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terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Grandes cientistas e a fé




James Clerk Maxwell (1831-1879), um físico que teve sua biografia publicada pela prestigiosa editora John Wiley com o título O homem que mudou tudo, escreveu [23]: "Penso que os cientistas assim como outras pessoas, precisam aprender de Cristo, e acho que os cristãos cujas mentes dedicam-se à ciência são chamados a estudá-la para que sua visão da glória de Deus possa ser tão extensa quanto possível." Muitos cientistas viveram vidas e carreiras compatíveis com esse pensamento de Maxwell. Como exemplo, cito oito cientistas homenageados pelo SI (o Sistema Internacional de Unidades), conhecidos também por sua profissão da fé cristã. Leia mais...
Muitos cientistas que professa(ra)m a fé cristã falaram ou escreveram sobre sua fé. Vários cientistas não cristãos também se manifestaram sobre fé e / ou sobre religião. A seguir são reproduzidas (apenas) algumas das citações de cientistas bastante conhecidos. Ao final da página encontram-se informações sobre as referências de onde as citações foram obtidas.

Isaac Newton (1643-1727), matemático e físico
"Devemos crer em um Deus e não ter outros deuses além dele. Ele é eterno, onipresente, onisciente, onipotente, criador de todas as coisas, sábio, justo, bom e santo. Devemos amá-lo, temê-lo, honrá-lo e confiar nele, orar a ele, dar-lhe graças, louvá-lo e santificar seu nome, cumprir seus mandamentos e dispor de tempo para honrá-lo em culto." [1]


Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716), matemático, engenheiro, filósofo e diplomata
"A verdadeira felicidade consiste no amor a Deus, porém num amor sem preconceitos, cujo fogo arde na luz do conhecimento. Este tipo de amor gera a alegria com boas ações, que dá apoio à virtude e, tendo Deus como centro, eleva o humano ao divino." [1]

Leonhard Euler (1707-1783), matemático e físico
"A verdadeira felicidade pode ser encontrada somente em Deus, todos os outros prazeres nada mais são do que uma máscara vazia e são capazes de produzir apenas uma satisfação momentânea." [2]

Alessandro Volta (1745-1827), físico
"Submeti as verdades fundamentais da fé a um estudo minucioso. Li as obras dos apologetas e de seus adversários, avaliei as razões a favor e contra e assim obtive argumentos relevantes que tornam a religião (bíblica) tão digna de confiança ao espírito científico que uma alma com pensamentos nobres ainda não pervertida por pecado e paixão não pode senão abraçá-la e afeiçoar-se a ela. Peço a Deus que minha profissão de fé, que me foi solicitada e que eu forneço com alegria, escrita de próprio punho e por mim assinada, possa ser apresentada a todos, pois não me envergonho do Evangelho." [1]


Wilhelm von Humboldt (1767-1835), linguista, cofundador da primeira universidade de Berlim
"Os mistérios de Deus não são compreendidos; são adorados." [1]

Karl Friedrich Gauss (1777-1855), matemático e físico
"Existem questões a cuja resposta eu daria um valor infinitamente maior do que às matemáticas, por exemplo questões sobre ética, sobre nosso relacionamento com Deus, sobre nosso destino e nosso futuro. Para a alma existe uma satisfação de espécie superior, para a qual dispenso o que é material" [1]


Friedrich Rückert (1788-1866), filólogo, pioneiro da orientalística na Alemanha
"Fé é uma necessidade do coração. Ausência de fé não preenche lacunas. Onde se lançou fora a fé proliferará a superstição." [3]


           
Augustin Louis Cauchy (1789-1857), matemático e físico
"Sou um cristão, isto significa: creio na divindade de Jesus Cristo juntamente com Tycho Brahe, Copérnico, Descartes, Newton, Fermat, Leibniz, Pascal, Grimaldi, Euler, Guldin, Boscowitsch, Gerdil, com todos os grandes astrônomos, todos os grandes pesquisadores das ciências naturais, todos os grandes matemáticos dos séculos passados. E se porventura me perguntarem pela razão, terei prazer em explicá-la. Verão que minha convicção é resultado de estudo cuidadoso e não de preconceitos." [1]


Michael Faraday (1791-1867), físico e químico
"Eu confio em certezas. Eu sei que meu Redentor vive, e porque Ele vive eu também viverei." [4]


Karl Ernst von Baer (1792 - 1876), biólogo, pai da embriologia
"O bondoso Criador colocou quatro desejos no homem, pelos quais podemos dizer que este é segundo a imagem de Deus: a fé, a consciência, o desejo de saber, o sentido pela estética." (citação resumida) [1]


