Getúlio Vargas e sua comitiva em Itararé-SP. Imagem: Larousse Cultura.
Nessa análise comparativa procurarei por meio
dos textos de Sandra Jatay Pesavento, “A Revolução de 30: os anos de
transição”, Sônia Regina Mendonça em “Da Revolução de 30 ao Estado Novo” e
Roberto Luis Lopez, com o texto “Os caminhos da Revolução de 30”. Trabalharei
em estabelecer os pontos comparativos relevantes entres os autores sobre a
Revolução de 30, baseado nas obras elaboradas pelos mesmos que acabo de citar.
Usarei por base o cruzamento de informações fornecidas pelos autores para
estabelecer se suas opiniões se assemelham ou não em relação aos respectivos
temas dentro da temática estabelecida.
Getúlio Vargas no Palácio do Catete em 31 de outubro de 1930, no dia que chegou ao Rio de Janeiro, após vitoriosa a Revolução de 1930. Imagem: Enciclopédia Larousse Cultural.
Quando analisamos o texto de Sandra J.
Pesavento, vemos que ela procura especificar que a dita “Revolução” de 30, foi
na realidade um Movimento e não Revolução, pois não mudou a classe dominante
nem o sistema político vigente. Ela vê uma “Revolução” que ocorreu devido ao
esgotamento do padrão capitalista baseado na agroexportação de um só produto, o
café. Já o autor Roberto Luis Lopez, nos mostra em seu texto que já nos fins da
década de 1920, o descontentamento existente podia levar a uma conflagração,
mas para que ela pudesse ocorrer deveria haver uma cisão a nível das
oligarquias. O autor Roberto Luis Lopez também quando trata da questão
“Revolução”, ele nos destaca o fato que a “Revolução” de 1930 não foi uma
“Revolução Nacional”, como dizem, a não ser pelos desdobramentos de seu núcleo
desencadeador original. Ela teve por base um movimento regional, partindo
sobretudo do Rio Grande do Sul, Minas e Paraíba, embora a conspiração tivesse
se processado em nível nacional. A escritora Sônia Regina de Mendonça, estuda a
chamada “Revolução” de 30, como um Golpe de Estado e não uma Revolução.
Definindo como um período de crise política aberta (Sônia Regina de Mendonça,
237). Ela também nos passa uma visão do golpe de outubro de 1930, como um
deflagrador do deslocamento da tradição oligárquica paulista do epicentro do
poder, enquanto que os demais setores sociais a ele articulados e vitoriosos
não tiveram condições, individualmente, nem de legitimar o novo regime, nem,
tampouco, de solucionar a crise econômica (Sônia Regina de Mendonça, p. 237).