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sábado, 30 de dezembro de 2017

Violência contra o professor

Violência Escolar



Segundo o artigo de Kátia dos Santos Pereira a violência escolar no contexto escolar é um caso mais antigo do que se possa imaginar  e acabou virando tema de pesquisa nos EUA  no ano de 1950 (ABRAMOVAY).

Apenas para que possamos entender um pouco mais sobre como a violência vem ganhando campo dentro das escolas ao longo dos anos, podemos ver nos anos de 1980 com a democratização do país surgiram diversas reinvindicações da sociedade, onde entre as mais pedidas está a segurança.  Nesse período  as escolas deveriam ser protegidas de estranhos e delinquentes.

Já nos anos de 1990 o quadro muda e esses ditos “maus elementos” estão inseridos na escola ou melhor dizendo  eles são os alunos, já nos anos 2000 as causas da violência tomam mais forma e mais agressividade, os registros tornam-se mais frequentes e estampam noticiários devido ao aumento nos números de violência.

A autora também destaca que  “apesar das diferenças entre países e de conceituação, reforça-se a existência de um consenso quanto ao fato que não só a violência física merece destaque e atenção,pois outros tipos de violência podem ser traumáticos e graves.”

Violência contra professores

Como o que se chama de violência simbólica, que se caracteriza pela falta de interesse  nas atividades da escola por parte do professor, agressões verbais e humilhações. Entre as principais formas de violência contra professores há um pequeno levantamento, pois ainda o assunto vem sendo estudado para que medidas venham a ser mais eficientes para que os professores possam se sentir mais seguros em seu ambiente de trabalho que é a sala de aula.

Dentro da violência simbólica vale destacar também os baixos salários dos professores, as condições muitas vezes insalubres de trabalho,a falta de reconhecimento e a desvalorização da classe,as agressões vão muito mais do que física e verbal, pois a própria condição em que muitas vezes esse professor se expõe o colocam em situação de violência não propriamente declarada.

De acordo com a pesquisa feita pela UNESCO  em 2002, as ameaças constituem a maior variante de violência contra professores dentro das escolas, onde na maioria das vezes são causadas pela baixa no rendimento dos alunos, indisciplina em sala de aula que na maior parte das vezes esses alunos reagem de forma agressiva as rotinas escolares impostas pelos professores.

E mesmo que estes alunos na maioria das vezes não esboce a agressão de forma real, são consideradas ações violentas e até intimidadoras e constrangedoras,porém em algum dado momento essas agressões verbais acabam se tornando de fato agressões reais, em situações bem comuns do dia a dia escolar, como por exemplo: o aluno chega atrasado ou é colocado para fora da sala, situações assim fazem com que o clima pese entre o aluno e o professor.

A pesquisa também mostra que depois da agressão física vem um outro tipo de violência que são pequenos furtos de objetos do professor como: celulares, dinheiro,bolsa e etc...Depredações do patrimônio do professor como depredação de automóveis.

Também foram apontados questões como ofensas ou agressões a professores e funcionários da escola (12,5%)

Uso de bebidas alcóolicas e drogas (6,9%)

Os professores brasileiros são os que mais alegam gastar mais tempo em sala de aula para manter a ordem do que propriamente dando aula (19,8%)

Tarefas administrativas (12,2%)

Junto a essa pesquisa o instituto data popular juntamente com o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (APOESP) em 2013 intitulado: “VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS, O OLHAR DO PROFESSOR”.

Revelou que quatro em cada dez professores já sofreram algum tipo de violência na escola.

40% sofreram ameaças ou tiveram algum bem pessoal danificado

62% já foram xingados

24% foram roubados ou furtados

A autora destaca também que os professores de escola pública relatam mais casos de agressões físicas e depredação, enquanto que professores da rede particular  destacam as agressões verbais e humilhações, chegando a relatar que as na maioria das vezes das agressões verbais está o valor comercial, os alunos de classe mais alta acabam humilhando esses professores como se fossem apenas meros produtos, e também a postura da escola diante disto é de que “o cliente tem sempre razão”, clientes que seriam os próprios alunos

3. FATORES QUE INTERFEREM NA VIOLÊNCIA CONTRA OS PROFESSORES

 As autoras Miriam Abramovay e Maria das Graças Rua afirmam que: A escola e seus profissionais formam um universo capaz de propiciar o desenvolvimento do aluno, bem como de criar condições para que ocorram aprendizagens significativas e interações entre alunos, professores, diretores e demais membros da equipe técnica que favorecem ou não os processos informativos e de comunicação na escola.

