“A boa saúde do Mundo ainda
não restaurada; e os restos da grande doença estão ainda bastante ativos e
ameaçam uma repetição da doença.”
Dr.
Andrew Lobaczewski
Apresento
uma introdução dessa matéria que, no momento atual, volta a ser de suma
importância, quando examinada sob o prisma de pessoas portadoras desse tipo de
perfil psicológico, que chegam a ocupar altos cargos de um país.
Consegui
encontrar o significo do título: ponero,
do grego = MAL. Ponerologia
seria estudo do mal. Portanto ponerologia política seria..... é melhor
lerem os especialistas.
Ponerologia
Política: Uma Ciência sobre a Natureza do Mal,
ajustada para propósitos políticos.
Caros
leitores, gostaríamos de chamar a vossa atenção para este artigo de extrema
importância para compreender o atual mal-estar do nosso Mundo, e onde se
encontra a origem para tal miséria.
O artigo, escrito por Laura Knight-Jadczyk, é
uma revisão e sumário de um livro redigido por um psicologo Polaco de seu nome Andrew M.
Lobaczeski. De acordo com a Srª. Knight-Jadczyk este pode ser o
livro mais importante que alguém pode ler durante a sua vida. Explica a incidência da psicopatia e
outras desordens de personalidade (caracteropatias) e como se
infiltram em todas as áreas da sociedade, que tem como resultado um efeito
tremendamente negativo nas nossas vidas e mentes. Também nos proporciona
com ferramentas, e uma mensagem de esperança em relação a como nos podemos
proteger e a melhor nos imunizarmos desta influência.
A plutocracia é uma doença de grandes movimentos sociais seguidas
por sociedades inteiras, nações e impérios. Durante o curso da historia Humana, ela afetou movimentos
sociais, políticos e religiosos, bem como as ideologias que as acompanhavam. Tornando-as
caricaturas delas próprias. Isto ocorreu devido à participação de
agentes patológicos num processo patodinâmico similar. Isto explica porque é
que todas as plutocracias do Mundo são, e sempre foram tão similares nas suas
propriedades essenciais.
A
identificação deste fenômeno através da história e a sua classificação correta
de acordo com a sua verdadeira natureza e conteúdos – não de acordo com a
ideologia em questão, que sucumbiu ao processo de caricatura – é um trabalho
para historiadores.
As
ações de uma plutocracia afetam uma sociedade inteira, começando pelos líderes
e infiltrando-se em cada cidade, negócio e instituição. A estrutura social patológica cobre
gradualmente todo o país criando uma nova “classe” dentro da nação.
Esta classe privilegiada [de plutocratas] sente-se constantemente ameaçada
pelos “outros”, ou seja, pela maioria das pessoas normais. Nem tão pouco os
plutocratas têm ilusões sobre o seu destino pessoal se houvesse um retorno ao
sistema do Homem normal. [Andrew M. Lobaczewski Political Ponerology: A science
on the nature of evil adjusted for political purposes].
“A
palavra psicopata evoca geralmente imagens do
pouco restringido – mas surpreendentemente urbano – Dr.
Hannibal Lecter do filme “Silêncio dos Inocentes”. Eu admito que era
esta a imagem que me que ocorria à mente sempre que ouvia a palavra. Mas estava errada, e iria aprender esta lição de forma bastante dolorosa por experiência direta. Os
detalhes exatos são contados num outro sítio; o que é importante é que esta
experiência foi provavelmente um dos mais dolorosos e instrutivos episódios da
minha vida e permitiu-me superar um bloqueio de
percepção do mundo à minha volta e das pessoas que nele habitam.”
Em relação a bloqueios de percepção, preciso comunicar
para que fique registrado, que passei 30 anos a estudar psicologia, historia
cultura, religião, mitologia e o chamado paranormal. Também trabalhei durante
muitos anos com hipnoterapia – que me facilitou um conhecimento mecânico bom
sobre como a mente/cérebro dos seres humanos opera a níveis bastante profundos.
Mas mesmo assim, eu ainda funcionava com certos dogmas firmemente ancorados que
foram estilhaçados com a minha pesquisa sobre psicopatia. Percebi que existiam
um grupo de ideias, que tinha sobre os seres humanos que eram sacrossantas.
Tendo até escrito sobre isso a uma dada altura da seguinte forma:
O meu trabalho mostrou-me que a vasta maioria das pessoas
querem fazer bem, experienciar coisas boas, ter bons pensamentos e tomar
decisões com bons resultados. E elas tentam com toda a sua força fazê-lo! Com a
maioria das pessoas a ter este desejo interno, porque diabo não está a
acontecer.
Fui ingénua, admito. Houve muitas coisas que desconhecia
e que aprendi desde que escrevi essas palavras. Mas mesmo nessa altura estava consciente de
como as nossas mentes podem ser usadas para nos enganar.
Mas,
que crenças possuía eu que me faziam vítima de um psicopata?
O primeiro e mais óbvio é que eu acreditava verdadeiramente
que no âmago, todas as pessoas são basicamente “boas” e que elas “querem fazer bem, experienciar coisas
boas, ter bons pensamentos e tomar decisões com bons resultados. E elas tentam
com toda a sua força fazê-lo…”
Como é sabido, isto não é verdade como eu – e todas as
pessoas envolvidas no nosso grupo de trabalho – aprendi para o nosso desgosto,
como se costuma dizer. Mas também aprendemos para a nossa edificação. De
maneira a chegar a algum entendimento sobre exatamente que tipo de ser humano
pode fazer as coisas que me foram feitas a mim (e a outros chegados a mim), e
como podem eles ser motivados – até impulsionados – a comportarem-se desta
maneira, começamos a pesquisar literatura sobre psicologia à procura de pistas
porque precisávamos de entender para a nossa própria paz de espírito.
