PESQUISE AQUI!

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

“A condição humana” de Hannah Arendt


 Ao começar sua obra, “A condição humana”, Hannah Arendt alerta: condição humana não é a mesma coisa que natureza humana. A condição humana diz respeito às formas de vida que o homem impõe a si mesmo para sobreviver. São condições que tendem a suprir a existência do homem. As condições variam de acordo com o lugar e o momento histórico do qual o homem é parte. Nesse sentido todos os homens são condicionados, até mesmo aqueles que condicionam o comportamento de outros tornam-se condicionados pelo próprio movimento de condicionar. Sendo assim, somos condicionados por duas maneiras:

Pelos nossos próprios atos, aquilo que pensamos, nossos sentimentos, em suma os aspectos internos do condicionamento.

Pelo contexto histórico que vivemos, a cultura, os amigos, a família; são os elementos externos do condicionamento.

Hannah Arendt organiza, sistematiza, a condição humana em três aspectos:

Labor
Trabalho
Ação

O “labor” é processo biológico necessário para a sobrevivência do indivíduo e da espécie humana. O “trabalho” é atividade de transformar coisas naturais em coisas artificias, por exemplo, retiramos madeira da árvore para construir casas, camas, armários, objetos em geral. É pertinente dizer,- ainda que sedo-, para a autora, o trabalho não é intrínseco, constitutivo, da espécie humana, em outras palavras, o trabalho não é a essência do homem. O trabalho é uma atividade que o homem impôs à sua própria espécie, ou seja, é  o resultado de um processo cultural. O trabalho não é ontológico como imaginado por Marx. Por último a “ação”. A ação é a necessidade do homem em viver entre  seus semelhantes, sua natureza é eminentemente social. O homem quando nasce precisa de cuidados, precisa aprender e apreender, para sobreviver. Qualquer criança recém nascida abandonada no mato morrerá em questão de horas. Por isso dizemos que assim como outros animais o homem é um animal doméstico, porque precisa aprender e apreender para sobreviver. A mesma coisa não acontece com aqueles animais que ao nascer já conseguem sobreviver por conta própria, sem ajuda. A qualidade da ação supõe seu caráter social ou como escreve Hannah, sua pluralidade.

Tanto ação, labor e trabalho estão relacionados com o conceito de “Vita Activa”. Para os antigos, a “Vita Activa” é ocupação, inquietude, desassossego. O homem, no sentido dado pelos gregos antigos, só é capaz de tornar-se homem quando se distancia da “vida activa” e se aproxima da vida reflexiva, contemplativa. É justamente nessa visão de mundo grega que os escravos não são considerados homens. O escravo ao ocupar a maior parte de seu tempo em tarefas que visam somente à sobrevivência de si e de outros, é destituído do conceito grego de homem, mas por outro lado ele não deixa de ser humano. Portanto, dentro dessa lógica só é homem aquele que tem tempo para pensar, refletir, contemplar. Nietzsche afirma em seu “Humano, desmasiado humano”que, aquele que não reserva, pelo menos, ¾ do dia para si é um escravo. A base disso encontramos em  Sócrates: se é apenas para comer, dormir, fazer sexo, que o homem existe, então, ele não é homem, é um animal. Pois assim era visto o escravo: um animal. Um animal necessário para à formação de “homens”. É muito importante salientar que a escravidão da Grécia antiga é bem diferente da escravidão dos tempos modernos. Pois, na era moderna a escravidão é um meio de baratear a mão-de-obra, e assim, conseguir maior lucro. Na antiguidade a escravidão é um meio de permitir que alguns, por exemplos,  os filósofos, tivessem o controle do corpo, das necessidades biológicas; a temperança. Para os gregos, a escravidão, do ponto de vista de quem se beneficia dela, - os próprios filósofos da época - salva o homem de sua própria animalidade, e não lhe prende às tarefas pragmáticas. A dignidade humana só é conquistada através da vida contemplativa, reflexiva: uma vida sem compromisso com fins pragmáticos.

A religião cristã toma emprestado a concepção de mundo grega, e vulgariza a dignidade humana. Agora qualquer indivíduo pode, e deve viver, uma vida contemplativa. Enquanto na Grécia antiga a vida contemplativa era destinada aos filósofos, no cristianismo ela é destinada a todos. Essa é única forma que o cristianismo encontra para convencer os homens a rezar.

Hannah Arendt identifica três forma dicotômicas de trabalho:

improdutivo e produtivo
qualificado e não qualificado
intelectual e manual.

Como a intenção da autora é mostrar a fraqueza do pensamento de Karl Marx, ela diz que o conceito de trabalho usado por Marx, é  um conceito comum de sua época: trabalho é trabalho produtivo. Segundo a autora esse conceito de trabalho produtivo, isto é, trabalho que produz objetos, matéria; eclodiu das mãos dos fisiocratas. A escolha de Marx pelo uso do termo trabalho como trabalho que produz, que gera, que cria, estava em moda na época.

Com o avanço do processo de industrialização haveria de designar algum nome para todo aquele trabalho que não estava ligado ao trabalho industrial, daí nasceu o trabalho intelectual em contraposição ao trabalho manual. Tanto um como outro, faz uso das mãos, quando colocados em prática. O intelectual precisa das mãos para escrever seu pensamento. Nesse sentido o trabalho intelectual também é trabalho manual. É dessa forma que o trabalho intelectual é integrado dentro do conceito “trabalho” da revolução industrial. A ideologia que atravessa os tempos modernos é a seguinte: Qualquer coisa que se faça tem que ser necessariamente produtivo, tudo deve ser transformado em mercadoria, ou seja, o valor de troca tem a última palavra.