           
Justus von Liebig (1803 - 1873), químico, patrono da Universidade de Giessen, Alemanha
"O conhecimento da natureza é o caminho para a admiração do Criador." [1]


Alexis de Tocqueville (1805 - 1859), cientista político e historiador
"O povo, se quiser ser livre, há de ter convicções religiosas. Em não tendo fé, servirá." [5]


James Prescott Joule (1818-1889), físico
"Após conhecer e obedecer à vontade de Deus, o próximo alvo deve ser conhecer algo dos Seus atributos de sabedoria, poder e bondade evidenciados nas obras de Suas mãos." [6]


Louis Pasteur (1822-1895), microbiólogo e químico
"Quanto mais eu estudo a natureza mais fico impressionado com a obra do Criador. Nas menores de suas criaturas Deus colocou propriedades extraordinárias..."
"Proclamo Jesus como filho de Deus em nome da ciência. Meu espírito científico, que dá grande valor à relação entre causa e efeito, compromete-me a reconhecer que, se ele não o fosse, eu não mais saberia quem ele é. Mas ele é o filho de Deus. Suas palavras são divinas, sua vida é divina, e foi dito com razão que existem equações morais assim como existem equações matemáticas." [1]


James Clerk Maxwell (1831-1879), físico e matemático
"Juntamente com a Assembléia de Westminster e todos que a precederam eu creio que 'o fim principal do homem é glorificar a Deus e apreciá-lo para sempre.'" [7]

John William Strutt, Lord Rayleigh (1842-1919), ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1904
"Muitas pessoas excelentes temem a ciência como tendendo ao materialismo. Não é surpreendente que tal apreensão exista, pois, infelizmente, há escritores, falando em nome da ciência, que se fixaram a fomentá-la. É verdade que entre os homens de ciência, como em outros ramos, pontos de vista pouco refletidos podem ser encontrados a respeito das coisas mais profundas da natureza; mas que as crenças a que Newton, Faraday e Maxwell aderiram toda uma vida seriam incompatíveis com o hábito científico da mente é, sem dúvida, uma proposição que eu não preciso me delongar em refutar." [8]


           
Ruy Barbosa de Oliveira (1849-1923), filólogo e cientista político
"Nunca senti pelas vilanias humanas mais enjoos e pela sorte de nossa terra mais desânimo. Felizmente a fé em Deus se me vai acendendo, à medida que se me apaga a confiança nos homens. No meio de tantos desconfortos e iniquidade tenho-me entregado estes dias exclusivamente à leitura do Evangelho, a eterna consolação dos malferidos nos grandes naufrágios." [9]
"Nem o ateísmo reflexivo dos filósofos, nem o inconsciente ateísmo dos indiferentes são compatíveis com as qualidades de ação, resistência e disciplina essenciais aos povos livres. Os descrentes, em geral, são fracos e pessimistas, resignados ou rebeldes, agitados ou agitadores. Mas ainda não basta crer: é preciso crer definida e ativamente em Deus, isto é, confessá-lo com firmeza, e praticá-lo com perseverança." [9]


Max Planck (1858-1947), ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1919
"... desde a infância a fé firme e inabalável no Todo Poderoso e Todo Bondoso tem profundas raízes em mim. Decerto Seus caminhos não são nossos caminhos; mas a confiança Nele nos ajuda a vencer as provações mais difíceis." [1]
"Religião e ciência natural combatem unidos numa batalha incessante contra o ceticismo e o dogmatismo, contra a descrença e a superstição. E a palavra de ordem nesta luta sempre foi e para todo sempre será: em direção a Deus!" [10]
"A prova mais imediata da compatibilidade entre religião e ciência natural, mesmo sob análise detalhada e crítica, é o fato histórico de que justamente os maiores cientistas de todos os tempos, homens como Kepler, Newton, Leibniz, estavam imbuídos de profunda religiosidade." [10]


Roberto Landell de Moura (1861- 1928), pioneiro do rádio
"Eu sempre vi nas minhas descobertas uma dádiva de Deus. E como, além disso, sempre trabalhei para o bem da humanidade, tentando provar, ao mesmo tempo, que a religião não é incompatível com a ciência, folgo em ver hoje realizado na prática utilitária, aquilo que foi meu sonho de muitos dias, muitos meses, muitos anos." [11]


George Washington Carver (1864-1943), botânico, agrônomo
"Quando eu trabalhava em projetos que atendiam a uma real necessidade humana, forças trabalhavam através de mim que me surpreendiam. Frequentemente eu adormecia com um problema aparentemente insolúvel. Ao acordar, a resposta estava lá. Por que, então, devemos nós crentes em Cristo nos surpreender com aquilo que Deus pode fazer com um homem de boa vontade em um laboratório?" [12]