Bem como as autoras citam à cima, a escola proporciona um ambiente de interação entre alunos e professores, e os demais membros, mas escola é um ambiente de diversidades, de diferentes opiniões e  interpretações, no entanto, ocorrem brigas, desafetos, agressões verbais ou até mesmo físicas.

Os procedimentos tomados nas escolas, normalmente são, as advertências, suspensões, transferências e as expulsões. Analisados pela direção e equipe pedagógica da escola. A cada procedimento tomado pela escola, direcionado ao aluno que está sendo punido, acaba gerando uma série de sentimentos e atitudes, que acaba interferindo na sua convivência com os demais colegas, no entanto atrapalhando na aprendizagem e na relação entre os professores e membros do corpo técnico-pedagógico da escola.
As instituições impõem regras, tais como: uniformes, horários, crachás de identificação, dentre outras. Alguns alunos não compreendem às práticas permitidas e proibidas das escolas, pois na sua criação familiar, este aluno não possui regras ou limites.

Sinopse do filme Netto perde sua alma


A abordagem se liga ao romance NETTO PERDE SUA ALMA, seu processo de transposição para roteiro cinematográfico e o trabalho de co-direção , com Beto Souza, bem como o trabalho de montagem do filme.

O general brasileiro Antônio de Souza Netto, ferido durante a Guerra do Paraguai (1861-1866), é recolhido ao Hospital Militar de Corrientes, Argentina. Percebe que ali acontecem coisas estranhas e uma noite recebe a visita do ex-escravo sargento Caldeira - antigo companheiro - e juntos lembram guerras e rebeliões, amigos e inimigos, amores e desafetos. Rememoram o passado comum durante a rebelião republicana no sul do Brasil, conhecida como Guerra dos Farrapos (1835-1845); a Proclamação da República Rio-Grandense e a revolta dos soldados negros, após a guerra, quando acontece um trágico encontro entre Netto, Caldeira e o jovem Milonga - um escravo alistado na Corpo de Lanceiros Negros. Netto recorda também o exílio em Piedra Sola, no Uruguai, onde conviveu com os fantasmas do passado, e descobriu o amor, com Maria Escayola.
Agora na cama do hospital, Netto se depara com mais um desafio: vingar o capitão de los Santos. Naquela noite de surpreendentes revelações, unidos por um terrível segredo, os dois veteranos enfrentam a derradeira batalha. 

Tabajara Ruas
autor do romance e co-diretor

Como funciona a licença poética?

Muitas pessoas já devem ter se deparado com o seguinte termo para explicar o motivo por certo comentário dentro da literatura ou até mesmo da vida cotidiana: isto foi uma licença poética.
Mas será que você sabe ao certo o que vem a ser uma licença poética e como ela funciona? Pois para ajudá-lo a responder a estas perguntas, nós vamos mostrar em detalhes como funciona uma licença poética, para acabar com qualquer dúvida que possa surgir.

O que é? 

Antes de qualquer coisa, é importante procurar entender o que é uma licença poética, portanto, nós vamos esclarecer este termo de modo direto para que não haja qualquer tipo de mal entendido.
Uma licença poética nada mais é do que uma incorreção de linguagem que é permitida dentro do contexto da poesia, sendo que ela também é aplicada em outros campos literários e também fora dele.
A licença poética sempre surge por meio de afirmações, opiniões, teorias e também de situações que simplesmente não seriam aceitáveis se estivessem fora do chamado contexto do campo da literatura.

Erros Propositais

A licença poética se faz presente como uma espécie de erro proposital que o poeta/autor lança mão para fazer com que um determinado ponto seja reforçado e ganhe luz.
Este recurso não mostra o desconhecimento do autor para com determinado tema, mas sim, demonstra, em muitos casos, que ele realmente domina o tema em questão, ao ponto de ser capaz de usá-lo de modo aparentemente indevido apenas para reforçar um ponto de vista.

