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sábado, 30 de dezembro de 2017

Violência contra o professor

Violência Escolar



Segundo o artigo de Kátia dos Santos Pereira a violência escolar no contexto escolar é um caso mais antigo do que se possa imaginar  e acabou virando tema de pesquisa nos EUA  no ano de 1950 (ABRAMOVAY).

Apenas para que possamos entender um pouco mais sobre como a violência vem ganhando campo dentro das escolas ao longo dos anos, podemos ver nos anos de 1980 com a democratização do país surgiram diversas reinvindicações da sociedade, onde entre as mais pedidas está a segurança.  Nesse período  as escolas deveriam ser protegidas de estranhos e delinquentes.

Já nos anos de 1990 o quadro muda e esses ditos “maus elementos” estão inseridos na escola ou melhor dizendo  eles são os alunos, já nos anos 2000 as causas da violência tomam mais forma e mais agressividade, os registros tornam-se mais frequentes e estampam noticiários devido ao aumento nos números de violência.

A autora também destaca que  “apesar das diferenças entre países e de conceituação, reforça-se a existência de um consenso quanto ao fato que não só a violência física merece destaque e atenção,pois outros tipos de violência podem ser traumáticos e graves.”

Violência contra professores

Como o que se chama de violência simbólica, que se caracteriza pela falta de interesse  nas atividades da escola por parte do professor, agressões verbais e humilhações. Entre as principais formas de violência contra professores há um pequeno levantamento, pois ainda o assunto vem sendo estudado para que medidas venham a ser mais eficientes para que os professores possam se sentir mais seguros em seu ambiente de trabalho que é a sala de aula.

Dentro da violência simbólica vale destacar também os baixos salários dos professores, as condições muitas vezes insalubres de trabalho,a falta de reconhecimento e a desvalorização da classe,as agressões vão muito mais do que física e verbal, pois a própria condição em que muitas vezes esse professor se expõe o colocam em situação de violência não propriamente declarada.

De acordo com a pesquisa feita pela UNESCO  em 2002, as ameaças constituem a maior variante de violência contra professores dentro das escolas, onde na maioria das vezes são causadas pela baixa no rendimento dos alunos, indisciplina em sala de aula que na maior parte das vezes esses alunos reagem de forma agressiva as rotinas escolares impostas pelos professores.

E mesmo que estes alunos na maioria das vezes não esboce a agressão de forma real, são consideradas ações violentas e até intimidadoras e constrangedoras,porém em algum dado momento essas agressões verbais acabam se tornando de fato agressões reais, em situações bem comuns do dia a dia escolar, como por exemplo: o aluno chega atrasado ou é colocado para fora da sala, situações assim fazem com que o clima pese entre o aluno e o professor.

A pesquisa também mostra que depois da agressão física vem um outro tipo de violência que são pequenos furtos de objetos do professor como: celulares, dinheiro,bolsa e etc...Depredações do patrimônio do professor como depredação de automóveis.

Também foram apontados questões como ofensas ou agressões a professores e funcionários da escola (12,5%)

Uso de bebidas alcóolicas e drogas (6,9%)

Os professores brasileiros são os que mais alegam gastar mais tempo em sala de aula para manter a ordem do que propriamente dando aula (19,8%)

Tarefas administrativas (12,2%)

Junto a essa pesquisa o instituto data popular juntamente com o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (APOESP) em 2013 intitulado: “VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS, O OLHAR DO PROFESSOR”.

Revelou que quatro em cada dez professores já sofreram algum tipo de violência na escola.

40% sofreram ameaças ou tiveram algum bem pessoal danificado

62% já foram xingados

24% foram roubados ou furtados

A autora destaca também que os professores de escola pública relatam mais casos de agressões físicas e depredação, enquanto que professores da rede particular  destacam as agressões verbais e humilhações, chegando a relatar que as na maioria das vezes das agressões verbais está o valor comercial, os alunos de classe mais alta acabam humilhando esses professores como se fossem apenas meros produtos, e também a postura da escola diante disto é de que “o cliente tem sempre razão”, clientes que seriam os próprios alunos

3. FATORES QUE INTERFEREM NA VIOLÊNCIA CONTRA OS PROFESSORES

 As autoras Miriam Abramovay e Maria das Graças Rua afirmam que: A escola e seus profissionais formam um universo capaz de propiciar o desenvolvimento do aluno, bem como de criar condições para que ocorram aprendizagens significativas e interações entre alunos, professores, diretores e demais membros da equipe técnica que favorecem ou não os processos informativos e de comunicação na escola.

Bem como as autoras citam à cima, a escola proporciona um ambiente de interação entre alunos e professores, e os demais membros, mas escola é um ambiente de diversidades, de diferentes opiniões e  interpretações, no entanto, ocorrem brigas, desafetos, agressões verbais ou até mesmo físicas.

