Violência
Escolar
Segundo o artigo de Kátia
dos Santos Pereira a violência escolar no contexto escolar é um caso mais
antigo do que se possa imaginar e acabou
virando tema de pesquisa nos EUA no ano
de 1950 (ABRAMOVAY).
Apenas para que possamos entender
um pouco mais sobre como a violência vem ganhando campo dentro das escolas ao
longo dos anos, podemos ver nos anos de 1980 com a democratização do país
surgiram diversas reinvindicações da sociedade, onde entre as mais pedidas está
a segurança. Nesse período as escolas deveriam ser protegidas de
estranhos e delinquentes.
Já nos anos de 1990 o quadro
muda e esses ditos “maus elementos” estão inseridos na escola ou melhor
dizendo eles são os alunos, já nos anos
2000 as causas da violência tomam mais forma e mais agressividade, os registros
tornam-se mais frequentes e estampam noticiários devido ao aumento nos números
de violência.
A autora também destaca
que “apesar das diferenças entre países e de conceituação, reforça-se a
existência de um consenso quanto ao fato que não só a violência física merece
destaque e atenção,pois outros tipos de violência podem ser traumáticos e
graves.”
Violência
contra professores
Como o que se chama de
violência simbólica, que se caracteriza pela falta de interesse nas atividades da escola por parte do
professor, agressões verbais e humilhações. Entre as principais formas de
violência contra professores há um pequeno levantamento, pois ainda o assunto
vem sendo estudado para que medidas venham a ser mais eficientes para que os
professores possam se sentir mais seguros em seu ambiente de trabalho que é a
sala de aula.
Dentro da violência
simbólica vale destacar também os baixos salários dos professores, as condições
muitas vezes insalubres de trabalho,a falta de reconhecimento e a
desvalorização da classe,as agressões vão muito mais do que física e verbal,
pois a própria condição em que muitas vezes esse professor se expõe o colocam
em situação de violência não propriamente declarada.
De acordo com a pesquisa
feita pela UNESCO em 2002, as ameaças
constituem a maior variante de violência contra professores dentro das escolas,
onde na maioria das vezes são causadas pela baixa no rendimento dos alunos,
indisciplina em sala de aula que na maior parte das vezes esses alunos reagem
de forma agressiva as rotinas escolares impostas pelos professores.
E mesmo que estes alunos na
maioria das vezes não esboce a agressão de forma real, são consideradas ações
violentas e até intimidadoras e constrangedoras,porém em algum dado momento
essas agressões verbais acabam se tornando de fato agressões reais, em
situações bem comuns do dia a dia escolar, como por exemplo: o aluno chega
atrasado ou é colocado para fora da sala, situações assim fazem com que o clima
pese entre o aluno e o professor.
A pesquisa também mostra que
depois da agressão física vem um outro tipo de violência que são pequenos
furtos de objetos do professor como: celulares, dinheiro,bolsa e
etc...Depredações do patrimônio do professor como depredação de automóveis.
Também foram apontados
questões como ofensas ou agressões a professores e funcionários da escola
(12,5%)
Uso de bebidas alcóolicas e
drogas (6,9%)
Os professores brasileiros
são os que mais alegam gastar mais tempo em sala de aula para manter a ordem do
que propriamente dando aula (19,8%)
Tarefas administrativas
(12,2%)
Junto a essa pesquisa o
instituto data popular juntamente com o Sindicato dos Professores do Estado de
São Paulo (APOESP) em 2013 intitulado: “VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS, O OLHAR DO
PROFESSOR”.
Revelou que quatro em cada
dez professores já sofreram algum tipo de violência na escola.
40% sofreram ameaças ou
tiveram algum bem pessoal danificado
62% já foram xingados
24% foram roubados ou
furtados
A autora destaca também que
os professores de escola pública relatam mais casos de agressões físicas e
depredação, enquanto que professores da rede particular destacam as agressões verbais e humilhações,
chegando a relatar que as na maioria das vezes das agressões verbais está o
valor comercial, os alunos de classe mais alta acabam humilhando esses
professores como se fossem apenas meros produtos, e também a postura da escola
diante disto é de que “o cliente tem sempre razão”, clientes que seriam os
próprios alunos
3.
FATORES QUE INTERFEREM NA VIOLÊNCIA CONTRA OS PROFESSORES
As autoras Miriam Abramovay e Maria das Graças
Rua afirmam que: A escola e seus profissionais formam um universo capaz de
propiciar o desenvolvimento do aluno, bem como de criar condições para que
ocorram aprendizagens significativas e interações entre alunos, professores,
diretores e demais membros da equipe técnica que favorecem ou não os processos
informativos e de comunicação na escola.
Bem como as autoras citam à
cima, a escola proporciona um ambiente de interação entre alunos e professores,
e os demais membros, mas escola é um ambiente de diversidades, de diferentes
opiniões e interpretações, no entanto,
ocorrem brigas, desafetos, agressões verbais ou até mesmo físicas.
