“Se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.” Abraham Lincoln
Dom Feliciano José Rodrigues Prates é filho de Gravataí, tendo nascido no 3º distrito, próximo à Rua da Glória (Glorinha), lugar, hoje, denominado de Contendas. O batismo dele ocorreu em 1781, na matriz da Aldeia dos Anjos: “Aos vinte e três dias do mês de julho de mil setecentos e oitenta e um, nesta Matriz de Nossa Senhora dos Anjos, Bispado do Rio de Janeiro, batizei e pus os santos óleos a Felício, filho legítimo de João Nepomuceno de Carvalho, batizado na Matriz Nossa Senhora do Rosário, do Rio Grande do Sul. Neto, por parte paterna, de José Rodrigues Carvalho, natural da cidade de Lisboa, e de Dona Teodósia Faustina, batizada na matriz da Colônia do Sacramento, e, parte materna, do Aferes Antônio Nunes da Costa, natural da Europa, e de Dona Isabel Antônia Ribeiro, batizada na Matriz de Santo Antônio dos Anjos, da Vila de Laguna, foi seu padrinho Santos Cosata Teles, e a sua madrinha, Teodósia Margarida da Costa Prates, do qual fiz este assento, que assinei, eu, vigário Bernardo Lopes da Silva”, página 27, do livro I de assentamento de batismo da Aldeia dos Anjos.
Um fato curioso cerca o nome Feliciano, dado ao primeiro bispo sul-rio-grandense. Na realidade, Feliciano foi batizado com o nome de Felício, porém, quis seu pai perpetuar o nome do seu primeiro filho, Feliciano, nascido em 1778, e que faleceu após o seu nascimento, mudando-lhe o nome de Felício para Feliciano, homenageando, assim, o seu primeiro filho. Dom Feliciano criou-se no seio de uma família numerosa, com 10 irmãos. A Diocese do Rio Grande do Sul foi desmembrada da Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1848 pelo Sumo Pontífice Pio IX e por assento imperial de 05 de maio de 1851. Quando foi nomeado 1º Bispo do RS, Dom Feliciano zelava pelas almas de encruzilhada do Sul. Convém lembrar que o 1º bispado brasileiro foi o da Bahia, sendo o nosso o décimo. Dom Feliciano foi um modelar cristão, tendo servido no exército, como Capelão. Prestou bons serviços, entre outros, no Regimento de Lumarejas e no Dragão de Rio Pardo, fazendo todas as campanhas do Marquês do Alegrete, recebendo medalhas “Campanha do Sul”, com os hábitos de Cristo e da Rosa.
Deixando o exército, Dom Feliciano foi exercer as modestas funções de Vigário da Freguesia de Santa Bárbara da Encruzilhada. Este sacerdote, filho de lavrador, vivendo uma existência simples e humilde, durante 30 anos, por decreto de 05 de maio de 1851, é nomeado bispo da Diocese do Rio Grande do Sul, recentemente criada, e confirmado pelo Papa Pio IX, pela Bula APOSTOLATUS OFFICIUM, de 26 de setembro. A 29 de maio de 1853 foi sagrado na Igreja do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, pelo Bispo Dom Manuel Rodrigues de Araújo, Conde de Irajá. Regeu a diocese pelo período de 4 anos, 11 meses e 29 dias. Faleceu a 27 de maio de 1858.
Em julho de 1981, festejou-se o Bicentenário de Dom Feliciano, sendo encerradas as homenagens em Gravataí, no dia 23 de julho de 1981, havendo missa solene, rezada por Dom Vicente Scherer, presentes Amaral de Souza , governador gaúcho e outras autoridades. Assim como os rios procuram o mar, as pessoas dirigiram-se à praça, fronteira à matriz, para prestarem a sua homenagem, depositando flores no monumento dedicado a Dom Feliciano. No interior da Igreja Nossa Senhora dos Anjos, festivamente e merecidamente, foi desterrada placa comemorativa àquele que, zelosamente, conduziu os destinos espirituais do povo gaúcho durante 76 anos, 10 meses e 13 dias.
“Quanto mais você lê, mais fáceis de entender se tornam os textos. Aplique-se a leitura, independente da profissão que escolher para seu futuro. Pois a leitura lhe fará um profissional melhor a cada dia.” Leandro Pedroso, professor de História e Religião.
Você quer saber mais?
ROSA, José. História de Gravataí. Porto Alegre: EDIGAL, 1987.
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