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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Estudo reavalia indícios de sonda e diz que pode haver vida em Marte

Cientistas mexicanos fizeram um estudo que contesta conclusões sobre a falta de vida em Marte tiradas com base em coletas feitas no planeta por uma sonda da Nasa em 1976.

A noção de que o planeta vermelho seria estéril tinha sido reforçada após a missão da sonda Viking, que coletou e examinou amostras do solo de Marte, sem encontrar evidências da existência de moléculas ricas em carbono ou de vida no planeta.

Mas os cientistas da Universidade Nacional Autônoma do México, da Cidade do México, afirmam que as substâncias que poderiam comprovar a chance de que poderia haver vida no planeta tinham sido destruídas no local da coleta quando a sonda pousou no planeta.

Reavaliação

Os cientistas resolveram reavaliar a questão sobre presença de moléculas orgânicas ricas em carbono em Marte após o envio de outra sonda ao planeta, em 2008.

A sonda Phoenix Mars Lander registrou a presença da substância química perclorato, que contém cloro, na região "ártica" do planeta.

Por causa dessa descoberta, os cientistas resolveram fazer uma experiência para reproduzir as condições do pouso da sonda Viking em Marte com o conhecimento de que haveria perclorato no solo.

A equipe de cientistas foi ao deserto de Atacama, no Chile, onde as circunstâncias seriam similares às de Marte.

Após adicionar perclorato ao solo e aquecê-lo, os cientistas descobriram que os gases produzidos eram dióxido de carbono e traços de clorometano e diclorometano - os mesmos gases liberados por reações químicas após as sondas Viking terem aquecido o solo de Marte mais de três décadas atrás.

Eles também descobriram que as reações químicas destruíram todos os componentes orgânicos no solo.

"Nossos resultados indicam que não apenas (substâncias) orgânicas, mas também perclorato, podem ter estado presentes no solo nos dois locais onde as (sondas) Viking pousaram", diz o autor principal do estudo, Rafael Navarro-González.

Cedo para comemorar

Apesar de animados pela descoberta, os pesquisadores afirmam que é muito cedo para concluir que tenha existido vida em Marte.

"Isso nada diz em relação à questão da existência ou não de vida em Marte, mas pode fazer uma grande diferença em como procuramos evidências para responder a essa pergunta", diz Chris McKay, do Ames Research Center da Nasa, na Califórnia.

McKay explicou que substâncias orgânicas podem vir de fontes biológicas ou não biológicas - muitos meteoritos que caíram na Terra possuem matéria orgânica.

O perclorato, um íon de cloro e oxigênio, pode ter estado presente em Marte por bilhões de anos e ter se manifestado apenas quando aquecido, destruindo todas as substâncias orgânicas presentes no solo.

Quando cientistas examinaram originalmente as informações das sondas Viking, eles interpretaram os compostos orgânicos que continham cloro como contaminantes dos fluidos de limpeza levados na nave.

Ainda não está claro se as moléculas orgânicas são naturais de Marte ou se chegaram ao planeta por meio de meteoritos.

Descobrir isto é um dos objetivos das próximas missões para Marte. A Nasa planeja dar início em 2011 à sua missão Mars Science Laboratory (MSL), com o veículo espacial Curiosity projetado para procurar material orgânico no planeta.

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Estudo liga uso de maconha a câncer de testículo

Jovem usuário de maconha

O uso frequente ou em longo prazo de maconha pode dobrar os riscos de um usuário desenvolver câncer de testículo, segundo um estudo do Fred Hutchinson Cancer Research Center, nos Estados Unidos.

O estudo, publicado na revista especializada Cancer, entrevistou 369 pacientes de câncer de testículo e concluiu que o uso frequente da droga dobrava o risco de desenvolver a doença em comparação com os homens que nunca fumaram maconha.

Os resultados sugerem ainda que a maconha pode estar associada à forma mais agressiva deste câncer.

Esse é o primeiro estudo a analisar, especificamente, a relação entre o uso de maconha e câncer de testículo.