Exemplos de licenças poéticas

Agora que você já sabe o que são e como são aplicadas as licenças poéticas, nós vamos dar alguns exemplos de licenças poéticas que mostram claramente como elas podem ser mais comuns do que se imagina.
No trecho: “Gostaria agora de escrever um livro. Usaria o idioma das larvas incendiadas…”, fica evidente que o autor Manoel de Barros não acreditava que de fato havia um idioma de larvas, mas ele usou este recurso para reforçar uma crítica à forma como muitas pessoas usavam o idioma, tal como larvas.
Na música também vemos poesia, não é mesmo? Pois é nela que também vemos a presença da licença poética, como no trecho a seguir: “Meu coração já não bate, só apanha…”.
Neste trecho de uma música de Arnaldo Antunes, fica claro que o compositor não acredita exatamente que o seu coração apanhe de fato, mas ele usa esta licença poética para reforçar o quanto está acostumado mais a sofrer na vida afetiva do que a ter alegrias.
Batalha de Porongos: covardia, traição, falsidade
A Revolução Farroupilha foi a mais longa revolta republicana contra o Império escravocrata e centralizador brasileiro. Os grandes e poderosos proprietários de terras gaúchos, sentindo-se desfavorecidos pelas leis federais, principalmente pelos impostos considerados excessivos, entram em negociações com o governo regencial. Tais negociações, consideradas insatisfatórias, criam um crescente estado de tensão até o rompimento definitivo e a declaração de guerra, em 20 de setembro de 1835.
Depois do combate travado em Bagé, conhecido como “a Batalha do Seival”, em que as forças imperiais foram surpreendente e rotundamente derrotadas, surge um movimento político dissidente e separatista. Com sua radicalização é proclamada a independência e criada a República Rio-Grandense frente ao Império do Brasil, propondo uma República Federativa às demais províncias que viessem a separar-se do Império e assumissem a forma republicana.
Capa do livro "Neto perde sua alma".
Para lutar por “um país independente” foi necessário juntar as tropas dos generais que aderiram à causa e assim foi formado o “exército farroupilha” liderado pelo Gen. Bento Gonçalves. Na verdade, os verdadeiros protagonistas dessa luta foram os negros, os índios, os mestiços e os brancos pobres que lutaram de forma abnegada pela recém criada República e por espaços de liberdade, buscando um futuro melhor para si e para os seus. Entre os generais está um abolicionista convicto, Antônio de Souza Netto, que não só coloca a libertação dos escravos como um dos “ideais farroupilha” como propõe a participação dos negros na luta dos farrapos. Num primeiro momento a idéia é rejeitada. Porém, em 4 de outubro de 1836”, depois da “Derrota de Fanfa”, em que Bento Gonçalves foi preso e o exército farroupilha teve excessivas baixas, eles não vacilaram em libertar os escravos que, em troca, se engajaram no exército farroupilha. Assim foi criada a unidade militar que ficou conhecida como os Lanceiros Negros.
Nesse corpo de Lanceiros Negros só havia brancos entre os oficiais superiores. Os negros eram os melhores domadores de cavalos da província. Suas lanças eram maiores do que as ordinárias, os rostos pretos como azeviche. Seus corpos robustos e a sua perfeita disciplina os tornavam o terror dos imperiais. A participação decisiva dos Lanceiros Negros foi ressaltada pelo republicano Giuseppe Garibaldi – “herói dos dois mundos” – em sua biografia escrita por Alexandre Dumas: “soldados de uma disciplina espartana, que com seus rostos de azeviche e coragem inquebrantável, punham verdadeiro terror ao inimigo” ou ainda “…mas nunca vi, em nenhuma parte, homens mais valentes, …em cujas fileiras aprendi a desprezar o perigo e combater dignamente pela causa sagrada das nações…” (GARIBALDI,Giuseppe, em FAGUNDES, M. Calvet, História da Revolução Farroupilha. EDUCS.1989.p. 9).
Depois de lutarem, durante dez anos, não por dinheiro ou impostos, mas pela liberdade, no dia 14 de novembro de 1844 foram miseravelmente traídos no mais vergonhoso episódio dessa guerra, conhecido como “O Massacre de Porongos”. Desarmados, por seu comandante Canabarro, esses homens foram traiçoeiramente entregues a sanha historicamente genocida de Caxias.

