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domingo, 7 de outubro de 2018

Mitologia e Lendas brasileiras, Boitatá: a Cobra de Fogo!



As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.
Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Os deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido à vida e ao mundo.
Boitatá
Representada por uma cobra de fogo que protege as matas, florestas e os animais. Possui a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do Boitatá em cartas do padre José de Anchieta, em 1560. Na região Nordeste do Brasil, o boitatá é conhecido como Fogo que Corre.
Também conhecido como "fogo que corre", o boitatá, no folclore brasileiro, é uma grande cobra de fogo. Este bicho imaginário foi citado pela primeira vez em 1560, num texto do padre jesuíta José de Anchieta. Na língua indígena tupi, "mboi" significa cobra e "tata" fogo.
A lenda no Norte e Nordeste 
De acordo com a lenda, o Boitatá protege as matas e florestas das pessoas que provocam queimadas. O Boitatá vive dentro dos rios e lagos e sai de seu “habitat" para queimar as pessoas que praticam incêndios nas matas. De acordo com esta lenda, o Boitatá possui a capacidade de se transformar num tronco de fogo.
A lenda no Sul 
Numa lenda do sul do Brasil, a explicação para o surgimento da Cobra de Fogo está relacionada ao dilúvio (história bíblica que fala sobre a chuva que durou 40 dias e 40 noites). Após o dilúvio, muitos animais morreram e as cobras ficaram rindo felizes, pois havia alimento em abundância. Como castigo, a barriga delas começou a pegar fogo, iluminando todo o corpo.
Em 1560 registrou o Padre José de Anchieta:

    "Há também outros (fantasmas), máxime nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto do mar e dos rios, e são chamados baetatá, que quer dizer cousa de fogo, o que é o mesmo como se se dissesse o que é todo de fogo. Não se vê outra cousa senão um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os índios e mata-os, como os curupiras; o que seja isto, ainda não se sabe com certeza." (in: Cartas, Informações, Framentos Históricos, etc. do Padre José de Anchieta, Rio de Janeiro, 1933).

No folclore brasileiro, o Boitatá é uma gigantesca cobra-de-fogo que protege os campos contra aqueles que o incendeiam. Vive nas águas e pode se transformar também numa tora em brasa, queimando aqueles que põem fogo nas matas e florestas.

A causa desse mito pode ser explicada com uma reação química, ossos de animais, como bois, cavalos etc. que são ricos em fósforo branco, que é um material inflamável (diferente do fósforo vermelho que é usado como medicamento), se aglomeram em um lugar, o osso começa a se decompor, e sobra apenas o fósforo. Quando um raio ou faísca, entra em contato com os ossos semi-decompostos causa uma enorme chama.

A palavra, de origem indígena como a lenda, tem o significado de cobra (mboi) de fogo (tata), sendo Mbãetata em sua lingua original. Pensaram entao, em juntar as duas palavras (mboi e tata) para transforma-las neste mito: Boitatá.

Na obra Lendas do Sul, de João Simões Lopes Neto, há um conto com este nome que descreve bem o que seja a lenda. Há registro de que a primeira versão da história foi feita pelo padre José de Anchieta, que o denominou com o termo tupi Mbaetatá - coisa de fogo.

A ideia era de uma luz que se movimentava no espaço, daí, "Veio a imagem da marcha ondulada da serpente". Foi essa imagem que se consagrou na imaginação popular Descrevem o Boitatá como uma serpente com olhos que parecem dois faróis, couro transparente, que cintila nas noites em que aparece deslizando nas campinas, nas beiras dos rios. Em Santa Catarina, a figura aparece da seguinte maneira: um touro de "pata como a dos gigantes e com um enorme olho bem no meio da testa, a brilhar que nem um tição de fogo".

A versão que predominou foi a do Rio Grande do Sul. Nessa região, narra a lenda que houve um período de noite sem fim nas matas. Além da escuridão, houve uma enorme enchente causada por chuvas torrenciais. Assustados, os animais correram para um ponto mais elevado a fim de se protegerem. A boiguaçu, uma cobra que vivia numa gruta escura, acorda com a inundação e, faminta, decide sair em busca de alimento, com a vantagem de ser o único bicho acostumado a enxergar na escuridão.

Decide comer a parte que mais lhe apetecia, os olhos dos animais e de tanto comê-los vai ficando toda luminosa, cheia de luz de todos esses olhos. O seu corpo transforma-se em ajuntadas pupilas rutilantes, bola de chamas, clarão vivo, boitatá, cobra de fogo. Ao mesmo tempo a alimentação farta deixa a boiguaçu muito fraca. Ela morre e reaparece nas matas serpenteando luminosa. Quem encontra esse ser fantástico nas campinas pode ficar cego, morrer e até enlouquecer. Assim, para evitar o desastre os homens acreditam que têm que ficar parados, sem respirar. E de olhos bem fechados. A tentativa de escapar da cobra apresenta riscos porque o ente pode imaginar fuga de alguém que ateou fogo nas matas. No Rio Grande do Sul, acredita-se que o "boitatá" é o protetor das matas e das campinas. A verdade é que a idéia de uma cobra luminosa, protetora de campinas e dos campos aparece freqüentemente na literatura, sobretudo nas narrativas do Rio Grande do Sul.
Ainda hoje, esta lenda folclórica impressiona adultos e crianças, sendo citada, inclusive, como personagem de destaque em várias obras contemporâneas como, por exemplo, “Quem tem medo do Boitatá?”, de Manuel Filho, lançada em 2007. Nesta história infanto-juvenil, o avô do protagonista, Sandrinho, é cego pelo próprio Boitatá.
A serpente também é relembrada na história de José Santos, “O casamento do Boitatá com a Mula-sem-cabeça”, onde o autor descreve de forma lúdica a união de vários seres do nosso folclore. Nas referidas obras, assim como em muitas outras, o ser fantástico é citado como “o Boitatá”, mas é possível encontrar citações como “a Boitatá” tal como ocorre na obra recente de Alexandra Pericão, "Uaná, um curumim entre muitas lendas", em que a serpente, também comedora de olhos, é descrita de um jeito bem contemporâneo, com citações divertidas como “Mas ninguém, até hoje, e isso é o mais espantoso de tudo, conseguiu colocar uma foto sua na internet.Apesar do tamanho gigante, a serpente é tão discreta, que só conseguem vê-la aqueles que ela mesmo captura”.
Também José Simões Lopes Neto, em obra supramencionada, refere-se ao ser no gênero feminino, valendo citar o trecho: “Foi assim e foi por isso que os homens, quando pela primeira vez viram a boiguaçu tão demudada, não a conheceram mais. Não conheceram e julgando que era outra, muito outra, chamam-na desde então, de boitatá, cobra do fogo, boitatá, a boitatá!”.
Explicação científica:
Pesquisadores afirmam que esta lenda está associada aos incêndios, que ocorrem espontaneamente em função da queima de gases oriundos da decomposição de material orgânico.

