O governo de Dilma Rousseff (2011-2016) foi marcado por contradições que deixaram legados significativos e profundas críticas. Seu primeiro mandato focou na ampliação de programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida, e no incentivo à economia por meio de medidas intervencionistas, como o controle de preços de combustíveis pela Petrobras e a desoneração fiscal para diversos setores. No entanto, essas políticas levaram a distorções econômicas, com a Petrobras acumulando prejuízos e os benefícios fiscais não revertendo em investimentos ou geração de empregos sólidos.
A crise econômica se agravou em seu segundo mandato, quando o país enfrentou recessão, alta inflação e crescente desemprego. A política de austeridade fiscal anunciada em 2015, contradizendo o discurso de campanha, gerou descontentamento tanto entre sua base de apoio quanto na oposição, minando sua governabilidade. O escândalo da Lava Jato expôs casos de corrupção envolvendo aliados e a Petrobras, aprofundando a crise política.
Dilma também enfrentou críticas pela falta de habilidade política para negociar com o Congresso, o que culminou em seu processo de impeachment em 2016. Embora ela tenha argumentado que o impeachment foi um golpe político, sua gestão foi amplamente vista como incapaz de lidar com as pressões econômicas e políticas, deixando o país em uma situação de instabilidade que afetou diretamente a trajetória de desenvolvimento social e econômico iniciada nos governos anteriores.
Você quer saber mais?
SINGER, André. O lulismo em crise: um quebra-cabeça do período Dilma (2011-2016). São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
SAFATLE, Vladimir. Cinquenta Tons de Verde-Amarelo: o impeachment e a crise brasileira. São Paulo: Boitempo, 2017.
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