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sábado, 9 de outubro de 2010

INTEGRALISTAS VERSUS COMUNISTAS

A Verdade sobre a Batalha da Praça da Sé



Jorge Figueira

O dia 07 de outubro de 1934, a Praça da Sé, em São Paulo, entrou para história devido a um ataque terrorista praticado por grupos socialistas, em especial a Frente Única Antifascista (FUA), contra militantes integralistas que promoviam um ato para celebrar o aniversário de dois anos de existência da Ação Integralista Brasileira (AIB).

A marcha Integralista que teve início pela manhã já transformava a Avenida Brigadeiro Luís Antônio em um mar verde com mais de 10.000 milicianos marchando quando os primeiros incidentes entre comunistas e integralistas tiveram início.

O ponto alto desse conflito, porém, foi na Praça da Sé aonde se concentravam milhares de integralistas vindo de diversas ruas transversais da praça. Por sua vez, os comunistas armados de metralhadoras e escondidos nas sacadas dos prédios, principalmente no edifício chamado de Palacete Santa Helena observavam atentamente a concentração integralista e abriram fogo assim que houve um grande número de militantes concentrados, os tiros tiveram início e logo feriram diversos plinianos, blusas verdes e camisas verdes que ali se encontravam assistindo os discursos dos líderes.

O conflito da Praça da Sé durou cerca de uma hora, durante esse espaço de tempo os camisas verdes tentavam se proteger das metralhadoras comunistas. Alguns integralistas que eram militares, revidaram ao fogo, forçando finalmente os comunistas a se retirarem.

Os milicianos cariocas tiveram um importante papel nesta batalha, a milícia do antigo Distrito Federal marchava à frente do desfile, sendo dessa forma um dos grupos mais visados pelos comunistas que atiraram sobre os integralistas das janelas dos edifícios. Os camisas-verdes cariocas se comportaram com a maior das bravuras permanecendo na praça e entoando o hino nacional. Os dois legionários do Sigma que marchavam a frente da tropa se destacam, os camisas verdes Adhemar Dias de Oliveira e Idelvel Soleade Rebouças que era o porta-flama da milícia, marchando a frente da legião. Este último integralista, segundo o jornal paulista Diário da Noite, foi cercado por um grupo de comunistas que o agrediram a bengala e cacetetes. Desvencilhando-se dos seus agressores, o porta-flama da milícia carioca correu para o local onde se achava o seu chefe entregando-lhe o estandarte e tombando exausto em seguida.

O saldo do conflito foi sangrento, mais de 30 pessoas ficaram feridas e algumas foram assassinadas, entre elas estavam os integralistas Jayme Barbosa Guimarães, falecido no dia 08/10/34 e Caetano Spinelli, falecido mais tarde, em 23/11/34. Vale destacar que o miliciano Jayme Barbosa Guimarães devido a sua bravura durante o conflito foi promovido a Tenente-General pelo Chefe Nacional, inspirando outros integralistas de todo o Brasil a combaterem o comunismo.


Os comunistas demonstraram nesta ação sua índole terrorista ao atacar civis numa festividade comemorativa. E, ao contrário da bravata que costumam espalhar, os Integralistas dominaram a Praça da Sé, de onde expulsaram os comunistas. Ao contrário do que se disse na época, e afirmam nos dias de hoje, o integralismo entre 1934 e 1937, quando a AIB foi fechada, cresceu e se multiplicou, ao contrário das organizações comunistas, até chegar a cerca de 1 milhão de adeptos, pois o ataque da Praça da Sé, com os dois Mártires que gerou, acabou por servir como Propaganda ao Movimento, e comprovou o caráter terrorista e antidemocrático dos comunistas. Encerro esse artigo com a frase publicada no Jornal A Offensiva do dia 11/11/34 do grande integralista Brigadeiro Arthur Thompson sobre os acontecimentos do 7 de outubro de 1934:
“Nós voltaremos a São Paulo quantas vezes forem necessárias”.

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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Oswaldo Teixeira e a capa da revista Anauê!

Oswaldo Teixeira e a capa da revista Anauê!