Referências:





Anchieta, José de. Carta de São Vicente (X), em Cartas, informações, fragmentos históricos e sermões, v.3 das Cartas jesuíticas. Rio de Janeiro, Civilização brasileira, 1933, p.128

Cascudo, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro, 1954 | 9ª edição: Rio de Janeiro, Ediouro, sd | Geografia dos mitos brasileiros. 2ª ed. São Paulo, Global Editora, 2002, p.143-147

 Lopes Neto, João Simões de. Contos gauchescos e lendas do sul. 3ª ed. Porto Alegre, Globo, 1965.

 Magalhães, Couto de. O selvagem. Rio de Janeiro, Tipografia da Reforma, 1876, p.138

• Silveira, Valdomiro. Mixuangos. Rio de Janeiro, 1937




Mitologia e Lendas brasileiras, Curupira.




É um mito bem antigo no Brasil, já citado por José de Anchieta em 1560. Ele protege a floresta e os animais, espantando os caçadores que não respeitam as leis da natureza, isto é, que não respeitam o período de procriação e amamentação dos animais e que também caçam além do necessário para a sua sobrevivência e lenhadores que fazem derrubada de árvores de forma predatória.
Assim como o boitatá, o Curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.
Além disso, dizem que o curupira gosta de sentar nas sombras das mangueiras e se deliciar com os frutos, mas se ele sentir que está sendo vigiado ou ameaçado, logo começa a correr a uma velocidade tão grande que os olhos humanos não conseguem acompanhar.

Muitos dizem que existem curupiras que se encantam com algumas crianças e a levam embora para longe dos seus pais por algum tempo, mas são devolvidas quando atingem mais ou menos os sete anos de idade.

Com isso, as crianças "sequestradas" e posteriormente devolvidas, nunca voltam como eram, em razão do fascínio que passam a sentir pela floresta onde viveram.

Para proteger os animais, o curupira usa mil artimanhas, procurando sempre iludir e confundir os caçadores, utilizando gritos, assobios e gemidos, fazendo com que o caçador pense que está atrás de um animal e vá atrás do Curupira, e este faz com que o caçador se perca na floresta.

Ao aproximar uma tempestade, o Curupira corre toda a floresta e vai batendo nos troncos das árvores. Assim, ele vê se elas estão fortes para aguentar a ventania. Se perceber que alguma árvore poderá ser derrubada pelo vento, ele avisa a bicharada para não chegar perto.

O Curupira também pode encantar os adultos. Em muitos casos contados, o Curupira mundia os caçadores que se aventuram a permanecer no mato nas chamadas horas mortas. O encantado tenta sair da mata, mas não consegue. Surpreende-se passando sempre pelos mesmos locais e percebe que está na verdade andando em círculos. Em algum lugar bem próximo, o Curupira está lhe observando: "estou sendo mundiado pelo Curupira", pensa o encantado.

Daí só resta uma alternativa: parar de andar, pegar um pedaço de cipó e fazer dele uma bolinha. Deve-se tecer o cipó muito bem, escondendo a ponta de forma que seja muito difícil desenrolar o novelo. Depois disso, a pessoa deve jogar a pequena bola bem longe e gritar: "quero te ver achar a ponta". A pessoa mundiada deve aguardar um pouco para recomeçar a tentativa de sair da mata.

Diz a lenda que, de tão curioso, o Curupira não resiste ao novelo. Senta e fica lá entretido tentando desenrolar a bola de cipó para achar a ponta. Vira a bola de um lado, de outro e acaba se esquecendo da pessoa de quem malinou. Dessa forma, desfaz-se o encanto e a pessoa consegue encontrar o caminho de casa.
O Curupira solta assovios agudos para assustar e confundir caçadores e lenhadores, além de criar ilusões, até que os malfeitores se percam ou enlouqueçam, no meio da mata. Seus pés virados para trás servem para despistar os caçadores, que ao irem atrás das pegadas, vão na direção errada. Para que isso não aconteça, caçadores e lenhadores costumam suborná-lo com iguarias deixadas em lugares estratégicos. O Curupira, distraído com tais oferendas, esquece-se de suas artes e deixa de dar suas pistas falsas e chamados enganosos.
Sendo mito difundido no Brasil inteiro, suas características variam bastante. Em algumas versões das histórias, o Curupira possui pelos vermelhos e dentes verdes e anda montado em porcos catetos. Em outras versões, têm grandes orelhas ou é totalmente calvo. Pode ou não portar um machado e, em uma versão, chega ser feito do casco de jabuti.

Referências:




 FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.513

FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.513




MENORAH (CANDELABRO SAGRADO)



A Menorah significa candelabro. Presume-se que a primeira Menorah tenha sido feita para o Tabernáculo no Deserto pelo artista e artesão Bezalel, obedecendo às instruções de Moisés. Na Menorah há 7 lumes de lâmpadas, uma haste central e 3 braços que saem de cada lado.
O Livro Sagrado afirma que a forma, o desenho e os detalhes da Menorah foram inspirados por revelação do céu. Na Menorah, como já afirmamos havia sete braços ao todo: uma haste central e três braços que saíam de cada lado. Cada um dos sete tinha uma tigela para o óleo, que era retirada diariamente pelos sacerdotes para limpeza e recomposição do óleo. Ela era impressionantemente grande, de ouro puro e de desenho altamente decorativo.
Naturalmente, o fogo e a iluminação sempre tiveram papel muito importante nos ritos religiosos. Quando o Templo foi destruído, a Menorah tornou-se o principal símbolo artístico e decorativo da fé judaica. A razão pela qual a Menorah de sete braços nunca foi usada como parte ou ornamento do ritual até os tempos modernos foi à proibição rabínica da reprodução e uso de quaisquer dos ornamentos do templo. (MENTIRA) O BRASÃO DE ISRAEL É UM  MENORAH. PORQUE ELE NÃO FICOU NA BANDEIRA?
Porém a Menorah também tem um significado oculto como já afirmamos. Pareceu-nos bastante claro que o Candelabro é um Simbolograma da Criação. Pesquisando o Livro Sagrado sobre o assunto, encontramos em Êxodo 25: 31/40: "O Senhor disse a Moisés: Farás um candelabro de ouro puro, e o farás de ouro batido, com o seu pedestal e sua haste. ...seis braços sairão dos seus lados, três de um lado e três do outro . . Estes braços formarão um todo com o candelabro, tudo formando uma só peça de ouro batido . . .Cuida para que se execute este trabalho segundo o modelo que te mostrei no monte".
O texto mostra claramente que o candelabro é apenas uma imagem, uma sombra das realidades celestiais, como foi revelado a Moisés quando estava para construir o tabernáculo. Mas que verdades eram estas que estavam expressas no Candelabro?
Reportando-se à Cabala e ao Sepher Yezirah (Livro da Criação) em busca de respostas às indagações. Tal qual "o místico da criação", quis entender a atuação do Criador, penetrar no inexplicável mistério de como e porque, o Divino acorda de uma inatividade e começa a exteriorizar tudo quanto há em seu pensamento.
O Sepher Yezirah ensina que "Os dez sephirot (números) e as 22 letras do alfabeto hebraico, constituem as 32 misteriosas sendas da Divina Criação e considera o idioma hebraico. Isto porque existe uma incrível correspondência entre a realidade e o valor numérico das palavras hebraicas.
No hebraico, as letras do alfabeto servem também como números, portanto cada palavra e cada sentença têm o seu valor numérico correspondente. Estes 32 elementos perfazem a totalidade dos caminhos (sendas) da sabedoria da Criação. Vejamos como: 32 = 25
2 (dois) é o número da criação; símbolo do processo em que o 1 (Um), Deus, coloca algo fora de si. 5 (cinco) são os dedos da mão, representando a plena capacidade de criar. Então 32 é a criação completa em seus caminhos totais. 1 (um) é Deus, o sopro divino, a origem de tudo 2 (dois) é quando o sopro faz surgir o outro. Este outro vaza pelos 32 caminhos da criação. 3 (três) é a resultante da ação do 1 sobre o 2, é a água primordial, a matéria de tudo. 4 (quatro) é o antípodo de 3; é o fogo primordial. Os números de 5 a 10 são as dimensões do espaço que vão dar forma a toda a criação: 
5 (cinco): Altura; 6 (seis): Profundidade; 7 (sete): direção Leste; 8 (oito) direção Oeste; 9 (nove) direção Sul; 10 (dez) direção Norte. Então, temos, a partir dos dez números, a matéria e a forma de tudo o que surgirá. 
Para a continuação, precisamos do alfabeto hebraico. Ele está dividido em 3 (três) letras matrizes, 7 (sete) letras duplas e 12 (doze) letras simples, ou seja: uma trindade, uma heptata e uma duodecada. 
Estas letras misteriosas encontram sua expressão no universo, no ano e no homem. 

