sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Um breve resumo do livro "O que é o Integralismo".

A concepção integralista do mundo, como a própria palavra está indicando, considera o universo, o homem, a sociedade e as nações, de um ponto de vista total, insto é, somando todas as suas expressões, todas as suas tendências, fundindo o sentido materialista do fato ao sentido interior da idéia, subordinando ambos ao ritmo supremo espiritualista e apreendendo o fenômeno social segundo as leis de seus movimentos.

Matinas de Abril de 1937 no Rio de Janeiro

O sinal que adotamos nos uniformes dos “camisas-verdes” e na bandeira do integralismo (sigma), indica em matemática o símbolo do calculo integral. Quer dizer que a nossa preocupação é somar tudo, considerar tudo, nem nos perdendo na esfera exclusivista da metafísica, nem nos deixando arrastas pela unilateralidade do materialismo.

O Integralismo pretende realizar:


- o Homem Integral; - a Sociedade Integral; - a Nação Integral; - a Humanidade Integral.

O Homem, realizando as suas justas aspirações materiais, intelectuais e morais; a Sociedade, funcionando harmoniosamente; a Nação, com autoridade efetiva, através dos seus órgãos de governo, mantendo o equilíbrio entre o Homem e a Sociedade; e, finalmente, a Humanidade, objetivando o seu superior destino de aperfeiçoamento.
Isto exposto, negada a finalidade materialista, mas aceito o imperativo das exigências materiais (o que é muito diferente). A liberal-democracia, proclamando a liberdade humana de um modo quase absoluto, criou um Estado fora e acima das lutas de indivíduos e grupos de indivíduos, um Estado meramente expectador da batalha econômica. Esse estado se tornou cada vez mais fraco, sendo, dia a dia, corroído pelas forças em conflito, de modo que não pode influir no sentido de efetivar a justiça social e o equilíbrio da produção e do consumo.

Dois conceitos foram consagrados pela democracia-liberal:
1º - o conceito do “homem-cívico”; 2º - o conceito da “soberania nacional”. Como a expressão da soma das vontades dos “homens cívicos”. A relação entre esses dois conceitos denominou-se: o “voto”.

O voto é a grande mentira que serve de instrumento à opressão das massas trabalhadoras, iludidas na sua boa fé. O voto deveria exprimir um interesse real, direto, sendo uma relação entre o eleitor e o candidato, a liberal-democracia não propõe problemas em função de vida e de realidade, pois os “dados” oferecidos tem a frieza dos algarismo expostos eles não podem ser considerados segundo aferições imediatas de fatos concretos da vida individual.

O cidadão é forçado a tomar parte em comícios eleitorais que não dizem respeito aos seus interesses diretos. Quando dizemos interesses, referimo-nos a consciência de necessidades, a aspirações individuais, condicionadas nas expressões: geográficas de “localidade” e histórica de “classes” Pois todo o nosso empenho deve ser o de realizar o máximo de aspirações individuais num máximo de aspirações coletivas.

Cada vez mais se exclui do voto a expressão representativa de interesses individuais ou grupais, para transforma-lo no grande “lugar comum” onde todos podem estar pacificamente, porque o voto cívico , ato do homem cívico ( aberração filosófica, sociológica e biológica) não admite a presunção de interesses de classes ou de interesses individuais próprios.
O voto, na liberal-democracia, é a vala-comum de todas as vontades. Porque o Estado liberal vive num mundo, os habitantes do país noutro mundo.

A liberal-democracia concebeu o “homem-cívico”, a grande mentira biológica; o marxismo materialista concebeu o “homem-econômico”, mentira tanto filosófica como cientifica.

Em torno da nossa concepção, nós, integralistas, lançamos as fórmulas definitivas de salvação nacional e humana, exprimindo realidades: “O Estado orgânico”, a “organização corporativa da Nação”, a “econômica orientada”, a “representação corporativa”, o “homem integral”, o “realismo político”, a “harmonia das forças sociais”, “a finalidade social”, o “princípio da autoridade”, o “primado do espírito”.