Em 01 de Janeiro de 2010 por Jorge Figueira

O cartaz que ilustra este artigo foi produzido pelo artista, ganhador de diversos prêmios nacionais, internacionais e membro da Academia Brasileira de Belas Artes, Sr. Oswaldo Teixeira (1904-1974). Veiculada pela primeira vez na capa da revista Anauê! Nº. 2 de 1935, veio a tornar-se uma das imagens mais marcantes da Acção Integralista Brasileira (1932-1937).

Ela representa, principalmente, a presença do Integralismo em todo o território nacional, pregando assim o Sigma e mostrando com esta ação o objetivo da AIB: unificar o Povo Brasileiro em torno de uma Doutrina Espiritualista. Além desta análise, pode-se observar que o Integralista uniformizado que se encontra pregando o Sigma no mapa é um jovem de imagem heróica pronto para se sacrificar pelo bem do Brasil.

A opção por desenhar um jovem não foi por mero acaso, o Integralismo nos anos 30 era composto em sua maioria de jovens moços, contrariando muitos pesquisadores que insistentemente sugerem que a Acção Integralista Brasileira era composta em sua maioria pela classe média e o clero, portanto, nada mais fiel do que retratar um jovem caracterizando um novo amanhã.

A imagem deste cartaz é inspirada nitidamente no realismo heróico, que foi um estilo artístico de propaganda muito utilizado pelos movimentos políticos dos anos 30 no Brasil e no mundo. Embora boa parte da utilização do realismo heróico estivesse confinada às propagandas Socialistas, a imagem criada por Oswaldo Teixeira resgata essa representação artística para o movimento nacionalista, e prioriza principalmente as cores fortes para demonstrar força, poder e nacionalidade sem ofuscar o elemento heróico do Integralista comum.

O cartaz como meio de comunicação de massa teve seu apogeu entre os anos 30 e 40. Tornou-se um recurso popular para a divulgação de idéias e conceitos dos movimentos políticos transformando-se num canal direto entre os governos e as massas de cidadãos que viviam nos grandes centros urbanos. Não se sabe se o autor ao criar esta imagem tinha pretensões que ela se tornasse um poderoso cartaz de propaganda do Integralismo, porém, pode-se afirmar com certeza que isto aconteceu, sendo usado, mais de 70 anos depois, pelo Movimento Integralista atual.

Para que se possa entender como a imagem que ilustra o artigo tem uma imensurável importância no Integralismo, podemos fazer um paralelo com a imagem do Chefe Nacional Plínio Salgado. Nos Núcleos Integralistas espalhados pelo Brasil era obrigatório que estivesse presente a imagem do Chefe Nacional, onde todos os novos militantes Integralistas deveriam proclamar solenemente, diante do retrato do Chefe, a seguinte promessa: “Juro por Deus e pela minha Honra trabalhar pela Acção Integralista Brasileira, executando sem discutir, as ordens do Chefe Nacional e dos meus superiores hierárquicos”. Este juramento era uma diretriz dos Protocolos e Rituais da AIB. Para a imagem do Sr. Oswaldo Teixeira, não havia nenhuma resolução nos Protocolos e Rituais da AIB que fizessem a sua presença obrigatória dentro do Núcleo, porém, muitas dessas imagens foram destacadas da revista “Anauê!” e colocadas nos Núcleos a fim de simbolizar a unidade nacional do Integralismo.

Buscando informações sobre esta ilustração e sobre seu autor me deparei com um imenso vácuo histórico que há sobre ambos. O artista Oswaldo Teixeira foi durante as décadas de 50 e 60 renegado ao exílio da historia artística nacional, justamente por ter contribuído artisticamente para o Integralismo. Para se encontrar algo sobre esse grande brasileiro foi uma verdadeira cruzada. Já a revista “Anauê!”, apenas o Centro Cultural Arcy Lopes Estrella possui o exemplar digitalizado, é uma pena que outros arquivos e bibliotecas públicas não possuam este material para disponibilizar aos pesquisadores interessados sobre o assunto, talvez seja por este motivo que não haja outros estudos mais aprofundados sobre o tema.

Por Jorge Figueira
Artigo retirado do boletim Bandeira do Sigma, nº. 5 de 2009

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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

HOLOCAUSTO RUSSO!