As 3 (três) letras matrizes são: Aleph, Mem e Shin. Estas letras formam: 

no UNIVERSO: ar, água e fogo; 

no ANO: frio, umidade e calor; 

no HOMEM: coração, corpo e cabeça.
Elas representam os 3 (três) elementos universais , no universo, é éter; no ano, umidade e, no homem, sopro vital. no universo, é o grande abismo de que surge a criação; no ano, frio; e, no homem, o líquido amniótico em que está imerso o embrião humano. , no universo, é fogo etéreo; no ano calor; e, no homem, o fogo do intelecto. 
As 7 (sete) letras duplas (com 2 sons) representam: 

* no UNIVERSO, os 7 (sete) astros (Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio e Lua); 

* no ANO, os 7 (sete) dias da semana; 

* no HOMEM, os 7 (sete) portais dos sentidos: 2 olhos, 2 ouvidos, 2 narinas e 1 boca.
Num paralelismo entre o macro e o micro cosmos, estas letras representam no mundo humano, determinados valores e seus contrários, a saber: Sabedoria - Insensatez Riqueza - pobreza , Fecundidade - esterilidade , Vida - morte , Domínio - dependência ,Paz - guerra ,Beleza - feiúra. E, finalmente, existem 12 (doze) letras simples que simbolizam:
no UNIVERSO, as 12 constelações de Zodíaco; no ANO, os 12 meses; no HOMEM, as 12 partes do corpo: 1 cabeça, 1 pescoço, 1 peito, 1 abdômen, 2 pernas, 2 pés, 2 braços e 2 mãos.
Representam também os fenômenos básicos da vida: fala, pensamento, andar, visão, audição, coito, olfato, sono, raiva, degustação e riso.
Façamos agora uma analogia entre a Criação tal qual acabamos de ver e o Candelabro de 7 (sete) braços. 
O Candelabro é formado por: a) uma base; b) um eixo central; c) seis braços (três de cada lado do eixo); d) 12 esferas (situadas nos braços).
A base é tríplice, as quais simbolizam os 3 (três) elementos que os antigos consideravam primordiais: AR, ÁGUA e FOGO. Simbolizam também a Santa Trindade Superior.
A vida (base), é uma expressão de Deus, o Cosmo (braços), é outra. A vida e o Cosmo em seu conjunto, "carregam" Deus.
O eixo central é Deus. Ele é Um. Tudo está ligado a Ele. 
Procuremos agora na figura do candelabro, os 10 números e as 22 letras, que perfazem os 32 caminhos (sendas) da Sabedoria da Criação.
Os números:
de 1 a 3 estão representados pelo números de planos da base; 4 é o número das esferas do eixo central; 5 é o número de frações resultantes da divisão das quatro esferas do eixo central; 6 pelas esferas situadas à esquerda e á direita do eixo central (formam dois triângulos que sobrepostos, formam o hexágono de Salomão); 7 pelas chamas. São os 6 dias da Criação, mas o dia de repouso (obra acabada); 8 pelo octógono dos planos da base; 9 é a soma das frações dos braços laterais (formadas pelas esferas) 9 + 9 = 18 = 9.; 10 é 1, é o eixo, é Deus, ao qual tudo está ligado e ao qual tudo retorna. As 3 letras matrizes estão simbolizadas na base; As 7 letras duplas, nas chamas As 12 letras simples, nas 12 esferas dos braços (= signos do zodíaco). Do começo ao fim o candelabro mostra-se unificado ao tema do Sepher Yezirah:
Agora, imaginemos a figura do candelabro invertida (lembrando que ele é a imagem das coisas celestiais. Diz o Sepher Yezirah: 

"De três letras matrizes provêm três elementos primordiais: ar, água e fogo. Destes 3 progenitores emanaram os 7 (sete) astros, como prole; e destes astros, suas hostes e doze pontos oblíquos ou signos do zodíaco".
As testemunhas fiéis destas asserções são: a trindade, a heptada e a duodecada. Diz ainda: 
"Ele, Deus, é Um acima de três, três estão acima de sete, sete estão acima de doze, e todos estão ligados".
Façamos uma análise desta frase: "Ele é um acima de três". Lembra que Deus transcende nossa capacidade de análise. Ele é infinito, absoluto, a fonte de emanação de tudo que se segue.
Três representa os aspectos do Infinito Ser; os aspectos transcendentes de Sua Natureza. É também o campo do espaço sideral onde se movem 3 (três) astros da oitava Superior: Netuno, Urano e Plutão ou Vulcano, cuja influência se faria sentir somente quando a humanidade tiver atingido um estágio superior de evolução.
Três estão acima de Sete. Os sagrados sephirot superiores que constituem o mundo Superior, ou a Trindade Superior, transcendem as dimensões do espaço, à própria Terra.
Situam-se anteriormente aos dias da Criação, aos astros que influenciam toda a vida terrena. 
Os 7 (sete) elementos conhecidos como "dias" ou astros, são capazes de poderes e influência incalculáveis, pois regem também as letras duplas do alfabeto hebraico, que expressam as oposições da vida.
Sete estão acima de Doze. Significa que as dimensões do espaço apresentam pontos oblíquos que alteram sua força, assim como a escala musical tem sustenidos e bemóis que modificam os tons. Diz ainda o Sepher Yezirah 
Há 22 letras e 10 números, pelos quais, o Eu Sou, Yah, o Senhor das Hostes, Todo Poderoso e Eterno, concebeu, ordenou e criou através de 3 Sepharim (a base), todo o seu reino, e por meio dela, forma Ele, criaturas primordiais, e todas aquelas que serão formadas no porvir.
O Candelabro encontrando em alguns templos Martinistas é pois, o símbolo da vida, de Deus e Sua Criação, que sustenta o Divino e orna Seu Santuário, imagem do verdadeiro tabernáculo, erigido pelo Senhor e não pelos homens. 
Maimonides escreveu: "Alguns homens lutam pela riqueza; outros gostariam de ser fortes e sadios; outros ainda, almejam fama e glória. Mas os sábios aplicam seu coração à sabedoria, a fim de que, sabendo, possam compreender o propósito de suas vidas e conduzir seus destinos, antes que advenham as trevas". 
A vã pesquisa entre as coisas exteriores é abandonada e toda a energia do Maçom é dirigida para seu próprio âmago, a fim de que, sua sagrada e inata herança, por tanto tempo negada, possa novamente ser reclamada, completa e em toda a sua beleza, pois agora, a chave secreta há tanto oculta ao homem, resplandece como um farol nas trevas da noite. 

