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sábado, 19 de dezembro de 2015

Um pouco da história do livro e da leitura





Podemos dizer que o livro foi um dos primeiros meio de comunicação em massa do mundo; além de ser um dos meios de transmissão de conhecimento mais universais e eficazes que existem. O livro tem aproximadamente 6 mil anos de história, tendo sido feito com os mais diversos tipos de materiais e formatos. A sua história apresenta dois grandes marcos: antes de Gutenberg (quando o livro era manuscrito) e depois de Gutenberg (quando surgiu a tipografia).

O livro manuscrito

Antes do livro surgiu a escrita, há cerca de 40 mil anos, quando o homem pintava imagens de sua realidade nas paredes das cavernas (pictografia). A partir desse momento, a escrita foi adquirindo características muito próprias em diversos povos (escrita mnemônica, escrita fonética e escrita ideográfica). As formas de registro e guarda da memória escrita também variavam bastante. Vemos, então, que a história do livro confunde-se com a própria história da escrita.


Os primeiros suportes utilizados para a escrita – e que podem ser considerados os primeiros livros - foram as tabuletas de argila utilizadas pelos sumérios. A Suméria era uma região semi-árida localizada na Mesopotâmia (atual região sul do Iraque). O estilo de sua escrita era a cuneiforme, que apresentava sinais em forma de cunhas. O escritor Fernando Báez (que estudou a história da destruição das bibliotecas) conta que perto de 2600 a.C. já apareciam, nessa região, formatos inovadores parecidos com o livro que conhecemos atualmente: textos onde na parte superior eram indicados os nomes do redator e do supervisor. Já nessa época existiam diversas grandes bibliotecas que versavam sobre registros econômicos, administrativos, políticos, flora, fauna, poesia, magia, etc.



Mais tarde, os egípcios desenvolveram a tecnologia do papiro, uma planta encontrada às margens do rio Nilo, cujas fibras unidas em tiras - e previamente preparadas por um minucioso processo - serviam como superfície resistente para a escrita hieróglifa (formada por desenhos e símbolos). Os rolos com os manuscritos chegavam a 20 metros de comprimento. O desenvolvimento do papiro deu-se cerca de 3000 a..C. e a palavra papiryrus, em latim, deu origem a palavra papel. O papiro consiste em uma parte da planta, que era liberada ou livrada (em latim libere, que quer dizer livre) do restante da planta - daí surge a palavra liber, libri, em latim, e posteriormente livro em português.
“Livro dos Mortos” de Neferrenpet – cerca de 1250 a.C.

Os romanos usavam os papiros em forma de cilindro, que chamavam de volumen (ou khartés, nome original), facilmente transportados. O volumen era desenrolado conforme ia sendo lido, sendo que o texto era escrito em colunas na maioria das vezes (e não no sentido do eixo cilíndrico, como se acredita). Algumas vezes um mesmo cilindro continha várias obras, sendo chamado então de tomo. O comprimento total de um volumen era de c. 6 ou 7 metros, e quando enrolado seu diâmetro chegava a 6 centímetros. Os romanos, também, chegaram a escrever em tábuas de madeira cobertas com cera.

Devido à escassez natural do papiro e também aos conflitos políticos e às guerras, que impediam a importação deste material, precisou-se recorrer a uma nova matéria-prima que o substituísse. Nesse processo, surgiu o pergaminho, cuja invenção atribuiu-se aos habitantes de uma cidade da Ásia Menor chamada Pérgamo (razão do nome). Porém, alguns estudiosos afirmam que o uso de peles de animais (sobretudo o de carneiro) já era corrente na Ásia há muito tempo e que Pérgamo só aperfeiçoou a técnica.

Ilustração alemã, datada de 1568, que mostra o processo de fabricação do pergaminho

Nesse processo de evolução surgiu o pergaminho feito geralmente da pele de carneiro, que tornava os manuscritos enormes, e para cada livro era necessária a morte de vários animais. A vantagem do pergaminho é que ele se conserva mais ao longo do tempo; porém seu custo acabava sendo altíssimo. Em razão disso, surgiam os palimpsestos, manuscritos reutilizados, onde o texto anterior era apagado para dar lugar a outro. O formato, com o uso do pergaminho, também acabava mudando: passava-se do volumen para o códex (ou códice), que não era mais um rolo, mas sim uma compilação de páginas acompanhada de uma capa. Acredita-se que o sucesso da religião cristã se deve em grande parte ao surgimento do códice, pois o compartilhamento das informações escritas tornou-se mais fácil. A utilização do pergaminho se estende pela Idade Média.

A característica mais marcante da Idade Média é o surgimento dos monges copistas, homens dedicados em período integral a reproduzir as obras, herdeiros dos escribas egípcios ou dos libraii romanos. Nos monastérios era conservada a cultura da Antiguidade. Apareceram nessa época os textos didáticos, destinados à formação dos religiosos. Esses ambientes acabaram se tornando verdadeiras produções em massa de livros manuscritos.

A difusão do papel

À margem dessa trajetória do papiro e do pergaminho, outros povos utilizavam-se dos mais diversos suportes para registrar seus escritos. Os indianos, por exemplo, faziam seus livros em folhas de palmeiras. Os maias e os astecas, antes do descobrimento das Américas, escreviam os livros em um material macio existente entre a casca das árvores e a madeira.

Mas o papel como conhecemos, surgiu na China no início do século II, através de um oficial da corte chinesa, a partir do córtex de plantas, tecidos velhos e fragmentos de rede de pesca. A técnica baseava-se no cozimento de fibras do líber - casca interior de certas árvores e arbustos - estendidas por martelos de madeira até se formar uma fina camada de fibras. Posteriormente, as fibras eram misturadas com água em uma caixa de madeira até se transformar numa pasta. Mas a invenção levou muito tempo até chegar ao Ocidente.

Dados históricos mostram que o papel foi muito difundido entre os árabes, e que foram eles os responsáveis pela instalação da primeira fábrica de papel na cidade de Játiva, na Espanha, em 1150 após a invasão da Península Ibérica. Com o tempo o papel passou a substituir o pergaminho no Ocidente e os elementos mais característicos dos livros atuais foram sendo incorporados, tais como a pontuação no texto, uso de letras maiúsculas, índices, sumários, resumos e gêneros de textos.