Se existe uma teoria psicológica que pode explicar
comportamentos prejudiciais e viciosos, esta ajuda grandemente a vítima de tais
atos ter essa informação para que não passe todo o tempo a sentir-se magoada e
zangada. E certamente, se existe uma teoria psicológica que pode ajudar uma
pessoa a encontrar o tipo de palavras e ações que podem atravessar o abismo
entre pessoas, em ordem a sarar desentendimentos, esse é um objetivo digno. Foi a partir de
uma tal perspectiva que começamos o nosso extenso trabalho sobre o assunto do narcisismo
que depois deu origem ao estudo de psicopatia.
Claro, que não começamos com esse diagnóstico ou rotulo
para o que estávamos a testemunhar. Começamos com observações e pesquisamos
literatura à
procura de pistas, perfis, e de qualquer coisa que nos ajudasse
a compreender o mundo interno do Ser Humano – em boa verdade de um grupo de Seres
Humanos – que pareciam ser absolutamente depravados e totalmente diferentes de
tudo o que tínhamos encontrado anteriormente.
Imaginem se
puderem não possuir uma consciência, nenhuma de todo, não terem
sentimentos de culpa ou remorso independentemente dos atos praticados, não
terem um limitante sentido de preocupação para com o bem-estar de estranhos,
amigos ou até membros familiares. Imaginem não ter que lutar contra a vergonha,
nenhuma vez durante a vossa vida, independentemente do ato egoísta, indolente,
prejudicial ou imoral que tenham tido.
E finjam que o
sentido de responsabilidade é desconhecido para vocês, exceto como um
fardo que os outros parecem aceitar sem questões, como tolos crédulos.
Agora junte a esta estranha fantasia a habilidade de dissimular ou ocultar de outras pessoas que o vosso
perfil psicológico é radicalmente diferente do deles. Desde que todas
as pessoas assumam simplesmente que a consciência é algo universal em todos os
seres humanos, esconder o fato de que se é livre de consciência é praticamente
feito sem esforço.
Você não se retrai por culpa ou vergonha de nenhum dos
seus desejos, e nunca se é confrontado por outros pela sua frieza. A água gelada nas
vossas veias é tão bizarra, tão completamente fora da experiência pessoal dos
outros, que eles raramente se dão conta da vossa condição.
Por outras palavras, vocês
são completamente livres de restrições internas, e a vossa liberdade sem
entraves para fazer o que quiserem, sem dores de consciência, é
convenientemente invisível ao mundo.
Vocês podem fazer
tudo o quiserem, e mesmo assim a vossa estranha vantagem sobre a maioria das
pessoas, que são colocadas em linha pela sua consciência, vai com toda a
probabilidade permanecer não descoberta.
Como
irá viver a sua vida?
O que vai fazer com esta sua enorme e secreta vantagem, e
com a desvantagem correspondente das outras pessoas (consciência)?
A resposta vai depender em larga medida dos desejos que
tem, porque as pessoas não são todas iguais. Até mesmo os profundamente pouco escrupulosos
não são todos iguais. Algumas pessoas – apesar de terem uma
consciência ou não – dão preferência à facilidade da inércia, enquanto outros
estão cheios com sonhos e ambições selvagens. Alguns seres humanos são
brilhantes e talentosos, alguns são pouco inteligentes, e a maior parte, com
consciência ou não, estão algures no meio. Existem pessoas violentas e não
violentas, indivíduos que são motivados pela sede de sangue e aqueles que não
têm tal apetite.Dando-se o caso de que não é forçosamente parado, pode fazer o
que quiser.
Se nascer no momento certo, com algum acesso a fortunas
familiares, e tem um talento especial para “enaltecer” o sentido de ódio e de
privação de outras pessoas, pode arranjar maneira de matar largos números de
pessoas desavisadas. Com dinheiro suficiente, pode realizar isto de bastante longe,
e pode sentar-se confortavelmente e observar com satisfação.
Louco e assustador – e real, em cerca de 4 por cento da população….
A taxa de prevalência para desordens relativas à anorexia
está estimada em 3,43 por cento, considerada como quase epidémica, e mesmo
assim este número é uma fracção mais baixo do que a taxa de transtorno de
personalidade antissocial. As desordens de maior grau classificadas como esquizofrenia ocorrem em apenas 1 por cento
da população – um mero quarto da
taxa de personalidade anti-social – e os centros de controle de doenças
e prevenção afirmam que a taxa de cancro do cólon nos Estados Unidos da
América, considerada alarmantemente alta, é de cerca de 40 para 100.000 – mil
vezes mais baixa que a taxa de transtorno de personalidade antissocial.
A alta incidência
da sociopatia na sociedade humana tem um profundo efeito no resto de nós que
também temos de viver neste planeta, mesmo para aqueles de nós que não foram
clinicamente traumatizados. Os indivíduos que constituem
estes 4 por cento secam as nossas relações, as nossas contas bancárias, os
nossos feitos, a nossa autoestima, a nossa própria paz na Terra.
Porém
surpreendentemente, muitas pessoas nada sabem sobre esta desordem, ou se sabem,
pensam apenas em termos de psicopatia violenta – assassinos, assassinos em
série, assassinos em massa – pessoas que conspicuamente quebraram a lei vezes
sem conta, e que, se apanhadas, serão encarceradas, talvez até sujeitas à pena
de morte, onde esta se aplicar.
Comumente não temos percepção, nem usualmente identificamos,
o grande número de sociopatas entre nós, pessoas que muitas
vezes não são violadores da lei flagrantes, e contra as quais o nosso sistema
legal pouca proteção oferece.