Tipo raro

O câncer de testículo corresponde a 5% dos casos de tumores malignos entre os homens, segundo o Instituto Nacional do Câncer, e afeta entre 3 a 5 indivíduos a cada 100 mil.

Ele é mais comum entre homens com idades entre 15 e 50 anos e tem alto índice de cura, principalmente se for diagnosticado no estágio inicial.

A incidência na Europa e na América do Norte é bem mais alta do que em outras regiões do mundo, e vêm aumentando sem nenhuma razão aparente.

Os fatores conhecidos da doença incluem ferimentos nos testículos, histórico familiar, ou a criptorquidia (testículo que não desce para a bolsa escrotal durante a infância).

No estudo, foram entrevistados 369 homens, com idade entre 18 e 44 anos, que haviam sido diagnosticados com câncer de testículo. Eles responderam perguntas sobre seus hábitos de fumar maconha.

Suas respostas foram comparadas às de cerca mil homens, aparentemente saudáveis.

Mesmo depois de ajustar os números levando em consideração outros fatores, o uso da maconha permaneceu como um claro fator de risco para o câncer de testículo.

O estudo indicou que fumar maconha aumenta em 70% o risco e que fumar maconha com frequência ou fumar desde a adolescência aumenta o risco em 100% em comparação com os que nunca fumaram.

Também foi encontrada uma relação do uso da droga com o não-seminoma, um tipo mais agressivo de câncer testicular, que corresponde a cerca de 40% dos casos e tende a atingir os mais jovens.

Puberdade

Segundo Janet Daling, uma das autoras do estudo, na puberdade os homens estariam mais vulneráveis a fatores ambientais, como a ação de substâncias químicas encontradas na maconha, por exemplo.

"Isso é consistente com a conclusão do estudo de maior risco do tipo de câncer testicular não-seminoma estar particularmente associado ao uso de maconha antes dos 18 anos", disse ela.

Segundo Stephen Schwartz, que também participou do estudo, "o que os jovens devem saber é que, primeiro, sabemos pouco sobre as consequências do uso da maconha para a saúde a longo prazo, especialmente, do uso frequente, e segundo, nosso estudo traz alguma evidência de que o câncer de testículo pode ser uma dessas consequências".

O próximo passo, diz ele, seria estudar mais a fundo as células nos testículos para verificar se alguma delas têm receptores para as substâncias encontradas na maconha.

Segundo Henry Scowcroft do instituto Cancer Research UK, para que seja alcançada qualquer conclusão firme sobre a relação entre causa e efeito nos casos de câncer de testículo é preciso um estudo envolvendo um número muito maior de pacientes.

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Sonda descobre depósitos de gelo no polo norte da Lua

A sonda lunar indiana Chadrayaan-1, equipada com um radar americano, identificou depósitos de gelo em mais de 40 crateras no polo norte da lua, informou a Nasa durante uma conferência de ciência planetária no Texas, Estados Unidos.

Outros compostos, como hidrocarbonetos, estão misturados ao gelo lunar, segundo os resultados de uma missão da Nasa ao satélite chamada LCROSS.

As crateras contendo gelo têm diâmetro entre 2 km e 15 km, mas a quantidade de gelo em cada uma delas varia.

A Nasa, no entanto, afirma que as camadas de gelo devem ter pelo menos dois metros de espessura para terem sido identificadas pelo radar Mini-Sar, da agência americana, a bordo da sonda indiana.

O cientista Paul Spudis, do Instituto Lunar e Planetário de Houston, estimou que haja pelo menos 600 milhões de toneladas de gelo nessas crateras.

Na sombra

Em comum, as crateras têm grandes áreas onde a luz do sol nunca chega. Em algumas delas, a temperatura pode chegar a 25 Kelvin (248ºC negativos) – mais frio do que a superfície de Plutão – permitindo que o gelo permaneça estável.

“Na sua maioria, é puro gelo”, disse Spudis, que “pode estar sob alguns centímetros de regolito (camada de material solto que cobrem a superfície) lunar seco”.

