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quarta-feira, 7 de maio de 2025

Produção do espaço geográfico

A produção do espaço geográfico começou há milhares de anos, quando os seres humanos passaram a interagir com a natureza para sobreviver. No início, os grupos eram nômades — ou seja, não tinham moradia fixa e viviam se deslocando em busca de alimentos, caça e água. Como não paravam em um só lugar, eles pouco modificavam o ambiente, usando apenas o necessário da natureza.

Com o tempo, alguns grupos passaram a praticar a agricultura e a domesticar animais. Assim, deixaram de ser nômades e se tornaram sedentários, vivendo em um só lugar. Foi aí que o espaço geográfico começou a ser transformado de forma mais intensa. Eles construíam casas, armazenavam alimentos, criavam cercas e formavam vilas.

Essas mudanças deram origem aos primeiros povoados, que mais tarde se tornaram cidades. A terra passou a ser dividida, cultivada e ocupada de maneira organizada. Os povos sedentários começaram a modificar o espaço com suas construções, estradas, plantações e ferramentas.

Portanto, o espaço geográfico foi sendo produzido de diferentes formas: os nômades usavam o espaço sem grandes alterações, enquanto os sedentários começaram a transformá-lo permanentemente. Essa produção do espaço continua até hoje, com as cidades crescendo, as tecnologias mudando e o ser humano seguindo como agente principal dessas transformações.

Você quer saber mais?

CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos; CALLAI, Helena Copetti; KAERCHER, Nestor André. Geografia: o espaço natural e socioeconômico. 6. ed. São Paulo: FTD, 2018.

MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia para o ensino fundamental: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2015.

VESENTINI, José William. Sociedade e espaço: geografia geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2017.


Egito, o império dos faraós

A civilização egípcia é, sem dúvida, uma das mais incríveis que a humanidade já conheceu. Nascida às margens do rio Nilo por volta de 3100 a.C., com a unificação do Alto e Baixo Egito sob o rei Menés, ela floresceu por mais de três milênios, criando um legado que ainda hoje nos fascina. Os egípcios eram muito mais do que construtores de pirâmides — eram engenhosos, organizados, espirituais e incrivelmente avançados para sua época.

Graças ao Nilo, o Egito transformou-se em uma potência agrícola. Eles desenvolveram sistemas de irrigação para aproveitar as cheias do rio e garantir boas colheitas. Isso permitiu o surgimento de cidades, especialização do trabalho e a criação de uma das sociedades mais organizadas da Antiguidade.

No campo da engenharia, os egípcios deixaram marcas eternas. A Grande Pirâmide de Quéops, construída por volta de 2550 a.C., ainda é uma das maiores maravilhas já feitas pelo homem. Sua construção revela domínio de matemática, física e organização de trabalho em escala monumental, algo quase inacreditável para a época.

A medicina egípcia também era muito avançada. Por volta de 1500 a.C., já registravam tratamentos em papiros como o de Ebers, com receitas de ervas, procedimentos cirúrgicos e descrições detalhadas de doenças. Eles realizavam cirurgias, tratavam feridas e entendiam o corpo humano como poucos naquele tempo, graças também ao conhecimento adquirido com a mumificação.

Os faraós, considerados deuses na Terra, governavam com autoridade absoluta. Entre eles, Quéops deixou sua marca com a Grande Pirâmide; Hatshepsut, que reinou entre 1479 e 1458 a.C., foi uma das primeiras mulheres a assumir o trono e promoveu o comércio e a arte; Tutmés III, chamado de “Napoleão do Egito”, liderou campanhas militares vitoriosas; Akhenaton tentou revolucionar a religião por volta de 1350 a.C., propondo o culto ao deus Aton; e Ramsés II, que reinou por volta de 1279 a 1213 a.C., foi um dos mais poderosos, conhecido por sua longevidade, conquistas militares e impressionantes construções.

O poder do império egípcio se sustentava em uma administração eficiente, uma religião que unificava o povo e um exército bem treinado. Os templos de Karnak, Luxor e Abu Simbel são testemunhos desse poder, arte e devoção.

Mas o verdadeiro motor dessa civilização era o povo egípcio: camponeses, artesãos, escribas, sacerdotes e soldados que, juntos, construíram algo extraordinário. Não era apenas o brilho dos faraós — era o esforço coletivo de uma nação inteira.

O Egito Antigo durou até 30 a.C., quando foi conquistado pelos romanos, após o reinado da famosa rainha Cleópatra VII. Mesmo depois do fim político, seu legado sobreviveu. A ciência, a arte, a espiritualidade e a organização dos egípcios continuam nos inspirando até hoje.


Você quer saber?

ASSMANN, Jan. A mente egípcia: história e significado na religião do Antigo Egito. Petrópolis: Vozes, 2001.