A maioria de nós não imaginaria nenhuma correspondência
entre conceber um genocídio étnico e, por exemplo, mentir sem sentimento de
culpa ao nosso patrão sobre um colega de trabalho. Mas a correspondência
psicológica não está apenas lá; é de arrepiar. Simples e profundo, o elo é a falta do mecanismo interior que nos
castiga, emocionalmente falando, quando efetuamos uma escolha que vimos
como imoral, antiética, negligente ou egoísta.
A maioria de nós sente-se mais ou menos culpada se comer
a ultima fatia de bolo na cozinha, sem falar como nos deveríamos sentir se
intencionalmente e metodicamente nos propuséssemos a magoar outra pessoa.
Aqueles que, de todo, não têm consciência são um grupo
próprio, quer sejam déspotas homicidas ou meramente atiradores
furtivos sociais sem escrúpulos.
“A presença ou ausência de consciência é uma profunda divisão
humana, sem questão mais significante que a inteligência, raça ou mesmo sexo.”
O que diferencia um sociopata que vive do trabalho dos
outros de um que ocasionalmente rouba uma loja, ou de um que seja um barão
criminoso contemporâneo – ou o que diferencia um ordinário “bully (provocador)”
de um assassino sociopata – não é mais nada que o estatuto social, motivação,
intelecto, sede de sangue ou simplesmente oportunidade.
O que distingue todas estas pessoas do resto de nós é um buraco
absolutamente vazio na psique, onde deveria estar a mais
evoluída de todas as funções humanizantes.
[Martha Stout – The Sociopath Next Door] (altamente
recomendado)
Nós não tivemos a vantagem do livro da Dr. Stout no
inicio do nosso projeto de pesquisa. Tivemos, com certeza, Hare e Cleckley e
Guggenbuhl-Craig e outros. Existem ainda mais que apareceram nos últimos anos
em resposta às questões que estavam a ser formuladas por muitos psicólogos e
psiquiatras sobre o estado do nosso mundo e a possibilidade de existir uma
diferença fundamental entre indivíduos como George W. Bush e muitos dos
chamados Neocons, e o resto de nós.
O livro da Dr. Stout tem uma das explicações mais
extensas sobre o por que de nenhum dos seus exemplos se assemelharem a nenhuma
pessoa que eu tenha lido. E depois, num capítulo inicial, ela descreve um caso
“compósito” onde o sujeito passou a sua infância a explodir rãs com bombas de
carnaval. É bastante conhecido que George W. Bush fez isto, dai que uma pessoa
naturalmente se questione.
De qualquer maneira, mesmo sem o trabalho da Dr. Stout,
na altura em que estávamos a estudar o assunto, apercebemo-nos do que o que
estávamos a aprender era bastante importante para todos porque à medida que os
dados se iam juntando, vimos que as pistas, os perfis, revelaram que os problemas
que estávamos a enfrentar foram enfrentados por todos em uma ou outra altura,
em uma ou outra proporção. Também começámos a apercebermo-nos que os
perfis que emergiram também descreviam, de uma maneira acertada muitos
indivíduos que procuram posições de poder em campos de autoridade,
particularmente na política e comércio. Isto realmente não é uma ideia
surpreendente, mas honestamente não nos tinha ocorrido até termos visto os
padrões e os reconhecermos em comportamentos de numerosas figuras históricas, e
ultimamente em George W. Bush e em membros da sua administração.
Estatísticas atuais dizem-nos que existem mais pessoas
consideradas doentes psicologicamente que saudáveis. Se se tirar uma amostra de
pessoas de um determinado campo, vai provavelmente constatar que um número
significativo delas irá demonstrar sintomas patológicos com vários graus de
gravidade. A política não é
exceção, e pela sua própria natureza, tenderia a atrair mais patologias do
“tipo dominador” do que noutros campos. Isto é apenas lógico, e nós começámos a
entender que não era apenas lógico, era horrificamente preciso; horrificamente
porque patologias entre pessoas com poder podem ter efeitos desastrosos em
todas as pessoas sob o controle de tais indivíduos patológicos. Daí, decidimos
escrever sobre este assunto e publicá-lo na Internet.
Conforme o material foi sendo divulgado, cartas dos
nossos leitores começaram a chegar agradecendo-nos por pôr um nome naquilo que
estava a acontecer nas suas vidas pessoais assim como a ajuda-los a compreender
o que estava a acontecer num mundo que parece que ficou completamente louco. Começámos
a pensar que era uma epidemia e num certo sentido, estávamos corretos; apenas
não no sentido que pensávamos. Se um indivíduo com uma doença altamente
contagiosa trabalha num emprego que o põem em contato com o publico, uma
epidemia é o resultado. No mesmo sentido, se um indivíduo numa posição de
poder politico é um psicopata, ele, ou ela, pode criar uma epidemia de psicopatologia
em pessoas que não são, em essência, psicopáticas. As nossas
ideias ao longo desta linha demoraram pouco tempo a receber confirmação de uma
fonte inesperada. Eu recebi um e-mail de um psicologo Polaco que me escreveu da
seguinte forma:
Caras
Senhoras e Senhores.
Tenho
o vosso projeto de investigação especial sobre psicopatia no meu computador.
Vocês estão a fazer um trabalho da maior importância e valor para o futuro das
nações. […]
Sou
um psicólogo clínico, bastante envelhecido. À quarenta anos atrás participei
numa investigação secreta sobre a verdadeira natureza e psicopatologia do
fenômeno macro-social chamado “comunismo”. Os outros investigadores eram os
cientistas da prévia geração, tendo já falecido.
O
estudo profundo da natureza da psicopatia, que desempenhou o papel essencial e
inspirador neste fenômeno psicopatológico macro-social , e que o distingue de
outras anomalias mentais, parecia ser a preparação necessária para a
compreensão de toda a natureza do fenómeno.