Herbert George Wells (1866-1946), historiador e escritor
"Como historiador preciso admitir que este pobre pregador da Galileia inevitavelmente é o centro da história." [1]

André Siegfried (1875-1959), educador e cientista político
"Nossa visão espiritual e não apenas puramente racional do homem..., nós a devemos à tradição judaica, que teve no Evangelho um desdobramento tão grandioso. Os profetas de Israel, aqueles brilhantes e devotos líderes do seu povo, plantaram no nosso espírito a sede de justiça que caracteriza socialmente o Ocidente." [1]


Albert Einstein (1879-1955), ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1921
"A todo cientista minucioso deve ser natural algum tipo de sentimento religioso, pois não consegue supor que as dependências extremamente sutis por ele vislumbradas tenham sido pensadas pela primeira vez por ele. No universo incompreensível revela-se uma razão ilimitada. A opinião corrente de que sou ateu baseia-se num grande engano. Quem julga deduzi-la de minhas teorias científicas, mal as compreendeu. Entendeu-me de forma equivocada e presta-me péssimo serviço..." [13]


Friedrich Dessauer (1881-1963), físico, pai da engenharia biomédica
"No fundo o ideal do homem cristão é a superação heroica de tudo o que rebaixa..., naturalmente não apenas por força própria, que é insuficiente, mas com ajuda da graça (de Deus)." [14]


Arthur Holly Compton (1892-1962), ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1927
"Para mim, a fé começa com a constatação de que uma inteligência suprema chamou o universo à existência e criou o homem. Não me é difícil crer isso, pois é inegável que onde há um plano, há também inteligência - um universo ordenado e em desdobramento atesta a verdade da declaração mais poderosa que jamais foi proferida: 'No princípio Deus criou'." [15]


Arnold Joseph Toynbee (1889-1975), historiador
"E agora, quando olhamos para a outra margem, um único vulto ergue-se das águas e preenche todo o horizonte. É o Salvador - Deus encarnado no homem Jesus de Nazaré." [1]


Werner Heisenberg (1901-1976), ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1932
"O primeiro gole do copo das ciências naturais torna ateu; mas no fundo do copo Deus aguarda." [16]


Walter Heinrich Heitler (1904-1981), físico, recebedor da Medalha Max Planck de 1968
"Natureza definitivamente não pode ser discutida de modo completo em termos científicos sem incluir também a indagação por Deus." [17]

Nevill Mott (1905-1996), ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1977
"Os milagres da história humana são aqueles em que Deus falou aos homens. O supremo milagre para os cristãos é a ressurreição. Alguma coisa aconteceu àqueles poucos homens que conheciam Jesus que os levou a acreditar que Jesus estava vivo, com tal intensidade e convicção que esta fé permanece a base da igreja cristã dois mil anos depois." [18]


Carlos Chagas Filho (1910-2000), médico, membro da Acad. Bras. Ciências
"Estou procurando mostrar que não há incompatibilidade entre a verdade científica e a revelação: são duas coisas que tratam de espaços diferentes. Uma trata da realidade da vida, a outra trata do transcendental. E a Bíblia, que é um livro muito interessante de ser lido (principalmente Isaías), não procura ensinar à gente nada de ciência, e sim uma ordem moral. ... a Bíblia não quer ensinar como é que se fez o céu, mas quer ensinar como é que se vai ao céu. Trata-se de um preceito teológico muito importante, relativo à questão de graça: a pessoa acredita ou não. Agora, como eu respeito as pessoas que não creem, quero também que elas respeitem a sinceridade de minha fé." [19]


Wernher von Braun (1912-1977), pioneiro da exploração espacial
"Minhas experiências com ciência conduziram-me a Deus. Desafiam a ciência a provar a existência de Deus. Mas precisamos realmente acender uma vela para ver o sol?" [20]


Charles Townes (1915-), ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1964
"Você pode perguntar: onde exatamente Deus entra em tudo isto? Talvez minha narrativa possa lhe dar algumas respostas, mas para mim a pergunta quase não faz sentido. Se você crê em Deus, não existe um 'onde' em particular. Ele sempre está presente... Para mim Deus é pessoal e também onipresente. Uma grande fonte de força, Ele fez uma enorme diferença para mim." [16]


Arthur L. Schawlow (1921-1999), ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1981
"... eu encontro uma necessidade por Deus no universo e em minha própria vida ... Somos afortunados em termos a Bíblia, e especialmente o Novo Testamento, que nos fala de Deus em termos humanos muito acessíveis, embora também nos deixe algumas coisas difíceis de entender." [18]