AS PESSOAS LEMBRAM SÓ DO QUE LHES CONVÉM

Deixando de lado a questão política, mas fazendo um paralelo entre os judeus mortos que são sempre lembrados e os russos que foram completamente esquecidos. Seriam os russos menos importantes que os judeus para que os seus sacrifícios não sejam lembrados? A União Soviética perdeu cerca de 27 milhões de pessoas durante a guerra (PORQUE NINGUÉM LEMBRA DELES?), cerca de metade de todas as vítimas da Segunda Guerra Mundial. Do total de mortes na II Guerra Mundial.

Civis russos mortos por soldados da Wehrmacht

Em 19 de Novembro de 1943, a contra-ofensiva soviética tinha início. Os aliados esperariam para ver, até decidirem a abertura de uma segunda frente que apenas se concretiza no ano seguinte. A história da guerra contra os invasores nazistas continua a ser mal contada, sobrevalorizando-se o papel dos EUA na derrota de Hitler e tentando apagar-se o esforço russos – militares e popular, na resistência e, por fim, na vitória. Também no que toca às vítimas do nazismo se assiste à mesma tentativa de apagamento, sublinhando-se apenas a morte de judeus e «esquecendo-se» os milhões de mortos soviéticos na guerra. Para avivar a memória, publicamos hoje um artigo do general russo Grigori Krivocheiev, divulgado pela Agência RIA, que recorda números terríveis. Que não podem ser esquecidos.


Morreram e desapareceram…

Um milhão de pessoas morreram em Stalingrado

Em Junho de 1941, sete países proclamaram uma guerra contra a União Soviética – Alemanha (em 22 de Junho), Itália (em 22 de Junho), Roménia (em 22 de Junho), Hungria (em 27 de Junho), Finlândia (em 26 de Junho) e os governos fantoches da Eslováquia (em 23 de Junho) e da Croácia.

Além dos países que proclamaram guerra contra a Rússia, nas ações de combate participaram unidades militares integradas por cidadãos da Albânia, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Polónia, Sérvia, França, Chéquia e Suécia.

Do lado da Alemanha combateram a divisão dos cossacos comandada por B. Steifon, a 15.ª divisão dos cossacos comandada por Von Panvits e algumas outras unidades integradas por cidadãos da União Soviética.

As consequências mais graves da Segunda Guerra Mundial para a Rússia foram as perdas humanas avaliadas em 26,6 milhões de pessoas. Nunca antes, na história da Rússia, foram registadas perdas tão numerosas.

Durante a Segunda Guerra Mundial, só a Alemanha e a Rússia recrutaram para as suas forças armadas cerca de 56 milhões de pessoas. Em geral, naquela guerra participaram cerca de 120 milhões.

Os companheiros dos soldados russos: Um punhado de balas e um rifle velho.

Nos anos da guerra, para as Forças Armadas da Rússia foram mobilizados 35 milhões de soldados efetivos. Trata-se de um número igual ao das populações da Dinamarca, Holanda, Noruega, Suécia e Finlândia. Além disso, foram recrutadas 490.235 mulheres e 219.645 homens maiores de 50 anos, ou seja, não sujeitos ao serviço na tropa.

As novas pesquisas dos materiais estatísticos do Estado-Maior General (EMG) das Forças Armadas russas permitiram determinar que nos anos da guerra as Forças Armadas russas perderam 11 milhões de pessoas. Trata-se dos efetivos mortos nas batalhas, desaparecidos, mortos em hospitais em consequência de feridas ou doenças adquiridas e aprisionados.

Entre as perdas sofridas, o número dos desaparecidos é grande. De acordo com os documentos do EMG, da totalidade de 11 milhões de vítimas da guerra, 5 milhões de pessoas desapareceramcorresponde a 42,3%. ou foram aprisionadas. Isto É de supor que nem todos os desaparecidos fossem aprisionados. A análise de documentos do comando alemão permitiu concluir que cerca de 450.500 militares deste número morreram, ficaram a viver nos territórios ocupados ou juntaram-se aos guerrilheiros. Quanto ao número de aprisionados, é de 4 milhões e meio.

Estas estatísticas são provadas pelas informações do comando das tropas terrestres da Alemanha publicadas na revista das ações de combate da Bundeswehr. De acordo com as referidas informações, até 20 de Dezembro de 1942 as tropas alemãs aprosionaram 3 milhões e meio de militares russos. Este número é quase igual às estatísticas do EMG russo.