Duque de Caxias: resolvendo a questão dos negros em armas
A “Traição de Porongos” e o Massacre dos Lanceiros Negros
Como explicar aos brasileiros tamanha covardia e a baixeza moral perpetradas por dois homens, David Canabarro e Duque de Caxias, ambos idolatrados como “heróis” pela historiografia oficial – um deles até considerado “patrono do Exército” – durante a chamada Revolução Farroupilha? Os historiadores oficiais criaram deliberadamente imagens falsas de Porongos procurando não macular “seus” heróis. Entretanto, a hediondez dos acontecimentos só nos permite uma coisa: não a explicação, mas a revelação da verdade, baseada em documentos oficiais que ficaram escondidos por décadas e só agora revelados.
As crescentes dificuldades enfrentadas pela nova República e as disputas políticas na região do Prata, preocupantes para as autoridades do Império, impuseram às duas partes negociações de paz. Uma vitória militar decisiva dos farrapos sobre o exército imperial, comandado pelo então Barão de Caxias, tornara-se cada vez mais inviável. Por parte do Império era importante terminar logo a luta e buscar uma paz negociada, pois tudo indicava a inevitabilidade da luta com os vizinhos platinos. Mas para as duas partes era importante resolver a questão dos negros em armas. Os revoltosos haviam prometido liberdade aos negros que lutavam no exército farroupilha e com isso a Corte Imperial não concordava. Era um perigo para os escravocratas brasileiros um grande número de negros armados. E se eles, agora bastante coesos, procurassem asilo no Uruguai e a partir daí continuassem a guerra com táticas de guerrilhas, fazendo do território uruguaio seu santuário? Isso levaria à guerra e “poderia provocar graves problemas com a Argentina de Juan Rosas” (LEITMAN Spencer, Negros Farrapos: hipocrisia racial no sul do Brasil no séc. XIX e DACANAL José, A Revolução Farroupilha: história e interpretação. Porto Alegre: Mercado Aberto.1985. p. 72)
Pelo lado dos farrapos, Bento Gonçalves foi afastado da liderança, e os novos líderes, David Canabarro e Antônio Vicente da Fontoura, ambos escravocratas, negociavam a paz com Caxias. A promessa de liberdade para os combatentes negros depois de 10 anos de abnegadas e vitoriosas lutas deles nas batalhas pesava muito nas negociações.

General David Canabarro: acordo

Foi neste contexto que aconteceu, na madrugada de 14 de novembro de 1844, o “Massacre de Porongos” em que os Lanceiros Negros – previamente desarmados por Canabarro e separados do resto das tropas – foram atacados de “surpresa” e dizimados pelas tropas imperiais comandadas pelo Cel. Francisco Pedro de Abreu (o Moringue), através de um conluio entre o barão (mais tarde duque) de Caxias e o gen. Canabarro para se livrarem dos negros em armas e poderem finalmente assinar a Paz de Ponche Verde. “Traição de Porongos, que mais foi a matança de um só lado do que peleja, dispersou a principal força republicana e manifestou morta a rebelião. (…) Em Porongos pois, a revolução expirou. Foi daí que seguiu-se o entabulamento das negociações, que deram tranqüilidade ao Rio Grande do Sul” (ARARIPE, Tristão de Alencar. Guerra civil no Rio Grande Do Sul: memória acompanhada de documentos lida no Instituto Histórico Geográfico do Brasil. Porto Alegre, CORAG, 1986, p.211).
Caxias confiava no poder do ouro. Com poderes ilimitados e verbas consideráveis para sobrepor-se aos “obstáculos pecuniários” que surgissem ao negociar com os líderes farrapos, ele tentou um acordo com David Canabarro, o principal general farrapo, para terminar a guerra. De comum acordo decidiram destruir parte do exército de Canabarro, exatamente seus contingentes negros, numa batalha pré-arranjada, conhecida como “Surpresa de Porongos” em 14 de Novembro de 1844” (LEITMAN, Spencer. Negros Farrapos …Idem p. 75)
Em suas instruções secretas a Moringue, o comandante da operação, Caxias, orientou-o no sentido de poupar brancos e índios, que poderiam ser úteis para futuras lutas.
Cópia integral dessas “instruções secretas” encontra-se no Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul e nela está afirmado: Reservado: “Senhor Cel. Francisco Pedro de Abreu (…) Regule V.S. suas marchas de maneira que no dia 14, às duas horas da madrugada possa atacar as forças ao mando de Canabarro que estará neste dia no cerro dos Porongos (…) Suas marchas devem ser o mais ocultas que possível seja, inclinando-se sempre sobre a sua direita, pois posso afiançar-lhe que Canabarro e Lucas ajustaram ter as suas observações sobre o lado oposto. No conflito, poupe o sangue brasileiro o quanto puder, particularmente da gente branca da Província ou índios, pois bem sabe que essa pobre gente ainda nos pode ser útil no futuro. A relação justa é das pessoas a quem deve dar escapula, se por casualidade caírem prisioneiros. Não receie a infantaria inimiga, pois ela há de receber ordem de um ministro de seu general em chefe para entregar o cartuchame sob o pretexto de desconfiarem dele. Se Canabarro ou Lucas forem prisioneiros, deve dar-lhes escapula de maneira que ninguém possa nem levemente desconfiar, nem mesmo os outros que eles pedem que não sejam presos (…) 9 de novembro de 1844.Barão de Caxias” [AHRS. Anais do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul-Volume 7. Porto Alegre, 1963. P.30/31].