Qual é o caráter objetivo implícito do conceito “força de trabalho” em Marx? Compreende que todos tem a mesma força de trabalho, até mesmo aqueles que são fisicamente mais fracos. Assim, Marx consegue formar o conceito de “valor de troca”, tempo de trabalho necessário dispendido para produzir um objeto. Necessário para quem? Para todos. Se o tempo médio da produção de um sapato é 6 horas, todos os trabalhadores devem se adequar. Marx não explica como ele consegue calcular o tempo médio abstrato, o tempo social? Portanto, ele, pressupõe que todos devem ter a mesma força de trabalho, e desconsidera as diferenças subjetivas. É obvio que uma criança não tem a mesma força de trabalho de um adulto, nem o deficiente físico terá a mesma força, sem falar nas diferenças mais minuciosas. Em suma, Marx pensava que todos devem ter a capacidade de produzir um mesmo objeto num tanto “x” de horas. E é isso que será exigido pelos proprietários dos meios de produção.

A força de trabalho é aquilo que o homem possui por natureza, só cessa com a morte. Diferente do produto, a força de trabalho não acaba quando o produto termina de ser produzido. Portanto, a força de trabalho é aquilo que Hannah Arendt entende por “labor”. “O labor não deixa atrás de si vestígio permanente”. ( 101, Arendt).

Arendt dá alguns exemplos que nos pode ajudar entender o conceito de labor. Qual é a diferença entre um pão e uma mesa? A mesa pode durar anos e o pão dura, como muito, dois dias. O trabalho é força gasta para produzir a mesa. O labor é a força dispendida para produzir o pão. Mesa: objeto material produzido para o uso cotidiano e ocupa lugar no espaço. Pão: elemento material produzido para à sobrevivência de seres vivos e não ocupa lugar no espaço, visto que durante a digestão o pão é transformado em energia do corpo.

“O que os bens de consumo são para a vida humana, os objetos de uso são para o mundo do homem”.(Arendt) O bem de consumo é o pão e o objeto de uso é a mesa. O primeiro permite a vida; o segundo é necessário aos relacionamentos humanos. Em suma, o homem se torna dependente daquilo que que produz. E para a autora, torna-se dependente é torna-se condicionado. Daí encontramos a justificativa do nome do livro: “A condição humana”. Quais são as condições que o homem se impõe e se submete para permanecer em sociedade, para viver em coletividade? Se fossemos analisar essa questão mais pormenorizadamente teríamos necessariamente de falar sobre auto-repressão do prazer, aquilo que  Freud chama de controle do superego sobre o id. Mas não podemos esquecer que o nosso fim neste trabalho é perscrutar alguns aspectos e vertentes que o trabalho tem na obra da escritora alemã.

Sendo assim, como entender uma realidade que tem como pedra de toque o que chamamos  trabalho? Para que o mundo dê curso à vida é preciso transformar o abstrato em matéria, o impalpável no papável. Isso é uma necessidade humana. Sociedades ocidentais e não-ocidentais( tribais) realizam esse processo de maneiras diferentes. Na primeira, existe o valor de troca, na segunda, não há valor de troca. A palavra trabalho é um termo, conceito, ocidental que é constitutivo do capitalismo, das sociedades ocidentalizadas. E este conceito não pode ser aplicado nas sociedades não ocidentalizadas, onde o capitalismo não existe. Portanto, não faz sentido dizer que os índios trabalham. Eles não trabalham, apenas realizam atividades.

Estamos num ponto delicado do nosso trabalho. Um ponto que é ignorado por grande parte de estudiosos das ciências. A afirmação: os índios não trabalham, não quer dizer que eles são preguiçosos, quer dizer que eles não produzem valor de troca, portanto, não realizam trabalho. Quando Marx pensa que o trabalho pode ser constitutivo do homem, ele não está usando como pressuposto o conceito valor de troca. E, é importante entender isso, porque esse foi o lugar onde ele foi mais mal interpretado. Peço que esqueçam do conceito valor de troca por um momento. Vamos imaginar aquela velha estória do homem que se encontra isolado, sozinho numa ilha. Ele quer encontrar alguma forma para sair da ilha. E para isso ele deverá construir um barco,  irá trabalhar. Antes de construir o barco o homem tem a idéia do que seja um barco, isto é, ele já viu um barco pelo contato direto. Ao ver um barco pela primeira vez, ele forma o conceito de barco. Então, imagina um barco, cria a imagem na mente, para depois construí-lo. A construção do barco dependente necessariamente do conceito  barco. Esse exercício de imaginar e depois construir é próprio do ser humano, e, é nesse sentido que Marx diz que o homem é o único animal que trabalha. O homem imagina e depois faz. Se acrescentamos o valor de troca, temos o trabalho capitalista. O trabalhador da fábrica sabe de antemão qual objeto irá produzir, sabe para que será usado. Todo objeto antes de ser construído tem sua finalidade, sua utilidade.

Nesse aspecto entre o meio(recurso usado para obter um fim) e o fim, temos a distinção entre objeto e instrumento. O instrumento é usado para produzir o objeto, por exemplo, o alicate é usado na produção de automóveis. Uma vez acabada a produção do automóvel, este serve como meio de transporte. A princípio temos o automóvel como fim, e num segundo momento temos o automóvel como meio. Ele é um fim em relação ao alicate, e depois, é um meio em relação ao homem. Se em relação ao alicate temos um objeto, em relação ao homem temos um instrumento. É nesse sentido que Arendt fala que existe um processo circular entre meio e fim, instrumento e objeto; em que todo fim se torna meio e todo meio se torna fim. Assim nos explica Hannah Arendt: “Num mundo estritamente utilitário, todos os fins tendem a ser de curta duração e a transformar-se em meios para outros fins.”(Arendt, 167).

A Existência de Deus para Descartes


Uma das tarefas da metafísica do século XVII era justamente provar a existência de Deus, para algumas pessoas Deus resume-se em Fé, para outras á natureza é deus, para Nietzsche tudo é deus, eu sou deus, você é deus e etc, então temos nessa primeira passagem varias concepções de Deus, mas realmente o que é Deus, ele existe, é um ser perfeito?

