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domingo, 9 de agosto de 2020

A REDESCOBERTA DO EGITO

 

A esfinge só foi completamente desenterrada entre 1925 e 1936, durante escavações lideradas por Émile Baraize.

A

 redescoberta do Egito faraônico inicia-se com duas datas precisas: 1789 e 1824. Antes disso não se sabia absolutamente nada a respeito desse período. A primeira das duas datas (1798) corresponde à extraordinária expedição do general Napoleão Bonaparte no Egito. Com surpreendente visão de longo alcance, além de  um corajoso exército, levou consigo um excelente grupo de técnico e de homens entendidos no assunto, munidos de livros, duzentas caixas de instrumentos científicos e duas tipografias completas, visto que em todo o Egito não existia nada disso. Ao todo cento e sessenta e sete “cientistas civis”, compreendendo naturalistas, botânicos, cartógrafos, engenheiros, astrônomos geólogos, historiadores e, pelo que consta, desenhistas e arqueólogos. Esse douto esquadrão recebeu o apelido de “Asnos”.

Champollion e os hieróglifos

Entre os objetos recolhidos durante a expedição napoleônica havia uma estela fendida, com aparência totalmente insignificante, Deu-a casualmente a um oficial do Gênio, um tal Bouchard, que a passou a um dos “Asnos”. Na estela três inscrições, a primeira em hieróglifo; a segunda em demótico; a terceira em grego – que indicava tratar-se de uma oferta sacerdotal feita por Ptolomeu V Epifane – constituía a chave para decifrar as duas primeiras. Constatou-se logo que o documento era de excepcional interesse e por ordem pessoal de Napoleão a estela foi imediatamente reproduzida e litografada, sendo que depois de várias cópias foram enviadas a vários especialistas de línguas mortas.

Gastaram-se quinze anos para a interpretação de pelo menos a parte em demótico. O mérito disso cabe ao sueco J. D. Akerblad (1814). Mas os hieróglifos resistiam, inflexíveis. Como para a história, existiam apenas duas fontes de referência: a primeira eram os Hieroglyfhica, obra de Orapolo Nilótico que parece ter vivido no século IV d. C. Parecia antigo, dizia ser egípcio e portanto não havia motivo de se contestar quanto à autoria de sua obra que, no entanto, infelizmente se tornou inaceitável, embora tivesse algumas intuições certas. Surgiu, posteriormente, a segunda fonte com a obra de P. Athanasius Kircher, este de indiscutível e vasta cultura; mas a sua Lingua Aegyptiaca restituta, publicada em Roma (1643), era de tal modo estranha que levou seus alunos a proclamar, e sem hesitação, que num obelisco em Roma está inciso um hino à Santíssima Trindade.

Infelizmente, as dispensões destes dois ilustres estudiosos desencadearam todos aqueles que as tinham como boas. Somente a dois não atribuíram nenhum valor, desde o início. O primeiro foi o inglês Thomas Young, o qual seguiu pelo caminho certo, mas que, não encontrando, afinal, uma confirmação para o seu trabalho apenas por motivo de um erro banal de transcrição, deu-se por derrotado. O outro foi o grande Jean-François Champollion (1790 – 1832). Champollion foi um verdadeiro gênio da linguagem, iniciou o estudo das línguas orientais com onze anos, já conhecendo paralelamente todas as européias, e aos dezenove anos se tornara professor de história em Grenoble.

Está claro que a estela encontrada, a qual se chamou “Estela de Rosetta”, se tornasse a sua obsessão. E entregou-se a ela de corpo e alma, intensamente em concorrências com os mais ilustres peritos e jamais abandou a terrível empresa que aos poucos tinha desencorajado os outros. Procedeu  por etapas: na sua Lettre à M. Dacier, lida na Academia Real ao 27 de setembro de 1822, anunciava a primeira  descoberta sobre o uso do alfabeto fonético do qual os egípcios se serviam para escrever os nomes dos reis gregos e dos imperadores romanos.

Dito nestes termos, não parece muito : mas derrubava o conceito difundido por Orapollo, de que a escrita hieroglífica seria apenas ideográfica. E finalmente, em 1824 (esta foi a data mais importante para a redescoberta do Egito) vinha a lume o seu Précis du système hièroglyphique des anciens Egyptiens. Embora ainda rudimentar, a chave era finalmente encontrada. Todavia, continuava ainda sem solução  o problema mais importante; seria necessário entender aquilo que agora se podia ler, isto é, renascer uma língua morta a pelo menos dezoito séculos.