Antony Hewish (1924-), ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1974
"Eu creio em Deus. Não faz o menor sentido para mim supor que o universo e nossa existência são apenas um acidente cósmico, que a vida emergiu por processos aleatórios em um ambiente que apenas por acaso tinha as propriedades certas." [16]
"Como um cristão, começo a compreender o que é a vida através da fé num Criador... revelado por um homem nascido há cerca de 2000 anos." [16]


John Polkinghorne (1930- ), físico, teólogo, ex-presidente do Queen's College, Cambridge
"Eu creio apaixonadamente na teoria quântica, mas tal crença não ameaça mudar minha vida de forma significativa. Não posso crer em Deus, no entanto, sem saber que devo ser obediente a Sua vontade para mim, à medida que ela se torna conhecida a mim. Deus não está aí apenas para satisfazer minha curiosidade intelectual, ele está aí para ser honrado e respeitado e amado como meu Criador e Salvador. Cuidado! Deixe-me fazer um aviso teológico de saúde, ou melhor, uma promessa: 'Ler a Bíblia pode mudar sua vida.'" [21]


Arno Allan Penzias (1933-), ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1978
"Eu olho para Deus através das obras de suas mãos e estas obras implicam intenções. Destas intenções recebo uma impressão do Todo Poderoso." [16]


William Daniel Phillips (1948- ), ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1997
"Muitos cientistas são também pessoas com uma fé religiosa bastante convencional. Eu, um físico, sou um exemplo. Creio em Deus como Criador e como Amigo. Isto é, creio que Deus é pessoal e interage conosco." [16]

Francis Sellers Collins (1950- ), geneticista, ex-diretor do Projeto Genoma Humano
"Não tenho razão para ver uma discordância entre aquilo, que sei como cientista que passa o dia inteiro estudando o genoma humano, e aquilo, que creio como alguém que presta muita atenção ao que a Bíblia me ensinou sobre Deus e sobre Jesus Cristo. ... A noção de que você deve escolher entre um e outro é um mito terrível que tem sido proposto, e que muitas pessoas têm aceito sem real oportunidade de examinar a evidência." [22]

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[1] Traduzido de J. Gutzwiller - Das Herz, etwas zu wagen, Friedrich Bahn Verlag: Neukirchen-Vluyn, 2000. ISBN 3761593031. Essa é uma coletânea de citações compilada por Jörg Gutzwiller, capelão do governo e parlamento suíço de 1979-1999.

[2] Traduzido da coletânea Letters of Euler on Different Subjects in Natural Philosophy, W. & C.Tait, Edinburgh, 1823.

[3] Tradução livre das últimas quatro linhas do poema Die Lücke des Glaubens, de Friedrich Rückert.

[4] Traduzido de citação em L. Charles - Michael Faraday: Father of Electronics, 1978, Herald Press, Scottsdale, PA.

[5] Traduzido de citação no documento Discurso no Colégio Anchieta, Fundação Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro, 1981.

[6] Traduzido de citação em A. Lammont - "James Joule", Creation 15 (2): 47-50, março de 1993.

[7] Traduzido de citação em Ian Hutchinson, "James Clerk Maxwell and the Christian Proposition", 1998.

[8] A declaração de Lord Rayleigh consta da sua palestra na 54a reunião da British Association for the Advancement of Science, 1884, e foi traduzida de Kneller, K.A. - Christianity and the leaders of modern science, B. Herder, Freiburg im Breisgau, 1911.

[9] As frases de Ruy Barbosa constam do documento Discurso no Colégio Anchieta, Fundação Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro, 1981.

[10] Traduzido de M. Planck - Vorträge und Erinnerungen, S. Hirzel Verlag, Stuttgart, 1949.

[11] As frases de Roberto Landell de Moura constam de entrevista concedida ao jornal Última Hora, Porto Alegre, em novembro de 1924.

[12] A citação de Carver foi obtida de William J. Federer, George Washington Carver - His Life & Faith in his Own Words, 2002.

[13] Traduzido de H. Muschalek (Ed.) - Gottbekenntnisse moderner Naturforscher, quarta edição, Morus, Berlim, 1964.

[14] Traduzido de F. Dessauer - Erbe und Zukunft des Abendlandes, Francke, Tübingen, 1948.

[15] Tradução de uma frase que consta de um discurso de Compton de 1936, publicado no Chicago Daily News e citado em Gitt, W. - So steht's geschrieben, 7a edição, CLV, Bielefeld, 2008. ISBN 9783893979800.