A imprensa

Basicamente a tipografia consiste em pequenas peças de madeira ou metal em relevos de letras e símbolos (tipos móveis). Antes de Gutenberg (em 1405), os chineses já haviam inventado tipos rudimentares, mas que não eram reutilizáveis, pois eram de madeira. A revolução realmente veio com a invenção da imprensa com tipos móveis reutilizáveis pelo alemão Johann Gutenberg, em 1455. Seus tipos móveis eram de chumbo fundido, portanto mais duradouros e resistentes do que os fabricados em madeira. O primeiro livro impresso por essa técnica foi a Bíblia em latim.


Não se sabe ao certo o volume de códices em circulação na Europa, na época da invenção da tipografia, mas a resistência e esta nova tecnologia por parte da classe dos copistas faz pensar que empregava muita gente. Também é curioso notar que a própria Igreja teve alguma resistência ao uso da tipografia, pois possuía os seus próprios copistas e continuou a produzir livros litúrgicos manuscritos até ao séc. XIX.

A reutilização dos tipos móveis conferia uma enorme versatilidade ao processo de elaboração de livros e outros trabalhos impressos, permitindo a sua massificação. Além disso, o uso dos tipos pedia um novo desenho de letras. Isso acarretou em uma verdadeira revolução cultural que permitiu o desenvolvimento do livro como primeiro meio de comunicação em massa, tornado acessível pela redução enorme dos custos da produção em série.

Na Idade Moderna aparecem livros cada vez mais portáteis, inclusive os livros de bolso. Estes livros passam a trazer novos gêneros: o romance, a novela, os almanaques. A partir do século 19, aumenta a oferta de papel para impressão de livros e jornais, além das inovações tecnológicas no processo de fabricação. O papel passa a ser feito de uma pasta de madeira, em 1845. Aliado à produção industrial de pasta mecânica e química de madeira - celulose - o papel deixa de ser artigo de luxo e torna-se mais barato. Surgem depois o jornal e outros periódicos, que disseminam as informações de forma cada vez mais rápida.

A leitura e o acesso aos livros

A história do acesso aos livros e à leitura é intimamente ligada à história da cultura e da educação no mundo. Na Antigüidade, o conhecimento era transmitido oralmente. Por isso, a arte da oratória era a base dos ensinamentos, sendo que os mestres ensinavam os aprendizes através do diálogo. A leitura e a escrita ficaram restritas a poucos privilegiados por séculos e séculos. Efetivamente, a educação e o acesso à cultura só foram massificadas a partir da Revolução Francesa. A máxima de que conhecimento é poder é totalmente compreensível, portanto.

Na Grécia, restringia-se aos filósofos e aristocratas, enquanto em Roma a escrita tornou-se uma forma de garantir os direitos dos patrícios às propriedades. Na Idade Média, uma minoria era alfabetizada, as igrejas, os mosteiros e as abadias converteram-se nos únicos centros da cultura letrada. Nos mosteiros e abadias medievais encontravam-se as únicas escolas e bibliotecas da época, e era lá que se preservavam e restauravam textos antigos da herança greco-romana.

De acordo com Wilson Martins, autor do livro “A palavra escrita”, até a Renascença, as bibliotecas não estavam à disposição daqueles que não eram religiosos (ou que não detinham o poder). Elas eram locais mais ou menos sagrados. “O livro, a palavra escrita, eram o mistério, o elemento carregado de poderes maléficos para os não-iniciados”. Com o advento da Renascença e, conseqüentemente, com a ascensão da burguesia e decadência do monopólio da Igreja sobre o poder; o livro perde o seu caráter de objeto sagrado. De acordo ainda com Martins, “foi o livro, ou seja, no fundo, a biblioteca, um dos instrumentos mais poderosos da abolição do ‘antigo regime’.” A partir do século XVIII, com a estimulação das idéias iluministas, tem-se a presença de um pensamento democrático que via na instalação de gabinetes de leitura, bibliotecas públicas e museus uma forma de democratizar o conhecimento ao homem comum que não era alcançado em vista dos privilégios de uma minoria. No século XIX torna-se imperativo a todos a implantação da escola pública.

Durante o século XX e início do XXI, assistimos uma enorme aceleração do desenvolvimento de tecnologias ligadas à comunicação e informação. Ao lado dos tradicionais livros, periódicos (jornais e revistas), rádio e televisão; temos agora a internet, os aparelhos de comunicação móvel e uma crescente convergência de mídias (celulares que transmitem sinais de TV e enviam e-mails; TV digital, e-books, etc.).

E-book

Todo esse panorama nos acostumou a um novo modo de leitura: a leitura através de hipertextos ou hiperlinks, surgidos através dos sistemas informáticos e computacionais, popularizados pela internet. A forma de ler e encontrar as informações na internet, por exemplo, segue uma ordem não-linear, enquanto que o texto impresso ou não adaptado à internet segue uma linha preestabelecida. O próprio modo de pensar do ser humano não é totalmente linear, pois às vezes entrecortamos pensamentos e nos focamos em diversos pontos de atenção. A internet possibilitou, também, o encontro de informações e textos, cujo acesso no mundo real seria quase que impossível ou muito oneroso. Podemos dar como exemplo, os conteúdos localizados fisicamente em outros países, ou mesmo os livros raros ou já esgotados.

É claro que o caminho para a plena democratização da leitura e da informação não foi e não tem sido tão fácil até hoje. A tendência em se transformar os bens de cultura (livros, por exemplo) em bens de consumo, desde o início da era industrialização e da produção de produtos em massa, dificulta o acesso dos mais pobres. As tecnologias de comunicação e informação também sofrem do mesmo mal, sendo que o acesso aos computadores e à internet aos menos privilegiados, muitas vezes, só se dá através de programas de inclusão digital. Por essa razão é tão necessária a discussão de políticas públicas que incentivem a prática da leitura e do acesso a essas tecnologias no Brasil.