Também isso se dedicou Champollion até a morte, que lhe ocorreu por enfarte quando contava apenas quarenta e dois anos. A sua Gramática egípcia e o seu Dicionário, publicados postumamente (1834-1845 lançaram as bases para este cansativo renascimento que durará mais ou menos por um século.

Você quer saber mais? 

A.Arborio Mella, Federico. O Egito dos Faraós (L’Egitto Dei Faraoni), Editora Hemus, São Paulo, 1981. 

http://www.britishmuseum.org/explore/highlights/highlight_image.aspx?image=an16456b.jpg&retpage=26981



quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Castelo, residência do senhor feudal

Reconstituição do castelo de Coucy (Aisne), séc. XIII -XV, com seu torreão de 31 m de diâmetro e 60 m de altura, importante testemunho da arte medieval. Fonte: Larousse Cultural.

Conhecida como residência feudal fortificada, defendida por fosso, muralhas e torres, assim eram os castelos na idade média. Com a queda império romano e vácuo deixado pelo poder central, as grandes propriedades latifundiárias têm sua importância aumentada, e devido a independência econômica e jurídica a “villa” se torna um local de proteção fortificada. As cidades perderam sua importância e o “castellum” se torna o último refúgio da população. Na França do século X o castelo é o herdeiro da “villa” possuindo seu próprio reduto o torreão, além de outros edifícios murados, sendo edificado em alvenaria só a partir do século XI, para resistir aos incêndios provocados em batalha. A partir do século XIV o castelo se torna um reduto de lazer, devido ao progresso da artilharia perdeu sua função de local de segurança.

Torreão ou torre central

Torre larga e ameada que constitui o reduto de um castelo; bastilhão, a parte mais forte do castelo onde o senhor feudal se refugiava em caso de cerco. Era a área mais segura do castelo e não tinha portas ou janelas na parte inferior. Com paredes grandes e grossas, era o abrigo perfeito em caso de cerco. Normalmente o torreão era mais alta que a parede.

Muro

Os castelos estavam cercados por um muro, que era a fortificação defensiva que cercava o castelo inteiro. Muitas vezes, as paredes eram cercadas por um fosso, para dificultar a invasão dos invasores. As paredes podiam atingir 12 metros de altura e 3 metros de espessura. Para torná-los mais expelíveis, fossos foram construídos em torno deles para impedir a passagem dos atacantes. No início, as paredes dos castelos eram de madeira, mas a partir do século IX a pedra começou a ser usada para a formação de paredes. Os muros serviam para fazer com que os invasores perdessem tempo tentando escalá-los.

Torre

Torres de defesa poderiam ser construídas ao longo das muralhas. Para comunicar as torres da muralha, um pequeno corredor foi feito se juntando a elas, conhecido como estrada redonda. Além disso, para proteger a parede, às vezes era feita uma parede inferior à sua frente, conhecida como ante muralha.

As torres são as projeções colocadas ao longo da parede, com a função de proteger o castelo. Nas torres escondiam os defensores do castelo para defendê-lo de possíveis ataques. Muitas das torres tinham buracos, conhecidos como saeteras ou fendas. Os parafusos eram os buracos dos quais as armas lançadas. Pelo contrário, as abrasões eram os buracos usados ​​para armas de fogo. As torres eram conectadas umas às outras por corredores estreitos ao longo da parede, conhecida como estrada redonda ou adarve. Eles foram aprimorados criando saliências conhecidas como construtores, que tinham uma abertura no fundo para derramar água fervente ou atacar com flechas. Enquanto isso, as tropas defensivas do castelo poderiam atacá-los das torres.

