PESQUISE AQUI!

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Estudo Teórico da Ponerologia (estudo científico sobre o que podemos claramente chamar Mal).



“A boa saúde do Mundo ainda não restaurada; e os restos da grande doença estão ainda bastante ativos e ameaçam uma repetição da doença.”

Dr. Andrew Lobaczewski

Apresento uma introdução dessa matéria que, no momento atual, volta a ser de suma importância, quando examinada sob o prisma de pessoas portadoras desse tipo de perfil psicológico, que chegam a ocupar altos cargos de um país.

Consegui encontrar o significo do título: ponero, do grego = MAL. Ponerologia seria estudo do mal. Portanto ponerologia política seria..... é melhor lerem os especialistas.

Ponerologia Política: Uma Ciência sobre a Natureza do Mal, ajustada para propósitos políticos.

Caros leitores, gostaríamos de chamar a vossa atenção para este artigo de extrema importância para compreender o atual mal-estar do nosso Mundo, e onde se encontra a origem para tal miséria.

O artigo, escrito por Laura Knight-Jadczyk, é uma revisão e sumário de um livro redigido por um psicologo Polaco de seu nome Andrew M. Lobaczeski. De acordo com a Srª. Knight-Jadczyk este pode ser o livro mais importante que alguém pode ler durante a sua vida. Explica a incidência da psicopatia e outras desordens de personalidade (caracteropatias) e como se infiltram em todas as áreas da sociedade, que tem como resultado um efeito tremendamente negativo nas nossas vidas e mentes. Também nos proporciona com ferramentas, e uma mensagem de esperança em relação a como nos podemos proteger e a melhor nos imunizarmos desta influência.

A plutocracia é uma doença de grandes movimentos sociais seguidas por sociedades inteiras, nações e impérios. Durante o curso da historia Humana, ela afetou movimentos sociais, políticos e religiosos, bem como as ideologias que as acompanhavam. Tornando-as caricaturas delas próprias. Isto ocorreu devido à participação de agentes patológicos num processo patodinâmico similar. Isto explica porque é que todas as plutocracias do Mundo são, e sempre foram tão similares nas suas propriedades essenciais.

A identificação deste fenômeno através da história e a sua classificação correta de acordo com a sua verdadeira natureza e conteúdos – não de acordo com a ideologia em questão, que sucumbiu ao processo de caricatura – é um trabalho para historiadores.

As ações de uma plutocracia afetam uma sociedade inteira, começando pelos líderes e infiltrando-se em cada cidade, negócio e instituição. A estrutura social patológica cobre gradualmente todo o país criando uma nova “classe” dentro da nação. Esta classe privilegiada [de plutocratas] sente-se constantemente ameaçada pelos “outros”, ou seja, pela maioria das pessoas normais. Nem tão pouco os plutocratas têm ilusões sobre o seu destino pessoal se houvesse um retorno ao sistema do Homem normal. [Andrew M. Lobaczewski Political Ponerology: A science on the nature of evil adjusted for political purposes].

A palavra psicopata evoca geralmente imagens do pouco restringido – mas surpreendentemente urbano – Dr. Hannibal Lecter do filme “Silêncio dos Inocentes”. Eu admito que era esta a imagem que me que ocorria à mente sempre que ouvia a palavra. Mas estava errada, e iria aprender esta lição de forma bastante dolorosa por experiência direta. Os detalhes exatos são contados num outro sítio; o que é importante é que esta experiência foi provavelmente um dos mais dolorosos e instrutivos episódios da minha vida e permitiu-me superar um bloqueio de percepção do mundo à minha volta e das pessoas que nele habitam.”­

            Em relação a bloqueios de percepção, preciso comunicar para que fique registrado, que passei 30 anos a estudar psicologia, historia cultura, religião, mitologia e o chamado paranormal. Também trabalhei durante muitos anos com hipnoterapia – que me facilitou um conhecimento mecânico bom sobre como a mente/cérebro dos seres humanos opera a níveis bastante profundos. Mas mesmo assim, eu ainda funcionava com certos dogmas firmemente ancorados que foram estilhaçados com a minha pesquisa sobre psicopatia. Percebi que existiam um grupo de ideias, que tinha sobre os seres humanos que eram sacrossantas. Tendo até escrito sobre isso a uma dada altura da seguinte forma:

            O meu trabalho mostrou-me que a vasta maioria das pessoas querem fazer bem, experienciar coisas boas, ter bons pensamentos e tomar decisões com bons resultados. E elas tentam com toda a sua força fazê-lo! Com a maioria das pessoas a ter este desejo interno, porque diabo não está a acontecer.

            Fui ingénua, admito. Houve muitas coisas que desconhecia e que aprendi desde que escrevi essas palavras. Mas mesmo nessa altura estava consciente de como as nossas mentes podem ser usadas para nos enganar.

Mas, que crenças possuía eu que me faziam vítima de um psicopata?

            O primeiro e mais óbvio é que eu acreditava verdadeiramente que no âmago, todas as pessoas são basicamente “boas” e que elas “querem fazer bem, experienciar coisas boas, ter bons pensamentos e tomar decisões com bons resultados. E elas tentam com toda a sua força fazê-lo…”

            Como é sabido, isto não é verdade como eu – e todas as pessoas envolvidas no nosso grupo de trabalho – aprendi para o nosso desgosto, como se costuma dizer. Mas também aprendemos para a nossa edificação. De maneira a chegar a algum entendimento sobre exatamente que tipo de ser humano pode fazer as coisas que me foram feitas a mim (e a outros chegados a mim), e como podem eles ser motivados – até impulsionados – a comportarem-se desta maneira, começamos a pesquisar literatura sobre psicologia à procura de pistas porque precisávamos de entender para a nossa própria paz de espírito.

            Se existe uma teoria psicológica que pode explicar comportamentos prejudiciais e viciosos, esta ajuda grandemente a vítima de tais atos ter essa informação para que não passe todo o tempo a sentir-se magoada e zangada. E certamente, se existe uma teoria psicológica que pode ajudar uma pessoa a encontrar o tipo de palavras e ações que podem atravessar o abismo entre pessoas, em ordem a sarar desentendimentos, esse é um objetivo digno. Foi a partir de uma tal perspectiva que começamos o nosso extenso trabalho sobre o assunto do narcisismo que depois deu origem ao estudo de psicopatia.

            Claro, que não começamos com esse diagnóstico ou rotulo para o que estávamos a testemunhar. Começamos com observações e pesquisamos literatura à procura de pistas, perfis, e de qualquer coisa que nos ajudasse a compreender o mundo interno do Ser Humano – em boa verdade de um grupo de Seres Humanos – que pareciam ser absolutamente depravados e totalmente diferentes de tudo o que tínhamos encontrado anteriormente.