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A figura de Satã no judaísmo


Como no cristianismo e no islamismo, o judaísmo possuí várias vertentes de pensamentos e doutrinas distintas, ainda que em sua maioria das ideias convirjam ao mesmo ponto. Estas variáveis geram linhas de pensamentos dentro das grandes religiões monoteístas e não seria diferente no judaísmo. Aqui trago um tema delicado, mas que existe uma grande unicidade do judaísmo sobre ele. O fato de Satã ser um anjo de Deus e como tal estar a serviço das ordens do Criador. O texto que segue, pode ser avaliado tanto pelo ponto de vista cético, com o objetivo de entender as crenças. Como do ponto de vista religioso para aqueles que assim desejam entender melhor a religião matriz do monoteísmo, mas aqui é expressar unicamente a visão base sobre Satán (שטן) segundo as crenças judaicas!

********Saliento que este texto não é ocultista e muito mesmo visa criar uma interpretação errônea, ou desabonar qualquer crença, mas sim expor a luz da inteligência o conhecimento e as crenças de outras culturas. Deste modo entendendo melhor a origem de nossa própria cultura.

Não é algo muito bem aceito no judaísmo a ideia de que um anjo de Deus tentou e seduziu outros anjos a desobedecer ao próprio Deus (mas não estou dizendo que não exista ramos do judaísmo místico e outras vertentes que aceitam algo semelhante sobre uma identidade do mal). Considerando essa ideia completamente contrária a tudo o que o Judaísmo ensina! Os estudiosos das Escrituras Hebraicas rejeitam esta teoria ou a aceitam de forma mágica/oculta/espiritualista.

O que é que, então, o Judaísmo explica com relação ao Satã?

***Traduzido do texto em Inglês por Alberto Bentzion. Escrito por Mordechai Housman

Para começar, a palavra hebraica שטן “Satán” significa literalmente “Inibidor/ Evitador/ Impossibilitador”. Inibir quer dizer, tentar impedir alguém de realizar algo. Disso aprendemos que Deus foi quem criou as diversas dificuldades, obstáculos da vida; os quais temos que enfrentar neste mundo, exatamente para nos conduzir a auto superação, e para nos levar ao progresso. Satán (escrito como transliterado do hebraico) é o responsável por tornar as coisas difíceis, por desafiar e assim colaborar para que tenhamos a chance de vencer a nós mesmos; para passarmos no teste. Satán é um Malách (por hora, entenderemos como Anjo) cujo propósito é especificado por Deus.