Ele é Um acima de três 

três estão acima de sete 

sete acima de doze
 
e tudo está ligado 

Na verdade, esta é a batalha que travam todos os Martinistas. Enquanto estivermos perdidos na floresta dos erros e distantes das leis naturais e do caminho do meio, mais fortemente as trevas envolverão nossa existência. Portanto é necessário aos buscadores da Luz, cada vez mais dedicação, trabalho e humildade no desempenho de nossas obrigações.

Referências:





Presidente Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco


Autor: Leandro Claudir Pedroso

1-Introdução
           
Ao iniciarmos o estudo sobre a vida política do primeiro Presidente empoçado pela Revolução de 1964, Marechal Castelo Branco devemos analisar primeiramente os eventos que sucederam a sua posse. Desse modo poderemos ver com mais clareza a situação política nacional em que se encontrava nossa nação e os eventos que levaram há Revolução ou Golpe, dependendo do ponto de vista que são analisadas as questões pertinentes e de interesse nacional. Inicialmente analisaremos um curto governo de Jânio Quadro e após objetivamos esclarecer a política do governo João Belchior Marques Goulart (Jango) que muita indisposição causou nos membros da direita política e militar, devido a sua ligação com políticos socialistas e comunistas. Vale lembrar, que neste período, o mundo vivia o auge da Guerra Fria. Nesse contexto poderemos estudar os motivos que levaram as Forças Armadas a se oporem a posse dele como Presidente devido à renúncia do então Presidente Jânio Quadros. Sua posse só foi aceita pelos militares após a mudança do sistema político de presidencialista para parlamentarista, reduzindo dessa forma os poderes de Jango como presidente. A vitória do movimento civil-militar que derrubou João Goulart em abril de 1964 desferiu um golpe no projeto político da experiência republicana iniciada com o fim do Estado Novo, em 1945. Mas não foi um raio que desceu de um céu azul. Ao contrário, resultou de uma conjunção complexa de condições, de ações e de processos, cuja compreensão permite elucidar o que deixou então surpresos e perplexos não apenas os vencidos, mas também os próprios vencedores.

1.1- O Governo de Jânio Quadro

            Seu símbolo era a vassoura com a qual pretendia limpar o governo da corrupção, prega a defesa dos bons costumes e a moralização administrativa. O Presidente Jânio Quadros governou durante 7 meses e restabeleceu relações comerciais e diplomáticas com os países comunistas. Jânio Quadros como Presidente chegou a condecorar, no dia 19 de agosto de 1961, com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul Ernesto Che Guevara. A política internacional que teve seu início no governo de Vargas foi dada continuidade e um aprofundamento no governo JK, foram dados continuidade pelo Presidente Jânio Quadros. Trabalhou em prol de um engrandecimento da política externa independente (PEI), que visava estabelecer relações com todos os povos, sejam socialistas ou da África. Restabeleceu relações diplomáticas e comerciais com a URSS e a China, algo impensável dentro do plano geopolítico e geoestratégico de inserção brasileiro. Dentro de seu governo realizou a nomeação do primeiro embaixador negro da história do Brasil. Era um defensor ferrenho da política de autodeterminação dos povos, condenando as intervenções estrangeiras. O Presidente Jânio Quadros renuncio em 25 de agosto de 1961 sob pressão dos ministros militares, devido a suas ações de proximidade a nações de política esquerdista como União Soviética, Cuba e China por acreditar estar expandindo o mercado externo, gerou desconfiança dos setores políticos mais conservadores.



1.2- A Campanha da Legalidade

            Com a renúncia de Jânio Quadros abriu-se uma crise, pois os ministros militares vetavam o nome do Vice-Presidente João Goulart que achava em visita a China. Desse modo assumiu provisoriamente Ranieri Mazzili, presidente da Câmara. Grupos militares divulgaram manifestos contra a posse de Jango, alegando que ele teria ligações com o comunismo. Esses eventos levaram a reação imediata, sobretudo no Rio Grande do Sul, onde civis e militares uniram-se em defesa da legalidade: o governador Leonel Brizola ameaçou inclusive distribuir armas a população. Diante da iminência de uma guerra civil, os ministros militares aceitaram uma solução de compromisso: Jango poderia exercer a Presidência, desde que fosse adotado o regime parlamentarista, o que se fez mediante Ato Adicional à Constituição de 1946. No regime parlamentarista instituído, o presidente era o chefe de Estado, com funções protocolares, sem poder de governar de fato. Ele poderia indicar o primeiro-ministro – chefe do governo -, que deveria ser aprovado pelo Legislativo. Já no presidencialista, o presidente é chefe de Estado e chefe do governo, exercendo o poder Executivo de modo independente em relação ao Legislativo.

1.3 Jango chega ao poder

Após os eventos que se sucederam durante a Crise da Legalidade no dia 2 de setembro de 1960, o Congresso votou a emenda parlamentarista, assumindo a presidência João Goulart. Para Primeiro-Ministro, o Presidente João Goulart indicou, a 8 de setembro, Tancredo Neves, que organizou um Gabinete de coalizão.  Durante seu governo o pais viveu um período instável, com três primeiros ministros em menos de um ano e meio. Em 6 de janeiro de 1963, foi realizado um plebiscito, em que os eleitores escolheram a volta do presidencialismo. Com poderes restaurados João Goulart, adotou medidas reformistas, como o monopólio estatal sobre importação de petróleo e derivados e o controle da remessa de lucros ao exterior, além da criação do 13° salário para todos os trabalhadores. Em 13 de março de 1964, o presidente Jango assinou decretos que nacionalizavam as refinarias de petróleo e desapropriavam, para fins de reforma agrária, propriedades com mais de 100 hectares numa faixa de 10 quilômetros ao longo de rodovias e ferrovias federais. Essas medidas faziam parte do projeto das reformas de base, que incluíam também reforma eleitoral com voto para analfabetos, universitária e bancária dentre outras.
O Presidente João Goulart começou e prosseguia inflexivelmente, em suas políticas de tendências socializantes por meio do dispositivo sindical. Os grupos conservadores, entre eles a hierarquia da Igreja Católica Romana, mostraram as classes médias de que Jango queria impor uma República sindicalista, confiscar propriedades, abolir a religião, etc. As dificuldades econômicas também ajudaram, pois em 1964 a inflação chegava a 92%. A 21 de março de 1964, o Marechal Castelo Branco no posto de chefe do Estado-Maior do Exército, publicou um memorial em que acusava o governo de João Goulart de pretender implantar no Brasil um regime esquerdista. Declarando-se temerosos de uma solução final de esquerda, os generais Olímpio Mourão Filho, Carlos Luis Guedes, Justino Alves e Amauri Kruel, e os governadores Magalhães Pinto, Ademar de Barros, Nei Braga e Carlos Lacerda, desencadearam em 27 de abril de 1964, um movimento militar que em breve obtinha a adesão de unidades de outros Estados da Federação.
            A 1° de abril, sem apoio militar e preferindo abandonar a Presidência para evitar derramamento de sangue, Jango viajou para o Rio Grande do Sul, onde Leonel Brizola, agora deputado federal, pretendia organizar a resistência. À noite o presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, Declarou vaga a Presidência e deu posse ao presidente da Câmara, Ranieri Mazzili. Jango estava deposto. No dia 4, exilou-se no Uruguai, onde falecera em 1974. Agindo rapidamente o comando militar, desmontou o dispositivo sindical em que se apoiava a linha política do Governo deposto.