Para as três perguntas existe uma resposta que a razão pode responder, primeira; se pensamos ele existe, segundo; Deus pode ser tudo aquilo que nos acreditamos, podemos dizer á fé é Deus. Mas o que realmente é o objeto de estudo de para Descartes é se tal é perfeito, de algum lugar ele tem que ter vindo, pois nada ninguém e absolutamente nada surge do nada afirmava Descartes, pois o nada não pode nem tem condições de ser criador de um ser perfeito, o nada só cria imperfeições, é justamente a perfeição e a imperfeição pontos chaves para a prova de descartes. Uma passagem no livro discurso do método descartes diz: “se Deus é perfeito ele existe, como pode um ser perfeito inexistir, seria contraditório, logo á prova que Deus existe é que pelo simples fato de acreditarmos que é um ser perfeito tal existe”.

Metafísica: ''O não-ser, e o Ser''


Vivemos em um mundo sensível e inteligível, o metafísico está no mundo sensível, nas mudanças, aparências, no que não ocupa tempo, espaço. O inteligível é diferente, é um princípio onde as “coisas concretas” a permanência, a verdade do conhecimento pelo intelecto. Logo o mundo sensível é o mundo do “não-ser”, esse mundo e tudo que não e provado cientificamente pelo homem, existe a teoria mais nunca se conseguiu chegar a uma verdade concreta. Como por exemplo, Fé é metafísico, a alma, a criação do mundo, ou as duvidas filosóficas de onde viemos, Para onde vamos? Tudo isso envolve a metafísica é realmente o “não-ser”, o não ser é os fundamentos que não encontramos as respostas necessárias.

Deus é um ser metafísico, não conseguimos entender, ver, tocar, ouvir, mais acreditamos em tal, pois a Fé nos faz acreditar, logo a Fé também é metafísico, é o “não-ser” da alma humana. Todas as perguntas que não tem uma resposta científica envolvem o “não-ser”, e automaticamente o “Ser”, o “ser” está no mundo inteligível é algo provado, concreto é o verdadeiro, logo essa verdade é tudo aquilo que posso provar de maneira cientifica e racional. Quando entramos no âmbito do “Ser” significa a realidade externa que o homem abita, como afirma Hume, logo a metafísica estuda a realidade externa que envolve o “Ser”. Quando vem a tona o “ser” pensamos logo no “HOMEM”, Aristóteles afirmava que a metafísica como estudo a filosofia primeira e o estudo do “ser enquanto ser”, nesse ponto surge à ontologia quando Aristóteles começa a estudar o “ser” em sua essência, mais estudar o “ser” não é metafísico, metafísico é estudar as realidades necessárias e universais. A ontologia como uma metafísica aprofundada do estudo do “ser” residente no mundo inteligível, logo o “ser” é o mundo das essências como explicava também Platão, o fato é que não foi à metafísica que evoluiu pra ontologia, a ontologia é um objeto de estudo da metafísica, no momento que a metafísica acabaria, surge à ontologia estudada por Kant. Para Parmênides “o não-ser” é o inferior do “ser”, “o não-ser” é o nada, mais para Platão o “não-ser”, não é o puro nada é apenas a diferença do “se”.

“A metafísica moderna”: Principais Acontecimentos.

Um período da metafísica onde se encontra a incompatibilidade entre a Fé e a Razão, período em que nota-se que ambas tem a necessidade de seu campo próprio de conhecimento e atuação. A Fé como o “não-ser” o interior do homem e a razão como o “ser”, o intelecto, a verdade. Uma época marcada sobre o reconhecimento da substancia como um “ser”, logo essa substancia é a alma, o corpo e Deus com ser infinito. A causa como responsável pela matéria, os filósofos modernos afirmavam que a causa é tudo aquilo que tem e produz um efeito.

“Crise da metafísica.”

Um período onde as teorias que existiam sobre o “ser” não eram consideradas verdadeiras como afirma Hume, e tal considerou que as teorias dos princípios racionais, o principio da identidade, não-contradição, razão suficiente ou da causalidade estavam totalmente equivocados, a metafísica passou por uma crise de identidade, pois para Hume a metafísica era praticamente impossível, logo todas as teorias eram erradas segundo Hume, ele estava prevendo o fim da metafísica.

 “Fim da Metafísica.”

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O aquecimento global é uma religião


O aquecimento global causado pelo homem é, para muitos, uma religião cujo deus a ser adorado é a Terra.  A característica essencial de qualquer religião é que suas declarações devem todas ser aceitas por uma questão de fé, e não pela apresentação de provas concretas.  Questionar tais declarações transforma qualquer um em pecador.

Ninguém nega que a temperatura da Terra se altera.  Milhões de anos atrás, grande parte do nosso planeta estava coberta de gelo - em alguns lugares com camadas de mais de 1,5 km de espessura -, um período que alguns cientistas chamam de "Terra bola de neve".  Como hoje a Terra não está mais coberta por essa camada de 1,5 km de gelo, então é seguro concluir que deve ter havido um pouco de aquecimento global.  Eu não sei a causa desse aquecimento, mas seria capaz de apostar toda a minha riqueza que esse aquecimento não foi causado por usinas termelétricas a carvão, lâmpadas incandescentes e automóveis andando incessantemente pelas rodovias.

A mera ideia de que a humanidade tem o poder de causar significativas mudanças paramétricas na Terra representa o ápice da arrogância.  Que tal algumas outras perguntas, já que a temperatura é apenas uma das características da Terra.  Por exemplo, peguemos a órbita da Terra.  Se todos nós, 6,5 bilhões de seres humanos que habitamos a Terra, começássemos ritmicamente a pular ao mesmo tempo e durante um longo período, você acha que conseguiríamos alterar a órbita ou a rotação da Terra?  Seguindo o mesmo raciocínio, você acha que a humanidade seria capaz de conseguir alterar a direção e a periodicidade das marés?  Existe alguma coisa que a humanidade possa fazer para provocar ou impedir um tsunami ou furacão?