SHAW, Ian (Org.). O Egito dos Faraós: uma história. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

BARD, Kathryn A. Uma história do Egito Antigo. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2015.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

A Era Vargas

 A Era Vargas foi um dos períodos mais marcantes da história política do Brasil, estendendo-se de 1930 a 1945, sob a liderança de Getúlio Vargas. Ela começou com a Revolução de 1930, que depôs o presidente Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes. Vargas assumiu o poder como chefe do Governo Provisório, instaurando um regime centralizador que suspendeu a Constituição de 1891, dissolveu o Congresso Nacional e nomeou interventores para os estados.

Durante o Governo Provisório (1930–1934), Vargas promoveu reformas administrativas e econômicas, criando ministérios importantes, como o da Educação e Saúde. Também incentivou a industrialização e a organização dos trabalhadores, estabelecendo leis trabalhistas pioneiras. Em 1934, sob pressão de diversos setores, foi promulgada uma nova Constituição e iniciou-se o Governo Constitucional (1934–1937).

Nessa fase, Vargas foi eleito indiretamente pelo Congresso e continuou promovendo reformas sociais e trabalhistas. No entanto, o clima político se deteriorou, com o crescimento de movimentos extremistas, como a Ação Integralista Brasileira e a Aliança Nacional Libertadora. Alegando ameaça comunista, Vargas deu um golpe e instaurou o Estado Novo em 1937.

O Estado Novo (1937–1945) foi uma ditadura com forte controle do Estado sobre a sociedade. Vargas fechou o Congresso, aboliu os partidos políticos e censurou a imprensa. Nesse período, foi outorgada a Constituição de 1937, que concentrava poderes nas mãos do Executivo. Apesar do autoritarismo, houve avanços econômicos, como a criação da Companhia Siderúrgica Nacional e da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

A Era Vargas terminou em 1945, quando a pressão popular e militar o forçou a renunciar. Mesmo após sua queda, Vargas continuaria influente, sendo eleito democraticamente presidente em 1950. Sua primeira passagem pelo poder deixou marcas profundas na política, economia e direitos sociais do Brasil.

Você quer saber mais?

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 13. ed. São Paulo: Edusp, 2021.

CARONE, Edgard. A República Nova (1930–1937). 3. ed. São Paulo: Difel, 1985.

DREYFUS, Simone. O Estado Novo (1937–1945). São Paulo: Ática, 1990.

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Representação cartográfica

 A representação cartográfica é a maneira que usamos para representar a superfície da Terra em desenhos, como mapas, globos e plantas. Como não conseguimos ver o planeta inteiro de uma vez, usamos esses recursos para estudar e entender melhor os espaços. O mapa é uma das representações mais utilizadas e pode mostrar cidades, estados, países, rios, montanhas, estradas e muito mais.

Para entender um mapa, precisamos conhecer seus elementos. O título mostra o tema do mapa. A legenda explica os símbolos, cores e sinais usados. A escala indica a proporção entre o que está no mapa e a realidade, ajudando a calcular distâncias. A rosa dos ventos mostra os pontos cardeais: norte, sul, leste e oeste, ajudando na orientação.

Existem diferentes tipos de mapas. O mapa político mostra os limites entre países, estados e cidades. O mapa físico representa o relevo, como montanhas e planícies, além de rios e lagos. Já o mapa temático apresenta informações específicas, como clima, vegetação ou população.

Além dos mapas, usamos o globo terrestre, que é uma representação esférica e mais próxima da forma real da Terra. Outro exemplo são as plantas baixas, que mostram espaços pequenos com muitos detalhes, como casas ou escolas. Com o avanço da tecnologia, hoje também usamos mapas digitais, como os encontrados em celulares e GPS, que ajudam a localizar ruas e trajetos com facilidade.

A ciência que estuda e produz essas representações se chama cartografia. Aprender a ler e interpretar mapas é uma habilidade muito importante, pois nos ajuda a entender melhor o lugar onde vivemos e o mundo ao nosso redor. Por isso, a representação cartográfica é um conteúdo essencial na geografia e na vida cotidiana.

Você quer saber mais?

MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. 6. ed. São Paulo: Scipione, 2010.

CASTELLAR, Sonia. Cartografia para crianças: práticas e representações espaciais. São Paulo: Contexto, 2008.

VESENTINI, José William. Sociedade e espaço: geografia geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2013.

A visão criacionista cristã: Deus como autor da criação.

 O criacionismo cristão é uma cosmovisão que afirma que Deus é o criador do universo, da Terra, da vida e do ser humano, conforme descrito na Bíblia Sagrada. Essa crença se baseia principalmente no livro de Gênesis, que relata a criação em seis dias e apresenta Adão e Eva como os primeiros seres humanos, criados à imagem e semelhança de Deus.

