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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

JULGAMENTO DA HISTÓRIA. O NACIONALISMO!

Um dos grandes erros cometidos rotineiramente por leigos ou até mesmo historiadores é abordar o estudo do passado com o pensamento e seus conhecimentos do presente. Isto é um “pecado histórico”, pois quando olhamos para o passado não podemos julgar os acontecimentos daquele período com as questões morais da atualidade por que aqui neste instante temos um ponto de vista privilegiado. Sabemos como começou, sabemos como desenvolvesse e em alguns casos até como terminou, mas alguns se esquecem de que estão avaliando de um ponto de vista que os envolvidos nos fatos em questão não possuíam. Quando avaliamos o passado dessa forma estamos agindo como deuses do passado, mas na verdade não somos e em grande parte dos casos possuímos pedaços de um todo e avaliarmos um todo apenas por pequenos pedaços corremos com toda certeza um grande risco de realizar um julgamento histórico sem contexto.

Vamos seguir a linha de pensamento envolvida nos movimentos nacionalistas que se desenvolveram praticamente no mundo inteiro no inicio do século passado. A grande verdade é que 90% das pessoas lembraram e relacionaram qualquer evento nacionalista desse período com o nacional-socialismo alemão. Um grande erro! Pois cada nação desenvolveu seu espírito nacionalista conforme a opressão que estavam recebendo e criaram dentro do movimento uma espécie de porto seguro para a solução dos problemas de toda a nação. Identificaram inimigos comuns de todo o povo identificou e reuniu as forças do estado em direção de soluções para os problemas nacionais como um todo. E como não era de se esperar são raríssimos os livros que abordam as soluções trazidas para suas nações pelos movimentos nacionalistas, mas o estranho é que não faltam livros mostrando as soluções trazidas pelo comunismo, mesmo que o dito não se ache “nacionalista”, mas um movimento internacional que objetivava o estabelecimento de um mundo regido pelo comunismo. Vemos que cada nação que adotou ou lhe foi imposta o regime comunista tinha suas particularidades e aparente espírito nacionalista bem desenvolvido (lembre-se dos desfiles militares na ex-URSS e atualmente na China).

Ah, muitos me dirão que os movimentos nacionalistas do inicio do século passado mataram milhões de pessoas e foram os responsáveis pela Segunda Grande Guerra. Não estou defendendo o maldito nacional-socialismo alemão estou afirmando que estão colocando todos os grupos nacionalista no mesmo movimento sem entenderem que pessoas de mesmo período histórico tendem a agir de forma semelhante, ma não igual (exemplo: EMO é a mesma coisa que DARK?). Voltemos à questão de afirmarem serem os movimentos nacionalistas responsáveis pela morte das 50 milhões de vidas humanas perdidas na Segunda Grande Guerra. O Nazismo e a ganância de um líder mentalmente atormentado pelo poder, que acreditava se capaz de levar seu sistema político ao mundo por meio de conquista militares (isso me lembra o que a URSS fez com o leste europeu) acabou amaldiçoando todo o legado nacionalista pelo mundo por meio daqueles que unanimemente todos os nacionalistas combatiam o comunismo internacional.

E então me vem à questão! Por que ninguém lembrar aos comunistas da atualidade e até aos comunistas camuflados que o comunismo matou 30 milhões de pessoas só na URSS durante os expurgos de Stalin (Sigo a linha de historiadores que acreditam em um número bem superior ao realmente aceito que seria a metade). As atrocidades do comunismo são tantas e iguais as cometidas pelo maldito nacional-socialismo alemão a diferença é que existem grupos e sociedades que possuem muito dinheiro e essas sociedades e grupos sabem se você repetir algo durante anos e anos, imprimirem muitos livros, falarem e gritarem durante anos que um único evento foi responsável por todo o mal do mundo as pessoas iram acreditar.

Se julgarmos o comunismo pelo julgamento da História sem o dinheiro das sociedades e dos seus grandes empreendedores o comunismo estaria colocado lado a lado com o maldito Nacional-socialismo e então todos diriam sem temor maldito comunismo assassino de milhões!

Você quer saber mais?

http://construindohistoriahoje.blogspot.com/search/label/PESSOAL

http://construindohistoriahoje.blogspot.com/search/label/INTEGRALISMO

http://resistencia-nacionalista.blogspot.com/2010/10/revista-resistencia-nacionalista-2010.html

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A Queda da Natalidade no RS.

