 30, popularizada pelas músicas do cantor de reggae Bob
Marley e atualmente seguida por cerca de 1 milhão de pessoas no mundo. Com
alguns elementos empresta...
Por que um imperador da
Etiópia foi adorado como deus na Jamaica - influenciando até Bob Marley.
Quando se fala em rastafáris,
provavelmente a primeira imagem que vem à cabeça de muitas pessoas é a do rei
do reggae Bob Marley e seus rastas icônicos. Mas além do famoso artista, há
outro homem ainda mais importante no coração deste movimento - Ras Tafari. Esse
foi o nome do último imperador da Etiópia, nascido em 23 de julho de 1892, mas
ele adotou o nome real de Haile Selassie ao ser coroado.
Para os rastafáris, ele é Deus
(Jah) encarnado, o messias redentor.
Mas como um imperador da
Etiópia, cuja capital está situada a quase 13 mil quilômetros de Kingston, se
tornou adorado na Jamaica? O vínculo entre os dois, na verdade, está
relacionado a um grupo de jamaicanos pobres que acreditavam que a coroação de
Ras Tafari era o cumprimento de uma profecia e que ele era seu redentor, o
messias: o "Rei dos reis, Senhor dos senhores". Eles acreditavam que
seriam libertados pelo imperador, que os tiraria da pobreza no Caribe e os
levaria à África, a terra dos seus antepassados e um centro espiritual para os
jamaicanos.
Quem era Ras Tafari?
Tafari era filho de um
colaborador do imperador Menelik 2º, um dos governantes mais importantes da
história da Etiópia, e casou-se com uma de suas filhas, Wayzaro Menen.
Desde a infância, sua
inteligência chamou a atenção do imperador, que o ajudou a seguir carreira
política. Quando a filha de Menelik 2º, a imperatriz Zauditu, morreu em 1930,
seu protegido foi coroado imperador. A coroação de Haile Selassie foi um evento
esplendido e contou com a presença de autoridades do mundo todo.
Na época, o jornal The New
York Times especulou que as celebrações haviam custado mais de US$ 3 milhões
(R$ 9,5 milhões, em valores atuais). A revista Time dedicou a capa ao novo
imperador, que logo se transformou em um fenômeno global. Pouco depois da
coroação, Selassie encomendou a primeira constituição escrita da Etiópia, que
restringia em grande medida os poderes do parlamento.
Na prática, ele era o governo
da Etiópia.
Segundo a constituição, a
sucessão ao trono se restringia somente aos seus descendentes, e a pessoa do
imperador era "sagrada, sua dignidade, inviolável e seu poder,
indiscutível". Mas, na Jamaica, Selassie estava se convertendo em algo
mais do que um poderoso imperador.
A profecia de Marcus Garvey
"Olhem para a África,
onde um rei negro vai ser coroado, anunciando que o dia da libertação estará
próximo". Essa é a profecia que deu início a toda história, e foi feita
por Marcus Garvey.
Ele era um ativista jamaicano
que lutou pela mudança política e social em uma ilha que havia sido um centro
importante durante o período da escravidão. Depois da abolição, em 1833, a vida
não melhorou muito para os antigos escravos, nem para seus filhos ou para as
gerações seguintes. Ainda não está claro se o "rei negro" a quem
Garvey se referia era uma pessoa real, mas o mais provável é que se tratasse de
uma figura simbólica.
Mas, quando as notícias da
coroação de Haile Selassie em 1930 chegaram à Jamaica, muitos dos seguidores de
Garvey fizeram uma associação que lhes parecia lógica: Ras Tafari era rei, e,
portanto, o dia da libertação estaria próximo. Isso significava que eles
deveriam se preparar para um êxodo para a África. Apesar de Marcus Garvey nunca
ter sido um rastafári, ele é considerado um dos profetas do movimento, e suas
ideias formaram a filosofia rastafári. "O 'garveyismo' se converteu em um
tipo de nacionalismo militante que deu aos negros um sentido de identidade com
o conjunto da África, numa época em que a independência estava em
evidência", afirma Jabob Bauman, em uma publicação da Universidade do
Estado de Washington, nos EUA.
Atualmente, as crenças dos
rastafáris são muito diferentes. Enquanto os primeiros seguidores da religião
procuravam um retorno à África, declaravam que seu único deus era Haile
Selassie e que a Etiópia era o verdadeiro Sião (sinônimo de terra de Israel, ou
terra prometida), hoje muitos dão mais importância a um retorno
"espiritual".