            Imaginem se puderem não possuir uma consciência, nenhuma de todo, não terem sentimentos de culpa ou remorso independentemente dos atos praticados, não terem um limitante sentido de preocupação para com o bem-estar de estranhos, amigos ou até membros familiares. Imaginem não ter que lutar contra a vergonha, nenhuma vez durante a vossa vida, independentemente do ato egoísta, indolente, prejudicial ou imoral que tenham tido.

            E finjam que o sentido de responsabilidade é desconhecido para vocês, exceto como um fardo que os outros parecem aceitar sem questões, como tolos crédulos.

            Agora junte a esta estranha fantasia a habilidade de dissimular ou ocultar de outras pessoas que o vosso perfil psicológico é radicalmente diferente do deles. Desde que todas as pessoas assumam simplesmente que a consciência é algo universal em todos os seres humanos, esconder o fato de que se é livre de consciência é praticamente feito sem esforço.

            Você não se retrai por culpa ou vergonha de nenhum dos seus desejos, e nunca se é confrontado por outros pela sua frieza. A água gelada nas vossas veias é tão bizarra, tão completamente fora da experiência pessoal dos outros, que eles raramente se dão conta da vossa condição.

            Por outras palavras, vocês são completamente livres de restrições internas, e a vossa liberdade sem entraves para fazer o que quiserem, sem dores de consciência, é convenientemente invisível ao mundo.

            Vocês podem fazer tudo o quiserem, e mesmo assim a vossa estranha vantagem sobre a maioria das pessoas, que são colocadas em linha pela sua consciência, vai com toda a probabilidade permanecer não descoberta.


Como irá viver a sua vida?

            O que vai fazer com esta sua enorme e secreta vantagem, e com a desvantagem correspondente das outras pessoas (consciência)?

            A resposta vai depender em larga medida dos desejos que tem, porque as pessoas não são todas iguais. Até mesmo os profundamente pouco escrupulosos não são todos iguais. Algumas pessoas – apesar de terem uma consciência ou não – dão preferência à facilidade da inércia, enquanto outros estão cheios com sonhos e ambições selvagens. Alguns seres humanos são brilhantes e talentosos, alguns são pouco inteligentes, e a maior parte, com consciência ou não, estão algures no meio. Existem pessoas violentas e não violentas, indivíduos que são motivados pela sede de sangue e aqueles que não têm tal apetite.Dando-se o caso de que não é forçosamente parado, pode fazer o que quiser.

            Se nascer no momento certo, com algum acesso a fortunas familiares, e tem um talento especial para “enaltecer” o sentido de ódio e de privação de outras pessoas, pode arranjar maneira de matar largos números de pessoas desavisadas. Com dinheiro suficiente, pode realizar isto de bastante longe, e pode sentar-se confortavelmente e observar com satisfação.

Louco e assustador – e real, em cerca de 4 por cento da população….

            A taxa de prevalência para desordens relativas à anorexia está estimada em 3,43 por cento, considerada como quase epidémica, e mesmo assim este número é uma fracção mais baixo do que a taxa de transtorno de personalidade antissocial. As desordens de maior grau classificadas como esquizofrenia ocorrem em apenas 1 por cento da população – um mero quarto da taxa de personalidade anti-social – e os centros de controle de doenças e prevenção afirmam que a taxa de cancro do cólon nos Estados Unidos da América, considerada alarmantemente alta, é de cerca de 40 para 100.000 – mil vezes mais baixa que a taxa de transtorno de personalidade antissocial.

            A alta incidência da sociopatia na sociedade humana tem um profundo efeito no resto de nós que também temos de viver neste planeta, mesmo para aqueles de nós que não foram clinicamente traumatizados. Os indivíduos que constituem estes 4 por cento secam as nossas relações, as nossas contas bancárias, os nossos feitos, a nossa autoestima, a nossa própria paz na Terra.

            Porém surpreendentemente, muitas pessoas nada sabem sobre esta desordem, ou se sabem, pensam apenas em termos de psicopatia violenta – assassinos, assassinos em série, assassinos em massa – pessoas que conspicuamente quebraram a lei vezes sem conta, e que, se apanhadas, serão encarceradas, talvez até sujeitas à pena de morte, onde esta se aplicar.

            Comumente não temos percepção, nem usualmente identificamos, o grande número de sociopatas entre nós, pessoas que muitas vezes não são violadores da lei flagrantes, e contra as quais o nosso sistema legal pouca proteção oferece.

            A maioria de nós não imaginaria nenhuma correspondência entre conceber um genocídio étnico e, por exemplo, mentir sem sentimento de culpa ao nosso patrão sobre um colega de trabalho. Mas a correspondência psicológica não está apenas lá; é de arrepiar. Simples e profundo, o elo é a falta do mecanismo interior que nos castiga, emocionalmente falando, quando efetuamos uma escolha que vimos como imoral, antiética, negligente ou egoísta.

            A maioria de nós sente-se mais ou menos culpada se comer a ultima fatia de bolo na cozinha, sem falar como nos deveríamos sentir se intencionalmente e metodicamente nos propuséssemos a magoar outra pessoa.

            Aqueles que, de todo, não têm consciência são um grupo próprio, quer sejam déspotas homicidas ou meramente atiradores furtivos sociais sem escrúpulos.

“A presença ou ausência de consciência é uma profunda divisão humana, sem questão mais significante que a inteligência, raça ou mesmo sexo.”

            O que diferencia um sociopata que vive do trabalho dos outros de um que ocasionalmente rouba uma loja, ou de um que seja um barão criminoso contemporâneo – ou o que diferencia um ordinário “bully (provocador)” de um assassino sociopata – não é mais nada que o estatuto social, motivação, intelecto, sede de sangue ou simplesmente oportunidade.

            O que distingue todas estas pessoas do resto de nós é um buraco absolutamente vazio na psique, onde deveria estar a mais evoluída de todas as funções humanizantes.

[Martha Stout – The Sociopath Next Door] (altamente recomendado)

            Nós não tivemos a vantagem do livro da Dr. Stout no inicio do nosso projeto de pesquisa. Tivemos, com certeza, Hare e Cleckley e Guggenbuhl-Craig e outros. Existem ainda mais que apareceram nos últimos anos em resposta às questões que estavam a ser formuladas por muitos psicólogos e psiquiatras sobre o estado do nosso mundo e a possibilidade de existir uma diferença fundamental entre indivíduos como George W. Bush e muitos dos chamados Neocons, e o resto de nós.