Existem dentro nós, por intermédio dos dois instintos que Deus mesmo criou no homem, tanto o inclinando ao bem como ao mal. O mais importante, é que somente esta habilidade de escolha absoluta torna possível que façamos o bem e o mal, com total e absoluta decisão pessoal. Temos a plena capacidade de recusar fazer o mal. Esta é a noção exata de que temos o direito que escolher tanto o bem como o mal.

A habilidade de escolher entre o bem e o mal é o que nos garante a noção de livre arbítrio. Portanto, para nos induzir a escolher o bem é que HaShem (HaShem (do hebraico השם), significando O Nome. É uma forma para designar Deus dentro do judaísmo, fora do contexto da reza ou da leitura pública do texto bíblico) nos oferece o bem no mundo vindouro, e para que mereçamos isso, é preciso que algo nos iniba, algo que tente nos impedir e que tenhamos que superar. Satán (שטן), portanto é nossa inclinação ao mal (Ietzer Hará). E a inclinação ao mal tenta nos impedir de fazer o bem, pois HaShem tem ordenado a ela fazer exatamente isso. Porquê? Para nos garantir livre arbítrio. Para que nossa escolha pelo bem seja sempre voluntária. Cada um de nós, todos os dias lutam contra seu mau instinto.

Para o judaísmo Satán (שטן) não é um anjo rebelde. Segundo os judeus, tal coisa é simplesmente impossível. Pois segundo ensinam, os anjos são seres de matéria elevada e sagrada porque foram criados desta forma, assim como os animais são animais porque foram criados desta maneira; os anjos estão constantemente contemplando a irradiação de HaShem (É uma forma para designar Deus dentro do judaísmo, fora do contexto da reza) por toda parte. Do mesmo modo um anjo não pode evitar a Divina Presença e por isso, não consegue deixar de ser sagrado. A santidade de toda criação, de todo o universo é contemplada de foram elevada pelos seres que são neste sentido, elevados; e por isso eles não podem parar de servir ao ETERNO. Os anjos não podem escolher não servir a Deus. Eles não possuem o livre arbítrio. Não podem contemplar outra coisa senão o ETERNO diante de si.

Então salientando que segundo o judaísmo a verdade é que Satán tem uma missão a cumprir como todo e qualquer “anjo”. E “anjos” não possuem livre arbítrio para escolher suas missões. Eles são apenas reflexos da vontade de Deus, no sistema em que foram criados para propósitos específicos.

“Diante desse raciocínio os humanos e seu propósito é viver para vencer sua má natureza?! Foi para isso que você foi criado, com base no judaísmo! HaShem (É uma forma para designar Deus dentro do judaísmo, fora do contexto da reza) já tem  bastantes anjos nos céus! Ele não precisa de mais. Ele te criou humano, para que você progrida na senda da justiça. Seres humanos podem melhorar a si mesmos, e este é seu propósito no mundo. Os “anjos”, não podem melhorar nem progredir, assim como os animais não progridem moralmente. Este não é, sequer, o propósito da sua existência.”

O que podemos observar até agora é que Satán para os judeus (não esquecendo que existem variantes esotérico-mágicas e espiritualistas dentro do judaísmo como no cristianismo e islamismo) não é, e nem poderia ser um anjo caído.

►►►Podemos entender então que Satán para os sábios rabinos se define nesses itens: ◄◄◄

Para os judeus, Satán é apenas um anjo com um trabalho que para nós é desafiador.

Satán não tem um reino paralelo.

Satán não está competindo com Deus nem está atrapalhando a criação.

Ele sequer se satisfaz quando a pessoa se deixa vencer pela má inclinação.

Ele sequer decide suas próprias missões.

Satán é um anjo que nos impõe desafios, ao mando de Deus;

Um anjo que não permite que enganemos a nós mesmos com falsa modéstia ou hipocrisia moral;

 ₳ Um anjo que traz a punição divina ao homem;

Que executa a correção do Criador.

O Satan executa sua missão de se opor a nós, por meio das coisas que nós mesmos valorizamos no mundo.

Satán não tem aparência maquiavélica, nem chifres, nem pele vermelha, nem rabo, nem mora em chamas, nem mesmo se veste de terno e gravata!


sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Anjos no judaísmo

Os anjos têm hierarquias ou fileiras, e cada patente fornece um tipo diferente de serviço.