Os procedimentos tomados nas
escolas, normalmente são, as advertências, suspensões, transferências e as
expulsões. Analisados pela direção e equipe pedagógica da escola. A cada
procedimento tomado pela escola, direcionado ao aluno que está sendo punido,
acaba gerando uma série de sentimentos e atitudes, que acaba interferindo na
sua convivência com os demais colegas, no entanto atrapalhando na aprendizagem
e na relação entre os professores e membros do corpo técnico-pedagógico da
escola.
As instituições impõem
regras, tais como: uniformes, horários, crachás de identificação, dentre
outras. Alguns alunos não compreendem às práticas permitidas e proibidas das
escolas, pois na sua criação familiar, este aluno não possui regras ou limites.
Ser professor, não é uma
tarefa fácil a ser desempenhada, há muita dedicação, esforço, paciência e o
conhecimento. Imagino o que um professor que está lá na frente de sua sala de
aula, dedicando seu tempo, passando seu conhecimento, o que ele sente, quando
seus alunos estão o agredindo, seja verbalmente ou fisicamente, deve sentir-se
completamente desmotivado, até mesmo se questionando se está exercendo
corretamente seu papel como professor.
Consequentemente esta
prática de agressões dos alunos contra os professores começa se tornar
frequentes, tornando uma aprendizagem de baixa qualidade, impedindo os
professores a realizarem seus trabalhos de maneira satisfatória, no entanto, gerando
prejuízos aos alunos, escola, e para o país, que já não tem uma educação de boa
qualidade.
Muitos professores que já
sofreram violência física ou verbal, não procuraram seus direitos, se omitiram,
por medo, medo dos alunos, de suas famílias, porque nós não sabemos com quem
estamos lidando, em consequência destes fatos, os professores sentem-se
desestimulados a seguirem na profissão.
Qual seria o perfil dos
alunos agressivos? Tendo sido destacadas
as seguintes características: indisciplinados, de famílias desestruturadas,
pais separados, sofre algum tipo de abuso ou violência doméstica, com
vulnerabilidade social, muitos têm envolvimento com drogas, roubo, desatentos,
inquietos, calados, não interagem com um grupo social.
Existem aqueles alunos, que
fazem a agressão, por maldade, às vezes por impulso, porque o colega de classe
fez e ele achou divertido ou até mesmo porque este aluno, é o reflexo da classe
social a qual pertence, das comunidades em que vivem, da família, e das mídias
tecnológicas que são expostas a eles.
A estrutura familiar, a
falta de sintonia entre escola e família em relação ao papel que desempenham na
formação daquele aluno, a mídia que é exposta á ele, a vivência que este aluno
possuiu e também o ambiente em que ele é criado, contribuem para o aumento do
índice de violência contra os docentes.
·
REDES SOCIAS CONTRIBUEM PARA O AUMENTO
DA VIOLENCIA CONTRA PROFESSORES.
Hoje com o acesso
fácil ao mundo virtual da internet e na maioria sem o controle dos pais ou responsáveis
tornou-se, quase sem controle o uso destas redes sócias tais como:
Facebook, WhatsApp, Twitter, entre outros. São poderosas ferramentas,
que mal usadas em certas ocasiões podem ser
utilizadas para agredir os
professores. As crianças e adolescentes estão quase sempre conectados, há casos
que ficam estressados com seus professores utilizando-se de seus perfis na
internet para vir agredir virtualmente. Sendo esta uma pratica nova de
agressão. Os estudiosos no assunto explicam que ainda não há um diagnóstico
consistente para avaliar o problema. Embora tenha uma controversa, o qual
esta sendo considerado como crime
virtual “CyberBullying”.
Conforme o exemplo꞉ “No fim de
março, um estudante de 16 anos do ensino médio da rede estadual de Londrina, no
Paraná, usou seu perfil no Facebook para fazer um desabafo contra os inúmeros
trabalhos escolares passados em época de vestibular. Em sua conta, o garoto
escreveu que gostaria de “atear fogo” na professora de artes, que tinha passado
mais uma tarefa. O pai do aluno fez o jovem se retratar nas redes sociais,
apagar seu perfil e publicar um pedido de desculpas nos classificados do Jornal
de Londrina. Na publicação, o aluno pediu perdão à professora Rosana Marques
Franco “por ter postado um comentário maldoso em um momento impensado”. O post
na internet repercutiu e foi encarado, pela direção da escola, como CyberBullying.
Na ocasião, a professora disse ter ficado assustada por se lembrar do caso de
Realengo, no Rio de Janeiro, quando um ex-aluno invadiu a Escola Tasso da
Silveira, disparou contra professores e alunos e matou 12 crianças. “Uma
palavra, escrita ou dita, é lançada, e aí não tem retorno. Pode machucar, às
vezes, mais do que uma agressão física”, afirmou o pai do menino.”
Segundo estes
educadores, os quais apontam como uma solução a divulgação do assunto, o
diálogo entre as escolas x alunos e pais, para que os mesmos entendam a
complexidade desses atos geralmente praticados pelos alunos.