Certamente você me diria, "Willians, é uma estupidez sugerir que a humanidade pode alterar a órbita ou a rotação da Terra, as marés, ou mesmo provocar ou impedir tsunamis ou furacões!".  E você estaria certo, é claro.  Da mesma maneira, é absurdo crer que as atividades da humanidade são capazes de provocar mudanças globalizadas na temperatura da Terra.

Todavia, existem muitos interesses em jogo, o que torna urgentemente necessário fazer as pessoas aceitarem e endossarem a religião do aquecimento global.  Existe tanta coisa em jogo que alguns cientistas, utilizando gordas subvenções governamentais, estão fraudulentamente manipulando dados climáticos e praticando abertamente atividades criminosas, como revelado no recente escândalo que vem sendo apelidado de "Climate gate".  Uma das mais perigosas características da religião do aquecimento global é o nível de intimidação feito sobre os hereges ou os aspirantes a hereges.

Alguns anos atrás, a Dra. Heidi Cullen, a climatologista do Weather Channel, exortou a Sociedade Meteorológica Americana a retirar seu selo de aprovação de qualquer meteorologista televisivo que expressasse ceticismo quanto às previsões sobre o aquecimento global antropogênico.  Scott Pelley, correspondente do programa "60 minutes", da rede CBS, comparou os céticos do aquecimento global a "negadores do Holocausto".  Já o ex-vice-presidente americano Al Gore chamou os céticos de "negadores do aquecimento global".  Mas a coisa fica ainda pior.  Em um de seus programas, a Dra. Cullen recebeu como convidado o colunista Dave Roberts, que, no dia 19 de setembro de 2006, em sua publicação online, disse que "Quando finalmente estivermos levando a sério o aquecimento global, quando estivermos sentindo todos os seus impactos e estivermos em uma luta em escala mundial para tentar minimizar os estragos, deveríamos implementar tribunais semelhantes aos de crimes de guerra para julgar esses canalhas - uma espécie de Nuremberg climático".

Como resultado, muitos climatologistas foram intimidados a ficar em silêncio.  Isso significa que o público não está informado sobre os seguintes fatos contra-alarmistas: Durantes longos períodos de tempo, não se percebe absolutamente nenhuma relação direta entre os níveis de CO2 e a temperatura.  Os seres humanos contribuem com aproximadamente 3,4% dos níveis anuais de CO2, ao passo que a natureza contribui com 96,6%.  Houve um aumento estrondoso das formas de vida 550 milhões de anos atrás (no Período Cambriano), quando os níveis de CO2 eram 18 vezes maiores que os de hoje.  Durante o Período Jurássico, quando os dinossauros perambulavam pela Terra, os níveis de CO2 eram até nove vezes maiores que os de hoje.  

O mundo sem ninguém: o sonho dos ambientalistas


 Os ambientalistas estão sempre pregando a preservação do ambiente.  O objetivo deles parece ser evitar que a ação humana altere a fauna e a flora.  No entanto, a própria sobrevivência do homem depende de sua interação com o ambiente, transformando-o para satisfazer suas necessidades e retirando dele o que é preciso para sobreviver (e viver).  Visto que é inevitável que o ser humano altere o meio em que vive, os ambientalistas parecem querer que o atual estado do ambiente seja preservado, e que não ocorra nenhuma alteração adicional na quantidade atual de plantas e animais — mesmo que isso implique uma diminuição da quantidade e qualidade de vida dos seres humanos, deixando claro que esta ideologia valoriza mais insetos, sapos, micos e mato do que o homem.  Uma pergunta que surge é por que o atual estado deve ser preservado?  O que há de tão bom nele?  Por que, por exemplo, o imenso deserto verde amazônico deve ter seu tamanho colossal mantido?  Murray Rothbard, ao analisar as conseqüências econômicas das leis de preservação faz exatamente essas perguntas:

Quantos e quantos escritores reclamam da brutal devastação que o capitalismo impõe as florestas americanas!  Porém, é evidente que a terra na América tem sido usada para produções que são mais valorizadas do que a produção de madeira, e, consequentemente, a terra foi destinada aos fins que melhor satisfaziam os desejos dos consumidores.[1]  Em que critério além deste os críticos podem se basear?  Se eles acham que muita floresta foi cortada, como eles podem estabelecer um critério quantitativo para determinar quanto é "muito"?  Na verdade, é impossível estabelecer um critério destes, do mesmo modo que é impossível estabelecer qualquer critério para a ação do mercado fora do mercado.  Toda tentativa de fazer isso vai ser arbitrária e não será baseada em nenhum princípio racional.[2]


 150 anos sem ninguém: O edifício mais alto de Boston desmorona sobre a mata que domina a cidade.

Então, se não existe este critério, poderíamos levar as reivindicações dos ambientalistas as suas últimas consequências lógicas.  O History Channel exibe uma série de documentários que mostra o que aconteceria com o planeta Terra se todas as pessoas desaparecessem de uma hora para outra.  Nos primeiros seis meses, os animais selvagens já estariam novamente vivendo nas cidades.  Com um ano, o mato estaria tomando conta da área urbana, e com cinco anos as ruas e estradas teriam desaparecido embaixo deste mato.  Passados 25 anos sem ninguém, as estruturas de concreto e aço começam a ruir sem o trabalho humano de conservação, e após 200 anos somente as mais resistentes estruturas de concreto reforçado ainda estarão de pé.  Mas transcorridos 500 anos, mesmo estas sucumbirão, e após mil anos quase todas as evidencias da civilização terão desaparecido e as cidades serão novamente grandes florestas.  Seria este o mundo ideal que os ambientalistas querem impor à humanidade?  Se não, por que não?  Em que ponto eles pretendem parar de advogar agressões contra a propriedade alheia em nome de uma preservação?

