A
instantes ouvia Yo-YoMa (arte 1) interpretando a Sarabanda em Ré maior, BWV
1011 , de Bach, era o "extra" de uma apresentação junto a Filarmônica
de Berlim; ao fundo dava-se para notar a satisfação dos violinistas, dos
violonistas, dos cellistas, dos baixistas, homens dos naipes das cordas. Nossos
iguais nos causam uma maior simpatia. Yo-YoMa é um violoncelista! Ayn Rand, e
tomarei como verdadeiro o seu depoimento, é uma pessoa que viu uma utopia de
igualdade, sofrer todo o tipo de percalços, justamente nós que buscamos a igualdade
e a justiça social sobre outro prisma econômico. Seu relato é de quem viu a
utopia na prática, e o que ela viu não foi bom, tentar negá-lo é pueril, buscar
extrair disto uma reflexão é o melhor, para quem acredita não refutar (até por
que há exemplos notórios uma vergonha para socialistas ) é o exemplo de coisas
que não devem acontecer (mas infelizmente aconteciam e acontecem...)
E qual
seria a reação de Ayn sobre os crimes de Al Capone? Que sob a tutela da
corrupção dos poderes de Estado (E.U.A.) cometia seus crimes. Mas isso não se
compara ao relato de um general americano. Lotado em um porta aviões dizia ele
que sua atuação mundo afora em prol das companhias americanas (na América
Central, Fruit Company, República de Bananas; na África e Ásia ) não se
comparava a atuação de Al Capone! Al, dizia ele, tocava horror em dois, três quarteirão
comprava alguns juízes e policiais; ele, o general, representava os interesses
destas empresas mundo afora. Perguntava ele: quem era o verdadeiro gângster? O
capitalismo está aí triunfante, prometendo -e não dando a todos o que promete-
felicidade que não vem fartura para alguns, vive de crises que o fortalecem
enormemente o capital, e fazem negócios com a China! Duas grandes guerras entre
potências capitalistas: 70 milhões de mortos! Exceção: URSS (Ah! Se não fosse Stalingrado...).
Vemos
as coisas na perspectiva do que acreditamos. Mas é coerente ver o todo. Como os
músicos da Filarmônica, que após a satisfação de Yo-YoMa, interpretaram a
Sinfonia n 6 de Tchaikovsky - a Patética. E, como aviso casual, encerram a
sinfonia com o seu movimento final: o Adágio Lamentoso.
Autor:
Prof. Luiz Modesto da Cunha, professor de História e colaborador do Construindo
História Hoje.
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