[16] Heisenberg, Hewish, Townes, Penzias e Phillips tiveram citações traduzidas de T. Dimitrov - 50 Nobel laureates and other great scientists who believe in God. A declaração de Heisenberg consta também de Nobel Laureates pro Intelligent Design (ID) of the Universe and Life (revisão de 22.4.2007), uma coletânea disponibilizada por Wolf-Ekkehard Lönnig, cientista do Max Planck Institute for Plant Breeding Research, Alemanha.

[17] Traduzido de W.H. Heitler - Die Natur und das Göttliche, Klett und Balmer, Zug, 1974. ISBN 3720690016.

[18] Traduzido de H. Margenau; R.A. Varghese (Eds.) - Cosmos, bios, theos: scientists reflect on science, God, and the origins of the universe, life and homo sapiens, Open Court, Chicago, 1992. ISBN 0812691865.

[19] A citação de Carlos Chagas Filho é parte de entrevista concedida a Darcy F. de Almeida, publicada em julho/agosto de 1983 e disponível no CanalCiência, do IBICT.

[20] Traduzido de citação que consta de uma carta de von Braun ao California State Board of Education, em 1972.

[21] Traduzido de J. Polkinghorne - Searching for Truth, Crossroad, New York, 1996.

[22] Traduzido de B. Abernethy - "Bob Abernethy's interview with Dr. Francis Collins, director of the Human Genome Project at the National Institutes of Health", PBS Religion & Ethics Newsweekly, 2000.

[23] Traduzido de L. Campbell & W. Garnett - The Life of James Clerk Maxwell. MacMillan, Londres, 1882.

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segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Nazistas na Amazônia: missão secreta para atacar países vizinhos.




Livro conta a história de expedição nazista à região. Imagem: Einestages Spiegel.
Os oficiais de Hitler estiveram aqui, gostaram do que viram e fizeram um plano audacioso e assustador: enviar uma missão secreta à Amazônia para atacar os países vizinhos e começar a ocupação da à América do Sul.
por Pieter Zalis

Os gringos querem tomar a Amazônia. Você já deve ter ouvido essa teoria conspiratória, que volta e meia aparece em conversas de bar. O que você provavelmente não sabe é que esse risco já existiu de verdade. Uma superpotência já esteve aqui mapeando o terreno. E não foram os EUA - foi a Alemanha nazista. "A tomada das Guianas é uma questão de primeira importância por razões político-estratégicas e coloniais." Essa frase faz parte de um relatório de 1940 preparado pelo biólogo e geógrafo Otto Schulz-Kamphenkel para a SS - a força de elite do Terceiro Reich. O objetivo da chamada Operação Guiana era colonizar as guianas Francesa, Inglesa e Holandesa. A invasão seria feita pelo norte do Brasil, pois os nazistas já haviam passado por aqui - e gostado do que viram. De 1935 a 1937, Schulz-Kamphenkel liderara uma expedição que começou em Belém do Pará e percorreu as margens do rio Jari, no atual estado do Amapá, até chegar à fronteira da Guiana Francesa.

Os metais preciosos da região e a forte influência dos ingleses na América do Sul foram os principais incentivadores da Operação Guiana. Em carta endereçada a Hitler, no dia 3 de abril de 1940, o oficial da SS Heinrich Peskoller diz que as reservas de ouro e diamantes locais seriam suficientes para sanar a situação financeira da Alemanha em poucos anos. "Na Guiana Britânica, a extração de ouro e diamante é mantida em baixa para não atrapalhar o mercado sul-africano (dominado também por ingleses). Nas mãos do Führer, cada metro quadrado de solo poderia ser em pouco tempo explorado pela grande Alemanha", escreveu o oficial.

Peskoller não queria apenas criar uma colônia para alimentar a economia do Terceiro Reich. A região teria importância na construção do Espaço Vital da raça ariana - pois os nazistas acreditavam que seria possível transformar a região em um lugar bom de viver. "O empenho e a técnica alemã poderiam domar as inúmeras cachoeiras na forma de usinas hidrelétricas colossais. Podendo fazer uma rede elétrica em todo o país com bondes, navegação fluvial, produção de madeiras nobres, pontes, aeroportos, escolas e hospitais. A comparação entre o antes e o depois da tomada dos alemães contaria pontos para o Führer", argumentava Peskoller.

A conquista das Guianas também traria outro grande benefício para os alemães: atrapalhar a Inglaterra. Os ingleses compravam muitas matérias-primas das Américas, e boa parte dos cereais consumidos no território inglês vinha da Argentina. Depois de montar a base na América do Sul e tomar as Guianas, o próximo passo dos nazistas seria mandar submarinos para a região - para que os navios que se dirigiam à Inglaterra fossem abatidos.