Há aqueles que alegam que as leis de preservação são essenciais para manter a vida humana; que caso os humanos não tivessem suas liberdades de ação cerceadas por um ente superior e altruísta, eles acabariam com os recursos naturais e deixariam o ambiente do planeta hostil à vida.  Estes ambientalistas falham em reconhecer que um sistema de inviolabilidade dos direitos de propriedade, que se oriente pelos preços do livre mercado para alocar os recursos, é a melhor maneira de garantir um ambiente sustentável e o maior bem estar para as pessoas (leia mais aqui e aqui).  E sobre a alegação da necessidade de se preservar recursos não-renováveis, Rothbard faz a seguinte análise:

.. há de se presumir que os recursos não-renováveis deverão ser usados em algum momento, e deve ser encontrado um ponto de equilíbrio entre a produção presente e a futura.  Por que as vontades da presente geração possuem tão pouco peso nessa decisão?  Por que a geração futura possui um valor tão maior, capaz de impor à atual um fardo muito mais pesado?  O que a futura geração tem para merecer este tratamento privilegiado?  Na verdade, uma vez que as futuras gerações tendem a ser mais ricas do que a presente, seria melhor aplicar o inverso! .. Além do mais, transcorridos alguns anos, o futuro terá se tornado o presente; então as gerações futuras também devem ter suas produções e consumos restritos em nome de outro "futuro" fantasmagórico?  Jamais devemos esquecer que o objetivo de toda atividade produtiva são bens e serviços que irão e poderão ser consumidos apenas em algum presente.  Não existe nenhuma justificação racional para penalizar o consumo em um presente e privilegiar um presente futuro; e seria ainda mais impossível justificar a restrição de todos os presentes em favor de algum "futuro" ilusório que pode nunca chegar e está sempre além do horizonte.  No entanto, este é o objetivo das leis de conservação.  As leis de conservação são na verdade legislações fantasiosas da Terra do Nunca. [3] [4]


O planeta-cidade Coruscant, capital da galáxia.

E a ausência do uso ou ameaça do uso de violência física para preservar o ambiente também não significa que ocorreria um cenário inverso ao mundo sem ninguém — um mundo superlotado e completamente alterado pela ação humana, algo como o planeta Coruscant, a capital da galáxia na saga Guerra nas Estrelas, que possui a totalidade de sua superfície ocupada por uma cidade.  Em um livre mercado, a simples satisfação que as pessoas obtêm ao apreciar uma paisagem natural seria o suficiente para que diversas áreas fossem mantidas intactas pelos seus proprietários.  Mas se um mundo como Coruscant fosse o resultado da ausência de agressão, seria, obviamente, muito bem vindo.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

De onde viemos? Para onde vamos?



"Por isso se alguém possui conhecimento, ele é do alto. Se for chamado, ouvirá. Ele responde e se volta para aquele que o chama, se eleva até ele. Ele sabe de que modo é chamado. Uma vez que possui conhecimento, ele realiza a vontade daquele que o chama. Ele deseja agradá-lo, ele recebe repouso... Quem desse modo adquire conhecimento sabe de onde vem e para onde vai."

Ev.Ver. dito 22:2-15
(Evangelium Veritatis)


Você quer saber mais? 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

William Shakespeare, Parte V: A tragédia do Rei Ricardo III.



Dramaturgo e poeta britânico. Considerado poeta nacional inglês e maior dramaturgo da literatura universal. Suas obras foram amplamente publicadas e traduzidas para todas as principais línguas do mundo.
 
“Meu reino por um cavalo!”
(Ricardo, Ato V, Cena IV)

Esta frase célebre, fora de seu contexto, não revela o brilho e a força do gênio criativo de Shakespeare. Pois nessa única frase está sintetizado o mais poderoso estudo sobre a ambição humana que já tive a oportunidade de conhecer.

Altíssimo brilho, catarse sublime! A tragédia é um estilo fora de moda em nossos tempos, substituída que foi pelos terrores diários dos jornais televisivos. Mas as chacinas, corrupções e catástrofes com que somos bombardeados pela mídia são um pobre substituto para as obras inspiradas por Melpômene, a musa da Tragédia. Pois não há aprendizado e nem crescimento em testemunhar um sofrimento sem sentido.

“Ricardo III” é a segunda melhor tragédia de Shakespeare. Só perde para “Macbeth”, em minha opinião. As duas têm muito em comum, e principalmente uma característica que considero a mais alta expressão literária. Eu já havia detectado essa característica em algumas poucas e muito queridas obras, de cabeça agora lembro de “Sobre Meninos e Lobos” do Dennis Lehane. Mas foi só agora, ao ler pela segunda vez “Ricardo III”, que pude definir melhor que característica é essa.

No entender de Hermann Broch (autor de “Os Inocentes”), toda obra de arte deve expressar uma totalidade. Isso é admiravelmente alcançado em um romance (ou peça teatral) quando o autor consegue ligar efetivamente cada ato a sua consequência, cada ação ao seu resultado. Uma história esteticamente perfeita, percebo agora, é a que retrata bem o misterioso e inescapável conceito de “karma” (palavra em sânscrito que significa “ação”).

“Ricardo III” é um poderoso exemplo dessa totalidade. Que obra!!!


O lado Negro

A peça é repleta de passagens de grande lirismo, com a alta poesia sendo utilizada para retratar o lado mais sombrio do homem.