Berçario Vazio

Censo 2010 - Primeiros Resultados

Total da população 10.695.532 pessoas
Total de homens 5.205.705 pessoas
Total de mulheres 5.489.827 pessoas
Total da população urbana 9.102.241 pessoas
Total da população rural 1.593.291 pessoas
Total de domicílios particulares 4.236.671 domicílios
Total de domicílios particulares ocupados 3.584.940 domicílios
Total de domicílios particulares não-ocupados fechados 19.700 domicílios
Total de domicílios particulares não-ocupados de uso ocasional 306.905 domicílios
Total de domicílios particulares não-ocupados vagos 325.126 domicílios
Total de domicílios coletivos 5.676 domicílios
Total de domicílios coletivos com morador 3.016 domicílios
Total de domicílios coletivos sem morador 2.660 domicílios
Taxa média de crescimento anual 0,49 %
Fonte: IBGE, Primeiros Resultados do Censo 2010.

Taxa de crescimento zero no RS deve ocorrer até 2030, projeta coordenador do Censo 2010.



O Rio Grande do Sul deve verificar uma taxa de crescimento populacional zero até 2030, projetou o coordenador de dilvulgação do Censo 2010 no Estado, Ademir Koucher. Apenas na década seguinte o Brasil deve não ter um aumento de crescimento de pessoas, quando o país atingiria 219 milhões de pessoas.

A tendência de cresciemento zero até 2030 pôde ser traçada após a verificação do aumento populacional de apenas 0,49% entre 2000 e 2010.

— O RS tem uma taxa de fecundidade muito baixa que vem se verificando nos últimos 20 anos, o Estado vem dimunindo gradativamente o número de filhos por mulher fértil. Por outro lado, aumenta-se a expectativa de vida — explicou Koucher.

Os dados, no entanto, não chegam a níveis de envelhecimento como os verificados na Alemanha:

— O nosso Estado passa a ter um padrão muito próximo dos países mais desenvolvidos, mas não chegamos ao porte de uma Alemanha - que para cada grupo de 100 crianças tem mais de 100 idosos. Aqui no RS estamos em torno de 80 — detalhou o coordenador de dilvulgação do Censo 2010 no RS.

Você quer saber mais?

http://www.saude.rs.gov.br/

http://zerohora.clicrbs.com.br/

"A voz do Partido de Representação Popular"

Nesta imagem vemos a capa da primeira edição do livro “Palestras com o Povo” produzido pela Livraria Clássica Brasileira em 1959.

Com o titulo “Palestras com o Povo”, Plínio Salgado iniciou no dia 9 de agosto de 1957, às 21:35 horas, na Rádio Globo, transmissão de seu programa semanal de rádio em ondas curtas e longas em todo o território nacional.

O programa vinha sendo mantido gradativamente pelos brasileiros de todo o Brasil, cujos nomes eram mencionados, com as respectivas quantias doadas, antes de cada transmissão, fato inédito na história da radiodifusão brasileira.

Acima o registro da Sra. Cenira Nogueira Valerio, residente na cidade do Rio de Janeiro, que contribuiu com mil Cruzeiros, em 05 de junho de 1959, para o restabelecimento das irradiações de “Palestras com o Povo”.

As “Palestras com o Povo” foram, ao longo do tempo, penetrando no coração dos ouvintes, ecoando suas palavras através das ondas de rádio em todo o país. O programa não demorou a se tornar popular, resultado este que cerca de trinta estações emissoras, em diferentes estados, retransmitiam voluntariamente as palavras poéticas de Plínio Salgado.

Devido à escassez de recurso, uma das formas encontradas para manter o programa no ar foi idealizada pela Comissão da “Ação Nacionalista Brasileira”, que promoveu a obtenção de recursos para a manutenção do programa no ar através das doações financeiras de simpatizantes.

Outra forma encontrada foi à publicação do livro “Palestras com o Povo” pela Livraria Clássica Brasileira S/A, que lançou a edição em beneficio da “Ação Nacionalista Brasileira”, com a finalidade de proporcionar recursos para a volta de Plínio Salgado a Rádio Globo.

Infelizmente, uma parte das transmissões não foi gravada ou taquigrafada, porém a maioria ficou perpetuada no jornal do Partido de Representação Popular – PRP “A Marcha”, através da transcrição de Osvaldo Poveleri, este jornal ainda hoje pode ser encontrado em Museus pelo Brasil.