Em 1940, o projeto foi encaminhado a Heinrich Himmler, líder da SS e um dos principais nomes do governo nazista. "O plano parece romântico, mas é factível", defendeu Schulz-Kamphenkel. A operação, de acordo com o pesquisador, deveria ser feita em sigilo. Os alemães atacariam em duas frentes. Uma tropa de 150 soldados navegaria o rio Jari, no Amapá, para chegar a Caiena, capital da Guiana Francesa. Ao mesmo tempo, pequenas embarcações e 2 submarinos atacariam pela costa da Guiana.

A América do Sul e a Sibéria deslumbravam Schulz-Kamphenkel pelas riquezas naturais. Esses territórios eram considerados áreas ideais para a expansão do Terceiro Reich. Mas a invasão militar na Sibéria estava temporariamente descartada. Os Russos dominavam a região. E, até 22 de junho de 1941, estava em vigor um pacto de não-agressão germano-soviético. Sobrava a América do Sul.

Na avaliação dos nazistas, os países vizinhos não impediriam a invasão. O Brasil dera apoio irrestrito à primeira viagem de Schulz-Kamphenkel pela Amazônia, em 1935 (quando o pretexto dele era estudar a flora e a fauna locais), e não sabia dos planos de ataque. Uma possível represália dos EUA também era considerada improvável. Em 1940, eles ainda não estavam em guerra contra a Alemanha. Pela lógica da SS, a troca de poder nas colônias seria uma mera substituição de nações europeias na região - e não afetaria a influência dos americanos por aqui.

O plano também incluía previsões assustadoras para o período do pós-guerra. Após a conquista da Europa, o novo alvo seria o Japão. "Se conseguirmos assegurar (o território das Guianas), teremos uma posição estratégica para enfrentar o Japão", diz o relatório. Era uma questão de defesa. "Há o risco terrível de domínio amarelo no mundo. A raça branca está ameaçada pela raça amarela."

Antes de a guerra estourar, o jovem Otto Schulz-Kamphenkel já desfrutava de prestígio entre os homens fortes de Hitler. Sua primeira grande expedição foi na África, na atual região da Libéria, onde ele caçou animais - que vendeu para o zoológico de Berlim. Seu grande desejo era conhecer a floresta amazônica. A expedição ao Jari, em 1935, colocou o pesquisador no patamar dos mais prestigiados cientistas alemães da época. O Museu de História Natural de Berlim ainda expõe animais empalhados trazidos por Schulz-Kamphenkel, que também gravou um filme de 90 minutos, tirou 250 fotos e escreveu o livro O Enigma do Inferno Verde, que vendeu 100 mil exemplares na época. "A descrição da paisagem é muito precisa. Ainda hoje é possível se guiar na região com as referências dadas no livro", diz Cristoph Jaster, chefe do Parque Nacional Tumucumaque, no estado do Amapá.

No livro, saudações a Hitler se misturam com comentários sobre a superioridade da raça ariana. Imagens mostram um hidroavião e alguns barcos carregando bandeiras com suásticas. Os nazistas deixaram uma lembrança que pode ser vista até hoje na margem do rio Jari, a poucos metros da cachoeira de Santo Antônio. É uma cruz de 3 m de altura, decorada com uma suástica, em homenagem a um oficial que morreu durante a expedição.

Negros e índios eram considerados raças inferiores. Mas Schulz-Kamphenkel exaltava a boa relação construída com as tribos locais aparai, mayna e wajäpi. Os nativos, que despertavam a curiosidade dos alemães (e atraíram muitos espectadores para o filme que mostra a expedição) serviram como guias na desconhecida região da floresta amazônica. Quando surgiu a ideia do Projeto Guiana, Schulz-Kamphenkel dizia que sua boa relação com os locais seria um facilitador para a conquista germânica. "Ele não queria apenas participar da invasão. O bom contato com os índios fez Schulz-Kamphenkel sonhar com o governo da futura Guiana Alemã", afirma o alemão Jens Glüsing, autor do livro Das Guiana-Prokejt. Ein deutsches Abenteuer am Amazonas (Projeto Guiana - Uma Aventura Alemã no Amazonas), ainda sem tradução em português.

Militares disfarçados

O Ministério da Aeronáutica nazista forneceu um hidroavião para ajudar nos estudos na selva. Nas entrelinhas, havia um objetivo militar: testar técnicas de mapeamento aéreo. Esse aprendizado foi usado para fins militares durante a Segunda Guerra. Os ministérios das Relações Exteriores e da Guerra de Brasil e Alemanha cuidaram da burocracia e negociaram a isenção de impostos para armas, munição e mais de 30 toneladas de material para a expedição. O Museu Nacional no Rio de Janeiro, presidido por Paulo de Campos Porto, foi o principal incentivador do projeto pelo lado brasileiro. Esse apoio existiu porque a região era igualmente desconhecida pelo nosso governo, e o museu estava interessado nos resultados científicos obtidos pela expedição. Além disso, as células do Partido Nazista no Brasil tinham forte influência sobre setores do governo de Getúlio Vargas e fizeram lobby a favor da expedição.