Os procedimentos tomados nas escolas, normalmente são, as advertências, suspensões, transferências e as expulsões. Analisados pela direção e equipe pedagógica da escola. A cada procedimento tomado pela escola, direcionado ao aluno que está sendo punido, acaba gerando uma série de sentimentos e atitudes, que acaba interferindo na sua convivência com os demais colegas, no entanto atrapalhando na aprendizagem e na relação entre os professores e membros do corpo técnico-pedagógico da escola.
As instituições impõem regras, tais como: uniformes, horários, crachás de identificação, dentre outras. Alguns alunos não compreendem às práticas permitidas e proibidas das escolas, pois na sua criação familiar, este aluno não possui regras ou limites.

Para Gurgel e Matos (2012), as agressões sofridas levam os professores à desmotivação, afetando sua prática e contribuindo para uma educação de baixa qualidade.

Ser professor, não é uma tarefa fácil a ser desempenhada, há muita dedicação, esforço, paciência e o conhecimento. Imagino o que um professor que está lá na frente de sua sala de aula, dedicando seu tempo, passando seu conhecimento, o que ele sente, quando seus alunos estão o agredindo, seja verbalmente ou fisicamente, deve sentir-se completamente desmotivado, até mesmo se questionando se está exercendo corretamente seu papel como professor.

Consequentemente esta prática de agressões dos alunos contra os professores começa se tornar frequentes, tornando uma aprendizagem de baixa qualidade, impedindo os professores a realizarem seus trabalhos de maneira satisfatória, no entanto, gerando prejuízos aos alunos, escola, e para o país, que já não tem uma educação de boa qualidade. 

Muitos professores que já sofreram violência física ou verbal, não procuraram seus direitos, se omitiram, por medo, medo dos alunos, de suas famílias, porque nós não sabemos com quem estamos lidando, em consequência destes fatos, os professores sentem-se desestimulados a seguirem na profissão.

Qual seria o perfil dos alunos agressivos?  Tendo sido destacadas as seguintes características: indisciplinados, de famílias desestruturadas, pais separados, sofre algum tipo de abuso ou violência doméstica, com vulnerabilidade social, muitos têm envolvimento com drogas, roubo, desatentos, inquietos, calados, não interagem com um grupo social.
Existem aqueles alunos, que fazem a agressão, por maldade, às vezes por impulso, porque o colega de classe fez e ele achou divertido ou até mesmo porque este aluno, é o reflexo da classe social a qual pertence, das comunidades em que vivem, da família, e das mídias tecnológicas que são expostas a eles.

A estrutura familiar, a falta de sintonia entre escola e família em relação ao papel que desempenham na formação daquele aluno, a mídia que é exposta á ele, a vivência que este aluno possuiu e também o ambiente em que ele é criado, contribuem para o aumento do índice de violência contra os docentes.

·        REDES SOCIAS CONTRIBUEM PARA O AUMENTO DA VIOLENCIA CONTRA PROFESSORES.     


           Hoje com o acesso fácil ao mundo virtual da internet e na maioria sem o controle dos pais ou responsáveis tornou-se, quase sem controle o uso destas redes sócias tais como:
Facebook, WhatsApp, Twitter, entre outros. São poderosas ferramentas, que mal usadas em certas ocasiões podem ser  utilizadas para agredir  os professores. As crianças e adolescentes estão quase sempre conectados, há casos que ficam estressados com seus professores utilizando-se de seus perfis na internet para vir agredir virtualmente. Sendo esta uma pratica nova de agressão. Os estudiosos no assunto explicam que ainda não há um diagnóstico consistente para avaliar o problema. Embora tenha uma controversa, o qual esta  sendo considerado como crime virtual “CyberBullying”.

            Conforme o exemplo꞉No fim de março, um estudante de 16 anos do ensino médio da rede estadual de Londrina, no Paraná, usou seu perfil no Facebook para fazer um desabafo contra os inúmeros trabalhos escolares passados em época de vestibular. Em sua conta, o garoto escreveu que gostaria de “atear fogo” na professora de artes, que tinha passado mais uma tarefa. O pai do aluno fez o jovem se retratar nas redes sociais, apagar seu perfil e publicar um pedido de desculpas nos classificados do Jornal de Londrina. Na publicação, o aluno pediu perdão à professora Rosana Marques Franco “por ter postado um comentário maldoso em um momento impensado”. O post na internet repercutiu e foi encarado, pela direção da escola, como CyberBullying. Na ocasião, a professora disse ter ficado assustada por se lembrar do caso de Realengo, no Rio de Janeiro, quando um ex-aluno invadiu a Escola Tasso da Silveira, disparou contra professores e alunos e matou 12 crianças. “Uma palavra, escrita ou dita, é lançada, e aí não tem retorno. Pode machucar, às vezes, mais do que uma agressão física”, afirmou o pai do menino.”

