Autor: Jorge Figueira*
A História do Palácio do Catete, localizado na Rua do Catete, n.153, está ligada diretamente à História da política brasileira. Mais do que um majestoso edifício, muitos dos principais acontecimentos do país aconteceram neste local. O Palácio é uma espécie de personagem silencioso sempre testemunhando a nossa história, desde os tempos do Império.
O primeiro morador foi o português Antonio Clemente Pinto Barão de Nova Friburgo. Em 1858 adquiriu uma casa na Rua do Catete, que demoliu, e adquiriu um terreno na rua do Príncipe, atual rua Silveira Martins, que na época chegava até a Praia do Flamengo, pretendia com sua obra demonstrar seu sucesso econômico. Em 1860 as obras do jardim foram ampliadas com a compra de novos terrenos ao lado do que já existia.
Após a morte do proprietário do imóvel e de sua esposa, o palácio foi herdado pelos filhos que, alguns anos depois, venderam o imóvel a uma companhia hoteleira. Hipotecado, o imóvel passou a União em 1896.
O Palácio do Catete foi sinônimo de poder e luxo entre 1897 e 1960 antes que Brasília fosse inaugurada.
Dezesseis presidentes passaram por ele o ultimo presidente a ocupá-lo foi o Presidente Juscelino Kubitschek que o transformou em um museu. Dos mais dramáticos fatos históricos que ocorreram no palácio destaca-se o suicídio de Getulio Vargas em seu quarto em 1954.
O levante do 11 de maio de 1938, amplamente conhecido pelos Integralistas como uma tentativa de diversos grupos civis de retirar o Ditador Vargas do poder, após a decretação do Estado Novo (1937) esteve indiretamente ligado com o Palácio do Catete.
Durante a invasão do Palácio da Guanabara, localizado próximo ao Palácio do Catete, todos os telefones regulares foram cortados, porém era de desconhecimento dos Integralistas que o governo contava com uma rede telefônica oficial, baseada no PBX, instalada no Palácio do Catete, que através de um telefonista, fazia a interligação dos palácios, dos quartéis, da Chefatura de Policia e das casas dos Ministros.
Foi através deste telefone que, o ministro Dutra, saiu de casa sem ser visto e reuniu alguns homens, que enfrentaram os integralistas que cercavam o Guanabara. Vale ressaltar que neste primeiro combate Dutra foi alvejado por um tiro, sem gravidade, fugindo do local.
Ainda durante o confronto do Palácio da Guanabara, caso tivesse sido bem sucedido, teria como desfecho a retirada de Getulio Vargas, vivo, do Palácio da Guanabara, para o Palácio do Catete, aonde nos anos 30 havia um embarcadouro atrás do Palácio. Após sua chegada os Integralistas presentes da marinha já teriam posicionado o Cruzador Bahia onde Getulio Vargas ficaria aquartelado.
Infelizmente, os reforços prometidos por Severo Fournier, representante dos aliados liberais não apareceram. E, após horas de enfrentamento, os integralistas tentaram furar o cerco ao qual por sua vez estavam submetidos. Os integralistas capturados foram perfilados e fuzilados sumariamente por ordens de Benjamim Vargas. Apenas um sobreviveu, fingindo-se de morto, para contar a história que ainda é encoberta pela historiografia brasileira.
Fazemos assim, neste lugar de preservação da memória histórica de nosso país, uma homenagem, aos Integralistas que tombaram em 11 de maio de 1938 em defesa da democracia.
Você quer saber mais?
http://www.integralismorio.org
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