Para os criacionistas, a Terra e o universo não surgiram por acaso, mas foram cuidadosamente planejados por um Criador inteligente. Muitos seguem o chamado criacionismo da Terra jovem, que considera que o mundo foi criado há cerca de 6.000 a 10.000 anos, com base em genealogias bíblicas e em estudos de estudiosos como James Ussher.

Criacionistas também apresentam argumentos científicos para sustentar sua visão. Um exemplo é a complexidade irredutível de certos sistemas biológicos, como o motor flagelar de bactérias, que, segundo autores como Michael Behe, não poderiam ter surgido por etapas sucessivas, pois dependem de todas as suas partes funcionando ao mesmo tempo.

Outro ponto citado é a quantidade de carbono-14 em fósseis e carvão. Segundo estudos realizados por laboratórios independentes, traços de carbono-14 foram encontrados em materiais supostamente com milhões de anos, o que, segundo criacionistas, seria incompatível com uma Terra tão antiga.

Além disso, criacionistas apontam para o registro fóssil, onde fósseis de diferentes grupos aparecem de forma abrupta e complexa, sem formas intermediárias claramente definidas. Esse fenômeno é interpretado por muitos como evidência de uma criação súbita, como descrita na Bíblia.

O criacionismo cristão não é apenas uma explicação sobre as origens, mas também uma visão de mundo que reconhece propósito, moralidade e design no universo. Para os que seguem essa crença, a ciência e a fé podem caminhar juntas, cada uma revelando aspectos diferentes da criação divina.

Você quer saber mais?

HAM, Ken. A mentira: evolução. 2. ed. Porto Alegre: Chamada da Meia-Noite, 2003.

MORRIS, Henry M. A ciência da criação. São Paulo: Casa Publicadora Batista Regular, 1995.

BEHE, Michael J. A caixa preta de Darwin: o desafio da bioquímica à teoria da evolução. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

A Jornada da Evolução Humana: Dos Australopithecos ao Homo sapiens sapiens.

A evolução humana é um processo longo e complexo, marcado por diversas espécies que contribuíram para o desenvolvimento do Homo sapiens moderno. Entre os primeiros hominídeos conhecidos estão os Australopithecus, que viveram na África há cerca de 4 milhões de anos. Eles já andavam eretos, mas ainda apresentavam características simiescas, como um cérebro pequeno e braços longos. A espécie mais famosa desse gênero é a Australopithecus afarensis, cujo fóssil mais conhecido é “Lucy”.

Com o tempo, surgiu o Homo habilis, há aproximadamente 2,5 milhões de anos. Considerado o primeiro representante do gênero Homo, ele tinha um cérebro maior que o dos australopitecos e é conhecido pelo uso rudimentar de ferramentas de pedra, o que lhe conferiu o nome “habilis”, ou “hábil”.

Posteriormente, apareceu o Homo erectus, há cerca de 1,9 milhão de anos. Esta espécie foi a primeira a deixar a África e espalhar-se por partes da Ásia e da Europa. Com um corpo mais adaptado ao bipedalismo e um cérebro maior, o Homo erectus também dominava o fogo, caçava em grupo e fabricava ferramentas mais complexas.

Entre 800 mil e 200 mil anos atrás, desenvolveu-se o Homo sapiens arcaico, um grupo que apresenta características intermediárias entre o Homo erectus e o Homo sapiens moderno. Eles tinham um cérebro maior, estruturas corporais mais robustas e já demonstravam comportamentos culturais mais avançados.

A espécie Homo sapiens neanderthalensis, ou Neandertal, habitou principalmente a Europa e partes da Ásia entre 400 mil e 40 mil anos atrás. Eles possuíam um corpo robusto, adaptado ao frio, e eram culturalmente sofisticados: enterravam os mortos, fabricavam ferramentas de pedra avançadas e provavelmente possuíam linguagem.

Por fim, surgiu o Homo sapiens sapiens, ou ser humano moderno, há cerca de 300 mil anos na África. Essa subespécie é caracterizada por um cérebro altamente desenvolvido, capacidade de raciocínio abstrato, linguagem complexa, arte e cultura simbólica. Foi essa espécie que se espalhou por todos os continentes e desenvolveu civilizações complexas.

A história da humanidade é, portanto, uma trajetória marcada por mudanças anatômicas e culturais profundas. Cada uma dessas espécies contribuiu de maneira essencial para a formação do ser humano como o conhecemos hoje.

Você quer saber mais?

TATTERSALL, Ian. O caso do homem de Neandertal. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

LEAKEY, Richard; LEWIN, Roger. Origens da humanidade: o início da cultura e da evolução humana. Rio de Janeiro: Campus, 1996.

STRINGER, Chris; ANDREWS, Peter. O que nos torna humanos: uma resposta científica à questão fundamental da existência. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.