Lenin em 1917. Imagem: Econ Faculty.
Nascido
em abril de 1870, durante 74 anos a Rússia comunista foi a representação da mente e do espírito desse homem, cuja bibliografia se confunde com a do próprio
país. Nasceu na cidade de Simbirsk ás
margens do rio Volga, filho de família tradicional desfrutou de
conforto.
Seu
paí era Inspetor Escolar, chegou ao
posto de Conselheiro Municipal com status de nobreza transferível a seus
descendentes. Conservador-liberal,
seu paí morreu em 1886.
Seu
filho mais velho Aleksandr foi preso
por tramar a morte do Czar. Lenin ganhava medalhas de ouro ano após ano nos
estudos, sem demonstrar interesse político, possuía bom comportamento; com esse
currículo ingressou na Universidade de
Kazam. O diretor da sua escola na cidade natal, recomendando-o ao curso
superior referiu-se a ele (Lenin), como:
“Jovem
retraído, não sociável, jamais deu trabalho ao seus superiores ou professores,
seja por atos ou palavras que fizessem que formassem a seu respeito opinião
desfavorável.”
Ao
entrar na universidade reconhecido como irmão de Aleksandr que acabara de ser
executado, naquele mesmo ano. Lenin foi atraído por uma organização política
clandestina. Em
uma reunião da organização em protesto contra alguns regulamentos a polícia
prendeu todos e junto estava Lenin que foi expulso da faculdade e não pode
ingressar em outra.
Durante
4 anos ficou ocioso, familiarou-se com literal radical, transformou-se em um revolucionário fanático
determinado a destruír o Estado e a sociedade que havia tratado de modo tão
vil.
Lenin aos 4 anos de idade em 1874. Imagem: Econ Faculty.
O
escritor Strude fala do Estado de espírito Lenin, com o contato frequente que
teve com ele no século XIX:
Era abstrato e frio.
Apoiado noo Marxismo
radical.
Revoltado com a Guerra de
Classes.
Destruír o regime Czarista
inimigo.
Ódio à autocracia (Czar).
Ódio à burocracia, liberais
e a burguesia.
Seu rancor tinha
algo de repulsivo e terrível, enraizados em emoções e repugnâncias concretas. Sua
personalidade conquistava fiéis seguidores, como seu irmão demonstrou interesse
pela “vontade do povo”. Veteranos de organizações terroristas de seu irmão
ensinaram-no a montar um grupo revolucionário clandestino, manter um ataque
continuo ao regime do Czar. Na última década do
século XIX se converte a social-democracia.
Em
1891 as autoridades permitiram que prestasse exame para obter o diploma de
Direito, Lenin
já combinava o anarcoterrorismo e a social-democracia. Strude
acrescenta sobre Lenin:
“Figura
baixa, atarracada, prematuramente calvo, maneira brusca de falar, riso
sarcástico causavam má impressão”.
Lenin com peruca e com a barba raspada na Finlândia em 11 de agosto de 1917. Imagem: Econ Faculty.
Descrito
pelos que o conheciam como um tipico verdureiro ou mestre de escola da aldeia.
Seu fogo interno logo consumia a primeira impressão que causava nas pessoas.
Conhecia
só duas categorias de homens, amigos e inimigos, bons e maus cidadãos. Com esse
pensamento, considerava a política como um conflito permanente no poder, suas
atitudes e de seus companheiros impregnava o regime. Intolerância a ponto de vista contrários, mentalidade
totalitária, não aceitava críticas nem as ouvia.
Sua
ausência de
escrúpulos moral atraíam pseudo-intelectuais aspirantes à certeza do
mundo incerto. Eles acorreram ao Partido Bolchevique juntamente com os camponeses
jovens, semi-analfabetos, que convergiam para a cidade em busca de trabalho.
No
partido de Lenin coeso em torno de lemas simples eles se sentiram
participantes.
Lenin
era mais tolerante com seus seguidores ainda que discordassem dele, demonstrava
um tipo especial de modéstia. Submerso na causa seu ego não carecia de adulação pessoal,
comumente
associado a ditadores, bastava alcançar o êxito. Possuía um forte
traço de crueldade e condenou milhares de pessoas a morte, sem
remorso, embora também sem prazer.
O escritor Máximo Gorki que
o conhecia bem, disse que os seres humanos não lhe despertavam interesse. Pensava apenas em partidos, massas e Estados.
Sempre
que havia risco físico ele se eclipsava abandonando suas tropas. Sua força como
revolucionário foi sua fraqueza como homem. Carecia das qualidades humanas para governar.
Lenin não compreendia que pessoas, comuns quisessem simplesmente viver em paz.
Lenin em 1887. Imagem: Econ Faculty
Em 1893, foi preso por
distribuir panfletos na porta de fábricas apoiando revindicações econômicas
dos operários, exilado
na síberia com sua noiva
Nadejda Krupskaia alugou uma casa, passou esse período escrevendo e
praticando atividades físicas ao ar livre.
Lenin
dizia que o movimento trabalhista, separado da social-democracia (...)
inevitávelmente se tornava burguês. Com essa afirmação quis dizer que os
trabalhadores precisavam
de revolucionários profissionais, ou trairiam os interesses da classe e
acabariam se vendendo pelo seu próprio bem.
Os
objetivos de Lenin para o campesinato era torna-los assalariados do Estado como
os trabalhadores das fábricas. Para as minorias etnícas Lenin oferecia tudo ou
nada, poderiam tornar-se russas ou optar pela separação. Sendo mais tarde
trazidas de volta ao curral.
O
Partido Bolchevique de Lenin, mantinha revolucionários 24 horas por dia na
ativa. Então era de bom tom nos circulos mais ou menos radicais dar dinheiro
aos partidos revolucionários. Recorriam até mesmo a assaltos, eufemisticamente chamados de
expropriações.
Lenin
usava o dinheiro roubado para pagar salários e publicar jornais na Rússia.
Lenin, mantinha contato com a Alemanha e a Austria-Hungria, trocando
informações da Rússia por dinheiro. Isso era alta-traição e Lenin escondeu isso
a vida inteira das pessoas, somente veio à público após sua morte. Em 1910
começou um romance com uma mulher casada Inessa Armand, esposa de russo rico. Inessa
Armand, foi o único ser humano com quem Lenin, manteve real intimidade.
Fotografia da prisão de Lenin em dezembro de 1895. Imagem: Econ Faculty
Lenin
possuía um agudo senso das fraquezas dos adversários. Lenin guiava-se pelo
conceito de Marx:
*Privar o inimigo de forças
armadas.
*Desmantelamento das
instituições do inimigo.
Marx
criou essas teorias baseado na derrota dos Communards na França, que ao invés
de aniquilar, eles tomariam as estruturas políticas e militares existentes.
“Não transferir de um
conjunto de mãos para outro a máquina burocrática-militar, como tem sido feito
mas cuidar de esmagá-la”.
Karl Marx
Lenin em 1923. Imagem: Econ Faculty.
Lenin
gravou e praticou estas palavras. Lenin estudou o livro Psicologia da Multidão,
trabalho do sociólogo francês Gustave Le Bom. Uma análise pioneira do
comportamento das massas e dos modos de manipulá-lo. O livro de Le Bom forneceu orientação similar a Mussoline e Hitler.
Leandro Claudir
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SHIPLER, David K. Rússia na
Intimidade. Rio de Janeiro: Editora Nórdica, 1983.
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