Fosso

Chamado de “fosso”, esse detalhe arquitetônico não era projetado para servir a nenhum tipo de entretenimento ou algo parecido, mas sim como uma forma bastante inteligente de proteger o castelo dos ataques de inimigos. Como mecanismo de defesa, os fossos eram muito eficazes. Alguns fossos cercavam o próprio castelo, enquanto outros fossos podiam cercar vários edifícios ou até mesmo uma pequena cidade.  É importante destacar que os castelos sem fossos eram mais vulneráveis ​​a ataques vindos de baixo, já que os saqueadores frequentemente consideravam que a única maneira de surpreender os habitantes de um castelo era escavar sob o castelo e atacar através de caminhos subterrâneos. Com a criação dos fossos, o processo de escavação sob um castelo se tornou algo quase impossível. Quando os fossos estavam cheios de água, eles geralmente eram profundos o suficiente para dificultar o avanço dos invasores, que relutariam em tentar nadar pois sabiam que ficariam muito vulneráveis ​​aos ataques dos guardas do castelo.

Plantações

As grandes propriedades rurais da época medieval eram divididas em três categorias de terras. A primeira – que englobava a maior parte do solo cultivável, era o chamado manso senhorial, onde tudo o que se produzia pertencia ao senhor feudal, o dono da fazenda. Os servos trabalhavam em todas as terras, mas só podiam tirar seu sustento dos minúsculos lotes que formavam a segunda categoria de terras, o manso servil. O trigo, a aveia, a cevada, a ervilha e a uva eram os alimentos mais plantados.

Você quer saber mais?

Grande Enciclopédia Larousse Cultural. São Paulo: Ed. Nova Cultura Ltda, 1998. pg.1233-1234.

https://maestrovirtuale.com/castelo-medieval-partes-e-funcoes/

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-era-um-feudo-na-idade-media/

https://www.tricurioso.com/2019/03/05/por-que-os-castelos-medievais-tinham-fossos/

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

A VERDADE HISTÓRICA SOBRE O MITO DOS ANUNNAKIS

Representação do deus sumério Enki no texto sobre a criação dos homens.

Leandro Claudir Pedroso

            Muito se tem falado atualmente sobre os Anunnakis, e teorias das mais diversas são frequentes sobre o tema. Muitas teorias indo além do mito e levando ao extremo dos teóricos alternativos. Mas, realmente oque sabemos historicamente falando sobre esses seres mitológicos, tão importantes para os sumérios, seres que são colocados no mais alto escalão das divindades sumérias. Neste pequeno texto traremos um pouco de luz sobre os abusos escritos e documentários sensacionalistas que não prestam serviço ao conhecimento humano, mas servem unicamente para propósitos egoístas e gananciosos de seus escritores e produtores.

Os Anunnaki são um grupo de divindades sumérias, acádias e babilônicas. O nome é alternativamente escrito "a-nuna", "a-nuna-ke-ne, ou "a-nun-na", ou seja, algo no sentido de "aqueles de sangue real" ou "prole do príncipe". Sua relação com o grupo de deuses conhecido como Igigi não é clara - às vezes os nomes são usados como sinônimos, mas, no mito do dilúvio de Atrahasis, têm de trabalhar para os Anunnaki, rebelando-se após 40 dias e substituídos com a criação dos seres humanos. De acordo com um mito babilônico, os Anunnakis eram filhos de Anu, o céu. Anu, por sua vez, era o filho de Anshar (deus do céu), irmão de Kishar  (deus da terra), respectivamente. Portanto, Anu era neto de deuses lamacentas Lahm e Lahmu , guardiões do templo em Eridu , que teve lugar a criação . O que torna o Anunnaki nos bisnetos dos guardiões do Templo da Criação.

 

Breve genealogia:

Tiamati e Apsu

 

(Tiamati, era uma deusa serpente marinha e Apsu, era o deus das águas doces).

Lahm e Lahmu

 

(Senhores das terras abaixo dos oceanos ou “lodo marinho).

 

Anshar e Kishar

 

(Pais dos primeiros deuses. Anshar,  era o deus do horizonte celeste e Kishar era a deusa do horizonte terreno).

 

Anu e Ki

 

(Anu era o deus do céu e juiz dos homens, Ki era a deusa da terra)

 

Anunnakis

 

(Grupo de divindades dos quais o mais importante é Enlil, deus do ar. De acordo com as lendas, o céu e a terra eram inseparáveis, até o nascimento de Enlil, que dividiu o céu e a terra em dois).

 

 

Enlil , senhor do ar e Anu seu filho e sucessor como chefe do conselho Anunnaki iniciou uma disputa entre ele e seu irmão Enki , o senhor da terra, o deus da sabedoria e de água doce magia, considerado por muitos como um alquimista. Enlil (En = senhor | Lil = ar) vieram de Nippur , enquanto seu irmão Enki (En = senhor | Ki = Terra) fez de Eridu .