A brutalidade em relação aos prisioneiros russos provocou uma alta taxa de mortalidade. Assim, o historiador Kristian Streit afirma que da totalidade de 3,4 milhões de prisioneiros de guerra russos nos fins de Janeiro de 1942, ficaram vivos só 1,4 milhões. Os demais 2 milhões foram executados ou morreram de frio ou fome. Centenas de milhares de pessoas foram liquidadas pelos destacamentos da SD por motivos políticos ou de raça.

Alguns analistas afirmaram que as perdas da URSS na Segunda Guerra Mundial foram 14 vezes maiores do que as da Alemanha.

Após muitos anos de estudo conseguiu-se compor o balanço dos efetivos das Forças Armadas da Alemanha na guerra.

Assim, em 1 de Setembro de 1939, as tropas alemãs contaram com 3 milhões efetivos. No período de 1 de Junho de 1939 a 30 de Abril de 1945 foram recrutados mais 18 milhões. Desta forma, o número total é de 21 milhões.

Nas vésperas da capitulação da Alemanha, as suas tropas contaram com 4.100 000 militares, enquanto em hospitais no território alemão permaceream mais 700.000.

Na guerra foram mortas 16.307 000 pessoas.

Deste número:

a) baixas irrecuperáveis – 11.844 000 pessoas. São efetivos mortos no campo de batalha ou nos hospitais. Desapareceram 4.457 000 pessoas. Foram aprisionadas 7.387 000 pessoas.

b) outras baixas – 4.463 000 pessoas.

Deste número foram reconhecidos como inválidos ou fugiram 2.463 000 efetivos. Foram desmobilizadas e encaminhadas para o trabalho na indústria 2 milhões de pessoas.

Em geral, as perdas irrecuperáveis da Alemanha e dos seus aliados na frente russo-alemã (1941-1945) constituíram 8.649 3000 pessoas. Regressaram da prisão depois da guerra 3.572 600 pessoas. Desta forma, as perdas demográficas do adversário totalizaram 5.076 400 pessoas (em Julho de 1992 este índice foi corrigido até 6.923 700 pessoas). Assim a correlação entre as perdas russas e as perdas dos adversários nos anos de guerra foi de 1,5:1.

VOCÊ QUER SABER MAIS?

MEDEIROS, Carlos (2008) Desenvolvimento econômico e ascensão nacional: rupturas e transições na Rússia e na China. p. 173-273. in: FIORI, José L.; SERRANO, Franklin & MEDEIROS, Carlos A. (2008) O mito do colapso americano. Ed. Record: SP e RJ.

http://www.britannica.com/EBchecked/topic/614785/Union-of-Soviet-Socialist-Republics

http://countrystudies.us/russia/14.htm

As ruínas da cidade integralista.

As ruínas da cidade integralista



Em 30 de Março de 2009 por Jorge Figueira

A Cidade de São João Marcos fundada em 1937 no Rio de Janeiro, surgiu fruto das riquezas do café, suas construções ricas em arquitetura do período pós-colonial foram reflexo das riquezas trazidas pela expansão do café durante o período de ouro no Vale do Paraíba, 1850 a 1870. Esta região mostrou-se favorável ao cultivo do café graças as suas condições geográficas excepcionais, expandindo seu cultivo ate o Estado de São Paulo. Em razão destas características a Cidade de São João Marcos era a residência de grandes produtores de café e o pólo cafeicultor destes mesmos senhores, que abasteciam o mercado Europeu.

Como ocorreu em todo o Vale do Paraíba, a abolição dos escravos e a destruição do solo por conta do cultivo predatório da monocultura decretaram o fim do período de ouro do café, levando as regiões que surgiram e dependiam desta cultura a uma crise econômica, contudo a Cidade de São João Marcos resistiu a este período de decadência econômica graças à construção da Estrada de Ferro no ano de 1907, que ligou a cidade de Barra Mansa à Angra dos Reis. A ferrovia fez, portanto ressurgir a economia local.

Mesmo após o reaquecimento da cidade, em 1909 partes da cidade começaram a ser cedidas para a construção da represa de Lages, que teria como função abastecer vários municípios da região sul-fluminense com água e energia elétrica. Para temos uma idéia hoje da importância desta construção ela hoje fornece cerca de 11% da água consumida na cidade do Rio de Janeiro.

