Autor: Leandro Claudir Pedroso
Idade da Pedra
Paleolítico: 2,5 m.a.a (milhões de anos atrás) até 12 mil AP (Antes do Presente). Surgimento do Homo habilis (primeira espécie humana) na África. Termina com a substituição da economia baseada em caça, pesca e coleta para produção de alimentos e criação de animais.
Paleolítico Inferior: 2,5
m.a.a até 300 mil AP.
Inicia com o surgimento do Homo habilis, e termina com o
surgimento do Homo sapiens neanderthaliensis.
Homo habilis, desenvolve cultura material e
sistemática. Capacidade craniana de 750 cc (centímetros cúbicos), pesavam em
torno de 40 Kg. Sua indústria lítica era a Olduvaiense, eram necrófagos (carniceiros).
Homo erectus, também surge na África neste
período. Instrumentos líticos, ossos de animais, estruturas de habitação,
produção de instrumentos, vida em sociedade. Surgiu a 1,5 m.a.a até 300 mil AP,
possuía uma capacidade craniana de 1100 cc e tinha uma estatura de 1,70 m. Sua
indústria lítica era a Acheulense, confecção de instrumentos (lanças
endurecidas), expansão para regiões mais frias, defesa contra predadores,
agregador social. Dominaram em 1,4 m.a.a. Caminhavam grandes distâncias,
cozinhavam tubérculos, nem todos os grupos erectus utilizavam o fogo e nem
todos tinham lanças com pontas endurecidas.
Principal atividade do Paleolítico Inferior era a
obtenção de alimentos, caça, coleta de frutas, raízes, tubérculos e sementes.
Paleolítico Médio: 300.000
AP até 40.000 AP.
Inicia com o surgimento do Homo sapiens neanderthalensis
(desenvolve-se na Europa e Oriente Médio) em torno de 300.000 AP. Neste período
também surge o Homo sapiens arcaico (África e Ásia). A característica deste
período que justifica o sapiente no nome das espécies hominídeas é a Cultura Imaterial
(religiosidade).
Também surgiu na África nesta mesma época o Homo sapiens
sapiens, há mais ou menos 10.000 anos AP. Sem grandes distinções culturais até
as mudanças climáticas da transição do Pleistoceno para o Holoceno teve que se
adaptar, seu processo cultural fica significativo a partir de 40.000 AP no
início do Paleolítico Superior.
Homo sapiens Neanderthalensis: 1,65 m de altura, 1450 cc de capacidade
craniana (mesmo do sapiens sapiens), utilizava a técnica de lascamento
Levallois e Mustierense.
Homo sapiens arcaico: iniciou o Paleolítico Médio
com sua indústria lítica vinculada a Acheulense (do Homo erectus), mas gradativamente
passou para a Mustierense, no Norte da África usou a Ateriense. Praticavam
necrofagia. Tinham as mesmas características físicas do Homo sapiens
neanderthalensis, com a diferença de serem mais altos e menos corpulentos.
Caçavam animais de pequeno porte e sepultavam seus mortos. Sua economia era
baseada na caça, coleta e pesca. No final do Paleolítico Médio a caça já estava
especializada, caçavam manadas de herbívoros. Seus acampamentos eram próximos
de água e afloramentos rochosos, onde retiravam matéria prima para seus
instrumentos, utilizavam também grutas como acampamentos. Em sítios a céu
aberto construíam cabanas rusticas, havia divisão de tarefas por meio do sexo,
homens caçavam e mulheres coletavam, cuidavam de seus feridos e enfermos.
Possuíam um elevado grau de consciência social e solidariedade, tinham
agrupamentos familiares presentes no Paleolítico Superior, mas poderiam existir
desde o Médio.
A cultura imaterial define o Paleolítico Médio, neste
período os grupos humanos sapiens sepultavam seus mortos e mais ou menos em
100.000 A.P começaram a preparar os corpos para sepultamento, estabeleceram
locais específicos para sepultamento (cemitérios) no fundo de cavernas,
realizavam ritos fúnebres com oferendas de flores.
Neste período houve o desenvolvimento de arte móvel com
objetos decorados. O Homo sapiens sapiens conviveu por 60.000 anos com os
Neanderthais e os Sapiens arcaicos. Mas com o domínio dos Sapiens sapiens os
outros grupos humanos foram desaparecendo até a extinção.
Paleolítico Superior: 40.000-12.000
AP
O Homo sapiens sapiens é a espécie dominante, sua
produção tecnológica está vinculada as mudanças ambientais, e justamente a
produção tecnológica lítica é o marco deste período. Os humanos começaram a
observar o ciclo da vida dos animais e plantas, os grupos de
caçadores-coletores já dominavam técnicas de cultivo e pastoreio, mas por
várias razões não viviam delas. Sua economia era baseada inicialmente na caça e
progressivamente complementada com a pesca e coleta de mariscos.
Culturas:
Cultura Chatelperronense (Europa):
de transição para o Paleolítico Superior, instrumentos elaborados incluíam
buris, facas, cinzéis e outras ferramentas leves.
Cultura Aurinhacense (Oriente Médio, Ásia, Norte da
África): 40.000 A.P, relacionada também ao homem de Cro-magnon.