A
maior parte do trabalho, que estão a efetuar agora, foi feita nesses tempos.
Tenho
possibilidade de vos facilitar um, deveras valioso, documento científico, útil
para os vossos propósitos. É o meu livro “PONEROLOGIA POLITICA – Uma ciência
sobre a natureza do mal ajustada para propósitos políticos”. Podem também
encontrar uma cópia deste livro na Biblioteca do Congresso e algumas
universidades e bibliotecas públicas nos EUA.
Tenham
a amabilidade de me contatar para que vos possa enviar uma cópia.
Atenciosamente!
Andrew
M. Lobaczewski
Ao longo da leitura, apercebi-me do que estava a segurar nas
mãos era essencialmente uma crônica de uma descida ao inferno,
transformação, e retorno triunfante ao mundo com um conhecimento desse inferno
que era inestimável para o resto de nós, particularmente nestes dias em que
parece evidente que um inferno similar está a envolver o planeta. Os
riscos que foram tomados pelos cientistas que efetuaram a pesquisa na qual o
livro é baseado estão para além da compreensão de muitos de nós. Muitos deles
eram jovens, a começarem as carreiras quando os nazistas começaram a atravessar
e a subjugar a Europa sobre as suas botas de cano alto. Estes investigadores viveram através disso, e depois quando os nazistas
foram repelidos e substituídos pelos comunistas sobre o calcanhar de Stalin,
enfrentaram anos de opressão, os quais não podem ser nem sequer imaginados por
aqueles de nós que escolhem hoje fazer frente ao Bush Reich. E assim, como
estavam lá, e viveram através disso, e trouxeram de volta informação para o
resto de nós, pode bem ser que as nossas vidas possam ser salvas por ter um mapa para nos guiar
na escuridão descendente. É neste contexto que gostaria de demonstrar
como o Dr. Lobczewski discute o valor dos estudos clínicos e próximo do mal no
seu livro, antes de nos voltarmos para o assunto da Ponerologia:
Esta nova ciência é incalculavelmente rica em detalhe
casuísta… Contém conhecimento e uma descrição do fenômeno nas categorias das
ciências naturais, com as correspondentes modificações de acordo com a
necessidade de entendimento de [muitos] assuntos…
O desenvolvimento desta familiaridade com o fenômeno é
acompanhada pelo desenvolvimento de linguagem comunicativa, através da qual a
sociedade pode manter-se informada e emitir avisos de perigo. Uma terceira
linguagem aparece assim em paralelo com a
doubletalk (linguagem ambígua) ideológica… em parte, pede emprestado
nomes utilizados pela ideologia oficial nos seus significados modificados. Em
parte, esta linguagem opera com palavras emprestadas de piadas ainda mais
animadas. Apesar da sua estranheza, esta linguagem torna-se num meio útil de
comunicação e tem um papel na regeneração de elos sociais. … Não obstante,
apesar de esforços por parte de homens de letras e jornalistas, esta linguagem
mantém-se comunicativa apenas em círculos de iniciados; torna-se hermética fora
do âmbito do fenômeno, incompreensível para pessoas às quais falta a
experiência pessoal apropriada. […]
Esta nova ciência, expressa numa linguagem derivada de
uma realidade desviante, é algo de estranho a pessoas que desejam compreender
este fenômeno macrossocial, mas pensam nas categorias dos países do homem
normal. Tentativas para compreender esta linguagem produzem um certo sentido de
desamparo que dá azo à tendência de criar doutrinas próprias, construídas de
conceitos próprios do mundo pessoal e de uma certa quantidade de material de
propaganda autocrática. Tal doutrina - um exemplo seria a doutrina
anticomunista Norte Americana – faz com que entender essa outra realidade seja
ainda mais difícil. Que a descrição objetiva apresentada aqui os possibilite a
ultrapassar o impasse assim gerado.
Papel específico de certos indivíduos durante esses
tempos merece uma atenção especial; eles participaram na descoberta da natureza
desta nova realidade e ajudaram outros a encontrar o caminho certo. Estes indivíduos tinham uma natureza
normal, mas uma infância infortunada, sendo sujeitos desde muito novos a uma
dominação de indivíduos com vários desvios psicológicos, incluindo egotismo
patológico e métodos de aterrorizar outros. O novo sistema de dominação
fez-se notar a tais pessoas como um sistema de multiplicação social do que eles
conheciam por experiência pessoal. Desde o inicio, eles assim viram esta
realidade muito mais prosaicamente, imediatamente tratando a ideologia de
acordo com as historias paralogisticas bem conhecidas deles, que o propósito
era esconder a amarga realidade das suas experiências juvenis. Rapidamente
atingiram a verdade, pois a gênese e natureza do mal são análogas irrespetivamente
da escala social em que aparecem.
Tais pessoas raramente são compreendidas em sociedades
felizes, mas aí tornam-se úteis; as suas explicações e conselhos provaram-se
certos e foram transmitidos a outros ao juntarem-se à rede desta herança
aperceptiva. Mesmo assim o seu
sofrimento foi dobrado, pois este era um demasiado igual tipo de abuso para
apenas uma vida.
Finalmente, a sociedade testemunha o aparecimento de
indivíduos que ganharam uma percepção intuitiva excepcional e conhecimento
pratico na área de como os patocratas
(sistema de governo criado por uma pequena minoria
patológica que toma o controle de uma sociedade de pessoas normais)
pensam e como um similar sistema de regras ópera.