O cinismo de Ricardo, por exemplo, é expresso lindamente nessa fala que ele dirige a seu irmão mais velho:

“Tenho-te tal amor que dentro em pouco
mandarei para o céu tua alma cândida,
se aceitar destas mãos o céu a oferta.”
(Ricardo, Ato I, Cena I)

Ou então nessa passagem em que ele arquiteta casar-se com a mulher do homem que acabou de matar:

“Logo tomo
por mulher a mais nova filha de Warwick.
Que importa que ao seu pai e a seu marido
tivesse eu dado a morte? O melhor meio
de dar satisfações a essa donzela
é ficar sendo dela pai e esposo,
o que farei, não por amor, decerto,
mas por um fim profundamente oculto
que preciso alcançar com o casamento.”
(Ricardo, Ato I, Cena I)

A cena em que Ricardo faz a corte a Ana é sem dúvida uma das mais marcantes da história da literatura. Ele a conquista durante o funeral do Rei Henrique VI, assassinado por ele:

“Já houve, acaso, mulher, em todo o mundo,
que fosse cortejada desse modo?”
(Ricardo, Ato I, Cena II)


A força das palavras

“Ricardo III” é também um testemunho sobre a força das palavras. É impressionante como o Bardo conseguiu tecer uma trama tão intrincada, onde o destino de cada personagem é antecipado por toda sorte de profecias e maldições. Exemplar é o caso do Duque de Buckingham, que foi ele mesmo o autor das palavras que o condenaram:

“O Deus do alto,
que tudo vê, com quem eu gracejara,
fez contra mim voltar a falsa prece,
dando-me de verdade o que eu pedira
somente por gracejo.”
(Buckingham, Ato V, Cena I)

O próprio Ricardo demonstra em suas palavras a progressão e amargo fim de toda ambição. Ele começa cheio de gás e disposto a fazer todo tipo de maldade:

“Sol admirável,
brilha até que eu adquira um bom espelho
para eu ver com que monstro eu me assemelho.”
(Ricardo, Ato I, Cena II)

Logo, porém, ele percebe que se torna um escravo de suas próprias ações infames:

“Mas tão metido em sangue ora me encontro,
que um crime provoca outro.”
(Ricardo, Ato IV, Cena II)

A lei do Karma

Nenhuma ação humana, boa ou má, permanece sem consequência. Essa é, em essência, a lei do Karma. “O plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória”, já diz o sábio ditado.

E as pérfidas ações de Ricardo maturam tetricamente e não tardam a produzir horrendos frutos. Cena poderosíssima é a aparição dos fantasmas dos assassinados pela ambição de Ricardo, na madrugada que antecede a batalha. Cada um deles, por sua vez, lança a pesada maldição:

“Amanhã pesarei sobre tua alma!
(...) Enche-te, pois, de desespero, e morre!”
(vários espectros, Ato V, Cena III)

Ricardo desperta assustado, e pela primeira vez tem um encontro com a voz da consciência:

“Ó consciência covarde, tu me assustas!”
(Ricardo, Ato V, Cena III)

E chega por fim à triste conclusão:

“Desespero; criatura alguma me ama.
Se eu morrer, nenhuma alma há de chorar-me.
Aliás, por que o fariam, se eu não tenho
piedade de mim próprio?”
(Ricardo, Ato V, Cena III)


Outras passagens marcantes:

“Perdida fora a mágoa
despendida por quem já está perdido.”
(Duquesa de York, Ato II, Cena II)

“É meu filho, de fato, e o meu opróbrio;
mas não bebeu, decerto, a hipocrisia
no leite destes peitos.”
(Duquesa de York, Ato II, Cena II)

“Não cedais facilmente aos nossos rogos;
neste ponto fazei como as donzelas
que dizem sempre não, mas vão cedendo.”
(Buckingham, Ato II, Cena VII)

“Ricardo apenas vive, o negro agente
do inferno, a quem foi dado o triste encargo
de comprar almas para o reino escuro.”
(Rainha Margarida, Ato IV, Cena IV)

“Veloz como a andorinha é a fé, eu o sei:
de reis faz deuses, de um campônio, um rei.”
(Richmond, Ato V, Cena II)

Last but not least

Foi uma sorte que justamente essa peça, que eu já havia lido no original, tenha sido a última das oito que li em sequência, na dedicada tradução de Carlos Alberto Nunes.

Pois não tem jeito mesmo: traduzir é trair. Que misteriosa é a linguagem humana, capaz de expressar uma cor única em cada idioma! Nunca fica a mesma cor depois de traduzida. Não é culpa da tradução, e sim uma condição inerente à linguagem!

Ao ler no original em inglês, duas passagens ficaram marcadas a ferro e fogo na memória, tamanha a sua força poética. E ao ler as duas em português, a decepção foi gigantesca!

A primeira é a frase que abre a peça:

William Shakespeare, Parte IV: Vida e morte do Rei João.



William Shakespeare não publicava suas peças já que a dramaturgia não era bem paga. Na época, não havia direitos autorais. O autor pretendia que suas peças fossem representadas em vez de publicadas.

Com o dinheiro adquirido na companhia teatral, comprou uma casa em Stratford-upon-Avon e muitas outras propriedades, tais como hectares de terras férteis e uma casa em Londres. Escreveu a maioria de suas peças entre 1590 e 1611. Por volta de 1611, ele aposentou-se em Stratford-upon-Avon, onde havia estabelecido sua família.

Principais obras:

- Comédias: O Mercador de Veneza, Sonho de uma noite de verão, A Comédia dos Erros, Os dois fidalgos de Verona, Muito barulho por coisa nenhuma, Noite de reis, Medida por medida, Conto do Inverno, Cimbelino, Megera Domada e A Tempestade.

- Tragédias: Tito Andrônico, Romeu e Julieta, Julio César, Macbeth, Antônio e Cleópatra, Coriolano, Timon de Atenas, O Rei Lear, Otelo e Hamlet.

