Paquimé,
Casas Grandes, é uma zona arqueológica situada no noroeste do estado de
Chihuahua, no México. Este local, nomeado Património da Humanidade pela Unesco
em 1998, caracteriza-se pelas suas construções em terra argilosa e as suas
portas em forma de "T".
Paquimé
atingiu o seu apogeu nos séculos 14 e 15 e desempenhou um papel-chave no
comércio e contatos culturais entre a cultura Pueblo do sudoeste dos Estados
Unidos e norte do México e as civilizações mais avançadas da Mesoamérica. Os
extensos vestígios arqueológicos, de que apenas parte foram descobertos, são
uma clara evidência da vitalidade de uma cultura perfeitamente adaptada ao meio
envolvente, mas que de repente se eclipsou durante a época da conquista
espanhola.
Descrição histórica
A
chamada Cultura Pueblo do sudoeste dos Estados Unidos da América, com uma
economia baseada na agricultura,
espalhou-se lentamente para sul durante o primeiro milénio dC. No século
VIII, no local de Casas Grandes, a
noroeste de Chihuahua, foi fundada uma aldeia composta por construções
escavadas, por populações Mogollon do
Novo México.
Paquimé
desenvolveu-se lentamente até meados do século XII, quando passou por uma
dramática expansão e alterações culturais.
As
construções escavadas foram substituídas por estruturas mais elaboradas, acima
do solo, em adobe e com um desenho complexo. A presença de elementos como as
plataformas, campos de jogos, um sofisticado sistema de distribuição de água e
edifícios de armazenamento especializados para produtos exóticos, como araras e
perus, artefatos com conchas, cobre e agave indica influências das civilizações
mais avançadas da Mesomérica. Resiste ainda hoje a incerteza entre os
arqueólogos sobre se isso terá representado uma invasão do sul ou uma expansão
indígena para lidar com um elevado volume de comércio.Paquimé tornou-se um
grande centro de comércio, ligada a um extenso número de pequenos aglomerados
em torno dele. Estima-se que a população durante o período de prosperidade, nos
séculos XIV e início de XV, com cerca de 10 mil habitantes, tornando-se uma das
maiores aglomerações proto-urbanas da
América do norte.
Após
a conquista espanhola do México foi imposta à região uma nova estrutura social
e econômica centrada no modelo europeu, na qual Paquimé não participou. O
declínio rápido relatado pelos exploradores espanhóis refere apenas pequenas
comunidades agrícolas a noroeste de Chihuahua. A ruptura final surge no final
do século XVII, quando a colonização espanhola intensiva da área resultou no êxodo
dos habitantes sobreviventes.
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