            Segundo estes educadores, os quais apontam como uma solução a divulgação do assunto, o diálogo entre as escolas x alunos e pais, para que os mesmos entendam a complexidade desses atos geralmente praticados pelos  alunos. 


VIOLÊNCIA CONTRA PROFESSORES NOS DOIS PAISES MAIS BEM COLOCADOS EM EDUCAÇÃO NO MUNDO:


        A educação no mundo se encontra em diversos níveis, nos países desenvolvidos estão entre as melhores, nos países subdesenvolvidos e emergentes estão entre as médias e piores sistemas educacionais do planeta, constatação feita pelo órgão da ONU (Organização das Nações Unidas) ligado a educação a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), mas não é regra, tem países materialmente pobres e com altos índices educacionais. Um exemplo é Cuba, um país materialmente pobre, mas com uma educação elevada.

Um desses exemplos, (que por sinal é de conhecimento de todos) é Cuba, este país pode caracterizar um exemplo neste sentido. Sabe-se que Cuba tem um bom índice de desenvolvimento educacional, no entanto, é um país pobre materialmente. Os Estados mais ricos têm uma educação que não serve de parâmetro para nenhuma outra nação. Neste sentido, sabe-se que o problema da Educação não está tão-somente ancorado na economia, ou seja, na quantidade de dinheiro que determinado país possui. (REVISTAPANDORABRASIL, 2012)

        Os dois melhores países, que estão colocados entre a maioria das listas, são Canadá e Finlândia, os sistemas educacionais destes países são os mais eficazes do planeta, recebem atenção especial dos governos locais. Os investimentos em educação são significativos e usados com coerência e sabedoria.  
        Canadá e Finlândia têm o índice do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) muito elevado. Quase 100% da população têm curso superior completo, excelentes indicadores econômicos, ótimos níveis sociais, níveis de corrupção quase zero e indicadores de violência são baixíssimos.  
        O sistema de ensino canadense é descentralizado, com cada uma das províncias tendo total autonomia sobre o currículo escolar. Contudo, as regiões usam marcadores e avaliações para identificar quais práticas de ensino estão sendo mais eficazes. A contratação e formação dos professores são bastante rigorosas, assim como o engajamento dos pais na educação dos filhos. O uso de tecnologias em sala de aula também é uma prática bastante comum. (NOTÍCIAS UNIVERSIA)

A educação no Canadá é descentralizada, segundo a wikipedia, não possui um órgão governamental central encarregado de monitorar ou ditar regras e Padrões quanto à educação no país. Ao contrário, a educação é responsabilidade das províncias e territórios do Canadá. Cada subdivisão possui um Departamento de Educação, que dita regras e padrões válidos para o sistema educacional na subdivisão. (REVISTAPANDORABRASIL, 2012) 
         Na Finlândia, a autonomia das escolas e a rigorosa formação dos professores são a chave para o sucesso. As instituições ficam livres para escolher seus livros didáticos, materiais de estudo e conteúdo curricular. O corpo docente precisa ter formação superior em mestrado. (NOTÍCIAS UNIVERSIA)

 O currículo finlandês é muito focado no pensamento crítico e em resolver problemas, aprendizagem por meio de projetos e em aprender em aprender. Existe muita colaboração nas aulas. O currículo nacional é muito geral e é dado às escolas imenso poder sobre como operar.

Todos os professores têm grau de mestrado (5 anos) em pedagogia (ensino). Só 10% dos aplicantes a esse curso entram. Aumenta qualidade de entrada, todos os professores com excelente educação, muito motivados e com gosto pelo ensino. Findo o período de aprendizagem de professor, é-lhes confiado totalmente o serem capazes de serem bons e competentes profissionais. (ESTUDOMEC, 2012)

        Com todas as informações acima discorridas, constatamos que nos dois países estudados não existe ou praticamente é inexistente violência contra professores. Não encontramos relatos sobre qualquer tipo de agressão física ou verbal contra educadores, talvez por estes países possuírem um IDH muito elevado e a cultura da população em respeitar e valorizar os profissionais da educação, além de toda a comunidade escolar destes países priorizarem e acompanharem todo o processo de aprendizagem dos jovens. 
       
        O sucesso da educação esta ligado intimamente com as políticas educacionais, do que com a riqueza de um país, ajuda muito o nível de desenvolvimento de um país e as verbas destinadas a educação, mas como vimos acima não é regra, países pobres também conseguem sucesso educacional.
         O fracasso na educação esta ligado a políticas educacionais confusas e elitistas, verbas destinadas à educação mal administradas e mal empregadas, além de toda a precariedade social de uma nação e a cultura desvalorização da educação, podem levar a violência contra professores.  
   


Você quer saber mais?



http://www.estudomec.info/files/Ensino_na_Finlandia.pdf  - 2012 verificado no dia 28/05/2017 – 2:55.







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