            O livro da Dr. Stout tem uma das explicações mais extensas sobre o por que de nenhum dos seus exemplos se assemelharem a nenhuma pessoa que eu tenha lido. E depois, num capítulo inicial, ela descreve um caso “compósito” onde o sujeito passou a sua infância a explodir rãs com bombas de carnaval. É bastante conhecido que George W. Bush fez isto, dai que uma pessoa naturalmente se questione.

            De qualquer maneira, mesmo sem o trabalho da Dr. Stout, na altura em que estávamos a estudar o assunto, apercebemo-nos do que o que estávamos a aprender era bastante importante para todos porque à medida que os dados se iam juntando, vimos que as pistas, os perfis, revelaram que os problemas que estávamos a enfrentar foram enfrentados por todos em uma ou outra altura, em uma ou outra proporção. Também começámos a apercebermo-nos que os perfis que emergiram também descreviam, de uma maneira acertada muitos indivíduos que procuram posições de poder em campos de autoridade, particularmente na política e comércio. Isto realmente não é uma ideia surpreendente, mas honestamente não nos tinha ocorrido até termos visto os padrões e os reconhecermos em comportamentos de numerosas figuras históricas, e ultimamente em George W. Bush e em membros da sua administração.

            Estatísticas atuais dizem-nos que existem mais pessoas consideradas doentes psicologicamente que saudáveis. Se se tirar uma amostra de pessoas de um determinado campo, vai provavelmente constatar que um número significativo delas irá demonstrar sintomas patológicos com vários graus de gravidade. A política não é exceção, e pela sua própria natureza, tenderia a atrair mais patologias do “tipo dominador” do que noutros campos. Isto é apenas lógico, e nós começámos a entender que não era apenas lógico, era horrificamente preciso; horrificamente porque patologias entre pessoas com poder podem ter efeitos desastrosos em todas as pessoas sob o controle de tais indivíduos patológicos. Daí, decidimos escrever sobre este assunto e publicá-lo na Internet.

            Conforme o material foi sendo divulgado, cartas dos nossos leitores começaram a chegar agradecendo-nos por pôr um nome naquilo que estava a acontecer nas suas vidas pessoais assim como a ajuda-los a compreender o que estava a acontecer num mundo que parece que ficou completamente louco. Começámos a pensar que era uma epidemia e num certo sentido, estávamos corretos; apenas não no sentido que pensávamos. Se um indivíduo com uma doença altamente contagiosa trabalha num emprego que o põem em contato com o publico, uma epidemia é o resultado. No mesmo sentido, se um indivíduo numa posição de poder politico é um psicopata, ele, ou ela, pode criar uma epidemia de psicopatologia em pessoas que não são, em essência, psicopáticas. As nossas ideias ao longo desta linha demoraram pouco tempo a receber confirmação de uma fonte inesperada. Eu recebi um e-mail de um psicologo Polaco que me escreveu da seguinte forma:

Caras Senhoras e Senhores.

Tenho o vosso projeto de investigação especial sobre psicopatia no meu computador. Vocês estão a fazer um trabalho da maior importância e valor para o futuro das nações. […]

Sou um psicólogo clínico, bastante envelhecido. À quarenta anos atrás participei numa investigação secreta sobre a verdadeira natureza e psicopatologia do fenômeno macro-social chamado “comunismo”. Os outros investigadores eram os cientistas da prévia geração, tendo já falecido.

O estudo profundo da natureza da psicopatia, que desempenhou o papel essencial e inspirador neste fenômeno psicopatológico macro-social , e que o distingue de outras anomalias mentais, parecia ser a preparação necessária para a compreensão de toda a natureza do fenómeno.

A maior parte do trabalho, que estão a efetuar agora, foi feita nesses tempos.

Tenho possibilidade de vos facilitar um, deveras valioso, documento científico, útil para os vossos propósitos. É o meu livro “PONEROLOGIA POLITICA – Uma ciência sobre a natureza do mal ajustada para propósitos políticos”. Podem também encontrar uma cópia deste livro na Biblioteca do Congresso e algumas universidades e bibliotecas públicas nos EUA.

Tenham a amabilidade de me contatar para que vos possa enviar uma cópia.
Atenciosamente!
Andrew M. Lobaczewski

          

quarta-feira, 18 de junho de 2014

August Hirt: Deadly Collector of the Victims


by Anne S. Reamey

S.S.-Hauptsturmführer Prof. Dr. August Hirt was born April 28, 1898 in Mannheim, Germany1 to an old Strasbourg family. Little is known of the life of August Hirt prior to his involvement with the Ahnenerbe leading up to and during World War II, but due to his role in several radical medical experiments and collections, his works during the war have been closely examined. He joined the Institute of Anatomy at the Reichsuniversität (initially the University of Strasbourg, overtaken and turned to the Anatomisches Institut der Reichsuniversität2) early in 1941 where he became the chairman of the anatomy department3. When Hirt became employed at the University4 he was already an established member of the S.S. and the Ahnenerbe Society5 (the Society for the Heritage of the Ancestors).6

August Hirt, like many Nazi doctors, is most closely associated with his role in the medical experimentation on and gassings of groups of Jewish prisoners. What makes him unique was motive: instead of seeing the gassing of prisoners as a quick and effective method of extermination, Hirt wanted to significantly expand the skull and skeleton collection for his institute at the University of Strasbourg.7 He wanted to create a museum of "sub-humans, in which proofs of the degeneracy and the animality of the Jews would be collected." Hirt considered it to be a task of upmost importance and extremely time-sensitive since soon the Jewish population would be completely exterminated, at which point Jewish "skeletons would be as rare and precious as a diplodocus… "." 8

The Report of Death: Catalyst for the Collection of Medical Research

Attached to a letter from Ostuf. (Obersturmführer - First Lieutenant) Wolfram Sievers (Reich Secretary of the Ahnenerbe Society) to Stbf. (Sturmbannführer - Major) Dr. Rudolf Brandt,9 was a report written by Hirt in February 1942 describing the minimal amount of Jewish skulls existing at the Strasbourg Reich University (Reichsuniversität Strasbourg), and how to best procure the desired number of additional skulls through the assistance of the field Military Police ("Feldpolizei").10 It should be noted that in the report, the skulls requested for procurement were those of "Jewish Bolshevik Commissars". Historian Heather Pringle points out in her book, The Master Plan: Himmler's Scholars and the Holocaust, that "by "commissars," the army actually meant "Jews." Nazi propagandists had skillfully portrayed Soviet political officers and officials as Jews for years, and so deeply engrained was this notion in the minds of many SS and Wehrmacht officers that they simply accepted it as fact."11

In addition to Hirt's personal interest in the collection of skulls he hoped to obtain, it has also been suggested that Hirt himself had considered getting into the skull mail-order business12 as an additional source of income.