Alguns deles tornaram-se tão proficientes na linguagem psicopática desviada e nas
suas idiomáticas que eram capazes de a utilizar, tal como uma língua
estrangeira que tivessem aprendido bem. Como a intenção é decifrar as intenções
das autoridades, tais pessoas oferecem conselhos a pessoas que tenham problemas
com as autoridades. Estes, usualmente desinteressados defensores da sociedade
das pessoas normais têm um papel insubstituível na vida de uma sociedade. Os
patocratas (sistema de governo criado por uma pequena minoria
patológica que toma o controle de uma sociedade de pessoas normais),
por outro lado, nunca podem aprender a pensar em categorias humanas normais. Ao
mesmo tempo, a habilidade de prever os atos de reação de uma tal autoridade
também leva à conclusão que o sistema é rigidamente causativo e tem uma lacuna
na liberdade de escolha natural.
“Uma vez
referenciei uma paciente que tinha sido cativa em um centro de concentração Nazi.
Ela voltou desse inferno em uma tão boa condição que ainda foi capaz de casar e
criar três filhos. No entanto, os seus métodos de educação eram tão
rígidos que eram reminiscentes da vida nos campos de concentração tão
teimosamente perseverante em antigos prisioneiros. As reações das crianças
foram protestos neuróticos e agressividade para com outras crianças.”
Durante a psicoterapia da mãe, relembrámos as figuras de
oficiais masculinos e femininos das SS, apontando as suas características
psicopáticas (tais pessoas eram principalmente recrutas). Para a poder ajudar a
eliminar o material patológico da sua pessoa, mostrei-lhe dados estatísticos
aproximados sobre a prevalência de tais indivíduos na população como um todo. Isto ajudou-a a chegar a uma visão mais objetiva
dessa realidade e a restabelecer confiança na sociedade das pessoas normais.
Paralelo ao desenvolvimento do conhecimento prático e a
uma linguagem de comunicação de quem está por dentro, outros fenómenos
psicológicos tomam forma; eles são verdadeiramente significantes na
transformação da vida social sobre domínio patocratico (sistema de governo criado por uma pequena minoria patológica que toma o
controle de uma sociedade de pessoas normais), e
discerni-los é essencial se o desejo de uma pessoa for entender indivíduos e
nações destinadas a viver sob tais condições e avaliar a situação na esfera
política. Eles incluem a imunização
psicológica das pessoas e a sua adaptação à vida sob tais condições desviantes.
Os métodos de terror psicológico (essa especifica arte
patocratica), as técnicas de arrogância patológica, e as investidas de
violência bruta ás almas de outras pessoas, inicialmente têm tais efeitos
traumáticos que elas são privadas da sua capacidade de reação; eu já argumentei
sobre os aspectos psicológicos de tais estados. Dez ou vinte anos mais tarde,
comportamentos análogos podem ser reconhecidos como uma parvoíce e não priva a
vítima da sua habilidade de pensar e reagir de acordo com a situação. As suas
respostas são geralmente estratégias bem pensadas, emitidas da posição de
superioridade de uma pessoa normal e usualmente com um toque de ridículo. Um Ser
Humano pode olhar o sofrimento e até a morte nos olhos com a calma requerida.
Uma arma perigosa cai das mãos dos governantes.
Temos de entender
que este processo de imunização não é apenas um resultado do aumento de
conhecimento pratico do processo macro-social descrito acima. È o efeito de um
processo com muitas camadas, com um gradual crescimento de conhecimento,
familiarização com o fenômeno, criação dos respectivos hábitos de reação e auto
controle, com uma concepção dos princípios morais a serem revistos. Depois de
vários anos, o mesmo estimulo que anteriormente provocava impotência espiritual
ou paralisia mental agora provoca o desejo de gargarejar com algo forte de modo
a limpar esta sujidade.
Era um tempo, em que muitas pessoas sonhavam em encontrar
um comprimido que tornaria mais fácil resistir a lidar com as autoridades ou
participar nas sessões forçadas de doutrinação geralmente levadas a cabo por um
personagem psicopático. Alguns antidepressivos provaram efetivamente ter esse
efeito. Vinte anos mais tarde, isto foi esquecido completamente.
Quando fui preso pela primeira vez em 1951, força,
arrogância, e métodos psicopáticos para provocar confissões forçadas
privaram-me quase totalmente das minhas capacidades de auto-defesa. O meu
cérebro parou de funcionar depois de apenas alguns dias de encarceramento
privado de água, até tal ponto em que eu não me conseguia lembrar corretamente
do incidente que resultou na minha súbita prisão. Nem estava ciente de que
tinha sido provocado propositadamente e que condições que permitiam autodefesa
existiam. Eles fizeram-me quase tudo o que quiseram.
Quando fui preso pela última vez em 1968, fui interrogado
por cinco funcionários de segurança de aspecto feroz. Num determinado momento,
depois de pensar nas suas previsíveis reações, deixei que o meu olhar fita-se
cada rosto sequencialmente, com grande atenção. O mais importante perguntou-me,
“Que é que te passa pela cabeça espertinho, a olhar para nós dessa maneira?”.
Respondi sem nenhum medo de consequências: “Estou apenas a pensar o por que de
tantas pessoas na vossa carreira acabarem em hospitais psiquiátricos.”. Eles
ficaram estupefatos durante um tempo, sendo que o mesmo homem exclamou, “Porque
é um trabalho horrível!”. “Eu sou da opinião que é ao contrário”, respondi
calmamente. Depois fui levado para a minha cela.
Três dias mais tarde, tive novamente a oportunidade de
falar com ele, mas desta vez ele foi mais respeitoso. Em seguida ele deu ordem
para que eu fosse levado para a rua. Fui para casa no elétrico passando por um
grande parque, ainda incapaz de acreditar nos meus olhos. Uma vez no meu
quarto, deitei-me na cama; o mundo não era ainda real, mas as pessoas exaustas
adormecem rapidamente. Quando acordei, disse em voz alta: Querido Deus, não é
suposto ser o responsável aqui neste mundo?”