Esta camada protetora de solo poderia evitar que blocos de puro gelo evaporassem, mesmo em áreas expostas à luz do sol, explicou ele.

Em fevereiro, o presidente americano Barack Obama cancelou o programa criado para levar os americanos de volta à Lua até 2020.

Mas, segundo Spudis, “agora podemos dizer com alguma confiança que uma presença humana sustentável na Lua é possível. É possível usando os recursos que encontramos lá”.

“Os resultados dessas missões, que vimos nos últimos meses, estão revolucionando totalmente nossa visão da Lua.”

Sondas não tripuladas

A Chandrayaan-1 foi a primeira contribuição da Índia para a frota de sondas não tripuladas lançadas à Lua nos últimos anos. O Japão, a Europa, a China e os Estados Unidos também enviaram missões com equipamentos para explorar o satélite em detalhes sem precedentes.

Os cientistas também descobriram que o gelo encontrado na Lua tem procedências e características variadas.

Um dos meios mais importantes de formação de água na Lua é pela interação com o vento solar, o fluxo de partículas que se move rápida e constantemente para fora do Sol.

A radiação espacial detona uma reação química na qual átomos de oxigênio já encontrados no solo adquirem núcleos de hidrogênio, formando moléculas de água e a molécula mais simples de hidrogênio e oxigênio (HO). Esta água “adsorvida” pode estar presente em finas camadas cobrindo o solo lunar.

A missão da LCROSS ainda identificou a presença, no solo lunar, de hidrocarbonetos, como etilenos.

Segundo o cientista chefe da missão, Anthony Colaprete, do Centro de Pesquisas Ames, da Nasa, os hidrocarbonetos podem ter chegado à superfície lunar trazido por cometas e asteroides – outra fonte vital de água lunar.

Mas, ele acrescentou, algumas dessas formações poderiam ter surgido através de reações químicas entre grãos de poeira inter-estelar acumulados na Lua.

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Lua de Saturno tem condições para vida, diz estudo.

Em dois estudos publicados na revista científica Nature discutem hipóteses sobre a existência de um oceano de água salgada – em outras palavras, condições para o desenvolvimento de vida – nas profundezas subterrâneas de Enceladus, uma das luas de Saturno.

Os dois estudos, que chegam a conclusões discrepantes, analisaram amostras de uma coluna de gases, vapor de água e minúsculas partículas de gelo que emana violentamente da superfície do corpo celeste. Os cientistas tentam encontrar explicações para as observações divergentes.

No primeiro estudo, os pesquisadores Nikolai Brilliantov, da Universidade de Leicester, na Grã-Bretanha, e Juergen Schmidt, da Universidade de Potsdam, na Alemanha, defendem a teoria de que a coluna expelida da superfície de Enceladus é alimentada por um oceano salgado subterrâneo.

A hipótese de um oceano subterrâneo já vinha sendo investigada pelos cientistas. Agora, ao analisar o material recolhido em 2005 pela sonda Cassini, eles dizem ter detectado sais de sódio entre as partículas de gelo lançadas a centenas de quilômetros no espaço.

Para Brilliantov e Schmidt, este fato corrobora as teorias atuais de que, sempre que uma lua tiver um oceano subterrâneo profundo em contato com a superfície rochosa por muitos milhões de anos, este oceano será salgado.

Vida fora da Terra

De acordo com o estudo, os resultados indicam que a concentração de cloreto de sódio neste corpo de água pode ser tão alta quanto nos oceanos terrestres.

“A Enceladus é um dos lugares com maiores chances de se encontrar vida no Sistema Solar fora da Terra”, disse à BBC o cientista John Spencer, da missão espacial Cassini.

“Estão presentes os três principais ingredientes necessários à vida – os elementos químicos básicos, os blocos básicos, uma fonte de energia, e agora achamos que existe água também. Todos os elementos estão aí. Se isto é suficiente para gerar vida ainda não sabemos, mas estamos muito interessados em saber mais.”

Enceladus está localizada no anel mais distante de Saturno, “E”. Além da Terra, de Marte e da lua de Júpiter Europa, é um dos poucos lugares nos quais astrônomos dizem ter evidências diretas da existência de água.