Propaganda do programa de Plínio Salgado transmitido todas às terças-feiras na Rádio Globo.

Autor: Guilherme Jorge Figueira

ADVERTÊNCIA: A reprodução e/ou utilização das imagens desta postagem sem a autorização prévia por escrito do autor são expressamente proibidas. Para entrar em contato por email: historia.do.prp@gmail.com

Você quer saber mais?

http://www.historia-do-prp.blogspot.com

“O Livro Verde da Minha Campanha”

O livro intitulado “O Livro Verde da Minha Campanha”, com a primeira edição datada de 1956, produzida pelo candidato a Presidência da República pelo Partido de Representação Popular – PRP Plínio Salgado, teve como principal objetivo fazer uma reflexão e análise crítica da campanha presidencial de 1956.

Neste exemplar, lançado pela Livraria Clássica Brasileira, o candidato aborda temas polêmicos da campanha presidencial como os acontecimentos de 1938, documentos demonstrando ligações entre o Integralismo e o Fascismo Italiano, entre outros assuntos que estiveram em voga durante o pleito.

Atualmente e possível encontrar a primeira ou segunda edição deste livro em sebos virtuais como a estante virtual.

Autor: Guilherme Jorge Figueira

ADVERTÊNCIA: A reprodução e/ou utilização das imagens desta postagem sem a autorização prévia por escrito do autor são expressamente proibidas. Para entrar em contato por email: historia.do.prp@gmail.com

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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Conectados

O que a internet tem a ver com a proliferação da aids? Qual a relação entre as moléculas do corpo e as rotas dos aviões? Conheça a ciência das redes e entenda por que esse complexo mundo conectado é tão frágil

por Alessandro Greco

Em fevereiro de 2000, um hacker conhecido pelo apelido de MafiaBoy conseguiu paralisar alguns dos maiores sites do mundo, incluindo Yahoo, Amazon e eBay, causando caos em toda a internet. O ataque mobilizou o FBI, que saiu em busca daquele que havia derrotado empresas que contam com os melhores especialistas em segurança do mundo. Parecia coisa de profissional. Acabaram prendendo um garoto canadense de 15 anos na casa de seus pais, o local de onde ele comandou o ataque. Um ataque, diga-se, de amador, segundo especialistas em computação. Foi realizado com softwares gratuitos que estão a poucos cliques de distância de qualquer um que tenha uma conexão à internet, inclusive de você, leitor.

No ano seguinte, o físico húngaro Albert Lázsló-Barabási, da Universidade de Notre Dame, em New Hampshire, Estados Unidos, mostrou na capa da revista Nature, uma das mais respeitadas publicações de ciência do mundo, que a eficiência do ataque do MafiaBoy tinha um motivo: a World Wide Web é capaz de absorver facilmente falhas aleatórias, como um site que sai do ar, mas está fadada ao desastre se tiver de enfrentar um ataque dirigido. A dificuldade está justamente em uma peculiaridade das redes descoberta por Barabási em sua simulação no computador. Alguns poucos sites (como Amazon, Yahoo e eBay) funcionam como “centros de atividade”. Há milhares de outras páginas da internet apontando para elas e milhares de pessoas tentanto acessar esses sites ao mesmo tempo. Tirar algumas delas do ar, como fez o MafiaBoy, simplesmente paralisa a rede.

O fato de a web ter essa característica coloca países como os Estados Unidos e todos os outros que são altamente conectados em uma situação de fragilidade. Um terrorista que quisesse fazer um estrago significativo no dia-a-dia dos americanos poderia tentar um ciberataque a agências governamentais e grandes empresas. Mas o contrário não teria o mesmo efeito. Os Estados Unidos pouco ganhariam com um ataque na mesma linha contra o Iraque ou o Afeganistão. Esses países não têm uma rede de computadores suficientemente conectada para serem afetados pela fragilidade da rede.