Pirâmide de Queóps não é apenas uma tumba, mas um livro de pedra


Existe uma tradição copta que a grande pirâmide foi construída durante o reinado dos deuses antes do dilúvio. Ao seu redor existem conchas, fósseis marinhos, e depósitos de sal no interior.

__Esta alinhada com os pontos cardeais.

__Sua diagonal divide ao meio o delta do nilo.

__Uma linha atravessando seu centro se estende pelo paralelo 30° N.

__A medida da base d pirâmide dividida duas vezes por sua altura dá o valor de Pi 3,1416.

__A soma de duas diagonais da base dá o ano platônico do zodíaco.

__A abertura da galeria do rei aponta para onde estava a Estrela Polar, quando foi 
construída a pirâmide.

__Traçando uma linha reta a partir da base sul, atravessando as diagonais cruzadas ao centro ela deixará de atingir o polo norte por apenas 6,5 quilômetros (desvio causado pelo deslocamento do polo norte  desde a época de sua construção).

Em 1864, o Astrônomo Real da Escócia, Charles Piazzi Smyth, divulgou sua teoria com relação à Grande Pirâmide, baseado em uma unidade de medida que ele chamou de polegada piramidal, equivalente a 1,001 polegadas. O prestígio daquele cientista, sem dúvida, deu um poderoso ímpeto ao movimento em busca da solução de um mistério, o qual, após mais de um século de teoria e contra-teoria não mostra sinais de ter atingido a exaustão. Segundo a piramidologia, como ficou conhecida essa corrente de pensamento, o conjunto estrutural da Grande Pirâmide esconde uma história codificada da raça humana sobre a Terra. Ali estariam revelados não apenas os fatos do passado, mas também os que ainda estão por vir. Medidas exaustivamente tiradas de cada pedra, cada ângulo, cada fiada, cada fresta, são a base dessas hipóteses.

Piazzi Smyth aceitou a data de 2170 sugerida por Herschel como válida, mas estranhou o fato do corredor descendente apontar para uma estrela polar relativamente sem importância. Sua lógica dizia que deveria haver também, na mesma data, uma importante estrela zodiacal ou equatorial alinhada para o sul. Descobriu, então, naquela posição, alinhada diretamente com o vértice da pirâmide, a estrela principal de um grupo de sete estrelas chamadas Plêiades, conhecida como Alcione ou Eta Tauri. Essa coincidência de posicionamento — Alcione sobre o vértice da Grande Pirâmide e Alfa Draconis em linha com o corredor descendente — ocorre apenas uma vez em cada 25.827 anos, ou seja, um ciclo sideral. Smyth concordou, portanto, que no outono do ano 2170 a.C. o ângulo do corredor descendente do monumento estava sendo estabelecido e a obra em andamento.



Manipulações Ocultas


Quando queremos algo, o mais fácil é pedir o que queremos. A outra pessoa pode ou não nos proporcionar o que desejamos, porém a comunicação permanece limpa e visível. No entanto, há muitas pessoas que consideram que pedir algo diretamente vai contra os seus princípios, que não tem o direito de fazê-lo ou que é uma falta de educação; já outras acreditam que não se deva pedir, porque se a outra pessoa gosta dela, adivinhará suas necessidades. Nestes casos, o que geralmente se faz é manipular os outros.

1. Culpar e julgar. Há pessoas que se dedicam a culpar a quem não responde imediatamente a suas necessidades. Baseiam a sua estratégia em atacar o sentimento e o pensamento que as pessoas tem sobre eles. Sabem o seu ponto fraco e é ai onde atacam. Para isso utilizam diferentes estratégias, que vão das suaves, delicadas, irônicas e divertidas, passando por aquelas que giram ao redor de interrogações irracionais, e que depois de rejeitadas, aparecem de maneira “lógica”. A efetividade de ambas estratégias é temporal, já que uma vez que as pessoas envolvidas começam a percebe-las claramente, deixam de responder aos ataques.

2. Fomentar a culpa. Os que se utilizam desta estratégia fazem que os outros se sintam culpados por não ajuda-los, pois tratam de despertar esse sentimento que as pessoas tem de ser boas com os outros e serem úteis à sociedade. Desta forma, as pessoas que não respondem a essas necessidades se sentem culpadas por isso e em falta com os demais. O que eles buscam é que ainda se tenha uma certa atitude de rejeição interior com respeito a quem ele fomenta a culpabilidade, para que elas façam o que ele deseja.

3. Fomentar a pena. Mediante uma atitude de pena e abandono buscam chamar a atenção e a simpatia das pessoas; fazem isso com diferentes táticas, ainda que com o passar do tempo essa estratégia deixe de funcionar, já que para as pessoas que estão à sua volta, a situação começa a se tornar insuportável.

4. Chantagem. Utilizando diferentes estratégias de ameaça, o chantagista busca não liberar algo útil para os demais. Se as técnicas não são as corretas, pouco a pouco elas irão perdendo a efetividade e terminarão por não funcionar mais. Quem se utiliza desta técnica terá que levar em conta que ela pode ser prejudicial a ele mesmo, já que pode criar uma situação de rejeição nas pessoas que ele tenta chantagear.

5. Suborno. O manipulador que se utiliza desta técnica tem um falso interesse pela outra pessoa, somente porque deseja algo dela. O tempo de efetividade também é escasso, mas caso ela prossiga, pode acarretar uma situação de rejeição pelas demais pessoas.

6. Apaziguar. Quem se utiliza desta técnica tem uma atitude muito diferente das anteriores, já que busca conseguir uma atitude positiva dos demais com respeito a ele. Não gosta nada do conflito e por isso trata de evitá-lo de qualquer maneira. São pessoas agradáveis, com uma atitude positiva para o fato de ter que pedir desculpas e acreditam que devam fazê-lo, buscando com isso serem aprovados; com essas táticas conseguem dos outros o que querem, já que elas “devem” isso a ele, porque ele já fez algo semelhante anteriormente por eles. Com essa estratégia, buscam que os demais sejam como eles. O problema desta estratégia reside no fato de que em muitas ocasiões, depois de haver realizado coisas pelos demais, estes não respondem à altura, cumprindo sua parte no trato.