Naquela altura não sabia apenas que até um ¼ de todos os
oficiais da policia secreta acabam em hospitais psiquiátricos. Também sabia que
a sua “doença ocupacional” é uma demência anteriormente encontrada apenas entre
velhas prostitutas. O Homem não pode violar os sentimentos humanos naturais
dentro dele com impunidade, qualquer que não importa qual seja a sua profissão.
Desse ponto de vista, o Camarada Capitão estava parcialmente correto. Ao mesmo
tempo, contudo, as minhas reações tornaram-se resistentes, um exemplo distante
daquilo que tinham sido dezessete anos antes.
Todas estas transformações da consciência e
subconsciência humana resultam em adaptações coletivas e individuais em relação
a viver sobre tais sistemas. Sobre condições alteradas, tanto de limitações
materiais e morais, um engenho existencial emerge, que é capaz de superar
várias dificuldades. Uma nova rede da sociedade das pessoas normais é também
criada para autoajuda e assistência mútua.
Esta sociedade age em concerto e está consciente do
verdadeiro estado das coisas; ela começa a desenvolver meios de influenciar
vários elementos de autoridade e de alcançar importantes objetivos sociais.
...A opinião de que tal sociedade está totalmente sem força de influência sobre
o governo num tal país é assim incorreta. Na realidade, a sociedade coopera na
governação até um certo ponto, algumas vezes com sucesso outras com fracasso,
nas suas tentativas de criar condições de vida mais toleráveis. Isto, contudo,
ocorre numa maneira totalmente diferente do que acontece em países
democráticos.
Estes processos: cognição, imunização psicológica, e adaptação permitem a
criação de ligações sociais e interpessoais, que operam dentro da esfera da
grande maioria a que já demos o nome de “sociedade das pessoas normais”. Estas
ligações estendem-se discretamente até ao mundo da classe média do regime,
entre pessoas das quais se pode ter confiança até um certo ponto.
Troca de informação, avisos, e assistência englobam a
sociedade inteira. Quem quer que seja que possa oferecer ajuda, presta-a a
alguém que se encontre em problemas, frequentemente de um certo modo que as
pessoas a quem é prestada a ajuda não sabem quem a prestou. Todavia, se ele
causou o seu infortúnio devido à sua falta de cuidado a ao/no lidar com as
autoridades, ele é confrontado com censura, mas não com a negação de ajuda.
É possível criar estes laços porque esta nova divisão da
sociedade dá apenas considerações limitadas a fatores tais como nível de
talento ou educação ou tradições ligadas a velhos estratos sociais. Nem mesmo
diferenças de prosperidade dissolvem estes laços. Um lado desta divisão contém
aqueles que possuem a mais alta cultura mental, simples pessoas, intelectuais,
especialistas em trabalho mental, operadores fabris, e camponeses juntos pelo
protesto comum da sua natureza humana contra a dominação de uma experiência
para-humana e seus métodos de governação. Estes laços criam compreensão
interpessoal e simpatia entre as pessoas e grupos sociais anteriormente
divididos por diferenças econômicas e tradições sociais. Os processos de
pensamento que servem estas ligações são de um caráter mais psicológico, isto
é, permitem a compreensão das motivações de outras pessoas. Ao mesmo tempo as
pessoas mais simples retém respeito por pessoas que tiveram educação e que
representam valores intelectuais. Certos valores morais e sociais também
aparecem, e provam que podem ser permanentes.
Contudo a gênese desta grande solidariedade interpessoal
só se torna compreensível quando já se conhece a natureza patológica do
fenômeno macro-social que trouxe a libertação de tais atitudes, completa com o
reconhecimento da humanidade de cada um e dos outros. Outra reflexão é
sugerida, nomeadamente como muito diferente estes laços são da sociedade
competitiva Americana.
Este trabalho é tão importante que acredito que qualquer
ser humano normal deveria ler-lo para a sua própria segurança e higiene mental.
Vou deixar de seguida alguns excertos importantes do livro que brevemente será
editado na sua totalidade. (Na altura desta tradução já se encontra editado em
língua Inglesa e Francesa).
Tirado
da introdução do autor:
Apresentando este volume aos meus honrados leitores, no
qual geralmente trabalhei nas horas matutinas antes de sair para ganhar a vida
em um trabalho difícil, gostaria de primeiro pedir desculpas pelos defeitos que
são o resultado de circunstâncias anômalas tais como a ausência de um
laboratório decente. Admito prontamente que estas lacunas deveriam ser
preenchidas, mesmo consumindo muito tempo, porque os factos nos quais este
livro é baseado são urgentemente precisos. Não tendo o autor culpa, estes dados
vieram demasiado tarde.
O leitor tem direito a uma explicação da longa historia e
circunstâncias sobre as quais este livro foi compilado. Esta é a terceira vez
que tratei o mesmo assunto. Atirei o primeiro manuscrito para uma caldeira de
aquecimento-central, tendo sido avisado pouco tempo antes de uma rusga oficial,
que aconteceu poucos minutos depois. Mandei o segundo manuscrito para um
dignitário da Igreja no Vaticano através de um turista Americano sendo que me
foi absolutamente impossível obter qualquer tipo de informação sobre o mesmo
desde que foi levado pelo turista Americano.
Esta … historia … fez o trabalho na terceira versão ainda
mais laboriosa. Parágrafos anteriores e frases antigas provenientes de um ou de
ambos os primeiros manuscritos assombram a mente do escritor fazendo com que um
bom planeamento do conteúdo seja mais difícil.
Os dois primeiros manuscritos foram escritos numa
linguagem muito convoluta para beneficio de especialistas com o necessário
conhecimento, particularmente no campo da psicopatologia. O desaparecimento
irreparável da segunda versão que continha a maioria dos dados estatísticos e
factos que seriam de grande valor e conclusivos para especialistas. Várias
análises de casos individuais foram também perdidos.