Himmler's Response to Hirt's Deadly Proposal

Reichsführer SS Heinrich Himmler received Hirt's report with great enthusiasm. He was "prodigiously interested" in the project, considering it to be of "enormous value,"13 and according to Jean-Claude Pressac, he "unceasingly gave his entire support to Professor Hirt's proposal."14 Soon after his receipt of the report, Himmler sent Wolfram Sievers15 of the Ahnenerbe Society to meet with Hirt personally, and agreed to the importance of his research. Sievers then worked with Hirt to determine the best method of transportation of his victims.


         A letter used as evidence during the war crime trials at Nuremburg, includes an attachment with a report on "securing skulls of Jewish-Bolshevik Commissars for the purpose of scientific research," which initially allowed Dr. August Hirt to begin his gassings of Auschwitz Jews at Natzweiler - Struthof. A reproduction can be found here.

The Compounding of Hate: Multi-faceted Anti-Semitism Meets the "Final Solution"

So what was it in Hirt's report that caught the eye of Himmler and caused him to be supportive of the proposed "scientific" endeavor? While the Jews were on the top of Hitler's list for extermination, Himmler and Hirt brought together two strands of anti-Semitism: rumors of Jewish conspirators and racism. During the proceedings of the fourth Yad Vashem International Historical Conference, Robert Jay Lifton explained, "On one hand, there is the mystical tradition of anti-Semitism and racism as exemplified by the Protocols of the Elders of Zion - the notorious forgery around the idea of a Jewish world conspiracy involving Jewish Bolsheviks and Jewish capitalists. On the other, there is the "scientific" racism that his study of these skulls directly reflects."16

In the case of Hirt's proposed skull collection enhancement, timing was everything: Only a month prior to Hirt's proposal, a new policy had been secretly adopted at a villa overlooking Großer Wannsee17 that would be known as the "Final Solution." In addition to their decision to exterminate the Jews of Europe, and eventually the world, was the debate of what to do with the Mischlinge ("part-Jews"). "Himmler was keen to take action. He wanted the SS Race and Settlement Office (Rasse- und Siedlungshauptamt-SS (RuSHA)) to racially evaluate all children of mixed marriages and their progeny for three or four generations, just as agriculturalists did when attempting to breed superior varieties of plants and animals. Descendants who exhibited Jewish traits could then be at least sterilized, if not murdered. For this, the SS needed a much clearer picture of the Jewish Race." 18

The Beginning of the End for the Prisoners of Auschwitz

After receiving permission from Himmler, Hirt began the task of selecting his victims from the prisoners of Auschwitz (although there is some debate as to whether Hirt himself made the selection, or if it was done by SS members Dr. Hans Fleischhacker [Tübingen] and SS-Hauptsturmführer Dr. Bruno Berger19 [Munich], who arrived in Auschwitz the first half of 1943 )20, as indicated by Tübingen Professor, Dr. Hans-Joachim Lang21, with the initial selection totaling 115 people - 79 Jewish men, 30 Jewish women, 2 Poles, and 4 "Asians" (most likely Soviet POWs). Once his selections were made, SS-Hauptsturmführer Dr. Bruno Berger collected personal data and biometrical measurements from the prisoners, completing his task by June 15, 1943.22

Although the Ahnenerbe supported Hirt by instructing all members working in the concentration camps to collect "any particularly interesting and demonstrative"23 anatomical specimens, the only known victims for the Institute's skeleton collections came directly from Auschwitz-Birkenau. Robert J. Lifton explained that "there were apparently difficulties in rounding up Jewish-Bolshevik commissars and possibly in severing heads, so that it was decided to make use of full skeletons rather than merely skulls and to collect specimens in the place where any such task could be accomplished - namely, Auschwitz." 24

While there were killings in such substantial numbers at Auschwitz that an extra hundred here or there would make relatively little difference, the fate of Hirt's victims was not a well-kept secret among the camp doctors. "Dr. L. had seen enough of Auschwitz to suspect the terrible truth ("I told myself immediately,…. 'They are going to a museum' "), though she and others refrained in saying so because they "lacked the courage," felt it would be more kind to remain silent, and could not in any case be certain of their suspicion." 25

Meanwhile, the collection of potential victims wasn't the only problem to be dealt with. In a memo from Sievers to Brandt, Sievers quotes the concerns of Hirt: the preparations of Natzweiler-Struthof were going too slowly. More importantly, the camp's administration demanded that Hirt's Institute pay for the prisoners throughout their stay at the camp. This spurred great debates as to who was to pay for the project, and how payments were to be made.

The reproduction of a letter that describes the relationship between Dr. Hirt and the Natzweiler-Struthof camp administration, including the attempt to attach a price to each victim gassed as part of Hirt's "research" as compensation to the camp, can be found here.

Death at Natzweiler-Struthof

Following the initial selection, the prisoners were held inside of the quarantine office at Auschwitz due to the outbreak of a typhus epidemic26 before being relocated to Natzweiler-Struthof, the only extermination camp on French territory.27

Both prior to and following the second World War, Natzweiler-Struthof (31 miles outside of Strasbourg), perched 2,500 feet up on the top of a mountain in the Vosges Mountains, was used as a ski resort for tourists. It is only during WWII that the now-serene location (ironically one that mimicked the German Schwarzwald across the Rhine River) was used as a concentration camp. Originally the camp, known as "Le Struthof" to the French, was not intended as a death camp for mass exterminations, but rather to house Anti-Fascist resistance-fighters and convicted German criminals,28 often referred to as the "Nacht und Nebel" (Night and Fog) operation because fighters were arrested without warning, and without notification to their families, making them appear to simply disappear into the fog. 29

The camp itself, holding only about 1,500 prisoners at a time30 (one of the smaller camps constructed by the Germans), was run by the "brutality incarnate" Joseph Kramer 31 (condemned to death and executed, 10th Military Region archives). Instead of being located immediately within the camp, the building was located about a mile away off a small side road, making the location almost peaceful.32 Due to the local quarries filled with red granite, the prisoners of Struthof were subjected to manual labor in order to create new monuments for Germany.33

The building eventually used as the gas chamber was originally used as a refrigerator room with cold storage chambers by the Struthof hotel, and converted in April 1943 to a site to test the gas masks of SS recruits34 by filling the building with tear-gas35 to help prepare the recruits for the dangers of chemical warfare.