7. Ser frio. O manipulador que tem uma atitude fria com respeito aos demais, quer deixar claro que não conseguirão nada dele; trata de intimida-los; o que ele consegue no final das contas é que as pessoas não confiem nele.

8. Desenvolvendo doenças. Esta técnica é utilizada quando as estratégias mencionadas anteriormente não surtem os efeitos desejados, ou seja, conseguir o que se estava buscando.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Uma discussão histórica acerca do filme Alexandre, o Grande de Oliver Stone.




Autor: *Contrutor CHH


É um drama biográfico e também considerado um épico, realizado em 2004, com base na biografia elaborada pelo escritor inglês Robin Lane Fox, no qual foi inspirado o roteiro do filme. O filme tem inicio em 323 a.C, na Babilônia. Com a morte precoce de Alexandre, o Grande com apenas 33 anos. Depois o filme passa os eventos para Alexandria no Egito, passados já mais de 40 anos da morte de Alexandre.

Seu ex- general Ptolomeu, que conhecia Alexandre intimamente, conta para um escriba as glórias e desventuras de Alexandre, bem como sobre sua morte precoce quando havia conquistado quase todo o mundo conhecido da época.  Triste Ptolomeu frisa que as grandes vitórias dos exércitos de Alexandre foram esquecidas.  Embora segundo a narrativa de Ptolomeu ele fosse chamado de tirano. Ptolomeu diz que antes de Alexandre, havia tribos e depois dele tudo passou a ser possível.

Era um império não de terras e de ouro, mas da mente, uma civilização helênica aberta a todos. No oriente, o vasto império persa dominava quase todo o mundo conhecido. No ocidente, as outrora cidades-estados gregas, Tebas, Atenas, Esparta, haviam perdido o orgulho. Reis persas pagavam aos gregos com ouro, para usá-los como mercenários. Felipe II da Macedônia, o pai de Alexandre, começou a mudar tudo, uniu as tribos de pastores da Macedônia. Criou um exército profissional macedônio, que subjugou os traiçoeiros gregos. Então se voltou para a Pérsia, onde se dizia que o rei Dario, em seu trono na Babilônia, temia Felipe. Alexandre era filho da rainha Olímpia, e nasceu em Pela na Macedônia no ano de 356 a.C.

Quando Felipe II da Macedônia, também conhecido como Felipe, o Caolho foi assassinado 336 a.C. O assassinato se deu durante os festivais de outubro em Aigai era nesses festivais que se celebravam aos casamentos e Filipe pretendia casar sua filha, mas ao entra Filipe sozinho no teatro para o casamento de sua filha, usando um manto branco, e ficou no centro da orquestra, recebendo as aclamações dos espectadores. Foi quando Pausânias atacou Filipe porque este não fez nada ao saber que Pausânias havia sido atacado e ferido por inimigos. Mas o motivo pessoal de Pausânias não excluía uma conspiração da qual ele seria apenas uma peça. Alexandre o sucedeu ao trono aos 20 anos de idade sob a alcunha de Alexandre III, mas ficou mesmo conhecido por Alexandre, o Grande. A vida de Alexandre como rei foi marcada por conquistas seguidas, não perdeu nunca nenhuma batalha. Em 335 é aclamado, no Congresso Pan-Helênico de Corinto, general de todas as forças gregas.

Tornou-se o mais famoso general da Antiguidade, comandando os gregos na conquista do Império Persa. Com um exército de 35.000 infantes, 5.000 cavaleiros e uma frota de 169 trirremes, atingiu o Helesponto em 334. Venceu o exército persa às margens do Rio Granico. Ocupou rapidamente várias cidades, assim como a região litorânea e a Frígia, com sua capital, Górdio. Nesta cidade, cortou um nó complicado que, segundo a tradição, daria o Império da Ásia a quem o desembaraçasse.

Em 333, na Planície de Isso, que dá acesso à Síria, venceu novamente os persas. Passa às cidades da Fenícia, arrasando Tiro (332), por lhe ter oferecido resistência. Gaza é vencida. Atinge o Egito onde é recebido como descendente dos faraós. Recebe o titulo de filho de Amon, o que aumentou sua popularidade, funda no delta do Nilo a cidade de Alexandria, que será um dos centros mais ricos do mundo antigo, e vence o rei, Dario III, em Arbela e Gaugamela (331). Conduz seus exércitos vitoriosos em direção da Índia; atinge o Indus, derrota o Rei Porus e ocupa a região. Ao chegar ao delta rio, a expedição dividiu-se em duas partes: uma embarcou na frota e, navegando pelo Índico e pelo Golfo Pérsico, atingiu a Mesopotâmia; a outra regressou por terra, dirigida pelo próprio Alexandre.

Chegará a Babilônia em 324. Em dois lustros, a extraordinária campanha de Alexandre havia transformado a situação do mundo civilizado. Em seu regresso procurou organizar o império que conquistara. Sua finalidade era realizar a união entre vencedores e vencidos. Fundou na Ásia muitas cidades, sobretudo na Pérsia, garantindo assim as estradas que ligam a Pérsia à bacia Indus. Adotou ante os orientais uma política de tolerância, quanto a religião, às leis, aos costumes. Escolheu muitos persas como colaboradores de confiança, dando-lhes postos importantes no exército e no governo de territórios.

A morte cortou seus projetos ambiciosos. Faleceu atacado por febre violenta em 323, quando contava apenas 33 anos.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Um desconstrucionista, desconstruindo a História.