Cultura Gravettense: relacionada a arte rupestre e
arte móvel.
Cultura Salutrense (Oeste da Europa): 20.000
– 15.000; período mais frio da última glaciação. Objetos finamente talhados, pontos
bifaciais feitos com percussão talha lítica e pressão descamação, as batidas
eram feitas com bastões de chifres ou madeiras.
Cultura Madalenense: pontas de projeteis microcristalinos,
surgimento dos propulsores de lança (azagaia). Os povos desta cultura estocavam
sementes. Utilizavam as úmidas cavernas como locais de rituais, cozinhavam
alimentos, mas também ingeriam crus, possuíam assentamentos de curta duração, o
esquartejamento da caça indicava a distribuição de carne e a solidariedade
social, possuíam adornos corporais.
Arte rupestre ou parietal (pintura de paredes): era o suporte para ritos religiosos, eram realizadas em abrigos sob rochas e cavernas.
No final do Paleolítico Superior já tinham o domínio das técnicas de domesticação de plantas e animais.
Mesolítico: 30.000
– 9.000 AP
Período de transição da economia baseada na caça, pesca e
coleta, para a produção de alimentos e criação de animais. Esse processo de transição
ocorreu ainda o Paleolítico Superior, por isso muitos pesquisadores preferem
usar o termo Paleolítico Superior Final.
Neolítico: 12.000
– 5.000 AP
Inserção de ferramentas e instrumentos que facilitam agricultura
e pastoreio. Produção de alimentos e domesticação de animais, passam a viver de
agricultura e pastoreio, coleta e caça completam a economia. O Mesolítico havia
sido concluído, a transição foi efetivada para a agricultura.
A transição do Pleistoceno para o Holoceno gerou mudanças
climáticas, alterando flora e fauna, tais mudanças influenciaram diretamente o
modo de vida do homem.
Produção de alimentos
Processo muito gradativa, quando ocorre
a transição caçador-coletar para produção de alimentos, vislumbramos um novo
período. Domesticação de plantas começou com o conhecimento. Difusão da agricultura
e muitos casos fruto da dispersão dos agricultores e não pela propagação de
ideias. Caçadores coletores eram botânicos por experiência com enorme conhecimento
botânico. Muitos grupos apesar de terem condições de ampliar a produção de
alimentos, optaram por continuar com a economia baseado na caça e coleta.
Domesticação de animais
Observação e conhecimento das espécies
caçadas. Domesticar não significa amansar e sim alterar a genética, o habitat e
o comportamento do animal.
Domesticação preferencial
de animais mais jovens.
Castração dos
considerados ineptos.
Selecionar os que irão
cruzar.
Etapas da domesticação: 1-
cativeiro, 2- criação.
Não tinham apenas em
mente a obtenção de carne para consumir, mas também em ter mais peles, lãs,
leite e outros derivados destes.
O motivo que levou estes grupos a necessidade de capturar
e depois criar animais deve estar relacionada a redução da caça do final do Pleistoceno,
ocasionada pela mudança climática.
Diante das espécies caçadas, começaram a criar os
animais. Começou como um complemento e foi aos poucos se tornando a economia
principal. Os caçadores do Paleolítico Superior já eram botânicos e zoológicos
experientes, mas tinham outras alternativas para se alimentar na caça coleta
que ainda era abundante. Tecelagem, polimento de certos artefatos líticos. Agora
o estilo de vida sedentário predominava.
Da produção de alimentos
aos Estados
Agricultura
Pastoreio
Olaria
Tecelagem
Polimento de artefatos líticos.
Sedentarismo.
Aldeias com crescente divisão entre categorias sociais. Surgiram especialistas, resultado direto do sedentarismo e da divisão de tarefas (criador de animais, oleiro, tecelão etc). Divisão do trabalho relacionado ao sexo. Mulheres trabalhavam olaria, cestaria e até certo momento a agricultura, com a invenção do arado, a agricultura e criação de animais passou a ter atividade do homem. O chefe a ser o monarca, passando a ter funções militares e com cargo hereditário. A agricultura pós fim a solidariedade, substituída pela competição e pela posse de maior número de recursos. Cada agricultor com seu campo, gado, casa e utensílios. Sepultamentos dentro da casa, não mais em cemitérios comuns. Junto a propriedade privada veio a pilhagem, roubo, guerras e saques. Surge a classe de guerreiros profissionais.
O desenvolvimento das aldeias para cidades foi determinado por três fatores: Primeiro foi uma serie de invenções e avanços técnicos posteriores a produção de alimentos, como irrigação, drenagem, arado, meio de transporte aperfeiçoado. Segundo foi o fim da autossuficiência da aldeia neolítica. E terceiro a concentração de poder econômico e político nas mãos da classe militar e sacerdotal.
Você quer saber mais?
PUHL, Juliane Maria. Pré-história.
Canoas: Ed. Ulbra, 2013.
COTRIM, Gilberto. História
Geral: Brasil e Geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.
ARRUDA, José Jobson de A; PILETTI, Nelson. Toda História. São Paulo: Editora Ática, 1999.
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