Entretanto, um segundo estudo publicado na edição desta quinta-feira da Nature diz não ter encontrado evidências de sódio nas partículas emanadas da coluna de vapor – o que não confirmaria a hipótese de “gêiseres” alimentados por um oceano subterrâneo.

Discrepâncias

O professor Nicholas Schneider, do Laboratório para Física Atmosférica e Espacial da Universidade de Colorado, nos EUA, disse que a diferença nos resultados pode ser explicada pela existência de cavernas profundas nas quais a água evapora lentamente.

“Só se a evaporação fosse mais explosiva, ela conteria mais sais”, afirmou Schneider.

Se for correta a hipótese das cavernas, ele raciocinou, o vapor só seria expelido violentamente no vácuo do espaço ao vazar por rachaduras na superfície gelada de Enceladus conhecidas como “listras de tigres”.

“A idéia da evaporação de um oceano profundo e cavernoso não é tão dramática quanto a que imaginamos antes, mas é possível tendo em vista os resultados até o momento”, disse o pesquisador.

Mas ele advertiu que as evidências podem também significar eventos distintos. “Pode ser gelo aquecido virando vapor no espaço. Poderia até haver locais onde a crosta fricciona em si mesma e este atrito cria água líquida que então evapora no espaço”, prosseguiu.

“Estas são hipóteses que não podemos verificar com os resultados obtidos até agora.”

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Nova espécie de lêmure descoberta em Madagascar, dizem cientistas.

Uma nova espécie de lêmure foi descoberta nas florestas de Madagascar, segundo um grupo de cientistas americanos.

Os zoólogos ainda aguardam resultados de exames genéticos de amostras de sangue retiradas do animal para saber se trata realmente de uma nova espécie.

No entanto, o especialista em primatas e presidente da organização Conservation International, Russ Mittermeier, diz já ter certeza de que esta é uma nova espécie.

Ele viu o lêmure pela primeira vez em 1995, mas confirmou sua existência apenas em 2010, ao filmar um documentário para a BBC Decade of Discovery.

Foi durante as filmagens que Mittermeier e seus colegas conseguiram capturar um dos lêmures e retirar as amostras de sangue. Após a coleta, o animal foi devolvido à floresta.

Os lêmures que possuem um desenho em forma de forquilha, como um "Y", na cabeça e lombo pertencem a um grupo de espécies - ou gênero - conhecido como Phaner, com quatro espécies diferentes.

Se for confirmado que o animal encontrado em Madagascar pertence a uma nova espécie, o grupo passará a ter cinco espécies diferentes.

Chamado

Mittermeier avistou pela primeira vez o animal, que tem o tamanho de um esquilo, em uma área protegida, no nordeste de Madagascar, conhecida como Daraina.

O especialista procurava uma outra espécie de lêmure - a Propithecus tattersali, que é muito maior, e é caracterizada por um desenho em forma de forquilha de coloração dourada - identificada em 1988.

"Naquela época, fiquei surpreso ao ver um lêmure forquilha-coroado ali, uma vez que não havia registros desse animal na região", ele comentou.

© Conservation International / photo by Russell A. Mittermeier

A cor do pêlo do lêmure é uma das características que o diferencia de outros animais do mesmo gênero

"Percebi imediatamente que era provável que fosse uma nova espécie, mas não tive tempo de investigar na ocasião."

Então, em outubro deste ano, o especialista liderou uma expedição – da qual participaram um geneticista e uma equipe de filmagem - que seguiu para a região em busca do animal.

A equipe iniciou a busca logo após o pôr do sol, período em que os animais tendem a emitir mais sons.

Após ouvir um desses sons, a equipe seguiu os gritos de um lêmure pela floresta até conseguir avistá-lo, à luz das lanternas, no topo de uma árvore.

Depois de fazê-lo dormir com um dardo carregado com tranquilizantes, um dos membros da equipe subiu na árvore e trouxe o animal para o solo.