- Dramas Históricos: Henrique IV, Ricardo III, Henrique V, Henrique VIII.

Frases de Shakespeare:

- "Dê a todos seus ouvidos, mas a poucos a sua voz."
- "Antes ter um epitáfio ruim do que a maledicência durante toda a vida."
- "Ser, ou não ser, eis a questão."
- "Sem ser provada, a paciência dura".
- "As mais lindas jóias, sem defeito, com o uso o encanto perdem".
- "Pobre é o amor que pode ser contado".
- "Nada me faz tão feliz quanto possuir um coração que não se esquece de seus amigos".

Bom demais voltar a ler o Bardo!

O contato com a Arte alimenta a alma, faz nascer um sorriso sereno no mais íntimo do ser.

Durante essa leitura fiquei refletindo muito sobre a Poesia, sobre a força que tem e o seu papel no mundo.

Uma fala poética nos conta muito mais do que o que a princípio se propõe a dizer. A poesia abre a porta para o maravilhoso, para um mundo mais amplo e verdadeiro que o “mundo vasto mundo”. É como um portal para outra dimensão, uma dimensão espiritual e mais próxima da realidade do ser.

Nenhum poeta houve como Shakespeare! Talvez Homero possa ombreá-lo, mas não superá-lo, certamente. Em Shakespeare a Poesia foi servida com excelência e brilhantismo inigualáveis!

E não estou falando de seus poemas hem! Estou falando da riquíssima linguagem poética que transborda de suas peças!

Ler uma peça de Shakespeare é uma profunda experiência poética. Sinto minha mente se alargando a cada nova metáfora estonteante, a cada nova imagem tão plena de sentido!

Realmente, Shakespeare é tão grande que é fácil duvidar que tenha sido um simples mortal.


Rei João

Essa peça faz parte dos dramas históricos de Shakespeare, ambientada no reinado de João Sem Terra, irmão do famoso Ricardo Coração de Leão. Foi o rei João quem assinou a Magna Carta, limitando os poderes do monarca e marcando um novo movimento na história.

É uma tragédia menos conhecida, escrita nos primeiros anos de Shakespeare, mas onde podemos ver o seu gênio em ação. Os personagens saltam das páginas e ganham vida. O destaque vai para o Bastardo, filho ilegítimo de Ricardo Coração de Leão, que sempre rouba a cena quando aparece.

“Juro que nunca amei tanto a mim mesmo
como agora, ao me ver reproduzido
na tela aduladora desses olhos.”
(Luís, ato II)

“Vou ensinar à tristeza a ter orgulho,
que a dor é altiva e ao sofredor faz digno.
Os reis que me procurem nos domínios
da minha grande dor.”
(Constança, ato III)

William Shakespeare, Parte III: A vida do Rei Henrique V.


Shakespeare é considerado um dos mais importantes dramaturgos e escritores de todos os tempos. Seus textos literários são verdadeiras obras de arte e permaneceram vivas até os dias de hoje, onde são retratadas frequentemente pelo teatro, televisão, cinema e literatura.

Os textos de Shakespeare fizeram e ainda fazem sucesso, pois tratam de temas próprios dos seres humanos, independente do tempo histórico. Amor, relacionamentos afetivos, sentimentos, questões sociais, temas políticos e outros assuntos, relacionados a condição humana, são constantes nas obras deste escritor. Essa peça encerra a tetralogia formada por “Ricardo II”, “Henrique IV partes I e II” e “Henrique V”.

A trama centra-se na famosa batalha de Azincourt, onde um reduzido efetivo comandado pelo rei Henrique conseguiu desbaratar o muito mais numeroso exército francês. Achei muito interessante como Shakespeare consegue transmitir as emoções e aflições da batalha sem que praticamente nada seja mostrado dela.

É claro que a leitura acabou me levando a pensar sobre a guerra de modo geral. Com o avanço tecnológico, as guerras de hoje são travadas à distância; mata-se apertando um botão ou um gatilho. As guerras hoje são muito mais cruéis e terríveis, mas penso que as guerras de antigamente exigiam muito mais coragem física e eram muito mais sanguinárias! Imaginem milhares de pessoas se matando na base da espadada e da marretada! Havia também, a julgar pelas peças de Shakespeare, um senso de honra muito maior entre os combatentes.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

William Shakespeare, Parte II: Ricardo II.


William Shakespeare (Stratford-upon-Avon, 23 de abril de 1564 — Stratford-upon-Avon, 23 de abril de 1616) foi um poeta e dramaturgo inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo. É chamado frequentemente de poeta nacional da Inglaterra e de "Bardo do Avon" (ou simplesmente The Bard, "O Bardo"). O apelido de Shakespeare, “O Bardo” vem da história antiga da Europa, era uma pessoa encarregada de transmitir as histórias, as lendas e poemas de forma oral, cantando a história de seus povos em poemas recitados. Era simultaneamente músico e poeta e, mais tarde, seria designado de trovador.

De suas obras restaram até os dias de hoje 38 peças, 154 sonetos, dois longos poemas narrativos, e diversos outros poemas.


Ricardo II (no original, Richard II) é uma peça de teatro de William Shakespeare, do gênero drama histórico. Acredita-se que tenha sido escrita aproximadamente em 1595. É baseada na vida do rei Ricardo II da Inglaterra e é a primeira parte de uma tetralogia, tendo sido seguida por três peças sobre os sucessores de Ricardo II: Henry IV, Part 1, Henry IV, Part 2 e Henry V.

“Ricardo II” é a primeira parte de uma tetralogia, que é seguida por “Henrique IV, 1ª parte”, “Henrique IV, 2ª parte” e “Henrique V”.

O que mais marcou essa leitura foi a percepção de como o estudo dessas vidas de reis deve ter contribuído para a visão tão profunda que máster Shakespeare tem da alma humana!