Nazistas aqui?

A opinião pública também apoiou a expedição nazista. O jornal carioca Gazeta de Noticias publicou no dia 9 de agosto de 1935 uma matéria com o título: "Nas vésperas da sua sensacional expedição  ao Jari". A entrevista com o geógrafo alemão exaltava "uma viagem que mereceu os mais francos aplausos". O cientista era caracterizado como "uma expressão brilhante da moderna geração que ora está surgindo cheia de vida e coragem, disposta a derrubar os obstáculos que entravam a marcha da civilização".

Em outra entrevista para o Jornal do Norte, publicada no dia 24 de agosto de 1935, o piloto alemão Gerd Kahle agradeceu: "Não se esqueça de dizer pelo jornal que estamos muito sensibilizados pelas atenções das autoridades paraenses. Aos senhores Andrade de Ramos & Cia., proprietários de imensa extensão de terras no Jari, também estamos cativos pelas facilidades que nos têm assegurado a boa consecução do nosso empreendimento."

Mas a segunda expedição, em que os alemães viriam secretamente para invadir as guianas, acabou não saindo do papel. Ela não se concretizou por uma decisão pessoal de Himmler, o líder da SS, que esfriou os planos. Na estratégia dele, a guerra havia ganhado outras dimensões - e seria mais inteligente centrar fogo na Europa. Em 10 de maio de 1940, a Alemanha lançou uma grande ofensiva contra a Europa Ocidental. Em dias, a Holanda foi conquistada e, em pouco mais de um mês, Hitler realizou seu desfile histórico pela avenida Champs-Élysées, em Paris. "As invasões da Holanda e da França representaram a anexação automática de suas colônias ao governo nazista. Não havia mais a necessidade de invadir as Guianas", explica Jens Glüsing.

Com o decorrer da guerra, os habitantes da Guiana Francesa começaram a se revoltar contra as forças de Vichy (governo pró-nazista implantado na França durante a Segunda Guerra). A capital, Caiena, ganhou o clima de terra sem lei e virou palco da ação de espiões e fugitivos. Em 1943, com a ajuda dos EUA, o governo pró-nazista foi expulso da Guiana Francesa. Mas a população local era contra uma ocupação americana. E os franceses não tinham mais autoridade. O país estava sem comando - e o governo brasileiro começa a cogitar a anexação da Guiana Francesa ao Brasil. Livros de propaganda política, como Brasil, o País do Futuro, do austríaco Stefan Zweig, chegaram a ser distribuídos em Caiena. Mas Getúlio Vargas acabou desistindo do plano, pois temia criar atrito com os EUA.

Após voltar da Amazônia, Schulz-Kamphenkel se filiou à SS e chegou ao posto de tenente. Com outros cientistas, formou uma tropa de elite de pesquisadores a favor do nazismo. Depois, se envolveu na operação secreta Comando Especial Doca, que levou mais de 50 pesquisadores nazistas para estudar o Deserto do Saara e imaginar possíveis rotas que os ingleses e os franceses poderiam tomar até a Itália. Schulz também perambulou por Grécia, Iugoslávia, Finlândia, Polônia e Ucrânia.

Em 1945, ele foi preso na Áustria pelos americanos e enviado para um campo de prisioneiros de guerra. O FBI o interrogou em maio de 1946. No dossiê sobre o geógrafo, um oficial recomendou ao governo americano que adotasse as técnicas de mapeamento aéreo desenvolvidas por Schulz-Kamphenkel, mas isso não chegou a ser concretizado. No mesmo ano, ele foi solto e voltou para sua cidade natal, Hamburgo, onde abriu o Institut für Welkunde in Bildung und Forschung (Instituto de Formação e Pesquisa de Ciência do Mundo). Em funcionamento até hoje, a instituição fundada pelo ex-tenente da SS fornece filmes didáticos e material de ensino de geografia para escolas alemãs.

Depois de ser alvo de Hitler, a região do rio Jari e a fronteira com a Guiana Francesa se transformou em palco de extração de ouro, com a ação predatória de garimpeiros e exploração mineral desenfreada na década de 1980. Hoje, faz parte de uma área de proteção ambiental - mas, como toda a Amazônia, sofre com os efeitos do desmatamento, que cresceu 60% no segundo semestre de 2011. Hoje a grande ameaça à região é outra: a destruição ecológica.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Registros da Crucificação de Jesus fora do Novo Testamento.