Alun Munslow
            Alun Munslow é professor, dedicado a publicar textos inseridos nas discussões a respeito das condições cognitivas do saber histórico a partir de perspectivas pós-modernas. Sua obra Desconstruindo a história insere-se nesse debate. 
Aonde Muslow não se reduz à defesa de uma perspectiva teórica sobre o conhecimento historiográfico. O autor identifica e descreve três abordagens: reconstrucionismo, construcionismo e desconstrucionismo. Toda estrutura do Desconstruindo a história gira em torno de uma estratégia: colocar quatro questões a cada uma das três abordagens. 
1º O empirismo pode constituir-se como uma epistemologia? 
 2º Qual o caráter e a função da evidencia? 
3º Qual o papel do historiador e como ele usa as teorias sociais para compreender e explicar a história? 
4º Qual a importância da forma narrativa para a explanação histórica? 
 No capítulo três, Munslow caracteriza a abordagem da qual é adepto, o desconstrucionismo. E o faz marcando as diferenças entre este, o reconstrucionismo e o construcionismo. Nega o pressuposto teórico que atribui à historiografia condições de conhecer o passado como realmente aconteceu, seja pela análise empírica, seja por meio de uso de teorias sociais. Sendo o Desconstrucionismo uma narrativa historiográfica não é apenas um meio de apresentação dos resultados de pesquisa. Não havendo uma relação precisa de correspondência entre o passado e sua representação narrativa.
É o historiador, no presente, organiza as informações de uma determinada maneira a fim de que a narrativa tenha um dado significado, impondo ao passado um enredo de um tipo específico. Embora Munslow seja adepto do deconstrucionismo, ele não reduziu totalmente as outras duas abordagens (rescontrucionismo e construcionismo). Desconstruindo a história, pode ser considerado um livro que introduz o leitor em um ambiente intelectual bem delimitado.

História Contemporânea do século XIX e o filme “Os Miseráveis”.


Cena do filme "Os Miseráveis" de 2012.

Ao fazermos a leitura do livro de Contemporânea do século XIX e realizarmos uma discussão sobre a problemática presente, vemos uma França de uma população infeliz com sua situação de regresso a monarquia, quando um jovem lamenta enquanto corre pela cidade e divaga em palavras sobre a luta popular e perda de tudo que haviam conseguido com a Revolução.

Podemos ver uma Paris cheia de pessoas, muitos desempregados outros indo e vindo de seus empregos em fábricas que seus soldos mal conseguem comprar o pão para a família comer por uma semana. Todos em comum formam um grande grupo de populares privados de sua dignidade, doentes, famintos.

A prostituição toma conta das ruas, pois os estômagos das mães e dos filhos sofrem mais que a honra perdida. Como vemos no filme quando Fantine é demitida da fabrica de costuras pelo gerente sem que o senhor Madeleine (na realidade Jean Valjean) saiba e acaba tendo que procurar um meio de sustentar sua única filha que trabalha como doméstica em uma pousada mesmo sendo criança. Vemos que Fantine, tenta vender um pingente, e é enganada pelos larápios  vender seu cabelo, depois os dentes e por último seu próprio corpo.

Ela perde sua honra pois teme que a filha passe fome ou frio.  Mas no filme Madeleine resgata Fantine das ruas e a leva para um hospital, mas ela não resiste as doenças adquiridas nas ruas estreitas, sujas e que exalam um cheiro nauseante como lemos no livro da disciplina. Madeleine jura cuidar de sua filha Cosette. Paris é um labirinto de túneis que servem de esgoto, que podemos ver nas cenas aonde Jean Valjean, salva a vida de Marius um dos rebeldes que luta contra a monarquia. Jean Valjean arrasta Marius até os esgotos e foge pelos tuneis com o rapaz desacordado. O êxodo rural foi algo que contribuiu para criar uma grande massa de trabalhadores desempregados nas cidades de Paris e Londres principalmente.

Uma verdadeira degeneração urbana em meio ao crescimento industrial. Cidadãos comuns são presos por roubarem um pão para alimentar sua família e as penas não são leves como vemos no filme “Os Miseráveis” a onde Jean Valjean ficou 20 anos preso por roubar um pão. Nem mesmo as crianças são poupadas do trabalho duro nas fábricas que de longe excedem há qualquer respeito à dignidade humana.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Movimento de 1848, a Primavera dos Povos.


A “Primavera dos Povos” é como chamamos a série de movimentos revolucionários liberais que ocorreram por toda a Europa durante todo o ano de 1848. A partir Revolução Francesa de 1789, os ideais libertários chegaram a todos os lugares da Europa, deixando temerosos os monarcas absolutistas europeus.

Diante desses acontecimentos institui-se o Congresso de Viena, em 1815, após a derrota de Napoleão Bonaparte, os reacionários governos europeus que procurava restaurar a antiga ordem vigente anterior a Revolução Francesa de 1789, e dar uma nova feição à Europa. Monarquias que haviam sido abolidas foram restauradas, e políticas repressoras voltaram a ser aplicadas à população.

Como ocorreu com a subida do rei Luís Filipe da França em 1830, denominado "rei burguês", havia esperança entre a classe burguesa que seus interesses seriam devidamente representados, sendo o próprio monarca oriundo daquela classe.

As revoluções liberais se espalharam por toda Europa. Essas revoluções conhecidas como “Primavera dos Povos” chegou até o Brasil durante a Revolução Praieira, ocorrida em Pernambuco também em 1848. Predominante em todos esses movimentos foi à ideologia do socialismo utópico com a concepção do famoso ‘Manifesto Comunista’ de Karl Marx e Friedrich Engels em 1848.

Mas como nem a primavera dura, em dezoito meses todos os regimes derrubados foram restaurados com exceção da República da França. A primeira onda revolucionária assinalou a derrota da aristocracia em 1830 e a segunda onda marcou a derrota do proletariado em 1848. Tendo assim atingido a burguesia os seus dois alvos concretos: de um lado a aristocracia do Antigo Regime e do outro o proletariado.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

A Revolução francesa, questões sociais, as ideias Iluministas, a configuração política após a revolução, e as questões econômicas.


21 de janeiro de 1793, Luís XVI foi decapitado pela guilhotina na Place de la Révolution. 
          
