Imagem: Galizacig
Octavio
Ianni, demonstra que o malogro da política de desenvolvimento econômico
destinada a elaborar um capitalismo nacional na América Latina, levou também ao
fracasso da política de interdependência ou capitalismo associado. Esses
malogros levaram segundo aponta o autor as instabilidades políticas
latino-americanas que culminaram com a deposição de presidentes de várias
nações. Nesse mesmo contexto encaixam-se as mudanças nas políticas da econômica
da América Latina em relação ao livre comercio principalmente com os Estados
Unidos. A problemática da dependência esta ligada diretamente como esclarece
Octavio Ianni, a brecha econômica e científico-tecnologica, entre o mundo em
desenvolvimento e as nações desenvolvidas. Segundo observado no texto a noção
de dependência não substitui a de imperialismo ao contrario uma se desdobra na
outra se integrando ambas tanto empírica como teoricamente.
Analisando
o imperialismo este sempre esteve ligado às perspectivas oferecidas pela nação
dominante, sejam nos processos econômicos e políticos como analisa o autor. Os
estudos baseados nesses pressupostos procuram demonstrar a relação capital
entre os países industrializados e os produtores de matérias-primas. Com à atuação dos processos econômicos resultantes
da Revolução Industrial levaram ao Capitalismo monopolístico em conseqüência
aliasse aos interesses do governo metropolitanos. O resultado foi à criação dos
impérios, como o britânico e outros. Visando barrar o avanço desses novos
impérios econômicos os Estados Unidos elabora a Doutrina Monroe dentre outras,
com o objetivo de proteger seus interesses na América Latina.
Nesse contexto desenvolvesse as noções entre
os países industrializados e os exportadores de matéria prima e todos os demais
princípios antagônicos entre países dependentes e metrópoles. Mas o
imperialismo prolonga-se internamente na própria nação dominante, pois os
mesmos fundamentos governam sua política interna como explica Octavio Ianni. Um
exemplo no próprio Estados Unidos é a clara distinção entre as cidades do sul aonde
a grande maioria da população formada por negros, descendente de mexicanos ou
porto-riquenhos é onde impera a pobreza, miséria e o abandono em relação ao governo.
Em contradição nas cidades do norte prevalece uma maioria branca aonde a
riqueza, luxúria e amparo do governo estão presentes. O motivo: uma sociedade
de classes existente dentro do próprio Estados Unidos. Neste colonialismo
interno encontramos os mesmos processos que levam ao imperialismo.
A
alienação cultural das nações dominadas pelo imperialismo ocorre pelo controle
e manipulação das massas através da mídia como demonstra o autor. É um dos
fatores que os coloca diante da dependência estrutural, a forma como o
imperialismo se insere no interior da nação subordinada, gerando conseqüências
sociais, culturais e também psíquicas provocadas pela própria situação de
dependência. Em resumo Octavio Ianni nos mostra que o imperialismo deve ser
examinado em todas as suas dimensões principais, para compreendermos as
contradições que produz e desenvolve em âmbito global.
O
autor aponta a dependência estrutural como característica das sociedades
latino-americanas porque historicamente e constitutivamente sempre foram
dependentes. Foram criadas como colônias organizadas para atender os interesses
mercantilistas das metrópoles. Sua
independência foi devido ao surgimento de uma força política e econômica
interna e ao fim do mercantilismo. Sua independência política não foi seguida
da econômica, pois passaram a funcionar conforme os interesses ingleses que
investiram em suas “independências”. Com a expansão dos Estados Unidos para o
sul eliminava a presença inglesa e estabelecia suas políticas de imperialismo na
América Latina. Dentro desse sistema de dependência estrutural criada no
sistema imperialista formam-se grupos parasitários que se utilizam de situações
criticas em suas próprias nações para obter vantagens particulares dentro do
sistema de relações de dependência.
Como
demonstra o autor às classes dominantes nativas nunca se libertaram
politicamente devido as intervenções externas sejam militares, diplomáticas ou econômicas
devido a sua correlação com o fluxo da taxa do dólar e da libra esterlina.
Em
resumo as sociedades latino-americanas não conseguiram superar a contradição
entre sociedade nacional, por um lado, e economia dependente, por outro.
Leandro Claudir
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IANNI, Octavio. Dialética e
Capitalismo. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1988.
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