O processo de urbanização no Brasil foi um fenômeno intenso e acelerado, especialmente a partir da segunda metade do século XX. Até o início do século XX, o país era predominantemente rural, com a maior parte da população vivendo no campo e dependendo da agricultura. No entanto, com a industrialização e a modernização econômica, as cidades começaram a atrair cada vez mais pessoas em busca de trabalho e melhores condições de vida.
Durante o governo de Getúlio Vargas, na década de 1930, a industrialização se intensificou, concentrando-se principalmente nas regiões Sudeste e Sul. Essa concentração gerou fluxos migratórios internos, com milhões de pessoas deixando o campo para viver nas cidades. A partir da década de 1950, com a construção de Brasília e o avanço das políticas desenvolvimentistas, o processo de urbanização se expandiu para outras regiões do país.
Entretanto, o crescimento urbano ocorreu de forma desordenada e desigual. As cidades brasileiras cresceram mais rápido do que sua infraestrutura podia acompanhar, resultando em problemas como favelização, falta de saneamento básico, desemprego e violência. A desigualdade social, já marcante no campo, foi reproduzida e agravada nos centros urbanos.
Nas últimas décadas, a urbanização brasileira se consolidou: mais de 85% da população vive atualmente em áreas urbanas. Apesar de avanços em mobilidade, moradia e serviços, desafios persistem, como a ocupação irregular do solo e a degradação ambiental. Assim, o processo de urbanização no Brasil reflete tanto o desenvolvimento econômico quanto as profundas contradições sociais que ainda marcam o país.
Você quer saber mais?
IBGE. Censo Demográfico 2022: resultados gerais da amostra. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2023. Disponível em: https://www.ibge.gov.br. Acesso em: 7 nov. 2025.
SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. 5. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013.
MARICATO, Ermínia. O impasse da política urbana no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2011.
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