A Revolução Francesa é conhecida por muitos nomes como ‘encruzilhada do mundo moderno’ onde as pessoas podiam mudar tudo inclusive a natureza humana para uma nova direção mais justa e fraterna. A Revolução apoiou a indústria e o capitalismo, mas foi uma nova ordem que custou muito caro a vida milhares de franceses. Robespierre, o incorruptível esteve a frente da revolução e suas palavras eram suas maiores armas, mas a Revolução em certo ponto devoraria seus próprios filhos. No palácio de Versalhes construído por Luís XIV para se afastar do povo ocorreu um dos eventos importantes no cenário da Revolução advinda, o casamento de Luís da família Bourbon da França com Maria Antonieta dos Habsburgo da Áustria. O objetivo desse casamento era acabar com as rivalidades entre os dois impérios e iniciando uma aliança com ambas as nações por via dos herdeiros, mas Luís XVI demorou anos para ter um filho com Maria Antonieta, pois ele sofria de uma doença, após se operado eles tiveram 4 filhos.

O desgoverno monárquico deixou o povo na miséria e faminto, quando Luís XV faleceu seu filho Luís XVI  não sabia governar e ficava vivendo no luxo em Versalhes enquanto o povo morria de fome. Em Paris as ideias iluministas florescem desde a Idade Média a sociedade era dividida em nobreza, clero e camponeses, mas a união de ciência e razão traria uma corrente de novas ideias para Paris, segundo as ideias iluministas a pessoa deve pensar por si só. As ideias do iluminismo permeavam todas as classes e colocava em risco a hierarquia medieval. O apoio francês a guerra da independência dos Estados Unidos marcou a quebra do governo francês. Maria Antonieta gastava dinheiro em futilidades comprando joias e roupas enquanto a França era assolada pela miséria. A visão que o povo tinha da monarquia nesse período era péssima. Um dos exemplos era a farinha que ficava mais cara a cada dia enquanto em Versalhes gastavam muito com festas e comidas refinadas. Robespierre enviava cartas à Versalhes criticando a monarquia, mas Luís XVI as ignorava completamente, pois continuava a aumentar os impostos do povo no pior inverno em anos o de 1788. A farinha para o povo do século XVIII era a essência da vida e  o pão vida. Logo os altos preços tornaram o preço de um pão o soldo de um mês de trabalho. Então o povo se rebelou  em revoltas populares desorganizadas.

O rei reúne os Estados Gerais para realizar eleições que são consideradas injustas, pois cada classe tem direito a um voto, nobreza, clero e camponeses, mas 97% da população são de camponeses. Robespierre inspirado nas ideias iluministas quer que o clero e a nobreza paguem impostos, então nasce a Assembleia Nacional em meio as ideias iluministas de Robespierre e dos Deputados. O povo cria uma Guarda Nacional em Paris para se proteger dos soldados monarquistas. Pegam 28 mil mosquetes, mas faltava pólvora que eles sabiam aonde encontrar, na prisão da Bastilha. Então clamam 'Par‘ a Bastilha’, e no meio do povo tremula a bandeira tricolor vermelho e azul de Paris cortada pelo branco da casa real de Bourbon. Luís XVI foi informado sobre a tomada da Bastilha que desencadeou a Revolução francesa, os franceses, o povo derrubaram-na com suas próprias mãos como um símbolo do fim do antigo regime. É regida a Declaração dos Direitos Humanos e  declarada uma monarquia constitucional. O francês Marat escreve e publica o jornal L’ami du people, que expunha e criticava a  nobreza e o clero e defendia ideias iluministas de igualdade, liberdade e fraternidade, pois nunca houve liberdade de imprensa na França e os revoltosos a exigiam. Marta odiava os gastos da monarquia enquanto o povo passava fome. Marat incitava o povo a cortar cabeças de nobres.

Diante desses acontecimentos, soldados monarquistas cercam Paris e o povo se arma para a defesa. As mulheres atuam veementemente na Revolução, elas avançam junto a 20 mil pessoas até os portões de Versalhes e o cercam. Exigem a ida do Rei e da Rainha para Paris. A turba invade o palácio de Versalhes atrás dos nobres. O rei e a rainha estavam a mercê do povo que só queria sua atenção para seus problemas. Levaram o rei e a rainha até Paris e carroças cheias de farinha dos estoques reais. Após dois anos que a família real está em Paris. Os jacobinos se reúnem liderados por Robespierre. Em 1791, Luís XVI tenta reassumir o poder com o apoio de outras monarquias europeias como a Áustria, mas Luís XVI fracassa na fuga. Essa tentativa de fuga rompeu os elos entre o povo e seu rei que agora era visto como traidor da revolução. A decapitação era uma pena de morte reservada somente a nobres, mas os revolucionários queriam que todos morressem da mesma forma. Então o médico e inventor José Ignácio Guillotin criou uma máquina de decapitar humanitária. Os revolucionários creem em valores humanitários. Em 1792 Paris declara guerra a Austria contra a vontade de Robespierre. Luís XVI e Maria Antonieta jogavam um jogo duplo, pois fingiam apoiar a revolução, mas enviavam cartas aos austríacos revelando as posições das tropas revolucionárias.

Em 1792 nasce a republica e Luís XVI é tirado do trono, quando os austríacos ameaçaram destruir Paris se algum mal fosse feito a família real. Enquanto isso Danton inflama o povo a defender seu país contra os austríacos e prussianos. Os Sansculottes matam 1600 prisioneiros, pois temiam que eles se voltassem contra eles em caso de invasão externa. A revolução é criticada pelo mundo, Robespierre acredita que alguém deve tomar o controle e de inicio manda decapitar o rei Luís XVI, marcando a vitória da revolução e o nascimento da república. O editor do jornal L’ami du people é assassinado por acharem que ele incitava o povo ao ódio, mas Marat acabou se tornando mártir da república. Maria Antonieta é condenada a morte em 1793. A França se encontra isolada das outras nações europeias.