Além dos Evangelhos e das Epístolas paulinas, outros testemunhos importantes a respeito da crucificação de Jesus são citadas pelo historiador judeu Flávio Josefo, pelo historiador romanoTacitus e pelo Talmude. Abaixo os detalhes de cada uma das fontes:

1-Flávio Josefo nasceu em Jerusalém, em 37 ou 38 d.C., e pertencia à aristocracia sacerdotal judaica. Na guerra judaica (66 – 70 d.C.), foi o responsável pela proteção de Jerusalém contra o exército romano. Diante do poderio das tropas imperiais Jerusalém foi totalmente destruída e Josefo foi feito prisioneiro. Após obter o perdão imperial (supostamente profetizou que Vespaziano seria imperador), recebeu cidadania romana (daí o nome latino Flavius Josephus), uma residência, terras e uma pensão imperial. As obras mais famosas de Josefo são: Antiguidades Judaicas,Guerras Judaicas, A Vida de Josefo (uma polêmica autobiografia) eContra Apion (uma apologia). O trecho em que Josefo cita Jesus parece ter sofrido interpolações cristãs (o trecho ficou conhecido como Testimonium Flavianum, Ant. 18,63s)[1], por isso citarei o texto colocando entre colchetes aquilo que, de acordo com Dominic Crossan[2], provavelmente representa acréscimo cristão:

“Por volta dessa época viveu Jesus, um homem sábio [se é que se deve chamá-lo de homem]. Pois ele era capaz de proezas surpreendentes e ensinava as pessoas a aceitar a verdade com alegria. Ele conseguiu converter muito judeus e muitos gregos. [Ele era o messias]. Quando Pilatos, ao saber que ele havia sido acusado pelos homens mais influentes entre nós, condenou-o a crucificação, aqueles que o amavam em primeiro lugar não desistiram por sua afeição por ele. [No terceiro dia ele apareceu-lhes recuperado para a vida, pois os profetas de Deus haviam previsto esta e inúmeras outras coisas maravilhosas sobre ele.] E a tribo dos cristãos, assim chamados por causa dele, não desapareceu até hoje.”
(Antiguidades Judaicas, 18,63).

2. P. Cornelius Tacitus era membro da aristocracia senatorial romana. Nascido por volta de 55, foi contemporâneo mais jovem de Flávio Josefo. São de sua autoria duas famosas obras: as Histórias (c. 105/110) e os Anais (c. 116/117). Tacitus tinha repulsa tanto pelos judeus como pelos cristãos.    Duas frases escritas por ele mostram isso: “com relação a qualquer outro povo [os judeus] sentem apenas ódio e inimizade” (Histórias 5.5.1); “[os cristãos são] uma classe de homens detestados por seus maus hábitos” (Anais 15.44). No intuito de explicar a origem do movimento cristão, ele fala da crucificação de Jesus:
“Este nome (christiani) vem de Cristo, que foi executado sob Tibério pelo procurador Pôncio Pilatus”.
(Anais, 15,44,3).

3. O Talmude (sec. III e IV d.C.), coleção de leis, preceitos, tradições e costumes judaicos, também faz referência à crucificação de Jesus. Muitas dessas referências representam respostas à provocações dos cristãos e é possível que algumas delas contenham algo de histórico. Uma merece especial atenção:

“Na véspera da festa de Páscoa suspenderam Ieshu. Quarenta dias antes gritou o arauto: ele será levado ao apedrejamento porque praticou feitiçaria e porque seduziu Israel e o fez apóstata. Quem tem algo a dizer em sua defesa que venha e o diga. Como nada foi apresentado em sua defesa, ele foi pendurado na véspera da festa de Páscoa...”
(Talmude Babilônico Sinédrio 43a). 

Referências bibliográficas:

GRELOT, Pierra. A esperança judaica no tempo de Jesus. São Paulo: Loyola, 1996.

THEISSEN, Gerd. O Jesus histórico, uma manual. São Paulo: Loyola, 2002.
VERMES, Geza. A paixão. Rio de Janeiro: Record, 2007.

CROSSAN, Dominic.  Quem matou Jesus? Rio de Janeiro: Imago Ed., 1995.

Notas:

[1] Uma ampla discussão a respeito da autenticidade do Testimonium Flavianum pode ser consultada na seguinte obra: THEISSEN, Gerd. O Jesus histórico, uma manual. São Paulo: Loyola, 2002, p. 85-94.

[2] Cf. CROSSAN, Dominic.  Quem matou Jesus?, p. 17,18.

Jones Mendonça
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