VIOLÊNCIA
CONTRA PROFESSORES NOS DOIS PAISES MAIS BEM COLOCADOS EM EDUCAÇÃO NO MUNDO:
A educação no mundo se encontra em
diversos níveis, nos países desenvolvidos estão entre as melhores, nos países
subdesenvolvidos e emergentes estão entre as médias e piores sistemas
educacionais do planeta, constatação feita pelo órgão da ONU (Organização das
Nações Unidas) ligado a educação a UNESCO (Organização das Nações Unidas para
Educação, Ciência e Cultura), mas não é regra, tem países materialmente pobres
e com altos índices educacionais. Um exemplo é Cuba, um país materialmente
pobre, mas com uma educação elevada.
Um desses exemplos, (que por sinal é de
conhecimento de todos) é Cuba, este país pode caracterizar um exemplo neste
sentido. Sabe-se que Cuba tem um bom índice de desenvolvimento educacional, no
entanto, é um país pobre materialmente. Os Estados mais ricos têm uma educação
que não serve de parâmetro para nenhuma outra nação. Neste sentido, sabe-se que
o problema da Educação não está tão-somente ancorado na economia, ou seja, na
quantidade de dinheiro que determinado país possui. (REVISTAPANDORABRASIL,
2012)
Os dois melhores países, que estão
colocados entre a maioria das listas, são Canadá e Finlândia, os sistemas
educacionais destes países são os mais eficazes do planeta, recebem atenção
especial dos governos locais. Os investimentos em educação são significativos e
usados com coerência e sabedoria.
Canadá e Finlândia têm o índice do IDH
(Índice de Desenvolvimento Humano) muito elevado. Quase 100% da população têm
curso superior completo, excelentes indicadores econômicos, ótimos níveis
sociais, níveis de corrupção quase zero e indicadores de violência são
baixíssimos.
O sistema de ensino canadense é
descentralizado, com cada uma das províncias tendo total autonomia sobre o
currículo escolar. Contudo, as regiões usam marcadores e avaliações para
identificar quais práticas de ensino estão sendo mais eficazes. A contratação e
formação dos professores são bastante rigorosas, assim como o engajamento dos
pais na educação dos filhos. O uso de tecnologias em sala de aula também é uma
prática bastante comum. (NOTÍCIAS UNIVERSIA)
A educação no Canadá é descentralizada,
segundo a wikipedia, não possui um órgão governamental central encarregado de
monitorar ou ditar regras e Padrões quanto à educação no país. Ao contrário, a
educação é responsabilidade das províncias e territórios do Canadá. Cada
subdivisão possui um Departamento de Educação, que dita regras e padrões
válidos para o sistema educacional na subdivisão. (REVISTAPANDORABRASIL,
2012)
Na Finlândia, a autonomia das escolas
e a rigorosa formação dos professores são a chave para o sucesso. As
instituições ficam livres para escolher seus livros didáticos, materiais de
estudo e conteúdo curricular. O corpo docente precisa ter formação superior em mestrado.
(NOTÍCIAS UNIVERSIA)
O currículo finlandês é muito focado no
pensamento crítico e em resolver problemas, aprendizagem por meio de projetos e
em aprender em aprender. Existe muita colaboração nas aulas. O currículo
nacional é muito geral e é dado às escolas imenso poder sobre como operar.
Todos os professores
têm grau de mestrado (5 anos) em pedagogia (ensino). Só 10% dos aplicantes a
esse curso entram. Aumenta qualidade de entrada, todos os professores com
excelente educação, muito motivados e com gosto pelo ensino. Findo o período de
aprendizagem de professor, é-lhes confiado totalmente o serem capazes de serem
bons e competentes profissionais. (ESTUDOMEC, 2012)
Com todas as informações acima
discorridas, constatamos que nos dois países estudados não existe ou
praticamente é inexistente violência contra professores. Não encontramos
relatos sobre qualquer tipo de agressão física ou verbal contra educadores,
talvez por estes países possuírem um IDH muito elevado e a cultura da população
em respeitar e valorizar os profissionais da educação, além de toda a
comunidade escolar destes países priorizarem e acompanharem todo o processo de
aprendizagem dos jovens.
O sucesso da educação esta ligado
intimamente com as políticas educacionais, do que com a riqueza de um país,
ajuda muito o nível de desenvolvimento de um país e as verbas destinadas a
educação, mas como vimos acima não é regra, países pobres também conseguem
sucesso educacional.
O fracasso na educação esta ligado a
políticas educacionais confusas e elitistas, verbas destinadas à educação mal
administradas e mal empregadas, além de toda a precariedade social de uma nação
e a cultura desvalorização da educação, podem levar a violência contra
professores.
Você quer saber mais?
http://www.estudomec.info/files/Ensino_na_Finlandia.pdf
- 2012 verificado no dia 28/05/2017
– 2:55.
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