O reino de Terror de Roberpierre tem inicio e a paranoia tem a revolução e a guilhotina trabalhando incessantemente. Robespierre antigo opositor da pena de morte agora torna-se seu feroz defensor e também trabalha para a descristianização da França. A Igreja passou a ser inimiga dos revolucionários, criaram uma calendário revolucionário para se opor ao cristão. O exército francês liderados pelo general Napoleão começa a conquistar vitórias. Danton antes aliado de Robespierre decide por fim aso massacres da revolução, mas Robespierre entende isso como traição e manda decapitar todos os dantonistas. Em 1794 durante do ‘grande terror’, 800 pessoas eram mortas por mês na guilhotina. Quando Robespierre cria o festival do ‘ser supremo’, os revolucionários acham que Robespierre ficou louco. Os deputados o declaram fora da lei. Robespierre tenta se suicidar, mas não consegue, sendo executado na guilhotina em 1794. O terror morreu com Robespierre, mas não a revolução.

domingo, 22 de novembro de 2015

Teoria da História: um breve resumo.


Autor: Construtor CHH

Na segunda metade do século XIX o historicismo e positivismo eram a base dos estudos históricos por meio dos acontecimentos políticos, guerras e heróis nacionais. Vista como uma história ‘positiva’, pois seus estudos eram voltados para fontes documentais oficiais e negavam a importância das questões econômicas e sociais.

A História Empírica do século XIX voltava-se para uma postura imparcial e de submissão aos documentos. A intuição e dados orais eram deixados de lado. No inicio do século XX, o historiador cientifico volta-se para a história como pedagogia social com metas para uma história clássica, nacionalista e positivista. Sendo o fazer histórico em meados de 1900 um ato nada neutro. No positivismo o aluno era orientado na metodologia, técnica e erudição, ou seja, no principio da história ciência.

Durante ao Iluminismo a narrativa histórica política foi contestada pela primeira vez com sua preocupação com a história da sociedade. No início do século XX o historicismo e positivismo perdem espaço para uma história mais voltada para as questões econômicas e políticas. Surgindo os primeiros estudos interdisciplinares, a controvérsia de Lamprechet (opondo história política, cultura e econômica).

O crescimento do movimento operário na Europa aumentou a influência marxista nas ciências humanas, supostamente como o verdadeiro modelo interpretativo para investigação histórica. O marxismo influenciou grandemente à historiografia com a fixação da história econômica, política e social. Após a I Guerra Mundial e a Grande Depressão de 1929, a história sofre várias críticas por estimular o nacionalismo. Em meio a esses acontecimentos surge na França a Escola de historiadores da economia da qual Marc Bloch em 1936 cria-se a primeira cadeira de história  econômica na Sorbonne.

Um antecessor da Escola de Annales foi Henry Berr, fundou a Revista de Síntese Histórica, provocando os positivistas ao diversificar seus instrumentos de análises e desperta o interesse de colaboradores de várias áreas das ciências. Berr confere a história o papel de coordenar todas as outras ciências sociais. Foi também precursor com sua síntese de que seria a Escola de Annales, contrariando a história historicizante por uma história explicativa e interdisciplinar.

Henri Pirenne, pensava a história como uma narrativa explicativa da evolução das sociedades humanas no passado. Sendo um dos primeiros a trabalhar a história das mentalidades. Sua tese de Pirenne marca o inicio do trabalhar a história das mentalidades. Em sua tese, Pirenne marca o inicio da Idade Média em 711d.C com a conquista árabe na Península Ibérica, pois segundo ele em 476 d.C com a queda do Império Romana nas mãos dos bárbaros germânicos houve uma absorção da cultura Romana pelos bárbaros e não como ocorreu em 711 onde os árabes impuseram sua cultura e costumes. Johan Huizinga, dedicou a pesquisar a Baixa Idade Média, Renascimento e a Reforma. É visto como um  historiador da cultura e combateu o totalitarismo, foi pioneiro na interdisciplinaridade e historiador de mentalidades.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

III Geração da Escola de Annales

Jacques Le Goff

Autor: Construtor CHH 
          
Segundo minhas leituras do livro de Teoria II a geração da Escola dos Annales que mais me interessou foi a III Geração. As principais razões de minha preferencia por esta Escola estão centradas no fato de ser uma Escola aonde o policentrismo prevaleceu diferente do que ocorreu nas duas gerações anteriores. 

Permitindo assim o desenvolvimento de uma escola mais disposta a permitir a influência do pensamento americano como a psico-história, a história da cultura popular, antropologia simbólica, dentre outras.  É nesta geração que tudo passa a ser objeto de pesquisa para o historiador. E o enfoque econômico foi transferido para a superestrutura cultural. E é nesta geração que temos a oportunidade de estudar as pesquisas de Jacques Le Goff, aonde o tempo é visto como um mecanismo de dominação social, controle da sociedade e de sua consciência. 

Michelle Perrot

Outra importante característica da III Geração dos Annales foi a presença de ulheres, como Michelle Perrot que  voltou seus estudos para a história das mulheres e dos excluídos da história como operários e prisioneiros. 

Robert Mandrou

Outro nome importante dessa geração foi George Duby e seus estudos direcionados para a história das ideologias, imaginário social e sua interação com o mundo real. Ainda nesta geração temos um autor preocupado em dar voz às massas anônimas, e o universo das crenças, este autor é Robert Mandrou, um historiador francês. Ainda temos na III Geração dos Annales Jean Delumeau, que explora em seus estudos os medos individuais e coletivos da civilização ocidental do século XIV ao XVIII.  

George Duby

A contribuição de Emmanuel Le Roy Ladurie foi à utilização de métodos propagandísticos e quantitativos em pesquisa histórica. Por essas inovações e por este grande grupo de historiadores por excelência é que para mim a III Geração dos Annales foi a que mais me interessou.


Emmanuel Le Roy Ladurie

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Historiografia Desconstrucionista e da Nova Historiografia Alemã.


Jacques Derrida e Hayden White

História Desconstrucionista
           
A historiografia desconstrucionista é uma área da história voltada para a relação existente entre o leitor e o texto de modo que podemos entender que nenhum texto está livre de ser analisado de diferentes formas, pois não existe uma interpretação que esclareça corretamente todos os pontos de um tema em questão de forma satisfatória, mas sim muitas interpretações para cada tema.