A internet e o terrorismo fazem parte das preocupações de uma ciência que se torna cada vez mais importante no mundo: a ciência das redes. Elas estão em toda parte, governando desde os relacionamentos humanos até a forma como as moléculas do nosso corpo se ligam. Usamos essas redes o tempo todo, às vezes sem perceber. Por exemplo, quando vamos a um aeroporto e subimos em um avião. Se, durante uma viagem longa, você já matou o tempo folheando uma revista de bordo, provavelmente notou uma página que contém todos os vôos da companhia aérea. Se você reparar na quantidade de linhas que conectam uma cidade a outra irá ver que a grande maioria dos aeroportos tem poucos aviões saindo ou chegando, enquanto que alguns poucos recebem uma porção de linhas, a ponto de ficar difícil entender o mapa. No caso do Brasil, são os aeroportos de São Paulo e do Rio que funcionam como centros de atividade. O Brasil provavelmente não sofreria grandes danos se meia dúzia de aeroportos de pouco movimento fechassem por um dia. Mas parar simultaneamente os do Rio e de São Paulo paralisaria todo o sistema aéreo brasileiro. O mesmo vale para virtualmente qualquer país do mundo: em todos eles há pontos estratégicos na rede aérea que, se atacados, gerariam um colapso.

A regra funciona também na sociedade, como mostrou o jornalista Malcolm Gladwell, da revista americana The New Yorker, no livro O Ponto de Desequilíbrio. Ele analisou a habilidade das pessoas de diferentes grupos sociais de criar relações pessoais e observou que cada grupo tinha algumas poucas pessoas com muitos amigos e conhecidos. Essas pessoas são os “centros de atividade”, também conhecidos como “conectores”.

Mas o que os cientistas não esperavam é que a natureza seguisse as mesmas leis das redes criadas pelos homens. “Conectores, que são nós com um número anomalamente grande de links, estão presentes em vários sistemas complexos, que vão da economia à célula”, diz Barabási em seu livro Linked (“Ligado”, inédito em português), publicado em 2003 nos Estados Unidos. O corpo humano, por exemplo, é dominado por esses centros de atividades. Possuímos algumas poucas moléculas que participam de muitas atividades. Nosso organismo é muito complicado e é claro que nem tudo dá certo nos processos químicos que nos mantêm vivos. Mas o corpo é capaz de absorver esses erros – uma célula compensa a falha de outra e você continua vivo. Agora, se algum maluco descobrisse como atacar as moléculas conectoras, que fazem parte dos centros de atividade do nosso corpo, adiós muchacho. O organismo entraria em colapso como MafiaBoy viu acontecer com a internet diante de seus olhos. Computador tem conserto fácil ou, na pior das hipóteses, pode ser substituído. Nosso corpo, não.

Como não somos computadores, estudar a interação entre cada um dos componentes das redes poderá nos trazer enormes benefícios no futuro. O caso da proteína p53 é exemplar. Ela é a responsável por garantir a ordem dentro das células do nosso corpo. Impede, por exemplo, que células se multipliquem descontroladamente, iniciando o processo que pode levar a um câncer. Cerca de 50% dos cânceres humanos têm relação com uma mutação no gene que fabrica a p53. Na célula, o desempenho quase não é afetado pela remoção acidental de uma proteína qualquer – assim como uma falha num site obscuro não traria conseqüências sérias à internet. Mas um ataque no lugar certo pode ser fatal. “A forma mais efetiva de destruir essa rede é atacar as proteínas mais conectadas. A p53 é uma delas e uma mutação nela vai interromper algumas funções básicas da célula”, dizem David Lane e Arthur Levine, os descobridores do gene.

A existência de poucos sites, moléculas e aeroportos que funcionam como centros de atividades colocou também dilemas éticos para os cientistas. Em 2001, o físico italiano Alessandro Vespignani e o espanhol Romualdo Pastor Satorras demonstraram que mesmo vírus pouco contagiosos podem se espalhar muito se a rede na qual estiverem tiver alguns centros de atividades. No mesmo ano, o sociólogo Fredrik Liljeros mostrou que a rede de relações sexuais funciona dentro desse padrão. Nela, alguns poucos têm centenas de parceiros sexuais, enquanto a maioria de nós transa só com uma ou outra pessoa, quando muito. No caso de uma doença sexualmente transmissível, são esses conectores os primeiros a serem infectados e também os responsáveis por espalhar a doença para muitas outras pessoas. Agora pense na aids. Não temos hoje remédio suficiente para tratar todos os HIV-positivos do mundo. Então o que é mais eficiente? Cuidar de mulheres grávidas ou tratar das pessoas com muitos parceiros sexuais? A resposta dura – a segunda opção é mais eficaz – foi provada matematicamente em dois artigos publicados em 2002, um por Zoltán Dezsó (aluno de doutorado de Barabási) e outro por Vespignani e Pastor Satorras. Eles mostraram que deveríamos tratar primeiro os promíscuos, pois isso derrubaria a carga de vírus deles e diminuiria a transmissibilidade, brecando a disseminação da aids.