The gas experimentation chamber was modified in August of 1943 to allow for the gassings at the suggestion of Kramer. He considered the similarities of the tear-gas testing with the requirements of a building that was to use the "hydrocyanic salts" Hirt provided to Kramer for the killings. Already lined with white tiles and kept cool by blocks of ice, the SS works doctorate named the site "Bauwerk 10" or building site 10.36 The adaptation of the building was completed between August 3 and 12, 1943.37

The wall of the chamber was perforated below and to the right of the peep-hole. A metal pipe was passed through, with the inside end opening into a small porcelain basin, and the outside wnd consisting of a 1.5 litre fullel equipped with a tap flow and safety control. According to a plan drawn up when the camp was liberated, it seems that a protective housing was installed, hiding the equipment from view… Kramer proceeded as described in his 2nd deposition of the 6 December 1945. In fact, there was no other way to carry out the operation. Water poured into the funnel flowed onto a substance previously placed in the basin, triggering the release of hydrocyanic gas ("Gas Blausäure") .38
As knowledge of the camp spread to the United States, so did the awareness of Hirt's victims, according to The Simon Wiesenthal Center and the United States Holocaust Memorial Museum.

The Nuremberg IMT (International Military Tribunal) records indicate that an assistant to Dr. Hirt secretly noted the numbers tattooed on the arms of the 86 victims, making their identification possible.39

The Arrival of Hirt's Victims at Natzweiler-Struthof

Although there is little information regarding the time gap between June 15, 1943 when Dr. Bruno Berger completed his part of the record-keeping and the time of the arrival of the prisoners from Auschwitz to Natzweiler-Struthof, the records that are available indicated that the 2 month gap took place during the quarantine of prisoners during the typhus outbreak at Auschwitz. Once it was considered that the prisoners could be transported, they were moved to Natzweiler-Struthof in August of 1943. Joseph Kramer, commandant of Natzweiler-Struthof, recalled, "during the month of August 1943, I received from the Supreme S.S. Commandant in Berlin an order to accept about 80 prisoners from Auschwitz. I was to get in touch with Professor Hirt." 40

Once the prisoners did arrive, we have a clear account of the events that followed given at the Military Tribunal in Strasbourg by Joseph Kramer. Kramer was instructed to meet Hirt at the Institute of Anatomy. During their meeting, Hirt provided Kramer with instructions to gas the convoy using crystals Hirt supplied for their "treatment." There is some debate as to the exact contents of the flask given to Kramer by Hirt, but it usually falls within two possible answers:

Either the flask provided by Hirt, with a capacity of about 250 ml, contained an inert combination of sodium or potassium cyanide thoroughly mixed with a crystalline acid, such as citric, oxalic or tartic acid, these being two agents that react with one another only in an aqueous medium. Or the flask contained calcium cyanide, which has the peculiarity of decomposing in water with hydrocyanic acid release. It would be possible to determine exactly what substance was used by complicated calculations, based on the volume of the gas chamber (approximately 20m cubed), the quantity used (1/3 or ¼ of 250 ml), and the expected HCN release, as a function of the amount of water added, needed to bring the room's atmosphere rapidly up to a lethal concentration for man.41
During his conversation with Hirt, Kramer was also told he was to divide the bodies into smaller groups to be delivered directly to Hirt following the gassings.42

One evening, about nine o-clock, the eighty prisoners arrived. I led about fifteen women to the gas chamber. I told them they were going to be 'disinfected.' With the help of some of the S.S. guards, I got them completely undressed and pushed them into the gas chamber. When I closed the door they began to scream. I put some of the crystals that Hirt had given me into the funnel above the observation window. I would watch everything that was going on inside through it. The women continued to breathe for half a minute and then fell to the floor. I turned on the ventilation, and when I opened the door they were lying dead on the ground, full of shit. I told some of the male S.S. nurses to put the bodies in a truck and take them to the Institute of Anatomy at 5:30 the next morning.43

Following the initial gassing, the same procedure was repeated with four or five more groups over a period of three nights.44 In total, 86 people would fall victim to Kramer's gassings. It should be noted that the discrepancy in numbers by multiple sources (86 versus 87 bodies) was due to an incident that took place at Natzweiler-Struthof. As the victims were being herded into the gas chamber, one prisoner resisted and was shot by an SS officer. Due to the pistol's bullet wound, the body was not sent to Strasbourg with the others because it was considered "spoiled."45
   
Extract from interrogation of Josef Kramer by Major Jadin, military investigative judge with the Military Tribunal in Strasbourg on the 26 July 1945:

'As soon as I locked the door, they started to scream..Once the door was locked, I placed a fixed quantity of the salts in a funnel attached below and to the right of the peep-hole....

sábado, 14 de junho de 2014

A enganosa cruz nazista.


Chefe da propaganda Joseph Goebbels falando na Lustgarden em Berlim. O mestre de psicologia de massa ajudou Hitler a moldar a Alemanha em uma inclinação maciça para resistir às forças aliadas.

Hitler se tornou ditador de um país que era, ao menos nominalmente, cristão. Ele se viu diante do desafio de fazer com que milhões de pessoas desistissem de sua fé em Deus e em Cristo. O cristianismo não foi exatamente descartado, mas substituído pelo “cristianismo positivo”, que poderia coexistir tranquilamente com o nazismo. Como muitas nações cristãs de hoje, ele acreditava que o cristianismo deveria abrir mão de seu caráter singular, para que a cruz pudesse unir-se a outras ideologias. Ele não podia suportar os cristãos que adoravam unicamente a Cristo, portanto limitou o livre exercício da expressão religiosa á esfera espiritual ainda menor.

Esse foi exatamente o tipo de controle que os legisladores da constituição americana tentaram evitar. Quando eles aprovaram a Primeira Emenda (“O Congresso não poderá formular nenhuma lei estabelecendo uma religião, e tampouco proibir seu livre exercício”), pensavam estar protegendo a liberdade religiosa, garantindo que o povo pudesse viver livremente sua fé. Compreendiam que essa frase significava que:

1)  O Congresso (ou Estado) não deveria interferir nas práticas religiosas.

2)  Nenhuma igreja nacional será estabelecida, à qual todos seriam obrigados a pertencer. 

Nas mãos de um grupo de reformadores de elite, essa emenda está agora sendo distorcida de forma que faria seus autores estremecerem.  Atualmente, as cores interpretam, com freqüência, a liberdade religiosa como liberdade da religião. Em vez de separar a igreja da interferência do Estado, o significado agora é que as práticas religiosas deveriam ser removidas do Estado. Forças poderosas estão tentando desarraigar todos os vestígios da influência cristã, reescrever a história americana expulsar Deus do setor público.

Nos EUA, sempre que chega o mês de dezembro, os advogados da ACLU saem a campo. Estão sempre prontos a ameaçar qualquer distrito ou cidade que ouse exibir presépios, como ficam ansiosos por calar os alunos que quiserem cantar canções natalinas durante uma apresentação escolar. 

