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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Santos Dumont – Cronologia


            Dando seguimento ao nosso estudo sobre os grandes brasileiros, Homens e mulheres que fizeram a diferença entre a realidade de suas épocas, uma diferença que ecoa até os dias de hoje por meio de suas ideias e invenções que ajudaram o Brasil a crescer e continuar crescendo.  Nas próximas postagens continuarei trazendo outros nomes, alguns bem conhecidos de todos nós, outros nem tanto. Mas isso não os diferencia no fato de terem sido grandes pessoas que não se importaram em ir contra aquilo que era considerado absoluto e correto, mas seguiram em frente para o bem do Brasil e de toda a civilização humana.

1873 – Julho, 20. Nasce Alberto Santos Dumont, no lugar denominado Cabangu, cuja cabeça de comarca se chmava João Gomes, mudando depois para Palmira, Minas Gerais. Seu pai era o engenheiro Henrique Dumont e a mãe, d. Francisca Santos Dumont.

1874/79 – Vai morar com a família em Casal, fazenda de café do avô materno, que o pai administra, e que fica perto de Valença, Estado do Rio de Janeiro.

1879 – Muda-se, com a família, para Arinvdeúva, fazenda de café que o pai adquire, próxima a Ribeirão Preto, São Paulo.

1888 – Vê, pela primeira vez, um balão cativo na capital de São Paulo. O balão devia fazer parte de alguma exposição, ou possivelmente pertencia a algum aeronauta, profissional de parque de diversão.

1890 – O pai torna-se hemiplégico e vende a fazenda, que possuía cerca de 5 milhões de cafeeiros.

1891 – Aos 18 anos, viaja com a família para a França, a bordo do ‘Elbe’, onde o pai pretende curar-se da hemiplegia frequentando as termas de Lamalou-les-Bains. Visitando com o pai, em Paris, uma exposição de máquinas no Palácio da Indústria, descobre um motor a petróleo. Novembro, pelo ‘Portugal’, regressa com a família ao Brasil e vai residir uma casa da rua Helvetia, em São Paulo.

1892 – É emancipado pelo pai, que também lhe entrega uma fortuna em títulos. Acompanhado dos pais, volta à Europa, onde pretende estudar em Paris. Mas Henrique Dumont, chegando a Portugal, sente-se pior de saúde e volta ao Brasil. Agosto, 30. O pai falece no Rio de Janeiro. Promove, no velódromo de Parc des Princes uma corrida de mototriciclos.

1897 – Descobre, numa livraria do Rio, o livro de Lachambre e Machuron: André au Pôle Nord em Ballon. Volta a Paris e pela primeira vez sobe em balão esférico, pertencente à firma Lachambre et Machuron.

1898 – Em Vaugirard sobe com passageiros em balão esférico. Torna-se um voluntário piloto de balão, para a firma Lachambre et Machuron. Encomenda à mesma firma um pequeno balão para seu próprio uso, a que dá o nome de ‘Brasil’. Descobre o motor do triciclo a petróleo. Participa da corrida de automóveis Paris-Amsterdã, em carro adaptado com motores de triciclo. Constrói  o seu primeiro balão dirigível, o ‘Santos Dumont n.°1’. Setembro, 18. Experiência mal sucedida com o ‘Santos Dumont n.°1’.Setembro, 20. Navega pela primeira vez no ‘Santos Dumont n.°1’, tendo descida acidentada em Bagatelle, com ameaça do balão dobrar-se ao meio.

1899 – Maio, 11. Ensaio fracassado com o ‘Santos Dumont n.°2’ que se dobra ao meio no momento da elevação. Novembro, 13. No ‘Santos Dumont n.°3’ faz uma feliz ascensão, partindo do Campo de Marte, contornando a torre Eiffel, descendo no Parc des Princes. Manda construir em Saint-Cloud um hangar para os seus balões.

1900 – Agosto, 1.°. Termina a feitura do ‘Santos Dumont n.°4’. A comissão Científica do Aeroclube concede-lhe o ‘prêmio de Encorajamento’, de 4 mil francos. Com o dinheiro do prêmio, instituiu o ‘Prêmio Santos Dumont’, como incentivo aos pesquisadores da aerostação de dirigíveis.

1901 – Julho, 12. No ‘n.°5’ voa sobre Longchamps e contorna a torre Eiffel. Julho, 13. Concorrendo ao Prêmio Deutsch, de 100 mil francos, ao contornar a torre Eiffel um golpe de vento violento o atira contra as árvores do parque Rothschild. Agosto, 8. Insistindo na prova Deutsch, o balão perde gás e vai cair, explodindo sobre as paredes de um edifício do Trocadero. Preso às cordas e à quilha do balão, é retirado, ileso, pelos bombeiros. Outubro, 19. No ‘Santos Dumont n.°6’ ganha o Prêmio Deutsch, partindo de Saint-Cloud, contornando a torre Eiffel e voltando ao ponto de partida no espaço de 29 minutos e 30 segundos (30 minutos era o tempo estimado para a prova).

1902 – Janeiro, 29. Sobe no ‘n.°6’ em Monte Carlo, onde passa uma temporada naquela cidade. A convite do príncipe Dino, que mandou construir no blulevar de La Condamine um aeródromo e hangar para os seus balões. Fevereiro, 14. Acidente com o ‘n.°6’, que soçobra nas águas da baia de Mônaco. Primavera-verão. Visita Londres, Nova York e São Luis. Falece, em Portugal, sua mãe, d. Francisca Santos Dumont. Constrói neste ano os dirigíveis n.°s 7, 9 e 10.

