Robô brinquedo desenvolvido pela Empresa Toyota do Japão, capaz de tocar violino. Nossas crianças não devem ser tratadas como máquinas programáveis e desse modo reduzindo sua capacidade intelectual a mera reprodução de informação. Nossas crianças e adolescentes são seres complexos e devem ser educados de forma integral. Respeitando os parâmetros emocionais e lógicos de aprendizado que compõem a forma humana de compreensão do mundo.
"Não sois máquinas! Homens é o que sois!" (Charles Chaplin).
Esperávamos que no século XXI os jovens fossem solidários, empreendedores e amassem a arte de pensar. Mas muitos vivem alienados, não pensam no futuro, não tem garra e projetos de vida.
Imaginávamos que pelo fato de aprendermos línguas na escola e vivermos espremidos nos elevadores, no local de trabalho e nos clubes, a solidão seria resolvida. Mas as pessoas não aprenderam a falar de si mesmas, tem medo de se expor, vivem represadas em seu próprio mundo. Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus próprios sonhos, mágoas, alegrias, frustrações.
Na escola, a situação é pior. Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula, mas são estranhos uns para os outros. Eles se escondem atrás dos livros, das apostilas, dos computadores. A culpa é dos ilustres professores? Não! A culpa, como veremos, é do sistema educacional doentio que se arrasta por séculos.
As crianças e os jovens aprendem a lidar com fatos lógicos, mas não sabem lidar com fracassos e falhas. Aprendem a resolver problemas matemáticos, mas não sabem resolver seus conflitos existenciais. São treinados para fazer cálculos e acertá-los, mas a vida é cheia de contradições, as questões emocionais não podem ser calculadas, nem tem conta exata. Os jovens são preparados para lidar com decepções? Não! Eles são treinados apenas para o sucesso. Viver sem problemas é impossível. O sofrimento nos constrói ou nos destrói. Devemos usar o sofrimento para construir a sabedoria. Mas quem se importa com a sabedoria na era da informática?
Nossa geração produziu informações que nenhuma outra jamais produziu, mas não sabemos o que fazer com elas. Raramente usamos essas informações para expandir nossa qualidade de vida. Você faz coisas fora de sua agenda que lhe dão prazer? Você procura administrar seus pensamentos para ter uma vida mais tranqüila? Nós nos tornamos máquinas de trabalhar e estamos transformando nossas crianças em máquinas de aprender.
Você quer saber mais?
CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. A educação Inteligente: Formando jovens pensadores e felizes. Rio de Janeiro: Ed. Sextante, 2003.
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