O sufrágio universal, isto é, o direito de todos votarem no mesmo candidato, ainda que este não seja de sua classe, criou o absurdo de um Estado fora das competições econômicas e morais. O liberalismo democrático é hoje defendido apenas pela grande burguesia e pelas extremas esquerdas do proletariado internacional.
Combatemos o voto desmoralizado e a liberdade sem lastro, pois queremos o voto verdadeiro e a liberdade garantida. Combatemos as hediondas quadrilhas das oligarquias a serviço dos poderosos. E, pelo mesmo motivo, combatemos a utopia socialista. E tanto é verdade que o socialismo e o comunismo são filhos do mesmo tronco, da mesma árvore da filosofia materialista

NOTAS SUMÁRIAS DA VIDA BRASILEIRA

A nossa independência foi patrocinada pela Inglaterra, que, tendo perdido sua grande colônia americana, precisava criar novos mercados. Esse episódio, que nos parece tão belo, e que gravamos no quadro sugestivo do grito de Ipiranga, foi arquitetado no gabinete de Canning, primeiro ministro inglês. Debalde Metternich e a Santa Aliança, contrariando o sentido do século, tentaram manternos agrilhoados a Portugal. Interesses econômicos da produção pesavam mais fortemente em nossos destinos.

Recebendo nós a Independência, ela não nos era dada gratuitamente: começávamos a vida dos empréstimos e entrávamos em nossa maioridade política já grilhetados pelos agiotas. Essa onda de liberalismo, que nos livrava da metrópole portuguêsa (como as outras nações do continente, da metrópole espanhola), deveria levar-nos ao jugo do capitalismo internacional, subordinando a nossa vida de povo as oscilações caprichosas de Londres e depois de Nova York.

A marcha liberalista levou-nos à hipertrofia dos grupos econômicos regionais, o que seria fatal onde o individualismo econômico não se subordinava a nenhum diretriz superior de supremos interesses da Nação. Essa hipertrofia degenerou em natural sentimento de região e o grito das Províncias em prol do federalismo obedecido à fatalidade da própria marcha liberal que era uma marcha desagregadora.

Foi a obra do liberalismo e é contra ele que se levanta o integralismo, com a sua concepção de Estado. O Integralismo quer realizar a verdadeira democracia, que é a democracia de fins, e não a de meios.

O Integralismo, aceitando a permanência do fenômeno revolucionário na História, como expressão das tendências modificadoras e renovadoras do Espírito Humano, deseja transportar esse fenômeno para o âmbito do Estado, de sorte a evitar que se formem e se organizem duas forças antagônicas: a do estado e a da Sociedade. Para isso, o Integralismo substituirá a representação partidária pela verdadeira representação, que é a representação corporativa.
O Integralismo não admite que nenhuma Província se superponha à Nação ou pretenda dominar politicamente as outras. Não admite que o regionalismo exagerado e dissociativo se desenvolva em qualquer ponto do território da Pátria.

O Integralismo exige que a mocidade não se entregue aos prazeres materialistas, mas dignifique a sua Pátria no trabalho, no estudo, no aperfeiçoamento moral, intelectual e físico. O Integralismo declara verdadeiros heróis da Pátria: os chefes da família zelosos e honestos, os mestres, os humildes de todos os labores, das fábricas e dos campos, que realizam pelo espírito, pelo cérebro, pelo coração e pelos braços a prosperidade e grandeza do Brasil.

O Integralismo proclama que não há direito algum que se sobreponha aos direitos da Nação, limitados estes pelos princípios do Direito Natural baseados em Deus, pois assim esta garantirá eficientemente os direitos dos indivíduos, dos grupos de indivíduos, dos municípios, das províncias, dirimindo contendas, harmonizando interêsses.

O Integralismo não é um partido: é um movimento. É uma atitude nacional. É um despertar de consciências.
E a marcha gloriosa de um Povo.

Você quer saber mais?

Salgado, Plínio. O que é o Integralismo, Editora das Américas, 1933.

http://www.integralismo.org.br


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