Essas são reminiscências da Alemanha de Hitler: “Noite Feliz” deve ser substituído por “Rodolfo, a rena do nariz vermelho”, o Natal deve ser rebatizado como Solstício de Inverno e Cristo deve deixar o caminho livre para Papai Noel.

Hitler fez com que os livros escolares alemães fossem reescritos, para alinhá-los com o nacional-socialismo; da mesma forma, os livros escolares americanos são revisados a fim de apagar nossa herança cristã e estimular valores humanistas.  Seja na China , seja na Alemanha nazista, a premissa é a mesma: a religião não pode ser praticada corporativamente nas esferas que pertencem ao Estado. Uma vez que essa premissa esteja firmada, o passo seguinte é expandir os poderes do Estado para invadir diretamente a livre prática religiosa, até mesmo na “esfera espiritual”.

As semelhanças entre a Alemanha nazista e os EUA podem não ser tão evidentes, mas só quem for cego para as realidades que nos cercam poderá negar que esse relatório da Alemanha de Hitler significa um alerta sinistro para muitas nações cristãs de hoje e, incluindo os EUA.

O objetivo não é banir a religião cristã, mas obter o controle total – a completa submissão das igrejas aos caprichos morais e despóticos do governo político.

Essa intrusão dos tribunais na esfera espiritual continuará. Á medida que as nações cristãs escorregam para o paganismo, a igreja sofrerá pressões para realizar rituais não pertencentes as suas crenças. As pregações contra as doutrinas heréticas serão definidas como “violência verbal”.  Novas leis que proibirão as pessoas de testemunhar sobre Jesus nos mercados e até mesmo pelo rádio serão aprovadas. Um Estado hostil, se não puder extinguir a mensagem da cruz, tentará mesmo assim abafá-la.

Sob novas diretrizes os símbolos religiosos, como crucifixos ou Bíblias, podem ser declarados ilegais sob essas novas diretrizes. Na verdade o povo será orientado a deixar para trás sua crença mais estimada quando for para o trabalho.  Podemos dizer, como os cristãos na Alemanha nazista,  que o que “se espera é que a igreja definhe até desaparecer”.

“Na verdade, os planejadores sociais liberais querem que nos renda-mos, assim como querem que façamos a promessa de fechar a boca e guardar nossos pontos de vistas para nós mesmos.”

quinta-feira, 12 de junho de 2014

A Questão do Paleoíndio e as tradições culturais



A Questão do Paleoíndio
Pedro Ignácio Schmitz

As periodizações locais e regionais no Brasil apresentam algumas controvérsias por se basearem em diferentes pressupostos, métodos ou dados.

Para que possamos nos localizar no tempo e no espaço faremos abaixo uma tabela de comparação entre os nomes das periodizações usadas de uma forma geral e os nomes americanos aproximadamente correspondentes:

Periodização Geral

Periodização Americana

Paleolítico
(Inferior, Médio e Superior)
Período Lítico
(Pré-Pontas e Paleolíndio)
Mesolítico
Período Arcaico
Neolítico
Período Formativo

Conceitua-se Paleoíndio a cultura que possui os seguintes elementos: populações que teriam vivido predominantemente da caça de megafauna, sítios principalmente de matança, artefatos identificadores usados como facas, raspadores e raspadeiras, ambiente frio e seco, populações  pouco numerosas, dispersa e nômade. O Período Arcaico por sua vez caracteriza-se por uma cultura de adaptação ao clima pós-glacial e que buscava novos recursos alimentares de forma geral e diversificada.

O nome Tradição Itapirica criado pelo PRONAPA, a partir de material da Bahia, designa um complexo tecnológico que data cerca de 9.000 à 6.500 anos a.C, sendo que em alguns lugares teria alcançado datas mais recentes, predominantemente dentro do Holoceno mas com elementos paleoíticos que ultrapassavam o período e talvez o ambiente característico do Pleistoceno, daí a ideia de chama-lo de Paleoíndio Defasado.

Nesses sítios a alimentação era baseada na caça generalizada e no consumo de produtos vegetais, sua localização se dava  em abrigos rochosos, grutas e cavernas. Esta cultura arqueológica também se estende em Goiás de 9.000 a 6.000 a.C.

A fase Paranaíba, de Goiás caracteriza-se por uma cultura arqueológica em que as pontas de projétil estão ausentes, não podendo assim ser chamadas de Pré-pontas. Atualmente pesquisas  ainda nos revelam que as culturas arqueológicas dos caçadores das savanas tropicais têm como identidade a unifacialidade de seus artefatos.

A dúvida que resta é que esses materiais não contêm elementos paleolíticos suficientes para adequar- se ao conceito de Paleoíndio no Brasil Central.

Pré-história da Região do Parque Nacional Serra da Capivara
Anne-Marie Pessis

O Parque Nacional Serra da Capivara localiza-se no sudeste do Estado do Piauí. O clima da região hoje é semi-árido mas em épocas pré-históricas predominava um clima tropical úmido que se estendeu até cerca de 12.000 anos atrás, permitindo o desenvolvimento de uma grande vegetação.

Existem evidências de que a presença humana nesta região  remota 50.000 anos dado que autora nos mostra seguir a mesma linha de raciocínio da arqueóloga Niède Guidon. Por outro lado há também evidências da presença humana no sítio arqueológico Monte Verde que datam 33 mil anos. Ainda não é possível precisar as vias de penetração do continente nesse período, nem construir teorias que expliquem o processo do povoamento americano.

Comprova-se através de vestígios que durante milênios essa região teria uma única cultura material . Possuíam como habitação lugares abertos próximos a fontes de água independentemente do grau de nomadismo ou sedentarismo. Foram encontradas nas paredes do Parque Nacional uma grande quantidade de pinturas rupestres com representações de animais muito diversificadas.

A partir de 10.000 anos as transformações climáticas afetaram a sobrevivência dos grupos humanos, as populações ali instaladas desde o Pleistoceno iniciaram um novo período cultural que perdurou de 12 mil á 3.500 anos AP ( Tradição Nordeste e Agreste).

A Tradição Nordeste (12 mil a 6 mil anos AP) desenvolveu uma cultura material mais aperfeiçoada se comparada com seus antecessores. Aparece o uso de instrumentos feitos de sílex que eram mais duráveis, surge  o polimento do material lítico, introduzindo o uso da queima da argila para fabricação de cerâmica. Sua característica mais importante é a arte rupestre marcada por três estilos baseados na organização social dos grupos da Tradição Nordeste:

1 Estilo Serra Capivara: pinturas homogenias relacionadas com a vida, caça e mitos.
2 Estilo De Transição Serra Talhada: o aumento da população gerou variedades de grupos e rivalidade entre eles fato testemunhado pelos temas violentos nas pinturas.
3 Estilo Serra Branca: os grupos da Tradição Nordeste já tinham suas características étnicas bem diferenciadas e procuravam expressar essa diferença pintando ornamentos próprios de sua etnia.