A presente versão contém apenas dados estatísticos que
foram memorizados devido ao uso frequente, ou que puderam ser reconstituídos
com uma precisão satisfatória. […] Nutro também a esperança que este trabalho
possa chegar a uma audiência mais vasta e que possa disponibilizar dados
científicos úteis que possam ser usados como uma base de compreensão do mundo contemporâneo
e da sua história. Pode também facilitar os leitores a compreenderem-se a eles
próprios, aos seus vizinhos e a outras nações.
Quem produziu o conhecimento e efetuou o trabalho
sumariado nas páginas deste livro? Foi uma colaboração contendo não apenas os
meus esforços, mas também representando o trabalho de muitos pesquisadores...
O autor trabalhou na Polônia distante de qualquer centro
ativo de política ou cultura durante muitos anos. Foi aí que efetuei um serie
de testes detalhados e observações que foram combinados com as resultantes
generalizações com o intuito de produzir uma introdução global para um
entendimento do fenômeno macro-social que nos rodeia. O nome da pessoa da qual
se esperava o trabalho de síntese era secreto, como era de se esperar e
necessário tendo em conta a altura e a situação. Eu recebia ocasionalmente
sumários anónimos dos resultados de testes da Polônia e Hungria. Alguns dados
foram publicados, porque não levantavam suspeita de que um trabalho
especializado estivesse a ser compilado, sendo que estes dados ainda podem ser
localizados hoje.
A síntese esperada deste trabalho não aconteceu. Todos os
meus contatos tornaram-se inoperativos como resultado das prisões secretas de
investigadores no inicio dos anos sessenta. Os restantes dados científicos que
ficaram em minha posse eram bastante incompletos, não obstante de valor
incalculável. Levou muitos anos de trabalho solitário para colar estes
fragmentos numa unidade coerente, preenchendo as lacunas com a minha própria experiência
e investigação.
A minha investigação sobre
psicopatia essencial e o seu papel excepcional no fenômeno macro-social foi
conduzida ao mesmo tempo, ou pouco depois, das investigações de outros. As suas
conclusões chegaram até mim mais tarde e confirmaram as minhas. O item mais característico no meu trabalho é o conceito geral
para uma nova disciplina científica chamada “ponerologia”.
Como autor do trabalho final, expresso aqui o meu
profundo respeito por todos aqueles que iniciaram a pesquisa e continuaram a
conduzi-la pondo em risco as suas carreiras, vidas e saúde. Presto homenagem
àqueles que pagaram um preço através de sofrimento ou morte. Que este trabalho
constitua alguma compensação pelos seus sacrifícios.
Nova Iorque, N.Y. Agosto de
1984
O Dr. Lobaczewski escapou para os Estados Unidos onde
refez e escreveu a sua pesquisa antes da “Solidariedade” ter posto fim ao
comunismo na Polônia. Lobaczewski acrescentou algumas palavras à sua
introdução:
Quinze anos passaram, repletos de ocorrências políticas.
O mundo mudou essencialmente devido ás leis naturais do fenómeno descrito neste
livro, e devido aos esforços de pessoas de boa vontade. Mesmo assim, a boa
saúde do Mundo ainda não está restaurada; e os restos da grande doença estão
ainda bastante ativos e ameaçam uma repetição da doença. Tal é o resultado de
um grande esforço completado sem o suporte do conhecimento objetivo sobre a
natureza do fenômeno.
O autor foi reconhecido como o portador desta “perigosa”
ciência apenas na Áustria, por um “amigo” médico que se revelou ser um agente
“vermelho”. Os grupos comunistas em Nova Iorque foram levados a criar uma
contra ação. Foi terrível aprender como o sistema de peões conscientes e
inconscientes trabalhava. Pior foram as pessoas que credulamente acreditavam
nos seus “amigos” conscientes e efetuavam as atividades insinuadas com zelo
patriótico. Ao autor foi recusada assistência e teve de salvar a sua vida
trabalhando como soldador. A minha saúde colapsou, e dois anos foram perdidos.
Aparentemente eu não fui o primeiro a chegar à América transportando similar
conhecimento e, uma fez lá, tratado da mesma maneira.
Apesar destas circunstâncias, o livro foi escrito a
tempo, mas ninguém o queria publicar. O trabalho fora descrito como “muito
informativo”, mas para editores de psicologia continha demasiada politica, e
para editores de política continha demasiada psicologia, ou simplesmente “o
prazo editorial tinha acabado de fechar”. Gradualmente, tornou-se claro que o
livro não passava a inspeção dos que “eram iniciados”.
O valor científico
que pode servir o futuro permanece, e investigações futuras podem resultar em
novos entendimentos de problemas humanos progredindo em direção à paz
universal. Foi esta a razão pela qual trabalhei a reescrever, no meu
computador, o completo manuscrito que já desvanecia. È aqui apresentado como
foi escrito em 1983-84 em Nova Iorque, EUA. Que se deixe ser um documento de
boa ciência e trabalho perigoso. O desejo do autor é passar este trabalho para
as mãos de eruditos na esperança de que possam pegar neste fardo e progredir
com o estudo teórico da ponerologia
– e pô-lo em pratica para o bem de pessoas e nações.
Polônia
– Junho de 1998
Dr. Lobaczewski deixou os Estados Unidos e regressou à
Polônia antes do 11 de Setembro de 2001. Mas as suas palavras foram proféticas:
Mesmo assim, a boa saúde do Mundo ainda não restaurada; e
os restos da grande doença estão ainda bastante ativos e ameaçam uma repetição
da doença.
Que “ciência perigosa” estava o Dr. Lobaczewski a transportar
consigo quando escapou à Polônia comunista?