Durante a construção da represa a cidade começou a ser destruída, mesmo em 1939 quando o Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional tombou a cidade esperando que o processo de destruição descontinuasse. Getulio Vargas, então presidente dotado de poderes ditatórios, decidiu revogar a condição de patrimônio histórico da cidade para facilitar os planos de expansão da represa. As terras foram, portanto, desapropriadas e seus habitantes expulsos.

Há alguns relatos que apóiam a tese de a cidade ter sido destruída por ser uma cidade Integralista, onde os cidadãos não se conformavam com o fato do Governo Federal pôr na ilegalidade os partidos políticos, incluindo a Ação Integralista Brasileira e assim resistiam a qualquer intervenção do governo estadual ou federal.

Mais uma vez podemos constatar na história desta pequena cidade de grande importância cultural, que o hoje endeusado ditador Getúlio Vargas, mais uma vez demonstrava sua atitude autoritária expulsando famílias com o uso de força policial, sem dar o devido direito à defesa aos moradores e à cultura nacional, que foi completamente ignorada por ele neste caso.

Por Jorge Figueira

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terça-feira, 5 de outubro de 2010

PLÍNIO SALGADO, O CANDIDATO DO POVO.

O CANDIDATO DO POVO
Manoel Ferraz Hasslocher
(Diretor da Revista “Anauê!”)



Embora Plinio Salgado, Chefe Nacional da Acção Integralista Brasileira, tenha, mais de uma vez affirmado em artigos, livros, discursos e conferencias, que os regimens dictatoriaes só são
acceitos por povos barbaros, os adversarios ignorantes e inescrupulosos do Sigma ainda procuram atacar o movimento dos “camisas verdes” dizendo-o ser anti-democratico. Essa a pecha com a qual procuram comprometter o Integralismo perante o povo brasileiro. Porém o Chefe Nacional tem sabido com factos concretos, materiaes, destruir tal affirmação a todo momento fazendo os seus soldados participarem da responsabilidade de orientação e de direcção do movimento integralista. O plebiscito realizado no mez maio, é uma das provas mais
evidentes e tocantes de que o Chefe Supremo confia, de modo absoluto no criterio, no bom senso, na honestidade e na consciencia de seus commandados porque só a elles entregou a solução do gravissimo problema concernente á escolha de um candidato que, nas proximas eleições presidenciaes, deverá comparecer perante o eleitorado do paiz, desfraldando a bandeira
Azul e Branca dos principios fundamentaes da Doutrina do Sigma. Por isso, em todos os nucleos do Brasil, no mesmo dia e na mesma hora, os “camisas verdes” foram chamados a dizer, alto e bom som, sem constrangimento de qualquer especie, livremente manifestando o seu pensar, qual o companheiro que julgavam dever represental-os como candidato á Presidencia da Republica na
proxima jornada eleitoral. Esse o mais vivo e puro acto de fé e confiança democratica já
praticado entre nós pela Chefia de quaesquer dos movimentos ou partidos politicos em outros tempos existentes, ou que ainda actuem no scenario nacional. Eis porque não poderá haver
candidato mais democratico do que aquelle que se originou desse plebiscito. Pois este não é fructo de conchavos, de combinações partidarias, de accordo entre governadores representantes de
oligarchias regionaes, porém a verdadeira expressão do querer de mais de oitocentos mil brasileiros que o apontaram á Nação como digno e capaz de conduzi-la para o seu engrandecimento e gloria. Plínio Salgado é, portanto, o unico candidato do Povo. Sem contar com a protecção dos palacios, dos magnatas das altas finanças, dos chefetes eleitoraes, elle e os seus adeptos têm trabalhado com desinteresse e denodo, na realização da mais vasta obra de organização nacional até hoje planejada no Brasil. Obra essa que já vem sendo executada com grande exito por todos os quadrantes do paiz, atravez de centenas e centenas de lactarios, ambulatorios e postos medicos, escolas, restaurantes populares, centros de assistencia e muitas outras iniciativas que bem attestam o dynamismo e a efficiencia do pensamento politico e social da Acção Integralista Brasileira. E tudo isso é feito apenas com a collaboração e auxilio de brasileiros. Nem um nickel siquer, para tal fim, sahiu dos thesouros publicos ou das caixas fortes do Capitalismo Internacional. Esta a esplendida folha de serviços já prestados á nossa Pátria
por Plinio Salgado, a magnifica credencial com que milhares e milhares de brasileiros o indicaram á Nação na qualidade de legitimo representante do Povo, candidato que só ao Povo entrega
o destino da sua candidatura á Presidencia da Republica.