Segundo o autor da
Enciclopédia Global das Religiões, Stephen Glazier, o movimento rastafári se
converteu em parte a um estilo de vida, mais que uma religião, e as práticas
também variam muito. Entre elas, se destacam o consumo ritual da maconha
(ganja) e o reggae. Poucos anos após a coroação de Haile Selassie, a Etiópia se
envolveu em uma guerra terrível. Em 1935, o líder italiano Benito Mussolini
invadiu o país e Selassie partiu para o exílio. Ele ficou cinco anos fora do
país e somente em 1941 foi restituído como imperador, com a ajuda da
Grã-Bretanha. Em 21 de abril de 1966, ele finalmente visitou a Jamaica - e
mesmo 36 anos depois de sua coroação, o entusiasmo dos rastafáris seguia
intacto, com uma nova geração de adeptos que cultivavam a ideia de um êxodo
para a o continente africano.
Selassie foi tomado pela
recepção eufórica, e não fez nada para dispersar crenças sobre sua suposta
condição divina. Garvey já estava morto, e suas críticas a Selassie por deixar
o país em tempos de guerra já haviam sido esquecidas na Jamaica. Mas no resto
do mundo o julgamento sobre ele não foi unânime - embora Selassie quisesse
projetar uma imagem de um imperador progressista, ele também enfrentou
acusações de ser um ditador ganancioso. Entre a multidão que apareceu para
honrar e receber seu "Redentor", estava a esposa de um músico
jamaicano de 21 anos, que tinha acabado de formar uma banda chamada The
Wailers.
Seu nome era Robert Nesta
Marley.
Selassie doou 200 hectares de
terra a membros do movimento rastafári para que se estabelecessem na África; a
comunidade ainda existe
Bob Marley foi o rastafári
mais influente da história.
Ele nunca se classificou como
profeta, embora muitas suas canções fossem consideradas com um caráter
profético, e também nunca foi um líder, embora os seguidores o tratassem como
tal. Dois dos discos mais importantes da carreira de Marley - Catch a Fire, de
1973, e Natty Dread, de 1975, foram sucesso de vendas e estavam cheios de
símbolos e motivos do rastafarianismo. Na época do lançamento de Rastaman
Vibration, em 1976, havia rastafáris em quase todas as cidades britânicas e em
muitas partes dos Estados Unidos. Jovens negros usavam o cabelo com os mesmos
dreadlocks de Marley e vestiam roupas com as cores da bandeira etíope: verde,
amarelo e vermelho. Enquanto seus pais eram na maioria cristãos, jovens negros
em cidades como Londres começaram a ser atraídos por uma teologia diferente,
que incorporava a crítica política.
'Mentiras de Babilônia'
Enquanto isso, as coisas se
complicavam para Selassie na Etiópia. Em 1973, uma forte crise de fome matou
cerca de 200 mil etíopes.
Um ano depois, um grupo de
militares do Exército com uma agenda marxista chamado Derg destronou o
imperador após um golpe militar. Ele morreu em 1975, doente e encarcerado. Sua
morte dele foi descrita por seus seguidores como uma "desaparição",
já que eles se negavam a acreditar que Selassie havia morrido. E quando se
falava sobre ele, a comunidade rastafári usava frequentemente a frase
"mentiras de Babilônia". Muitos acreditavam que a estrutura dominada
por brancos - chamada por eles de "Babilônia", havia espalhado uma
mentira para tentar debilitar o crescente movimento rastafári.
Outros simplesmente rechaçaram
a notícia afirmando que Jah, o nome rastafári para Deus, havia apenas ocupado
temporariamente o corpo de Selassie. A morte "corporal" do imperador
era tida como um sinal de que Jah não era apenas um ser humano, mas também um
ente espiritual. Uma terceira interpretação - e a mais aceita entre os
rastafáris - se refere aos conceitos sobre a unidade essencial de toda a
humanidade. Segundo esse princípio, ainda que habitemos corpos distintos, todos
estamos unidos espiritualmente. Pode ser que Haile Selassie já tivesse partido,
mas vê-lo como um único deus é uma interpretação errônea do significado do
rastafári: seu espírito está em todos nós e não pode ser extinto. Segundo eles,
desde que nascemos, somos todos corpos efêmeros, mas nossas almas seguem
vivendo.
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https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-a-religiao-rastafari/
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao-fisica/religiao-de-bob-marley/50297
https://www.bbc.com/portuguese/geral-39596814