Ele dá-lhe o nome
de “Ponerologia” que o dicionário define como: n. divisão da teologia que lida
com o mal; doutrina teológica do mal ou da perversão; do Grego: poneros->
mal'.
Mas o Dr. Lobaczewski não estava a propor um estudo
teológico, mas sim um estudo científico sobre o que podemos claramente chamar
Mal. O problema é que a nossa cultura científica materialista não admite
prontamente que o mal realmente existe, por si mesmo. Sim, o mal tem um papel
no discurso religioso, mas mesmo ai é absolvido sem demora como um “erro” ou
uma “rebelião” que será corrigida algures no futuro, que é discutido numa outra
divisão teológica: escatologia, que se preocupa com os eventos finais na
historia do Mundo, o destino ultimo da Humanidade.
Existe um grande número de psicólogos modernos que estão
verdadeiramente a começar a mover-se na direção do que o Dr. Lobaczewski disse
que já se tinha feito atrás da cortina de ferro a muitos anos atrás. Tenho uma
pilha dos seus livros na minha secretária. Alguns deles parecem estar a cair na
perspectiva religiosa simplesmente porque não têm nenhuma informação científica
anterior em que se sustentar. Eu penso que isso é contra produtivo. Como George
K. Simon, Jr., escreve no seu livro “In Sheep's Clothing” (Na pele de ovelhas):
(ALTAMENTE recomendado).
Os proprietários e editores destas páginas querem afirmar
que o material apresentado aqui é o produto da nossa pesquisa e experimentação
em Comunicação Superluminal. Convidamos o leitor a partilhar a nossa busca da
verdade através da leitura com a mente aberta, mas cética. Nós não incentivamos
"devoção", nem "confiança". Encorajamos a procura de
conhecimento e consciência em todos os campos de atuação como a melhor forma de
ser capaz de discernir as mentiras da verdade. A única coisa que podemos dizer ao leitor é a
seguinte: nós trabalhamos muito duro, muitas horas por dia, e temos feito isso
por muitos anos, para descobrir “a verdade" sobre a nossa existência na
Terra. É a nossa vocação, a nossa missão, o nosso trabalho. Estamos
constantemente a procurar validar e/ou aperfeiçoar o que entendemos ser
possível ou provável, ou ambos. Fazemos isso na esperança sincera de que toda a
humanidade será beneficiada, se não agora, então em algum ponto em um dos
nossos futuros prováveis.
O
autor, Andrew Lobaczewski, viveu na Polônia e passou pela amarga experiência da
ditadura Soviética. É uma obra sensacional, daquelas que mudam a vida de quem
lê. O título, “Ponerologia”, é o nome que Lobaczewski dá à sua nova ciência,
cujo objeto de estudo é a gênese do mal, ou seja, os mecanismos pelos quais as
sociedades permitem que psicopatas assassinos cheguem ao poder e de lá comandem
as mais terríveis tragédias humanas.
O
autor usa como base de seu trabalho um estudo minucioso sobre as doenças da
personalidade, causadas tanto por hereditariedade como por danos físicos ao cérebro. O destaque é sempre para os psicopatas, que têm seu modo
próprio de pensar e enxergar a vida, totalmente diferente daquele
das pessoas normais. O psicopata vê seus semelhantes – os outros
psicopatas – como humanos, da mesma espécie, mas vê as pessoas normais como
seres inferiores, cuja vida não vale nada a não ser que possa ser útil aos seus
propósitos. Infelizmente, esse tipo de gente – pessoas doentes, sem cura –
encontra nas sociedades modernas uma estrutura que os catapulta aos cargos de
liderança política, de onde podem colocar em prática todos os seus planos de
dominação e poder.
Como lidar com essa gente? Com certeza não é
tentando curá-los, pois a psicopatia não tem cura. O ideal, como o
próprio autor do livro recomenda, é
criar defesas da sociedade contra a ascensão desses tipos ao poder. Nós
somos educados a dar a outra face, a transcender, a relevar, e ao mesmo tempo
que o revide é ruim, que responder é falta de educação e que palavrão é a coisa
mais feia do mundo. Tudo isso pode
ser verdade quando estamos falando de uma relação entre duas pessoas normais,
mas não quando estamos lidando com desequilibrados de
alma assassina.
Estamos numa guerra cultural, não há
como negar. Nesta guerra enfrentamos diariamente oponentes dos mais diversos
tipos. Precisamos saber identificá-los e aplicar estratégias de ataque
diferentes para cada um deles, tendo sempre como objetivo vencer as batalhas
individuais para, quem sabe, daqui trinta anos, vencer a guerra também.
Enquanto a luta for com psicopatas que ainda não têm acesso
ao poder, é possível desmascará-los e trabalhar ativamente para que não cheguem
a qualquer tipo de posição de liderança, sempre com os olhos bem
abertos para possíveis retaliações, já que os psicopatas são extremamente
vingativos. Assim como eles nos consideram seres sub-humanos, nós devemos
entendê-los como quase não humanos, já que são capazes de atos cruéis que uma
pessoa normal jamais aceitaria. Quase sempre os psicopatas, embora tenham uma
facilidade muito grande de trabalhar no campo dos sentimentos das pessoas, são
portadores de inteligências no máximo medianas, o que torna fácil vencê-los no
campo das ideias e da intelectualidade. Infelizmente
muitos psicopatas ocupam hoje cargos de poder, que os blindam contra o
confronto direto. Contra esses não há nada a fazer a não ser trabalhar
contra sua continuidade no poder. Em outras palavras, esses monstros não podem
ser reeleitos, de modo algum.
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LOBACZEWSKI, Andrew N.
Ponerologia: Psicopatas no Poder. São Paulo: Vide Editorial, 2014.
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