1.4 Definições de Ditadura Militar

            Ditadura militar é uma forma de governo cujos poderes políticos são controlados por militares. O significado de ditadura se refere a qualquer regime de governo em que todos os poderes estão sob autoridade de um indivíduo ou de um grupo. No caso de uma ditadura formada por militares, estes chegam ao poder quase sempre através de um golpe de Estado. Um golpe de Estado liderado por militares significa que um governo legítimo é derrubado com o apoio de forças de segurança. Algumas ditaduras militares que não conseguem apoio popular são marcadas pela crueldade e pela falta de respeito aos Direitos Humanos nas perseguições aos defensores da oposição.
            Ditadura pode ser vista como um tipo de governo, onde o ditador possui poder e autoridade absoluta. Na ditadura, todos os poderes do Estado ficam concentrados em somente uma pessoa. É um regime antidemocrático e não existe a participação da população. Nos regimes democráticos, o poder é dividido entre Legislativo, Executivo e o Judiciário, e já na ditadura, não há essa divisão, ficam todos os poderes apenas em uma instância. A ditadura possui também vários aspectos de regimes de governo totalitários, ou seja, quando o Estado fica na mão apenas de uma pessoa. Geralmente, para um país tornar-se uma ditadura, ocorre um golpe de estado.

2- Marechal Castelo Branco

O Mal. Castelo Branco nasceu em Fortaleza, Ceará, no dia 20 de Setembro de 1897. Filho do General Cândido Borges Castelo Branco e Antonieta Alencar Castelo Branco. Seu nome completo era Humberto de Alencar Castelo Branco. Por parte de mãe era descendente do romancista José de Alencar. Aos oito anos foi estudar no Recife. Aos 14 anos estudou no Colégio Militar de Porto Alegre. Estudou também na Escola Militar do Realengo, quando se alistou em 1918, na IV Companhia de Estabelecimento, escolhendo a arma de Infantaria, onde se destacou como um dos mais brilhantes membros da Sociedade Acadêmica da Escola Militar sendo declarado aspirante em 1921. Estudou na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Armada, em 1923, como primeiro tenente. Frequentou a Escola do Estado Maior, ainda como primeiro tenente, concluindo o curso em dezembro de 1931, em primeiro lugar, com menção honrosa.
 General em 1962, foi promovido a marechal e transferido para a reserva dias antes de assumir a presidência da República. Militar de alta formação, fez todos os cursos superiores do Exército, além dos que realizou nos E.U.A e na França. Participou na Itália da II Guerra Mundial, como encarregado da Seção de Planejamento e Operações da F.E.B. No Brasil, exerceu, entre outros, os cargos de comandante do IV Exército, da Região Militar da Amazônia e chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, do qual fora dispensado pelo Presidente João Goulart (Jango), após tê-lo advertido quanto aos riscos de medidas comunistas no programa da ação governamental.

3- O Golpe Cívil-Militar de 1964

Na desordem que se seguiu à derrocada de Jango, houve uma espécie de disputa surda entre lideranças e dispositivos alternativos. Rapidamente o poder efetivo condensou-se em torno de uma junta militar, reunindo chefes militares das três Armas e que se autodenominara Comando Supremo da Revolução. Após compreendermos os eventos que levaram o Brasil a Revolução de 1964, falaremos agora sobre o primeiro Presidente Militar brasileiro, 26° presidente da República e 20° presidente da República, eleito indiretamente pelo Congresso Nacional a 11 de abril de 1964 e empossado 4 dias depois para completar o quinquênio 1961-1965, face à deposição do Pres. João Goulart pela revolução que, a 9 de abril do mesmo ano, instaurou a VII República com a outorga do Ato Institucional. Teve, contudo, seu mandato prorrogado até 15 de março de 1967, por força de emenda constitucional aprovada em julho pelo Congresso Nacional. Não sendo político, o Marechal Castelo Branco era, entretanto, conhecido por sua atividade militar. A primeira grande dificuldade enfrentada pelos vitoriosos foi definir um programa construtivo, uma identidade política positiva.

3.1- Repressões à política de oposição

            Todos os movimentos de oposição foram considerados subversivos e colocados na ilegalidade e seus membros foram presos. A UNE, CGT, MUT e Ligas Camponesas foram eliminadas. Extinguem-se os partidos políticos e define-se uma recomposição (ARENA – Aliança Renovadora Nacional, aliada ao governo e o MDB – Movimento Democrático Brasileiro, aglutinava políticos que fariam a oposição permitida ao governo).
            Durante seu governo de quase três anos (15/04/1964 a 15/03/1967), o Presidente Castelo Branco alterou profundamente a estrutura jurídico-institucional do país. Entre os primeiros atos do novo governo, figuram a anulação do decreto de encampação das refinarias particulares de petróleo, a extinção da SUPRA, a anulação do decreto de expropriação de terras e, após ter sido ele próprio reconhecido internacionalmente, o rompimento de relações diplomáticas com o governo de Cuba.
            Após as deposições dos governadores do Estado do Rio de Janeiro e do Pará, foi publicada nova lista de cassação de mandatos e suspensão de direitos políticos, que envolveu, entre outros, o Senador Juscelino Kubitschek de Oliveira. Posteriormente também foi afastado de seu posto o Governador Mauro Borges, de Goiás.

3.2- Reformas no Congresso Nacional

            Ao Congresso foram propostas reformas, entre as quais emenda à Constituição para que as eleições presidenciais se fizessem por maioria absoluta. Nessa proposta se inseriu subemenda que prorrogou o mandato do Presidente Castelo Branco até 31 de janeiro de 1967.
            As eleições estaduais de 1965 nos Estados da Federação o pleito decorreu tranquilo, mas os resultados ofereceram surpresas. Em Minas Gerais e Guanabara, os candidatos da oposição venceram os situacionistas, e nas outras unidades da Federação também se sentia a força do Partido Social Democrático e Partido Trabalhista Brasileiro. Em 1966, o Congresso Nacional Foi Fechado, o que provocou a reação de muitos que se identificavam com o movimento. As cassações de mandatos continuaram.
            Diante desses fatos o Presidente Castelo Branco enviou ao Congresso duas proposições: emenda à Constituição ampliando dispositivos referentes à intervenção nos Estados, bem como dispondo sobre a competência da Justiça Militar para julgar civis implicados em atividades subversivas; o projeto de lei ordinária disciplinando a atividade de pessoas com direitos civis suspensos. Tais proposições foram a plenário em 26 de outubro.