A forma do desenho no pelo do animal, o tamanho de seus membros e a língua comprida, que suga o néctar das flores, eram característicos dos lêmures do gênero Phaner.

No entanto, o animal tinha um padrão de cores um pouco diferente, além de um hábito de mexer a cabeça que não havia sido observado em outros lêmures forquilha-coroados.

Uma estrutura estranha sob a língua também o distinguiu de outros parentes próximos, segundo os especialistas.

"A genética vai contar a história verdadeira", disse Mittermeier.

Se for confirmado que se trata de uma nova espécie, a equipe gostaria que o animal recebesse o nome científico de Fanamby - nome da organização conservacionista que vem trabalhando para proteger a floresta de Daraina.

"Esta é mais uma impressionante descoberta na ilha de Madagascar, área prioritária em termos de biodiversidade e um dos lugares mais incríveis do nosso planeta", disse Mittermeier.

"É particularmente notável que continuemos a encontrar novas espécies de lêmures e muitas outras plantas e animais nesse país fortemente impactado (pela ação do homem), que já perdeu 90% ou mais de sua vegetação original".

Segundo os especialistas, como a área é pequena, há grande probabilidade de que a espécie esteja ameaçada de extinção.

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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Tratado de Madrid foi assinado entre Portugal e Espanha para renovar o já ineficiente Tratado de Tordesilhas, em 1750.

Portugal e Espanha foram os dois primeiros países do continente europeu a se lançarem nas grandes navegações. Cada país escolheu sua rota no intuito de atingir as Índias Orientais, o primeiro, ao longo de um processo muito mais duradouro, realizou uma navegação contornando o continente africano, já o segundo imaginou chegar no Oriente indo pelo Ocidente, apostando na esfericidade terrestre. Na viagem espanhola promovida por Cristovam Colombo, depararam-se com o continente americano e acreditaram estar no Oriente. Mas logo avaliou-se que haviam desembarcado em terras desconhecidas a Oeste da Europa.

Espanha e Portugal se tornaram assim as grandes potências marítimas do mundo no século XVI, conquistando vários territórios fora do continente europeu. Por este motivo, chegou-se a um acordo que determinaria a posição hegemônica de ambos os países. Ficou estabelecido o Tratado de Tordesilhas, garantindo as terras descobertas no mundo de propriedade de Espanha e Portugal com base em uma linha imaginária que passaria a 300 léguas da ilha de Cabo Verde. Desta forma, as terras novas a Oeste seriam de propriedade da Espanha e as terras a Leste seriam de propriedade de Portugal. Foi este acordo que selou a propriedade de parte das terras do que viria a ser o Brasil para Portugal.

Com o avançar da colonização portuguesa e espanhola nas terras americanas, a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas passou a ser desrespeitada. A atividade dos bandeirantes e a criação de gado no Brasil começaram a se expandir para o Oeste, superando a linha de divisão de terras. Em conseqüência, teve início uma série de conflitos políticos entre Portugal e Espanha.

Para resolver os problemas baseados na transgressão de um acordo assinado em 1494, portugueses e espanhóis negociaram para modernizar as obrigações das partes. As negociações basearam-se no chamado Mapa das Cortes que levava em consideração a utilização dos rios e montanhas para determinar os novos limites. Em 1750, quando houve o novo acordo, as atividades e as realidades das colônias já tinham evoluído e não comportavam mais no antigo tratado. No dia 13 de janeiro de 1750, Dom João V, rei de Portugal, e Dom Fernando VI, rei da Espanha, se reuniram na cidade espanhola de Madrid para acertar os novos limites entre as respectivas colônias na América. O novo compromisso ficou então estabelecido com o nome de Tratado de Madrid.

A assinatura do Tratado de Madrid encerrou os conflitos entre os dois países e trouxe ainda outras conseqüências. No caso brasileiro, ficou estabelecida aproximadamente a fronteira que existe atualmente. Além disso, provocou o aumento do poderio militar português no Sul, a posse da Amazônia passou a Portugal e gerou a transferência da capital do Vice-Reino português no Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro.

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http://www.historiabrasileira.com/