MUNDO PEQUENO

Essas descobertas todas ocorreram na última década só porque surgiram computadores de mesa a preços acessíveis, capazes de fazer a montanha de cálculos necessários para se entender o que se passa dentro das redes. Antes disso até se sabia que as redes existiam, mas era impossível entendê-las, dada sua complexidade. O pontapé inicial na área foi dado há quase 250 anos pelo suíço Leonhard Euler, um dos maiores matemáticos da história. Em 1792, ele escreveu um artigo respondendo a uma pergunta que os moradores da cidade de Kaliningrado, na Rússia, faziam a si mesmos: é possível atravessar as sete pontes da cidade em uma caminhada sem passar por nenhuma delas mais de uma vez? A resposta é não, mas ela é menos importante que o modo como Euler chegou à sua conclusão. Ele substituiu os pedaços de terra, ligados pelas pontes, por pontos (sites) e ligou-os uns aos outros com linhas (links) que atravessavam as pontes. Estava inventado um novo campo da matemática, a teoria dos grafos, que serviu de base para a ciência das redes.

Há quase 50 anos, os matemáticos húngaros Paul Erdös e Alfréd Rényi revolucionaram a área ao propor que as redes se formam aleatoriamente, por acaso. Mas Erdös e Rényi não estavam interessados em parar epidemias ou entender fenômenos do mundo real. O negócio deles era a beleza da matemática. De lá para cá os cientistas desse campo foram percebendo que diversas redes seguem o fenômeno do “como o mundo é pequeno” – a frase que você diz quando encontra uma pessoa pela primeira vez e descobre que ela é amiga de um amigo seu.

A frase já havia instigado a imaginação do psicólogo americano Stanley Milgram, da Universidade de Yale, no estado americano de Connecticut, que decidiu fazer, em 1967, um experimento no qual tentava descobrir a quantos apertos de mão de distância estavam duas pessoas dentro dos Estados Unidos. O resultado foi 5,5 apertos. Como não existe meio aperto de mão, a teoria de Milgram postulou que cada pessoa está a seis graus de separação de qualquer outra – aliás, Seis Graus de Separação é o nome de uma peça sobre o tema inspirada por Milgram e depois transformada em filme com Will Smith no papel principal. Em outras palavras, Milgram afirmou que a imensa maioria dos habitantes dos Estados Unidos já apertou a mão de alguém que apertou a mão de alguém que apertou a mão de alguém que apertou a mão de alguém que apertou a mão de alguém que apertou a mão de qualquer outra pessoa, seja ela George W. Bush, Michael Jackson ou Pamela Anderson. O experimento de Milgram tinha muitas falhas e somente em 2003 o sociólogo americano Duncan Watts, da Universidade de Colúmbia, Nova York, ratificou os dados de Milgram em um experimento que reuniu mais de 60 mil pessoas.

No ano anterior, um trabalho de três professores da Business School da Universidade de Michigan, Estados Unidos, mostrou que o mundo corporativo era menor ainda. Eles pegaram os nomes dos diretores do conselho de administração das mil maiores companhias americanas e verificaram que 79% deles faziam parte de somente um conselho de administração, 14% de dois e 7% de três ou mais. E descobriram um que servia em dez conselhos, Vernon Jordan. Na época em que o estudo foi feito, o mestre do universo corporativo estava a somente três apertos de mão de quase todos os diretores dos outros conselhos. Watts, Barabási e outros decidiram testar se o mundo também era pequeno em redes como a da internet e a de Hollywood. Descobriram que um página da web está a somente 19 cliques de qualquer outra, ainda que uma esteja sediada no Butão e a outra em Honduras. Um ator de Hollywood está a três apertos de mão de qualquer um de seus colegas.

A explicação para o fenômeno é simples. Preferimos nos conectar a quem já é mais conectado. Páginas da web com mais links para elas têm chance maior de receberem ainda mais links, pois já são conhecidas. Atores de Hollywood que já participaram de vários filmes têm mais probabilidades de fazerem novos filmes. Hoje está provado que, independentemente de ser uma rede de computadores, moléculas ou pessoas, “a popularidade atrai”. As descobertas de Barabási, Watts e seus colegas sobre redes são parte de uma revolução que vai mudar nosso entendimento do mundo. Se o século 20 foi a era em que descobrimos, entendemos e usamos as propriedades individuais de coisas tão diferentes como moléculas, aviões e sites, o 21 será a hora de estudarmos como eles se relacionam. Quem sabe redescobriremos aquilo que o filósofo grego Aristóteles disse há mais de 2 mil anos: “O todo é maior que a soma das suas partes”.