O que esses reis aprontaram!

Sobre “Ricardo II”, basta dizer que o Bardo tornou sua morte mais heroica e poética. Pois há indícios de que na vida real Ricardo II foi morto de fome e sede, de tal modo que seus inimigos pudessem exibir seu corpo sem mostras de violência.

domingo, 27 de outubro de 2013

William Shakespeare, Parte I: Henrique IV.


Henrique IV de William Shakespeare. 

William Shakespeare (1564-1616) foi um dramaturgo e poeta inglês. É considerado um dos maiores escritores de todos os tempos. Viveu numa época de apogeu da Rainha Elizabeth I, considerada grande monarca da história da Inglaterra.

Breve biografia.

É difícil avaliar com precisão a vida particular de Shakespeare, já que os escritos encontrados não são confiáveis pelos historiadores. O que se sabe é que ele nasceu em Stratford-on-Avon e foi proprietário do Globe Theatre, uma companhia de teatro de Londres.

Shakespeare foi também poeta e publicou três livros em estilo renascentista: Venus and Adonis (1593), Lucrece (1594) e Sonnets (1609). Muitos de seus escritos foram perdidos, por isso, várias informações sobre o autor não são confiáveis. Das primeiras peças, se destacam Henry VI, Henrique III, Titus Andronicus (1589), The Comedy of the errors (Comédia de erros) e The Taming of the Shrew (Megera Domada) são as peças de sua mocidade.

Romeo and Juliet (Romeu e Julieta - 1597) e Midsummer Night’s Dream (Sonho de uma noite de verão - 1596), já são obras de sua juventude, ou primeira maturidade. A primeira é uma tragédia de amor conhecidíssima que encantou muitos jovens. A segunda é mais poética, com traços de humor. Merchant of Venice (O Mercador de Veneza - 1605), já possui traços mais sérios. Desta fase, destacam-se também: Richard II (1595), Henry IV ( Parte I, 1597; Parte II, 1600), Henry V e Julius César (1599). Esta última é muito conhecida, apesar de mostrar ainda certa imaturidade do autor.

A fase das tragédias sérias e maduras é a mais importante na carreira de Shakespeare. Hamlet (1599), embora criticada por muitos da época, é considerada uma das obras definitivas de Shakespeare. O enredo, cujo personagem central atormentado pela presença de seu pai morto numa trama para tomada de poder, é um dos temas mais comentados e conhecidos da literatura ocidental. Outras obras, tão importantes quanto Hamlet são dessa fase: Othello (Otelo - 1604), Macbeth (1611) e King Lear (Rei Lear - 1606). Macbeth é uma obra trágica baseada no tema da crueldade. É considerada a mais trágica das obras de Shakespeare e uma das melhores obras do dramaturgo.

A peça Otelo se baseia em temas como o ciúme e a perversão. Rei Lear é outra obra maior, que possui um enredo complexo e considerado de difícil representação. Da grande fase trágica, ainda pertencem Coriolanus e Anthony and Cleopatra (Antônio e Cleopátra - 1609).

No decorrer de sua vida, Shakespeare entrou num processo de reclusão, que durou até o fim de sua vida voltando para Stratford, lugar onde nasceu. Lá, produziu algumas obras como Henry III, Cymbeline, The Winter’s Tale (história do inverno - 1623). Mas a sua melhor peça dessa fase é Tempest (tempestade - 1623).

O grande mérito de Shakespeare é que ele juntou aspectos e características do estilo de vida inglês. As citações conhecidas da cultura anglo-saxônica e os folclores antigos foram incrementados em sua obra de forma organizada, num estilo peculiar. Suas peças foram encenadas pela Europa inteira, influenciando outros dramaturgos, inclusive, sobrepondo-se ao teatro francês, alemão e italiano.

É grande a sua influência até hoje, por conta da riqueza de seus personagens. O crítico literário americano Harold Bloom o considera o maior de todos os escritores.

Henrique IV (parte I) – William Shakespeare.

O Bardo dividiu as atribulações ocorridas durante o reinado de Henrique IV em duas peças sequenciais. Nessa primeira parte, o rei combate a rebelião de alguns nobres outrora seus amigos, que são liderados pelo intrépido Hotspur e pelo valoroso Douglas.

Bom, sobre “Henrique IV (parte I)”, só posso dizer que foi uma das peças que mais gostei de ler!!! Não chega a ser uma tragédia, é mais narrativa de aventuras pontuada por passagens cômicas. E nessas cenas cômicas é que está o melhor de “Henrique IV”, graças à impagável figura de Falstaff!!!

Já havia lido muito a respeito de Falstaff, e ansiava por finalmente conhecê-lo. Valeu a pena esperar! Mais uma criação imortal de Shakespeare, o roliço, fanfarrão, mentiroso e embusteiro Sir John Falstaff!!! Não há como não amar esse adorável patife!

Hotspur também aparece com destaque, um jovem nobre com fogo nas ventas! Os personagens de Shakespeare são tão ricos que acabam tornando-se mais vivos que a própria vida, mais reais que as figuras históricas nas quais foram inspirados.

Coisa boa demais é perceber como essa imersão em Shakespeare está me trazendo pensamentos e metáforas inspirados pelo Bardo! A vida é um caldeirão de poesia, aguardando só que a colher do Poeta pince daqui e dali um bocado de sabor e beleza.

Henrique IV (parte II) – William Shakespeare.


Nessa continuação ficam evidentes o carisma e a força que Falstaff adquiriu junto ao público. Falstaff ganhou ainda mais importância e destaque. Se na parte I, as cenas com Falstaff eram um contraponto cômico à narrativa histórica sobre o rei Henrique IV, podemos dizer que aqui é o contrário que acontece. A peça trata principalmente das reinações de Falstaff e seus companheiros, e a parte histórica serve de contraponto dramático!