3.3- Iniciasse á “Era” dos Atos Institucionais

            No dia 27, o governo editou o Ato n°2 (AI-2) que, além de englobar as medidas acima pleiteadas, dispõe ainda sobre poderes ao Executivo para decretação do estado de sítio, composição dos órgãos da Justiça, extinção dos treze partidos políticos existentes no Brasil. Foram criados a Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que se tornaram os únicos partidos políticos brasileiros permitidos até 1979. Vários Atos Complementares vieram, logo a seguir, com o desenvolvimento prático do estabelecido no Ato Institucional n°2, em que uma das principais inovações é a eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República pelo Congresso Nacional. Em 5 de fevereiro de 1966, com o Ato Institucional n°3 (AI-3), o Executivo estabeleceu que as eleições de governadores se processariam pelo sistema indireto e que os prefeitos das capitais de Estado seriam nomeados pelos respectivos governadores. Há a assinar também, o decreto que cria o Cruzeiro Novo, a ser adotado quando, contida a inflação, se estabilizar o valor da moeda. O Ato Complementar n°4 (AI-4), de 22 de novembro de 1965, estabeleceu um novo sistema político partidário no país. No início de 1967, O Congresso foi reaberto, desfalcado de alguns parlamentares, e aprovou uma nova Constituição, elaborada por juristas do governo. As atribuições do poder Executivo foram consideravelmente aumentadas, e a autonomia dos estados diminuída. Instituiu, ainda, um tribunal Militar para julgar os civis.
            Desta forma, o Marechal Castelo Branco pode contar com um Congresso bastante submisso. Foi essa submissão que possibilitou a aprovação de novos atos ditatoriais, como a limitação do direito de greve e a deposição dos governadores de Goiás, Amazonas e Rio de Janeiro.

4- As perseguições políticas

            Não foram apenas líderes políticos e sindicais que foram perseguidos pelo regime militar. Intelectuais, funcionários públicos, militares e artistas foram demitidos ou sofreram perseguições porque a ditadura os considerava perigosos. Acreditavam que, impedindo essas pessoas de exercer sua profissão, estariam combatendo o Comunismo. Ao final do governo Castelo Branco, quase 4000 pessoas já haviam sido punidas. Vários parlamentares federais e estaduais tiveram seus mandatos cassados, cidadãos tiveram seus direitos políticos e constitucionais cancelados e os sindicatos receberam intervenção do governo militar. Um número significativo de indivíduos foi vítima da perseguição policial-militar, através da destituição de seus direitos políticos, demissões ou aposentadorias compulsórias, exílio, prisões, torturas e até assassinatos. Simultaneamente à marginalização de várias correntes de opinião e consequentes prejuízos imputados ao país nos campos político, econômico, cultural e científico, surgiram desde os primeiros anos do regime manifestações em prol da redemocratização do país. Tais reivindicações acentuaram-se progressivamente ao descontentamento público de integrantes das Forças Armadas, e às crises verificadas no seio da coligação civil-militar. Ao mesmo tempo, um processo de caça às bruxas desencadeava-se pelo país afora, com prisões, censura a publicações e intimidações de toda a ordem.

5- As realizações político/econômicas

            Durante o governo de Castelo Branco foi criado o Ministério de Organismos Regionais e o Serviço Nacional de Informações; ordenou a implantação do Banco Central, com a lei n°4595 de 31 de dezembro de 1964 e o Banco Nacional de Habitação; assinou ainda a Lei do Mercado de Capitais. Enviou ao Congresso, em abril de 1965, os projetos da nova Lei Orgânica dos Partidos Políticos e do Código Eleitoral. No final do ano de 1966, o governo Castelo Branco preparou e encaminhou ao Congresso o projeto da nova Constituição. O último ato do governo Castelo Branco foi a instituição da Lei de Segurança Nacional.
            Na área econômica, foi implementado o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), com o objetivo de conter a inflação, retomar o crescimento econômico e normalizar o crédito. Em 1964, destacaram-se a criação do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central. Nesse mesmo ano, foi criado o Banco Nacional de Habitação (BNH), com o objetivo de promover a construção e a aquisição de moradias pelas classes de menor renda. Em setembro de 1966, o governo instituiu o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que substituiu a estabilidade do trabalhador no emprego, e em novembro, unificou os institutos de Aposentadoria e Pensões, criando o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
            Vários governadores, notadamente os da Guanabara, Minas Gerais e São Paulo, criticaram a política econômico-financeira do Governo, orientada pelo Ministro do Planejamento, Roberto Campos, mas este continuou a executá-la firmemente.
Além de conseguir, já ao apagar das luzes do seu governo, aprovação legislativa de uma nova Constituição, de caráter autoritário, obteve do Congresso grande número de leis, dentre as quais merecem destaque as das reformas bancária, agrária, tributária e eleitoral; as do Plano Nacional de Habitação, do Mercado de Capitais, do Estatuto dos Partidos Políticos, de Imprensa e de Segurança Nacional. Castelo Branco também aprovou a Lei de Imprensa, que restringia ainda mais a liberdade de expressão dos meios de comunicação, e a Lei de Segurança Nacional, que permitia ao regime atingir seus opositores com prisões e exílios através de um Tribunal Militar para julgar civis, sob o argumento de que ações contrárias ao poder representavam ameaça à segurança nacional.
            No plano econômico-financeiro, o governo Castelo Branco disciplinou os gastos públicos, equilibrando o orçamento da União, melhorou a situação da dívida externa, aumentou o nível das exportações, mas obteve êxitos apenas parciais no combate à inflação e falhou em deus esforços para retomar o desenvolvimento.
            Em seu governo surgiu o Cruzeiro Novo como unidade monetária, Criou a correção monetária, para diminuir o impacto da inflação na economia. A condução da economia brasileira ficou a cargo dos ministros Otávio Gouveia de Bulhões e Roberto Campos que deram alegada prioridade ao combate à inflação e a modernização do estado e da economia brasileira, agindo de acordo com ideias importadas dos Estados Unidos. Foi criada a Zona Franca de Manaus.
Foram iniciadas as negociações com o Paraguai visando à construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Castelo Branco criou o Código Tributário Nacional, o Estatuto da Terra, o Banco Nacional da Habitação, o Banco Central do Brasil, a Polícia Federal a Lei do Mercado de Capitais, a Casa da Moeda do Brasil, o código eleitoral e o Código de Mineração. Em 18 de novembro de 1966, criou a Embratur, para o desenvolvimento do turismo. No governo Castelo Branco, na área econômica, foram tomadas as seguintes medidas:
Reforma Agrária: Castelo Branco aprovou o regulamento geral do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA), atual INCRA, que na prática, jamais promoveu a reforma agrária durante o regime militar. Internacionalização da economia: No plano econômico, acentuou-se a internacionalização da economia para a entrada de capitais estrangeiros no país para construção de obras rodoviárias, liberação e financiamento governamental de facilidades tributárias para fabricantes de equipamentos e insumos rodoviários. Medidas contra a inflação: Para combater a inflação tomaram-se medidas monetárias realizadas por Roberto Campos. A inflação caiu acentuadamente de 1964 para 1967. Previdência Social: Castelo Branco unificou os institutos de previdência IAPI, IAPC, IAPTEC, entre outros, em um único, o INPS, atual, INSS. Crédito para consumo: Foram criadas muitas linhas de crédito para a classe média aumentar seu poder de compra, assim causando grande aumento nas vendas de eletrodomésticos e automóveis. A classe média havia apoiado o golpe militar de 1964. Obras de engenharia: Os projetos pendentes da construção de ferrovias para a interligação Norte-Sul, Leste-Oeste, passando por Brasília, iniciados por Juscelino Kubitschek, foram abandonados pelos militares. Os projetos e construções de rodovias, devido ao custo elevado, foram financiadas por instituições internacionais como o BID, Banco Mundial, FMI, entre muitos outros, e tiveram apoio de grandes empreiteiros. Foram iniciadas as obras da rodovia BR-163 chamada de Rodovia Cuiabá-Santarém. A Rodovia Belém-Brasília, iniciada por Juscelino foi ampliada. Foi duplicada a Rodovia Presidente Dutra que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, entre outras obras que foram incentivadas e aceleradas no governo militar sob o binômio segurança e desenvolvimento. BR-010 BR-210, Transamazônica BR-230, Transbrasiliana BR-153, Rodovia Castelo-Branco.