Para saber mais

Na livraria:

O Ponto de Desequilíbrio, Malcolm Gladwell, Rocco, 2002

Linked – The New Science of Networks, Albert-László Barabási, Perseus Publishing, EUA, 2002

Six Degrees, Duncan Watts, W.W. Norton & Company, EUA, 2003

Na locadora:

Seis Graus de Separação, Dirigido por Fred Schepisi, Warner, EUA, 1993

Você quer saber mais?

http://super.abril.com.br/

http://supermundo.abril.com.br/busca/?qu=internet

http://supermundo.abril.com.br/busca/?qu=ci%EAncia

http://supermundo.abril.com.br/busca/?qu=site

http://supermundo.abril.com.br/busca/?qu=terrorismo

domingo, 9 de janeiro de 2011

Sadr conclama iraquianos a resistirem aos EUA e exige retirada.

Por Muhanad Mohammed e Khaled Farhan

NAJAF, Iraque (Reuters) - O clérigo muçulmano xiita Moqtada al-Sadr conclamou uma multidão de fiéis neste sábado a resistir aos ocupantes do Iraque e se opor aos Estados Unidos, mas não necessariamente por meio de armas.

Em seu primeiro discurso desde seu regresso ao país, na quarta-feira, após anos de um autoimposto exílio no Irã, o outrora agitador voltou a exibir suas credenciais antiamericanas, mas pediu a seus apoiadores que dêem uma chance ao novo governo iraquiano, comandado pelo primeiro-ministro Nuri al-Maliki.

"Nós ainda somos combatentes", afirmou Sadr, que comandou duas insurreições contra os Estados Unidos após a invasão de 2003, comandada pelos americanos. O clérigo também exigiu uma retirada anterior ao prazo dado pelos americanos, para o final deste ano.
Sadr, cuja milícia Exército Mehdi lutou contra os Estados Unidos e que foi responsabilizado por boa parte da violência sectária que atingiu o Iraque, pediu a seus seguidores que cantassem: "Não, não à América".

Ele classificou os Estados Unidos, Israel e a Grã-Bretanha como sendo "inimigos comuns" e exigiu que o governo iraquiano, no qual seu movimento terá um papel de destaque, honre o compromisso de pôr fim à ocupação americana ainda neste ano, como foi acordado.

O número de soldados americanos caiu para menos de 50 mil desde que os Estados Unidos limitaram o seu papel ao de auxiliar as autoridades iraquianas, no dia 31 de agosto.
Dezenas de milhares de pessoas em todo o Iraque ficaram horas do lado de fora da casa de Sadr, na cidade sagrada xiita de Najaf, carregando bandeiras iraquianas e retratos do clérigo de turbante negro, enquanto o saudavam de forma entusiasmada.

O retorno de Sadr sacudiu o Iraque, que se prepara para a plena retirada americana no final deste ano. O país quer usar sua vasta riqueza petrolífera no processo de reconstrução, após anos de guerra sectária e de décadas de estagnação econômica sob Saddam Hussein, no período que precedeu a invasão.

Alguns representantes da minoria islâmica sunita estão apreensivos quanto ao restabelecimento da milícia de Sadr, mas a maior parte dos iraquianos parece ter esperanças de que o retorno do clérigo nesse momento crítico possa solidificar a frágil estabilidade do Iraque, enquanto a violência cai, apesar de contínuos ataques por parte de insurgentes.

Sadr afirmou que os ocupantes devem ser resistidos "por todos os meios", mas acrescentou que armas deveriam ser usadas "somente por pessoas de armas", um comentário que pareceu um endosso à autoridade do Exército e da polícia e que pode aplacar temores do regresso do Exército Mehdi.

O clérigo, que teria deixado o Iraque em 2006 ou 2007, após ter sido emitido um mandato de prisão contra ele, disse a seus apoiadores que eles podem realizar atos de resistência ao se opor aos ocupadores "em seus corações".

Você quer saber mais?

http://br.reuters.com