Moshe Maimonides classifica os anjos na Bíblia sob uma das seguintes dez fileiras:

1. Chayot HaKodesh (Santos seres viventes), um grupo de anjos mencionados em Ezequiel 1 e 10 como estando perto do trono e a carruagem de D-us. Eles têm quatro asas e quatro faces (homem, leão, boi e águia);

2. Ophanim (Rodas), anjos associados com o trono de D-us e mencionados em Ezequiel 1:15–21 e Daniel 7:9 (e o livro de Enoque). Eles parecem rodas dentro de rodas e são cobertos com olhos;

3. Erelim (Os valentes), anjos mencionados em Isaías. Na tradição mística judaica, eles são usados para ser unidos a momentos de tristeza, de morte ou destruição (Isaías 33:7);

4. Chashmalim (Brilhantes), descritos em Ezequiel 1:4;

5. Serafim (Anjos de fogo) que tem seis asas de anjos que Isaías 6:2–3 descreve como um coro masculino que canta: "Santo, Santo, Santo, Senhor D-us dos exércitos; o céu e a terra estão cheia de sua glória". Em Isaías 6:6, um Serafim purifica os lábios do profeta Isaías com um carvão do altar;

6. Malachim (Mensageiros), que Isaías descreve como trazendo conforto para as pessoas em sua angústia, e que o livro de Salmos promete que vão proteger o povo de D-us. De acordo com o misticismo judaico, Rafael leva essa classe dos anjos;

7. Elohim (Seres piedosos) mencionados no Salmo 8:5;

8. Benei Elohim (Filhos de D-us), anjos que se concentram em trazer glória a D-us. De acordo com o misticismo judaico, eles são liderados pelo Arcanjo Michael;

9. Querubim (Aquele que está perto), anjos descritos por Ezequiel como tendo quatro faces, que entre outras coisas, guardam o jardim de Eden e o caminho para a árvore da vida com uma espada flamejante (Gn 3:24). De acordo com a Cabala, eles são liderados pelo Arcanjo Gabriel;

10. Ishim (Guardiões), anjos descrita no livro de Daniel, como sendo o homem, como (Gn 18:2; Dn 10:5).


De acordo com o pensamento judeu, mesmo que todos eles têm um intelecto superior, alguns anjos entendem D-us e seus caminhos melhores do que outros. O ranking acima indica o grau de compreensão do anjo de Deus.

OS SENHORES DE ROMA: CÉSAR, DE ALLAN MASSIE.



“A doença da República não reside em suas instituições... que com tanta glória resistiram ao teste do tempo... mas nos homens que as povoam. O egoísmo reina hoje onde o zelo pelo bem público florescia. Estamos sofrendo, por assim dizer, do que eu chamaria de ‘individualismo’. O que eu quero dizer com isto? Simplesmente isto: a presteza do homem em defrontar qualquer assunto público com a pergunta: “O que tenho a ganhar com isso? Onde posso obter vantagens pessoais?”, em vez da pergunta que tão nobremente alimentava as mentes dos nossos avós, “o que Roma exige de mim?”

Marco Túlio Cícero (MASSIE, Allan. Os senhores de Roma: César. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000, pg.100 – Romance histórico, licença poética).



“(...) a República morreu. Não se pode dar vida a um cadáver. O que resta é um simulacro, um simulacro perigoso! É preciso mudar as coisas. Mas a mudança será gradual, à medida que os homens se acostumarem a novas realidades.”

Caio Júlio César (MASSIE, Allan. Os senhores de Roma: César. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000, pg.201 – Romance histórico, licença poética).

“A ação é que põe o homem à prova. É a pura verdade. Afinal, qualquer um é capaz de falar virtuosamente, até os maiores hipócritas quando quer, mas agir virtuosamente, conforme o exemplo dos nossos ancestrais e de acordo com os deveres impostos pelos ‘deuses’, é outra coisa.”


Marco Pórcio Cato (MASSIE, Allan. Os senhores de Roma: César. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000, pg.227 – Romance histórico, licença poética).

FRASES EXTRAIDAS DO LIVRO “O NOME DA ROSA”


“Para não parecer tolo mais tarde, renuncio a ser astuto agora!”