A Tradição Agreste (10.500 a  3.500 anos AP) esse povo surge na região do Parque Nacional com uma cultura diferente, sua técnica de arte rupestre era grosseiramente pintada.
Em 3.500 anos aparecem os primeiros agricultores ceramistas na região.

Os mais Antigos Caçadores-Coletores do Sul Do Brasil
Pedro Augusto Mentz Ribeiro

Os mais antigos caçadores-coletores da região sul do Brasil, seriam os componentes da Tradição Umbu e Humaitá. Devido as paisagens abertas e fechadas encontradas no sul brasileiro, afirma-se que a Tradição Umbu e Tradição Humaitá apresentam traços característicos peculiares a cada uma delas, o que lhes diferencia.

Permanecem discussões sobre qual das duas tradições teria sido a primeira a penetrar na América e no sul do Brasil. Mas através das datações obtidas, acredita-se que a primeira teria sido a Tradição Umbu na qual encontrava-se nesta área em torno de 12.000 a 7.000 anos AP, sendo que a Tradição Humaitá só chegaria ao sudeste do Paraná e ao nordeste do Rio Grande do Sul a partir de 7.000 anos AP. Entretanto, não dispõem-se de dados, que poderiam referir-se aos caminhos percorridos por ambas tradições antes de chegar ao sul do Brasil.

Tradição Umbu

Os habitantes que formaram essa tradição conviveram com uma fauna extinta composta por tatu- gigante, tigre-dentes-de-sabre, mastodontes e etc.

A cultura material desta tradição, está dividida em :

I Período – O mais antigo, que vai de 6.000 à 11.500 anos AP, ocorreu no sudoeste e na encosta do planalto sul do Rio Grande do Sul.

II Período – Datado de 6.000 AP, a cultura material irá surgir na encosta do planalto, centro e leste do Rio Grade do Sul.

III Período – Datado de 6.000 AP até mais ou menos a época da conquista, 575, já será possível encontrar em toda a região a indústria pré-cerâmica Umbu.

O que vai indicar um aumento populacional e uma melhor adaptação ao meio ambiente, será a sofisticação na tipologia de pontas, os aterros nas áreas alagadiças, a adoção de cerâmica e o aumento de sítios arqueológicos com grande quantidade de material.

Foram os únicos a ocuparem áreas alagadiças, que no verão propiciaram melhor coleta de moluscos e caça de rãs, cuícas e etc.

Utilizavam a técnica de lascamento e polimento para obter seus instrumentos líticos, dominavam o lascamento por percussão direta  e indireta (bipolar) e pressão.

A Tradição Umbu possui como material característico a pedra lascada (furadores, raspadores, pré-formas bifaciais, facas bifaces), pedra utilizada (bigorna, polidores), pedra matéria corante (fragmentação de laterita com e sem sinais de utilização), ossos (furadores, agulhas, anzóis), dente (canídeo, tubarão) e as conchas que eram utilizadas na fabricação de discos de colar.

A arte rupestre encontrada no sul do Brasil, são atribuídas aos portadores desta tradição, quase todas estas manifestações são encontradas na encosta dos planaltos, foram produzidas utilizando a técnica de alisamento e picoteamento. Usam motivos geométricos, bimorfos (pegadas) e puntiformes.


segunda-feira, 9 de junho de 2014

Arqueologia do Paraná


Ponta. Altamirado Paraná.
                     
Arqueóloga Dra. Claudia Inês Parellada
Museu Paranaense

A atual exposição do Museu Paranaense podem ser observados vestígios relacionados a diferentes ocupações humanas, a partir de 12.000 anos atrás,  no atual território paranaense. Na visita faz-se uma grande viagem no tempo e no espaço por cerca de mil peças arqueológicas dispersas em vitrines, dioramas e contextualizadas com painéis e maquetes.

São peças provenientes de diversas regiões do Paraná, e que procuram iluminar ainda mais o passado. Trata-se de uma exposição resultante de um grande quebra-cabeças científico, no qual as pesquisas possibilitam a incorporação de novos materiais, e que o visitante pode percorrer e viajar pelo tempo...

Os primeiros povos, os paleoíndios, chegaram ao Paraná há mais de doze mil anos, vindas das terras altas do centro e oeste sul-americano: áreas andinas e amazônicas, encontrando aqui um clima diferente do atual, mais frio e seco, com a vegetação predominante de campos e cerrados.

Estes povos conviveram com animais da megafauna, como a preguiça gigante, o mastodonte e o tigre dente-de-sabre, fazendo grandes pontas de projéteis, e caçando também aves, pequenos mamíferos e roedores, além de praticarem a pesca.

Há dez mil anos, com  o clima tornando-se cada vez mais quente e úmido, outros grupos caçadores e coletores migram para o Paraná, ocupando em momentos diversos tanto o vale de grandes rios, tais como o Iguaçu, o Ivaí, o Tibagi e o Paraná, como topos de morros e montanhas, inclusive abrigos rochosos, e o litoral. São povos relacionados ao período arcaico, e no sul do Brasil denominados Umbu, Humaitá e Sambaquieiros.

Os sambaquis são aterros elaborados por diferentes populações pré-coloniais, principalmente de conchas de moluscos e gastrópodos, e em menor escala de ossos de animais, alguns  menores compostos por restos alimentares e outros, os maiores com altura de até 25 metros, planejados e construídos como grandes centros cerimoniais, com muitos sepultamentos associados. Deve ser destacado que parte dos sambaquis é formada por diversas camadas arqueológicas, originadas por ocupações de culturas muitas vezes distintas.


Abrigo Pontão. 

Ao lado está um sepultamento fletido, semelhante à posição fetal,  evidenciado a 3,20m de profundidade junto ao sambaqui do Poruquara, no litoral norte paranaense. A conservação de ossos humanos, mesmo que possam ter mais de dois mil anos, acontece em ambientes específicos, como os ricos em cálcio, devido à grande quantidade de valvas de moluscos e gastrópodos.

No planalto, como no vale do Ribeira, existem também os chamados sambaquis fluviais, onde ocorrem vestígios associados a gastrópodos terrestres nas proximidades de grandes rios.