Os Igigi’s, os deuses menores, se recusaram a continuar a trabalhar para manter a harmonia do universo e Enki, no Shabat ou Shappatu, criou a humanidade para que esta assuma a responsabilidade para a realização de tarefas que os deuses menores tinham abandonado. Os Anunnaki, e o alto conselho dos deuses e de Anu, foram distribuídos pelo planeta Terra e pelo submundo. Alguns eram o próprio Enki, Asaru, Asarualim, Asarualimnunna, Asaruludu, Namru, Namtillaku ou Tut.

Na mitologia caldeia, os deuses Igigi’s eram deuses menores, mas também na literatura da antiga Mesopotâmia está palavra era usada para designar o conselho supremo dos deuses celestiais. Os Igigi, trabalhavam para os Anunnakis, cavando valas de drenagem e canais. Um dia, cansado, rebelaram-se como as lendas de épicos Enuma Elish e Atrahasis. Depois se tornaram uma espécie de demônios ou entidades do mal.

 Alguns significados mais minuciosos da palavra Anunnaki: 

ANUNNAKI

An = forma reduzida de "anachnu", que significa NÓS

Nu = também significa "céu"

Naki = limpo, puro

Significado: “Nós somos puros”

Ki = Terra

Ampliando o significado para: "Nós do céu, na Terra", ou ainda "Puros do Céu na Terra”.

Jeremy Black e Anthony Green oferecem uma perspectiva ligeiramente diferente sobre os Igigi e Anunnaki, escrevendo que "lgigu ou Igigi é um termo introduzido no período babilônico antigo como um nome para os (dez)"grandes deuses". Embora, por vezes, mantivesse esse sentido em períodos posteriores, desde o período Babilônio Médio é geralmente usado para se referir aos deuses do céu coletivamente, assim como o termo Anunnakku (Anúna) foi posteriormente usado para se referir aos deuses do submundo. No épico de criação, dizem que há 300 lgigu do céu".

Curiosamente, os sumérios tinham uma gradação para os seus deuses: Igigi era classe das divindades dos céus, ou do paraíso – compostos por dez seres, os “grandes deuses”; Anunnaki era o nome dado aos deuses terrestres, aqueles que supostamente viviam entre nós. Entretanto, vale a pena pontuar que na Antiguidade os governantes eram vistos como verdadeiros deuses na Terra. Os faraós do Egito Antigo eram deuses regendo os seres humanos. Os governantes da Pérsia, da Babilônia, da Suméria também tinham tais características entre seus plebeus. O mito cosmogônico dos babilônicos diz que os Anunnaki construíram as coisas da terra, como a organização social humana. Mas os historiadores apontam que esta é apenas uma versão das várias existentes da mesma mitologia. De acordo com um mito babilônico posterior, os Anunnaki eram filhos de Anu e Ki, irmão e irmã deuses.

É interessante conhecermos essas vertentes do conhecimento, uma vez que abrem nossa mente para questionamentos sobre como a humanidade fundamentou seu pensamento moral em cima da religião, e como o próprio homem inventou os deuses com suas semelhanças. Os Anunnaki aparecem no mito da criação babilônico, Enuma Elish. Na versão final ampliada, Marduque, após a criação da humanidade, divide o Anunnaki e atribui-os aos seus postos apropriados, trezentos no céu, trezentos sobre a terra. Em agradecimento, os Anunnaki, os "Grandes Deuses", construíram Esagila, a esplêndida: "Eles ergueram a cabeça de Esagila igualando-a a Apsu. Tendo construído um palco torre tão elevado quanto Apsu, puseram em cima dele uma morada para Marduque, Enlil e Ea." Então, eles construíram seus próprios santuários.

De acordo com o posterior mito babilônico, os Anunnaki eram filhos de Anu e Ki, irmão e irmã deuses, eles mesmos filhos de Anshar e Kishar (Eixo-do-Céu e Eixo-da-Terra, os pólos Celestiais), que por sua vez, foram os filhos de Lahamu e Lahmu ("os enlameados"), nomes dados aos guardiões do templo de Eridu Abzu, o local em que a criação foi pensada para ocorrer. Finalmente, Lahamu e Lahmu foram os filhos de Tiamat(Deusa do Oceano) e Abzu (apsû) (Deus das águas). Os Sumérios creditavam todo seu conhecimento aos Anunnaki.