6- As relações Internacionais   

No âmbito das relações internacionais, restaurou a política tradicional de solidariedade ao sistema interamericano, defendendo teses favoráveis à criação da Força Interamericano de Paz (FIP) e à reformulação do conceito de soberania nacional com base na chamada política de interdependência. Em julho de 1964, na Conferência de Ministros das Relações Exteriores, da Organização dos Estados Americanos, o Governo brasileiro reafirmou sua oposição ao regime vigente em Cuba.
Com o primeiro governo militar o Brasil ingressava em uma fase diplomática que voltava a privilegiar o alinhamento com os EUA, o que contribuía, por sua vez, para que se concentrassem as relações exteriores ao espaço hemisférico. O discurso de Castelo Branco no que se refere à política externa, aderiu à ideia da interdependência, vinculada às fronteiras ideológicas, na medida em que era necessário construir uma forte aliança interamericana para combater as novas subversões à soberania dos Estados.
Em suas relações com o continente, o Brasil optou por eliminar conflitos com os EUA e enquadrar as relações interamericanas nesse esquema. Nessa linha encontram-se atitudes como a ruptura com Cuba (13 maio de 1964) - tal isolamento, com aplicação das sanções previstas no art. 8º do Tratado do Rio de Janeiro, foi aprovado pelo governo brasileiro, que, contudo, posicionou-se contra qualquer ação militar contra o regime de Fidel Castro, embora o emprego das forças amadas fosse o ponto principal das sanções previstas pelo acordo -, o afastamento em relação a China Popular, o apoio à constituição de uma Força Multinacional de Paz no âmbito da OEA, a participação na intervenção na República Dominicana e o pedido norte-americano para que o Brasil enviasse tropas ao Vietnã.
Outro problema enfrentado pela política externa (e interna) brasileira, foi a questão da Amazônia e os constantes e fundados rumores sobre a existência de ameaça à soberania brasileira sobre a região. Em maio de 1965 Castelo Branco teve de prestar esclarecimentos sobre uma iniciativa de cooperação internacional, destinada a criação de centros de formação de pessoal, visando a solução de problemas científicas e tecnológicos das regiões tropicais úmida e árida do Brasil. Assim, pode-se observar que, mesmo durante uma fase de aparente alinhamento com os EUA, o Estado brasileiro manteve firme o princípio de soberania e não intervenção.

7- A sucessão presidencial

No processo sucessório, foi pressionado a passar a faixa presidencial para o general da linha dura Arthur da Costa e Silva. Inimigo de seu sucessor, Castelo Branco estava resolvido a contra-atacar. Uma palavra pública dele contra Costa e Silva poderia rachar a tênue unidade entre os militares (Moderados e Linha-Dura), aquecer os ânimos da oposição civil e, assim, sacudir a história.  Arthur Costa e Silva, foi indicado na Convenção da Aliança Renovadora Nacional de 3 de outubro de 1966, e eleito pelo sufrágio indireto pelo Congresso Nacional, assumindo a presidência em 15 de março de 1967. Essa escolha foi confirmada pelos membros da ARENA no Congresso Nacional. Para registrar seu protesto o MDB retirou-se do local da votação. De imediato as atenções voltaram-se para o novo general-presidente, Costa e Silva, inclusive porque o homem vinha com promessas de reconciliação democrática e de desenvolvimento. Costa e Silva chegou a presidência prometendo democracia, diálogo, ordem jurídica estável e reformas. Mas não foi o que ocorreu. Já em 1967, primeiro ano do governo Costa e Silva, o diálogo prometido não funcionou face às pressões do único movimento social ativo – o estudantil.
  


segunda-feira, 24 de setembro de 2018

RESENHA CRÍTICA DO LIVRO ESTADOS UNIDOS E AMÉRICA LATINA: DA DOUTRINA MONROE À ALCA. DE VOLTAIRE SCHILLING.


UMA BREVE VISÃO DOS FATOS

Autor: Leandro Claudir Pedroso 

O historiador Voltaire Schilling nasceu em Porto Alegre, em 1944. Leciona História há mais de 30 anos em diversas instituições de ensino. Em seu livro Estados Unidos e América Latina: Da Doutrina Monroe á ALCA (Editora Leitura XXI, 2002, 144p) ele procura levar seus leitores há uma visão interpretativa das diferenças culturais entre os norte-americanos e seus vizinhos do sul. Fixando as idéias bases que nortearam as relações dos Estados Unidos com a América Latina. Relações estas que ataram o destino dos latinos americanos a um processo de subserviência neocolonial.

Voltaire Schilling aborda as relações entre Estados Unidos e América Latina de forma muito resumida nas idéias bases como: as doutrinas, os ideários, os corolários e os enunciados, não levando em consideração a complexidade envolvida em cada uma destas idéias que envolvem contextos temporais e regionais. Do mesmo modo que enfatiza a admiração dos latinos pelo sucesso dos Estados Unidos o autor nos mostrar o ressentimento com as constantes intromissões dos mesmos nos assuntos da América Latina, demonstrando uma plena lucidez sobre os fatos que envolvem os interesses dos Estados Unidos e suas intervenções.

O autor aponta a questão religiosa como grande barreira de desenvolvimento para a América Latina, de maioria Católica. Em contra posição a Anglo-saxã, de maioria protestante. Colocando deste modo um ponto de vista religioso, pois os Católicos tem por primazia o espiritual e no protestantismo o espiritual pode andar lado a  lado com o material. Crendo o mesmo ser este um dos motivos do melhor desenvolvimento dos Estados Unidos em relação ao restante da América Latina Católica.