1903 – Julho, 14. No dirigível ‘n.°7’, chamado de La Balladeuse, toma parte na grande parada militar de 14 de Julho.

1904 – Escreve Dans l’Air (Os Meus Balões). Recebe do governo francês a comenda de Cavaleiro da Legião de Honra.

1905 – Escreve artigo para a revista Je Sais Tout. Projeto do Santos Dumont n.°11. Agosto. Ascensão, em Trouville, do ‘Santos Dumont n.º14. numa corrida de lanchas na Côte d’Azur, toma conhecimento do motor ‘Antoinette’, e seu fabricante, Levavasseur.

1906 – ‘Santos Dumont n.°12, helicóptero, 2 hélices. ‘Santos Dumont n.°14’. Constrói um tipo de aeroplano aquático com asas do tipo de  ‘papagaio celular de Hargrave’. Experimenta o aparelho como planador, conseguindo, para isso, prendê-lo a uma corda e esta a um barco-automóvel, que o impulsiona. Constrói novo aparelho – um biplano – e para testar seu equilíbrio e direção, prende-o sob o dirigível ‘n.°14, desprendendo, depois, deste. Mas o biplano fica conhecido por ’14-Bis”. Setembro, 7. Campo de Bagatelle. Consegue elevar-se no biplano por um segundo. Setembro, 13. Campo de Bagatelle. Faz no biplano (’14-Bis’) um pequeno voo de 8 metros. Setembro, 30. Participa da Taça Gordon Bennet para balões livres, mas ferindo o braço numa transmissão teve que aterrissar perto de Bernay. Outubro, 23. Campo de Bagatelle. Consegue elevar-se do solo a uma altura de cerca de um metro e a uma distância de 60 metros, ganhando a Taça Archdeacon, ofertada ao piloto que em sua máquina, e por seus próprios recursos, conseguisse voar através de um percurso de 25 metros. Novembro, 12. Campo de Bagatelle. Novamente pilotando o seu ’14-Bis’ consegue voar 220 metros.

1907 – Março, 21. Sobe no ‘n.º 15, biplano do tipo celular. Abril, 4. O ’14-Bis’ é inutilizado em desastre. Agosto, 10. Sobe no balão ‘Aigle’ com pilotos do Aeroclube de França e os amigos brasileiros Antônio Prado Júnior e senhora, d. Eglantina. Constrói o monoplano ‘n.°19’. Constrói o monoplano, ‘n.°20’, conhecido por ‘Demoiselle’.

1908 – Exposição da ‘Emoiselle’ no Salão da Aeronáutica.

1909 – Passeia com sua ‘Demoiselle’ pelos céus da França.

1910 – Abandona a aeronáutica. Deixa de voar.

1913 – É erguido em Saint-Cloud monumento em sua homenagem.

1914/15 – Passa-o entre Brasil, Europa e novamente Brasil. A convite dos Estados Unidos viaja para Washington, para participar de um congresso científico.

1916 – Parte para o Chile a fim de participar de Conferência Pan-Americana a realizar-se em Santiago. Julho. Vai à Argentina, para o centenário da Assembleia de Tucuman.

1917 – Em Petrópolis constrói a casa ‘Encantada’.

1918 – O sítio de Cabangu, em Minas Gerais, lhe é doado pelo governo brasileiro. Na ‘Encantada’. Na ‘Encantanda’ escreve o livro ‘O que Vi, o que nó Veremos’.
1920 – Volta a Paris.
1922 – Manda erguer um túmulo para seus pais e para si mesmo, no Cemitério de São João Batista, do Rio de Janeiro. O túmulo é uma réplica do ícaro de Saint-Cloud.

1924 – Paris. Brasil. Novamente torna a Paris.

1926 – Interna-se no sanatório de Valmont-sur-Territet, na Suiça.

1927 – Passa algum tempo na aldeia de Glion, Suíça. Volta à França.

1928 – Volta ao Brasil pelo ‘Cap Arcona’. Desastre com o avião que lhe vem dar as boas vindas à entrada da barra. Volta para a França.

1929 – Recebe do governo francês a comenda de Grande Oficial da Legião de Honra.

1930 – Interna-se na casa de saúde de Preville, em Orthez, nos baixos Pirineus.

1931 – Sanatório de Biarritz. Volta definitivamente ao Brasil.

1932 – Julho, 23. Morre em Guarujá, São Paulo, aos 59 anos.

            Mesmo com toda a fama adquirida por Santos Dumont através de suas máquinas voadoras, principalmente o Dirigível n.°6, 14-Bis e o Demoiselle. Esse prestígio social, não fez Santos Dumont afastar-se daquilo que mais amava, pois madrugava no seu hangar, agarrando-se a seus inventos. Trabalhando feliz, pois trabalhava no meio dos melhores amigos – os seus mecânicos. Sem a busca de ajuda oficial ou particular, ele, com dote recebido de seu pai e com o poder de suas criações, mostrou para a humanidade, os novos caminhos a seguir. Não concebeu sua máquina voadora para que os homens se matassem, jamais pensou em lucro e destruições. Deseja uma aliança de paz entre a humanidade através de uma abertura de rotas em todas as direções da terra. Morreu sem deixar fortuna, mas mudou o mundo para sempre!

Autor: Leandro Claudir. Criador e administrador do Projeto Construindo História Hoje e Acadêmico de História.

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Você quer saber mais? 

D’AMARAL, Márcio Tavares. A Vida dos Grandes Brasileiros – 1. Santos Dumont. São Paulo: Ed. Três Ltda, 2001.

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