(Transcrito da Revista “Anauê!”, Rio de Janeiro, Anno III,
Numero 17, 1º de Julho de 1937, pág. 11. Foi conservada a grafia
do original.)

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VINICIUS DE MORAES FOI INTEGRALISTA?

Afinal, vestiu – ou não – a camisa-verde dos integralistas?



Poucos são os escritores, tanto poetas quanto prosadores, que merecem a atenção – uma desmesurada atenção – dos resenhistas ou noticiaristas da mídia, como o poeta, o cronista e autor de musica popular Vinicius de Moraes, atenção que culminou, há poucos anos, com a publicação de sua Poesia completa e prosa, volume imenso de 1.571 paginas, pela Nova Aguilar, em 1998, e que prossegue, incansavelmente, sem perspectiva de interrupção. Não se pretende, aqui, mergulhar na produção intelectual de Vinicius. A outros, e em melhor oportunidade, já foi dada esta chance, em paginas inúmeras de jornais de grande circulação, onde as suas mutações são devidamente avaliadas. Um momento, entretanto, da existência de nosso poetinha (como por muitos e denominado) merece aqui ser anotado: o que se encerra em seus primeiros livros, aos
quais Octavio de Faria dedicou a metade e uma substanciosa obra, a outra metade dedicada a Augusto Frederico Schmidt: Dois poetas. No volume da Nova Aguilar, essa fase e classificada como O sentimento de sublime e, por ela, Vinicius e associado ao grupo de intelectuais brasileiros prenhe da agonia católica, onde se agasalhavam vultos como o citado Schmidt, o próprio Octavio, Otto Lara Resende, Pedro Nava, etc...
Estamos na época pos-revolução de 1930, quando no Brasil uma juventude sequiosa de mudanças políticas e sociais se atirava febrilmente para compor as hostes da Ação Integralista Brasileira, cuja doutrina, o Integralismo, fora lançado por um escritor de projeção, Plínio Salgado, ou para os quadros do Partido Comunista Brasileiro, então em grande fermentação, juntamente com outros movimentos de esquerda que nãoaceitavam a submissão religiosa que seus acólitos votavam a Stalin. Foi o momento em que universitários da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, como San Thiago Dantas, Antonio Galotti, Vicente Chermont de Miranda também conviveram com Vinicius de Morais. Com uma característica, entretanto: quase todo grupo do celebre CAJU envergava a camisa-verde do Integralismo. O que acontece, porem, com Vinicius?
Vestiu ele – ou não – a camisa-verde?... Um depoimento taxativo, a nosso ver, soluciona o problema. Esta la, no livro de Joel Silveira e Genaton Moraes Neto, Hitler- Stalin, o pacto maldito (ed. Record, RJ, 1989. p.464), o depoimento do jornalista Pompeu de Souza, claramente escrito:
“Conheci companheiros nossos usando camisa-verde, como Neiva Moreira, San Tiago Dantas, Dom Helder Câmara. Depois que o tempo passa, a gente faz a síntese a partir da tese e da antítese e chega a seguinte conclusão: naquela época, as contradições e os problemas eram tão gritantes que quem tivesse caráter ou era comunista ou era integralista nesse pais. Eu não compreendia os integralistas; odiava-os e brigava com eles. E ate Vinicius de Moraes eu cheguei a conhecer de camisa-verde, embora depois ele negasse terminantemente. Mas eu conheci magrinho – e de camisa-verde” Vinicius de Moraes, então, se vestiu a camisa-verde, grande honra para ele, pois ela foi uma característica marcante na vida política e cultural brasileira de grande parte do século XX, marcando profundamente o ritmo histórico do Brasil. E se desistiu, no meio do caminho, embrenhando-se em rumo diferente, abandonando os seus companheiros, não há porque recriminá-lo: ele usufruiu de uma característica fundamental do ser humano – o direito de escolha.
Para o bem ou para o mal.
Autor: Gumercindo Rocha Dorea

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