Aksum, foi um
poderoso império comercial que floresceu no nordeste da África há vários
séculos. Aksum também era o nome da capital do reino. Atualmente, é uma cidade
do norte da Etiópia.
A localização de Aksum entre
o mar Vermelho e o rio Nilo ajudou a transformá-la num dos mais importantes e
ricos centros comerciais da época. Entre os produtos que circulavam por seus
portos estavam marfim, couro de hipopótamo, perfumes, ouro e animais.
O reino também era famoso
por sua arquitetura. Na praça central da cidade de Aksum ainda estão alguns dos
obeliscos de granito entalhado da época do império. (Um obelisco é uma coluna
alta e estreita, com uma pequena pirâmide no topo.) Acredita-se que alguns
obeliscos de Aksum estejam sobre túmulos subterrâneos dos governantes do reino.
Aksum se expandia à medida
que se tornava mais poderosa. No século IV d.C., conquistou o reino de Kush, ao
norte. Os soberanos de Aksum então ampliaram suas fronteiras até o sul da
península Arábica, depois de cruzar o mar Vermelho. Nos séculos VII e VIII, o
reino se enfraqueceu enquanto os árabes muçulmanos emergiam como um novo centro
de poder.
O povo de Aksum sempre fora
cristão desde o século IV. Os árabes permitiram que mantivessem a religião
cristã, porque, no passado, Aksum havia dado refúgio aos seguidores do fundador
do islamismo, o profeta Maomé. Atualmente, Aksum é considerada uma cidade
sagrada da Igreja Ortodoxa Etíope. Aksum tem 54.000 habitantes (estimativa de 2011).
Aksum foi sede de um dos
estados mais poderosos da região entre o Império Romano do Oriente e a Pérsia,
cujo poder estendeu-se do século I ao XIII dC. O auge da cidade e do Império de
Aksum ocorreu no século IV dC, quando o território controlado abrangia a atual
Etiópia, o sul do Egipto e parte da Arábia, no sul do atual Iêmem. O comércio
marítimo, com rotas que chegavam até o Ceilão, era realizado através do porto
de Adulis (na atual Eritreia). Segundo o autor grego anônimo do Périplo pelo
Mar da Eritreia, datado do século I dC, Adulis exportava escravos, marfim e
cornos de rinoceronte. Relações comerciais foram mantidas com o Egito (então
uma província romana) desde o século I e com a Índia a partir do século III; o
comércio continuou com o Egito, Síria e o Império Bizantino até o século VII. A
área da cidade chegou a cobrir 250 acres e estima-se que a população alcançou
20.000 pessoas no seu auge. A desaparição do Império de Meroe, por volta de
320, pode estar relacionado ao crescimento de Aksum, que com isso pôde
redirecionar o comércio de marfim do rio Nilo ao porto de Adulis. Sinal da
importância econômica da cidade foi a cunhagem de moedas, que começou no século
III e continuou até o século VII.
Durante os primeiros séculos
do primeiro milênio dC foram levantados, no campo de Mai Hedja, grandes estelas
de pedra que recordavam grandes reis. Essa prática, que durou até cerca de 330
dC, terminou na época do rei Ezana, que converteu-se ao Cristianismo. Em total
há 126 obeliscos em Aksum, incluído o de maior tamanho conhecido, quase todos
atualmente caídos e partidos em pedaços.
O Cristianismo foi adotado
como religião estatal em 330, o que criou laços religiosos com o Egito (então
cristão) e o Império Bizantino. Segundo a história, o rei Ezana foi convertido
por Frumêncio, um monge sírio que foi mais tarde feito bispo pela Igreja Copta
egípcia. A partir dessa época, os reis cristãos de Aksum construíram palácios e
igrejas, entre estas a primeira Igreja de Santa Maria, levantada em finais do
século IV, segundo uma lenda, na área de um lago que secou milagrosamente.
Achados arqueológicos e antigos textos mostram que a cidade contou com palácios
e casas nobres de pedra com vários andares, mas a maioria das moradas em Aksum
eram de barro e cobertas de palha.
Segundo a tradição religiosa
da Igreja Ortodoxa Etíope, recolhida na obra Kebra Nagast (século XIII), foi de
Aksum que partiu Makeda, a rainha de Sabá, para visitar o rei Salomão em
Jerusalém. Ainda segundo a tradição, da união entre ambos nasceu Menelik, que
após visitar o pai trouxe à Etiópia a Arca da Aliança, que até hoje estaria
numa capela do complexo da Igreja de Santa Maria de Sião.
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