 

 Você quer saber mais?

LEICK, Gwendolyn: A Dictionary of Ancient Near Eastern Mythology (NY: Routledge, 1998), p. 7. 

JEREMY and Green, Anthony: Gods, Demons and Symbols of Ancient Mesopotamia: An Illustrated Dictionary University of Texas Press (Aug 1992) p.34. 

GWENDOLYN: A Dictionary of Ancient Near Eastern Mythology (NY: Routledge, 1998), p. 85. 

JEREMY and Green, Anthony: Gods, Demons and Symbols of Ancient Mesopotamia: An Illustrated Dictionary University of Texas Press (Aug 1992) p.106.

 

 

 


terça-feira, 4 de agosto de 2020

A PIRÂMIDE PERDIDA DE DJEDEFRE

Reconstrução computadorizada da pirâmide de Djedefre.

D

urante uma escavação em um lugar afastado do platô de Gizé, uma equipe de arqueólogos encontrou evidências de uma quarta pirâmide. Construída pelo faraó Djedefré (Dyedefra), filho e sucessor de Quéops (Keops), ficou esquecida e soterrada pelas areias do deserto por mais de 5000 anos. 

Junto ao Planalto de Gizé, uma equipe de arqueólogos descobre uma pirâmide gigante. À medida que escavam nas profundezas das câmaras da pirâmide, as provas mostram que esta é a quarta e última pirâmide de Gizé. A sua construção, há cinco mil anos, foi uma corrida contra o tempo. Em apenas sete anos, entre a sua subida ao poder e a sua morte, o envelhecido faraó Djedefré estava determinado em exceder os feitos do seu odiado pai, o grande Queops, o faraó mais poderoso que o Egipto alguma vez conheceu. Radjedef iria imprimir a sua supremacia neste mundo e no próximo fazendo erigir a mais alta pirâmide alguma vez construída, elevando-se 60 pés acima da Grande Pirâmide de Gizé, de Khufu.

Ao longo dos cinco milénios seguintes, a pirâmide de Radjedef foi esquecida e quase enterrada pelas invasivas areias do deserto numa ponta remota do planalto de Gizé e o seu significado para as três grandes pirâmides foi perdido. Actualmente, o topo da pirâmide desapareceu uma vez que lhe foram sendo retiradas e recicladas partes ao longo dos milénios para construir Cairo antiga; esta estava mais vulnerável à destruição às mãos do homem devido à sua localização mais remota. A areia também reivindicou algumas das partes mais baixas da pirâmide. Por estas razões, os arqueólogos e os egiptólogos só recentemente estabeleceram a ligação às pirâmides de Gizé. Hoje, apenas com uma reindentificação positiva é que os egiptólogos ingleses e norte-americanos, incluindo Michel Vallogia, da Universidade de Genebra, e Joanne Rowlands, da Universidade de Oxford, liderados pelo Director do Supremo Conselho para as Antiguidades do Egipto, Dr. Zahi Hawass, redescobriram a quarta e a maior das pirâmides.

O Canal de História terá direito exclusivo à própria escavação, à identificação positiva final e a todas as revelações científicas que estão a ser feitas sobre esta. Construindo um túnel por baixo da quarta pirâmide e utilizando avançada tecnologia, incluindo um radar que penetra no solo, os peritos irão pôr a nu a estrutura da pirâmide de Radjedef, identificar a sua planta e estabelecer as câmaras individuais. A equipa irá, igualmente, mostrar como é que a redescoberta e a atribuição da pirâmide a Radjedef podem fornecer as pistas que faltavam para construir uma planta do planalto de Gizé. Isto incluiu os elevados trilhos construídos para levar as pedras até ao local das pirâmides; gigantes canais para os barcos fúnebres ou solares de 47 pés que transportariam a múmia do faraó até à pirâmide; e que seriam então sepultados junto às pirâmides para transportarem os faraós até às estrelas e à vida no além. Irá mostrar o labirinto de túneis que ligavam as pirâmides e os palácios dos faraós.

Você quer saber mais?

http://www.canaldehistoria.pt/minisites/0808lostpyramid/

http://seuhistory.com/programas/a-piramide-perdida.html