A historiografia desconstrucionista segundo o livro da disciplina pode ser entendida de duas maneiras. No primeiro método ela pode ser entendida em sentido estrito de autoria de Jacques Derrida, que entende a desconstrução como a leitura de textos, buscando contradições e ambiguidades internas. Como a presença de oposições no texto, mas havendo pelo escritor privilégios para um tema em detrimento do outro. Derrida também aborda  o fato da historiografia escrita ser privilegiada no ocidente em relação a historiografia oral, mas Derriba afirma que o desconstrucionismo nesta base não se sustenta.

 O desconstrucionismo marca a ruptura com o estruturalismo. Em seus textos Derrida procura mostrar que descontruir um texto é procurar nele a direção ou opressão por parte do escritor da obra. É a desestabilização em si mesmo, mas não de forma negativa. Não se trata para o desconstrucionismo destruir o que já está construído, mas sim pensar além dos mesmos.

Segundo o historiador Hayden White, ao analisarmos o passado com algo que exista somente o que foi escrito pelo historiador, a história organizada por pistas pelos historiadores estamos sendo desconstrucionistas. Sendo para este autor a linguagem historiográfica o ponto principal para o entendimento do tipo de relato. Dentro da historiografia desconstrucionista temos a Meta-história que procura a condição da narrativa histórica. Não sendo a escrita um acontecimento, mas uma variedade de conexões e interconexões por meio das quais podemos ver em seu delineamento os acontecimentos.

Nova Historiografia Alemã


Reinhart Koselleck

            Conforme podemos ver no livro da disciplina, a nova historiografia alemã surge logo após a unificação da Alemanha Ocidental e Oriental. Passando nesse período um processo de ocidentalização desde meados do século XX, em relação aos trabalhos historiográficos. Houve um aprofundamento nos debates sobre história social e história cultural nas universidades.

Antes da unificação a Alemanha Ocidental tinha seus estudos historiográficos voltados para a história social desde 1970 direcionado a antropologia cultural. Já a Alemanha Oriental tem seus estudos voltados para uma história social a serviço do sistema, somente na década de 1980 é que os estudos historiográficos voltam-se para a história cultural.

Além dos estudos voltados para a história cultural e social encontramos a historiografia dos conceitos que por meio de Reinhart Koselleck como figura central vão elaborar três dicionários dos conceitos básicos, princípios históricos, e conceitos político-sociais. Koselleck é que elabora os fundamentos dos dicionários serão importantíssimos para a história dos conceitos que procura termos difundidos no vocabulário historiográfico moderno, podendo ter vários sentidos bem como um só.

A história dos conceitos e a história social devem ser entendidas que uma sociedade e seus conceitos encontre-se em uma relação de polarização. A nova historiografia alemã já é conhecida no século XX como o maior movimento de sistematização teórica da ciência histórica desse período. Com obras de caráter mais teórico sobre a sociedade, política, história cultural, história dos trabalhadores, história das vivências a partir da história oral e ciência histórica e memória.

Ideologia Liberal (Liberalismo), analisando seus princípios e as mudanças que passaram ao longo dos séculos XIX, XX e XXI.


Adam Smith, mais importante teórico do liberalismo.

Autor: Construtor CHH

            O liberalismo se refere à educação abrangentemente humanística e tolerante. Mas também com um sentido pejorativo voltado a libertinagem. No século XIX, o Liberalismo teve seu primeiro uso político para designar os pregadores do reformismo radical e republicano contrário à monarquia espanhola.

E nesse século também que se delineia a ideia do homem com seu próprio senso de autorealização. Já no século XX, as características marcantes dos liberais foi a expansão dos direitos civis por meio do feminismo, igualdade racial, direito de voto a todos os cidadãos sem distinção, luta pela assistência médica gratuita e universal a todos os cidadãos, a busca pela erradicação da pobreza extrema.

Outra grande conquista do Liberalismo no século XX foi à ascensão do internacionalismo liberal que é responsável pelo surgimento da Liga das Nações e depois das Organizações das Nações Unidas em substituição da primeira. No alvorecer do século XXI, os governos democráticos e liberais se caracterizam pelo fundamental direito civil, o individualismo que se expande ao mesmo tempo que os avanços tecnológicos, sociedades marcadas pelo pluralismo e a busca constante pelo bem-estar pessoal acima do bem-estar da sociedade.

Neste século XXI, o Liberalismo é marcado pela descentralização política e pelo avanço na maioria das regiões do mundo.

A França do século XIX, e sua sociedade industrial.



Em um primeiro momento durante a revolução industrial a política de cercamentos do governo inglês expulsou milhares de famílias do campo aonde viviam da agricultura de subsistência ou do pequeno comercio. Essa política gerou o êxodo rural e a migração de pessoas do campo para cidade em busca de emprego. No Brasil vemos hoje que muitas famílias estão deixando campo por não conseguirem competir com as grandes corporações agrícolas que exploram a terra em larga escala com monoculturas mecanizadas. Além de perderem as terras, pois acabam tendo que vender pela falta de lucro nas plantações os agricultores familiares não consegue emprego no campo devido a automação das máquinas agrícolas que trabalham por centenas de pessoas.

 Essas pessoas então vão para as cidades em busca de trabalho nas indústrias automatizadas aonde o tempo para refeição, banheiro etc são controlados rigidamente. Aonde recebem salários baixos que mal conseguem sustentar suas famílias como ocorria no inicio da Revolução Industrial. O surgimento dos primeiros sindicatos foi uma reação dos trabalhadores contra a exploração. As conquistas foram lentas, mas acumulativas, como a redução da jornada de trabalho, melhores condições de trabalho etc.

Na atualidade vemos muitos dos direitos trabalhistas que foram conquistados no decorrer de décadas correrem o risco de se perderem devido a sindicatos hipócritas que servem mais ao patrão do que ao funcionário. Vemos ainda os baixos salários não sustentarem a família dos operários e os acidentes constantes mesmo com as inovações tecnológicas que também fazem centenas de pessoas perderem seus empregos todo o ano no Brasil e no mundo.

Os políticos do século XIX preocupavam-se tanto com a situação do operariado e sua família como os do século XXI, pois para eles o que conta é o lucro e os vínculos com as grandes empresas nacionais e multinacionais que patrocinam suas campanhas eleitorais que visam unicamente seus interesses pessoais e do sindicato patronal.