Os povos Umbu e Humaitá eram nômades que permaneciam tempos curtos em cada acampamento, caçando animais, coletando frutos e raízes, e muitas vezes deixando representações simbólicas de seus mitos e histórias através de gravuras, pinturas e esculturas nas rochas. As pinturas, geralmente vermelhas ou pretas, são figuras de animais associadas a seres geométricos, seres humanos e plantas.
                
A maior parte das pinturas rupestres no Paraná está concentrada em abrigos e cavernas nos Campos Gerais, apesar da arte rupestre se distribuir por todo o território paranaense.


Esqueleto encontrado no Sambaqui de Poruquara.

Para caçar usavam armadilhas, arpões e flechas com pontas de osso, madeira e pedra, e preparavam os alimentos com auxílio de talhadores, raspadores e facas lascadas em rochas ou minerais.  Testemunhos desse período recuado foram encontrados em um dos sítios arqueológicos mais antigos do Paraná: Ouro Verde, situado no sudoeste paranaense, no vale do rio Iguaçu, e onde foram identificados vestígios de caçadores-coletores Umbu com mais de nove mil anos.

Os primeiros povos ceramistas e agricultores chegaram ao Paraná há quatro mil anos, vindos do planalto central brasileiro. Eram os Itararé-Taquara, ancestrais de índios da família linguística Jê como os Kaingang e Xokleng, que vivem até hoje no sul do Brasil, e que tiveram intensa miscigenação com os antigos caçadores-coletores aqui estabelecidos.
                   
Os agricultores Itararé-Taquara moravam em aldeias, com 200 a 300 pessoas, divididas em 4 a 6 casas comunitárias. Em áreas próximas plantavam roças de milho, amendoim, feijões e abóboras. No período em que aguardavam  o crescimento das plantações dividiam-se em pequenos grupos, para a coleta de mel, pinhão e diversos frutos. Assim, contribuíram bastante para a expansão de áreas com pinheiro araucária, pitanga, jaboticaba, araçá, jerivá e palmito, realizando o manejo dessas espécies.
  
Os Itararé-Taquara usavam flechas, algumas com ponta-virote, que serviam para caçar animais e derrubar pinhas, além de grandes pilões de pedra, lâminas de machado polidas petalóides e semi-lunares.


Enterravam os mortos construindo aterrros, algumas vezes na forma de grandes estruturas circulares, com pedras ou não, ou cremavam os mortos. Alguns cemitérios, com sepultamentos estendidos e fletidos, ficavam junto a abrigos rochosos, em áreas consideradas sagradas, onde eram feitas pinturas e gravuras, geométricas ou figurativas.

A cerâmica Itararé-Taquara possui geralmente forma cilíndrica e espessura fina, algumas vezes recoberta por engobo negro ou vermelho. A decoração externa da cerâmica era feita com impressão de carimbos ou malha grossa, e também incisões, antes da queima dos vasilhames. As técnicas de manufatura eram o acordelado, o paleteado e o modelado.
     
Há dois mil anos chegaram ao Paraná populações da família linguística Tupi-Guarani, os Tupiguarani, ancestrais de índios Tupi e Guarani, cujos descendentes vivem até hoje no Brasil e em países vizinhos. Vieram provavelmente da Amazônia, ocupando primeiro o norte e oeste paranaense, para depois fundarem aldeias no planalto curitibano e litoral.

Agricultores, plantavam especialmente mandioca, milho, batata-doce e feijão, e moravam em aldeias com 300 a 400 pessoas em grandes casas comunitárias. A cerâmica é diagnóstica para compreender aspectos do cotidiano dos índios Tupi e Guarani, a pintura em linhas vermelhas e pretas sobre engobo branco é muito comum e revela parte da cosmologia desses povos. A forma carenada, assemelhada a quilha de um navio, de algumas panelas cerâmicas é característica de povos Tupi e guarani.


Maquete de Villa Rica. 

Vasilhame GuaraniOs Tupiguarani costumavam sepultar os mortos acondicionados em grandes vasilhames cerâmicos, no interior das habitações, que em seguida eram queimadas e reconstruídas. O recipiente usado para enterrar geralmente pertencia ao morto, e tinha como funções básicas anteriores armazenar grãos, fermentar bebidas e preparar alimentos.
      
Os principais artefatos em pedra encontrados em sítios arqueológicos Tupiguarani  são lâminas de machado polidas ou lascadas, adornos labiais em forma de "T" (tembetás), raspadores, talhadores, polidores em canaleta e adornos polidos perfurados.

Nesta exposição ainda são mostrados materiais relativos a ocupação espanhola no Paraná, afinal o Tratado de Tordesilhas, celebrado entre Portugal e Espanha em 1494, colocava o atual território paranaense, a oeste de Paranaguá, como sendo espanhol.

Nesta área, denominada Província del Guairá, povoada por grupos indígenas das famílias linguísticas Tupi-Guarani e  Jê, a Coroa espanhola fundou, a partir de 1554, cidades, inicialmente Ontiveros, depois entre 1556 e 1557,  Ciudad Real del Guairá, cujas ruínas atualmente estão localizadas no município paranaense de Terra Roxa.

A terceira cidade espanhola  fundada  foi Villa Rica del Espiritu Santo, em 1570, nas proximidades do rio Cantu. Em 1589, depois de epidemias de varíola e gripe no local da primeira fundação, Villa Rica foi transferida para as proximidades da foz do rio Corumbataí no Ivaí. Lá, no atual município paranaense de Fênix, existe o Parque Estadual de Vila Rica do Espírito Santo, com um museu arqueológico aberto a visitantes.


Pinturas rupestres. Abrigo Floriano no Parque Guartela.

A partir de 1610, numa tentativa de conquistar o Guairá com menor número de conflitos com os grupos indígenas Guarani e Jê, foram criadas quinze missões jesuíticas, que tiveram apoio da Coroa espanhola.

As datas das fundações, algumas controversas, e os nomes das missões coordenadas por padres jesuítas  no Guairá foram:           

- 1610: Nuestra Señora de Loreto e San Ignacio Mini
- 1624: San Francisco Xavier
- 1625: San Joseph, Nuestra Señora de Encarnación
- 1626: Santa Maria
- 1627: San Pablo del Iniaí, Santo Antonio, Los Angeles, San Miguel, San Pedro, Concepción de Nuestra Señora de Guañaños
- 1628: San Thomas, Ermida de Nuestra Señora de Copacabana
- 1630: Jesus-Maria
                              
Os ataques dos bandeirantes paulistas, para capturar indígenas para trabalhar em áreas agrícolas de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia,  eram contínuos desde o final do século XVI, e assim até 1631 todas as missões foram destruídas  ou simplesmente abandonadas.