Apontando de forma variada no decorrer dos séculos os interesses dos Estados Unidos em substituir o domínio colonial europeu pelo seu domínio imperialista por meio da  criação de Doutrinas, Regras, Estatutos e Leis (Destino Manifesto, Doutrina Draco, Doutrina Monroe dentre outras) para controlar as nações latino-americanas recém-emancipadas, mas esquecendo-se que estas nações foram deixadas em situação de pleno abandono pelas metrópoles deixandas a mercê dos interesses comercias e expansionistas norte-americanos.

Deste modo as guerras travadas pelas oligarquias locais incentivaram ainda mais a presença ianque, pois como esquece de relatar o autor, deixava claro para os interessados a total desordem deixada pelos colonizadores europeus diante de suas colônias e levava os Estados Unidos como cita Schilling a “acreditar” ter uma “missão civilizadora” a cumprir nesse vácuo político-social.

Vemos nas palavras do autor um pequeno mas importante ponto que fica de fora sobre a questão cubana. Cuba sempre foi vista pelos ianques como uma continuação do litoral norte-americano e deste modo sempre sofreu intervenções dos mesmos para mantê-la como tal. Primeiro expulsando os espanhóis e depois lutando contra os nativos para manter o estado cubano como um mero satélite de Washington. Foi diante dessa situação que a Revolução cubana se desencadeou, não tendo opção, pois de um lado estava à Espanha colonial e do outro os Estados Unidos imperialistas, Fidel e seus revolucionários procuraram refúgio nas idéias comunistas da URSS, onde encontraram apoio para manter sua dignidade com independência política, mas com apoio internacional vindo de Moscou.

No decorrer do livro o autor demonstrar que caberia aos Estados Unidos manter a ordem na América Latina, como esta nas entrelinhas da Doutrina Monroe, e desse modo manteria afastada as intervenções européias. Podemos ver até nos dias de hoje que isto ficou somente no papel, começando pela Guerra das Malvinas, podemos citar várias intervenções de interesses europeus diretamente ou indiretamente pelos Estados Unidos serem impostos na América Latina.

A política norte-americana de intervenções militar reafirmam seu poder na região no inicio da Primeira Guerra, usando como sempre a proteção dos interesses dos Povos da América em relação aos europeus.

Um fato a destacar na obra de Voltaire Schilling é seu ataque ao revolucionário mexicano Pancho Villa, que atuou como guerrilheiro durante a Revolução Mexicana. O autor indaga que “comandou terríveis cenas de vandalismo e assassinatos”. Desse modo tenta manipular a opinião do leitor, pois Pancho Villa é considerado até hoje um dos grandes heróis da Revolução Mexicana, contra os interesses estrangeiros e de governos vassalos como era o do México. Um homem em guerra que merece ser lembrado pela dedicação aos interesses dos agricultores mexicanos que morriam de fome enquanto seu governo vassalo engordava os cofres de Washington.

Durante a Grande Depressão vemos os Estados Unidos tomar uma posição mais moderada em relação aos vizinhos, criando a política da “boa vizinhança”, mas com a Segunda Guerra as portas, Roosevelt, não hesitaria em intervir caso os latinos se posicionassem favoráveis ao Eixo. O autor nesta parte do texto deixa de avaliar uma questão histórica importante que corresponde as intenções ianques de invadir o Brasil pelo nordeste, caso este tomasse posição contraria aos seus interesses.

Os Estados Unidos investem em regimes militares na América Latina para manter sua hegemonia, mas isso acaba quase se tornando uma faca de dois gumes, pelas simpatias que os mesmos apresentaram ao Nazismo e Fascismo.

Schilling afirma que o principal temor norte-americano em relação ao Eixo e a Alemanha Nazista eram comerciais, mas esse fato não tem bases, pois diante de uma clara política racial e imperialista por espaço vital duvido que os ianques estavam realmente apegados a esse temor como motivo principal. Mesmo sendo Hitler uma alternativa econômica interessante para os regimes latino-americanos.

A Segunda Guerra elevou os Estados Unidos a uma nação globalizada com tropas por todo o mundo, expandindo desse modo seu controle econômico e político. Mas no final da Segunda Grande Guerra ligou em parte os países latino-americanos definitivamente aos norte-americanos, pois após a guerra houve uma seqüência de eventos que levaram a divisão do mundo em dois grandes blocos. Comunistas e Capitalistas, criando aqui na América um enclave comunista chamado Cuba. Fruto do Imperialismo norte-americano e do colonialismo espanhol.

A partir de então os Estados Unidos assume uma postura defensiva contra o comunismo tanto internamente como em relação a toda a América Latina. Não visando unicamente seus interesses como afirma o autor mas também das nações latinas ligadas diretamente a sua economia, por isso a OEA é criada para barrar a URSS e seus interesses nos Estados Unidos e seus aliados latinos.

As ditaduras latinas alimentadas pelos interesses norte-americanos que visavam barrar as revoltas populares e proteger os interesses econômicos ianques, agora também deveriam servir para barrar o “monstro” comunista de Moscou.

Nesse interem a Revolução Cubana aproximou os interesses soviéticos da América Latina para desespero ianque. Mas não como cita Schilling, ao afirmar que a Revolução Cubana teve efeitos semelhantes aos da Revolução Francesa e pela Revolução Russa, pois as ditaduras militares já eram um meio de conter as revoltas populares que prejudicassem os interesses norte-americanos. Com a Revolução Cubana somou-se mais uma ideologia para as ditaduras combaterem em prou de seus senhores ianques. Digam os adeptos do comunismo o que quiserem mas sua aceitação entre os países latino-americanos era pequena e na maioria das vezes por falta de opção oposicionistas em relação às ditaduras vassalas ianques.

Isso é uma ironia, pois o militarismo que havia sido sepultado com o nazi-fascismo em 1945, ressurgia com todo o vigor. Trazendo com sigo velhas técnicas barbarias como a tortura (segundo Schilling advindas da Idade Média). Mas para infelicidade do autor ele esquece de frisar que essas práticas sempre foram empregadas em guerras desde os princípios dos tempos, como o foi na conquista da América pelos europeus, como foi na Revolução Mexicana e como tem sido hoje em Guantánamo, no Iraque e no Afeganistão.

terça-feira, 18 de setembro de 2018

A Existência de Deus para Descartes



Uma das tarefas da metafísica do século XVII era justamente provar a existência de Deus, para algumas pessoas Deus resume-se em Fé, para outras á natureza é deus, para Nietzsche tudo é deus, eu sou deus, você é deus e etc, então temos nessa primeira passagem varias concepções de Deus, mas realmente o que é Deus, ele existe, é um ser perfeito?

Para as três perguntas existe uma resposta que a razão pode responder, primeira; se pensamos ele existe, segundo; Deus pode ser tudo aquilo que nos acreditamos, podemos dizer á fé é Deus. Mas o que realmente é o objeto de estudo de para Descartes é se tal é perfeito, de algum lugar ele tem que ter vindo, pois nada ninguém e absolutamente nada surge do nada afirmava Descartes, pois o nada não pode nem tem condições de ser criador de um ser perfeito, o nada só cria imperfeições, é justamente a perfeição e a imperfeição pontos chaves para a prova de descartes. Uma passagem no livro discurso do método descartes diz: “se Deus é perfeito ele existe, como pode um ser perfeito inexistir, seria contraditório, logo á prova que Deus existe é que pelo simples fato de acreditarmos que é um ser perfeito tal existe”.