Frei Guilherme (O nome da Rosa, pg. 243; de Umberto Eco).

“Os homens de outrora eram grandes [...] agora mais se assemelham a crianças, mas esse fato é  apenas um dos muitos que testemunham a desventura de um mundo que vai envelhecendo. A juventude não quer aprender mais nada, a ciência está em decadência, o mundo inteiro caminha de cabeça para baixo, cegos conduzem outros cegos e os fazem precipitar-se nos abismos, os pássaros se lançam ante de alçar voo, o asno toca lira, os bois dançam. [...] tudo está desviado do próprio caminho. Sejam dadas graças a Deus por eu naqueles tempos ter adquirido de meu mestre a vontade de aprender e o sentido do caminho reto, que se conserva quando o atalho é tortuoso.”

Frei Adso (O nome da Rosa, pg.22-23; de Umberto Eco).

“Os monstros existem porque fazem parte do desígnio divino e nas mesmas horríveis feições dos monstros revela-se a potência do Criador.”

Abade Jorge (O nome da Rosa, pg.45; de Umberto Eco).

“Para cada virtude e para cada pecado há um exemplo tirado dos bestiários, e os animais tornam-se figuras do mundo humano. [...] Oque querem todas essas nugae? Um mundo invertido e oposto ao estabelecido por Deus, sob o pretexto de ensinar os preceitos divinos!”

Abade Jorge (O nome da Rosa, pg. 84; de Umberto Eco).

“Podes de certo falar nessas coisas de magia, concordou Guilherme. Porém existem duas formas de magia. Há uma magia que é obra do diabo e que visa à ruína do homem através de artifícios de que não é lícito falar. Mas há uma magia que é obra divina, lá onde a ciência de Deus se manifesta através da ciência do homem, que serve para transformar a natureza, e um de cujos fins é prolongar a vida humana. E esta é magia santa, a que os sábios deveriam se dedicar sempre, não só para descobrir coisas novas, mas para REDESCOBRIR muitos segredos da natureza que a sabedoria divina revelara aos hebreus, aos gregos, a outros povos antigos [...] E por que aqueles que possuem tal ciência não a comunicam a todo povo de Deus? Porque nem todo o povo de Deus está pronto para aceitar tantos segredos, e muitas vezes aconteceu que os depositários dessa ciência foram tomados por magos ligados por pacto ao demônio. ‘Tu receias portanto que os simples possam fazer mau uso desses segredos?’ No que respeito ao simples receio apenas que possam ficar aterrorizados com eles, ao confundi-los com as obras do diabo.”

Dialogo entre Frei Guilherme e Frei Nicola (O nome da Rosa, pg.91; de Umberto Eco).

“Nós vivemos para os livros. Doce missão neste mundo dominado pela desordem e pela decadência.”

Frei Bêncio (O nome da Rosa, pg.113; de Umberto Eco).

“Até então pensara que todo livro falasse das coisas, humanas ou divinas, que estão fora dos livros. Percebia agora que não raro os livros falam de livros, ou seja, é como se falassem entre si. À luz dessa reflexão, a biblioteca pareceu-me ainda mais inquietante. Era então o lugar de um longo e secular sussurro, de um diálogo imperceptível entre pergaminho e pergaminho, uma coisa viva, um receptáculo de forças não domáveis por uma mente humana, tesouro de segredos emanados de muitas mentes, e sobrevividos à morte daqueles que os produziram, ou os tinham utilizado.”

Frei Adso (O nome da Rosa, pg.277; de Umberto Eco).

“O bem de um livro está em ser lido. Um livro feito de signos que falam de outros signos, os quais por sua vez falam das coisas. Sem um olho que o leia, um livro trás signos que não produzem conceitos, e portanto é mudo.”

Frei Guilherme (O nome da Rosa, pg.383; de Umberto Eco).

“O livro tem a força de mil escorpiões.”

Frei Malaquias (O nome da Rosa, pg.451; de Umberto Eco).

“Tu dizes que sou o diabo; não é verdade. Eu fui à mão de Deus. [...] Deus criou os monstros também.”


Abade Jorge (O nome da Rosa, pg.458; de Umberto Eco).