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sábado, 30 de setembro de 2023

Brigada Militar tem seu batismo de fogo durante a Revolução Federalista (1893-1895).


     Desde a sua criação, a Brigada Militar atuou com um caráter mais militar do que policial. Periodicamente, participava de treinamentos junto com o Exército em simulações próximas da realidade, com exercícios e manobras essencialmente militares, no intuito de preparar seus homens para operações de defesa territorial interna.

    Em fevereiro de 1893, eclodiu no Rio Grande do Sul a Revolução Federalista, entre Pica Paus ou Chimangos (Republicanos), aliados a Júlio de Castilhos, e os Maragatos (Federalistas), que queriam a deposição dos presidentes Federal (Floriano Peixoto) e Estadual (Júlio de Castilhos) e a revogação da Constituição Estadual. O movimento teve início quando os revolucionários, comandados por Gumercindo Saraiva, procedentes da República do Uruguai, invadiram o Estado pela região da Carpintaria, próximo ao Rio Jaguarão, na fronteira com o Uruguai, aliando-se às forças de João Nunes da Silva Tavares (Joca Tavares). Dois dias depois, quando Gumercindo Saraiva se dirigia ao encontro de Joca Tavares, comandante em chefe do Exército Federalista, travou combate com as forças republicanas civis, no Passo do Salsinho. No mesmo dia, as tropas de Gumercindo Saraiva bateram em retirada, sendo perseguidas, sobretudo, pelo 2º Batalhão de Infantaria. As tropas republicanas foram organizadas em cinco divisões que correspondiam as regiões do território gaúcho (capital, norte, sul, oeste e centro) e contaram com o apoio dos 17 Corpos Provisórios, foram distribuídos estrategicamente em diferentes pontos do Estado, principalmente na região da fronteira. Durante a Revolução, alguns Corpos Provisórios foram incorporados à tropa regular e prestaram relevantes serviços à corporação. A participação da Brigada Militar foi intensa, ao longo da Revolução Federalista. Em 1893, combateu em Inhamduí, Upamoroti, Restinga, Pirai, Serrilhada, Cerro Chato, Rio Grande, Mariano Pinto, Mato Castelhano, Mato Português e Rio Negro. No ano seguinte tomou parte no cerco a Bagé, além de ter combatido no quilômetro 34 da estrada São Francisco de Paula-Taquara, Rio Pelotas, Campo do Meio, Passo Fundo, Caravi, Capão das Laranjeiras e Trairas. Finalmente, no último ano da Revolução, participou das ações bélicas em Campo Osório. Com o término da Revolução, a Brigada Militar retornou as suas atividades, mantendo a maioria do seu contingente aquartelado.

    Desde a sua criação, em 1837, até o final dessa primeira fase, na década de 1930, iremos visualizar uma instituição que atuou em diversos conflitos dentro do Rio Grande do Sul, em outros Estados da Federação e, até mesmo, fora do país, como foi o exemplo da Guerra do Paraguai (1864-1870). Por sua trajetória em diversas campanhas armadas, a Brigada Militar foi a única polícia militar do Brasil que manteve esta designação, instituída em 1892, após diversas trocas de sua denominação. Criada em 18 de novembro de 1837, a Corporação recebeu a denominação de Brigada Militar, em 15 de outubro de 1892, com a missão de “zelar pela segurança pública, mantenimento da República e do Governo do Estado, fazendo respeitar a ordem e executar as leis”, em todo o território sul-rio-grandense. Imediatamente, foram organizados o 1º Batalhão de Infantaria e o 1º Regimento de Cavalaria e, em seguida, 17 Corpos e um Esquadrão provisórios, subordinados ao Comando-Geral da Brigada Militar, para auxiliar a força federal na manutenção da ordem pública. Antes de 1892 a Brigada Militar era chamada de Guarda Cívica.

    Afonso Emílio Massot (1865-1925), comandante por mais de 20 anos da Brigada Militar do Rio Grande do Sul e seu Patrono. Mais que um mestre, o Coronel Massot foi o timoneiro que conduziu a Brigada Militar a sua fase de ouro, elevando a corporação gaúcha à proa das instituições militares do Brasil e da América Latina. Mas foi a partir do ano de 1892 que começou a brilhante trajetória da carreira de Affonso Emílio Massot. Com a extinção da Guarda Cívica, foi criada pelo Ato 357, do Presidente Fernando Abott, em 15 de Outubro de 1892, a Brigada Militar, para conter os malefícios da Revolução Federalista que devastava o Estado. E na organização da Milícia recém-criada estava prevista a criação de uma Unidade da reserva, na cidade de Pelotas. E foi com a criação do 1º Batalhão de Infantaria da Reserva da Brigada Militar, na cidade de Pelotas, que começou sua vida militar, que ingressou na Força como Capitão comandante de uma Companhia trocando, assim, a profissão de professor pela de militar.

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Referências:

Org. Major NETO, Euclides M.S; Major OLIVEIRA, Felipe K. 180 anos-180 olhares/Comunicação Social da Brigada Militar. Porto Alegre: Brigada Militar, 2018.

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