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domingo, 9 de setembro de 2018
Trabalhos manuais
Projeto do Foguete Queenteta
Autora: Isabel Cristina (Colaboradora do CHH)
e Equipe!
Resumo
Neste
artigo científico falaremos sobre o projeto dos foguetes do qual envolve toda a
área da ciência da natureza e matemática. Neste trabalho o foguete é feito de
garrafa pet, e também é feito uma base, qual será usada para lançar o mesmo.
Ele será lançado por conta da água e da pressão feita por uma bomba de ar, a
bomba estará ligada a base, e assim, ligada ao foguete. Após por pressão, por
conta de duas forças contrárias o foguete é lançado, formando uma parábola com
a concavidade voltada para baixo. Muitos fatores influenciam no desempenho do
foguete, falaremos sobre alguns desses fatores no presente artigo.
Introdução
Ao
sermos apresentados ao projeto do foguete, fomos instruídos a fazer de garrafa
pet e que a base soltasse o foguete pela pressão que a ação da força de resistência
do ar faria. Utilizando a propulsão da água e do ar. Com o lançamento do
foguete que realizamos, conseguimos relacionar o experimento com a terceira lei
de Newton, onde as forças são iguais em intensidade e direção, porém tem
sentidos contrários. Observamos que quando a ponta da garrafa se desprende da
base, o ar de dentro é empurrado para o exterior, e o ar de fora é empurrado
para o foguete, ocasionando uma reação para cima em grande velocidade. No
foguete que construímos em sala de aula, aplicamos uma concentração maior de
peso na ponta do foguete, e no lançamento adicionamos água, que também
influencia nesses movimentos. Ao analisar o foguete, percebemos a relação com a
primeira lei de Newton, a de inércia, e a segunda lei de FR=m.a, que também
pode ser aplicada no lançamento do foguete, já que seu peso influência na
aceleração e no alcance do mesmo. Quanto menor for a massa do foguete, maior é
a aceleração alcançada por ele.
No
foguete espacial, utilizamos o elemento químico Boro. O boro (símbolo B) é um
elemento do grupo dos não metais. Seu número atômico é o número 5, e número de
massa é de aproximadamente 10,8. Em 1808, o boro foi obtido por eletrólise de
uma mistura que continha ácido bórico. No mesmo ano, Joseph-Louis Gay-Lussac e
Louis-Jacques Theuard obtiveram o boro por aquecimento do potássio com fluoreto
de boro, mas nenhuma dessas descobertas levaram à classificação do boro como
elemento químico. O químico Berzelius foi o primeiro a classificar o boro como
um elemento químico, em 1824. O boro é muito leve, e tem baixa condutibilidade
elétrica, ele também é de alta dureza e encontra-se no estado sólido nas CNTP e
tem a coloração preta, ele se apresenta sólido em temperatura ambiente, e
também possui algumas características óticas que lhe permitem transmitir raios
infravermelhos, além de tudo isso, o boro é considerado um semicondutor de
eletricidade na temperatura ambiente e bom condutor em temperaturas altas. O
boro é um elemento relativamente raro, ele não é encontrado livre na natureza,
mas pode ser obtido a partir de alguns minerais, como o ulexita, tincal,
turmalina e kernita. Outro modo de obter ele é em laboratório, a partir da
redução do vapor do tribrometo de boro (BCI3) ou do tribrometo de boro (BBr3).
Desde
a década de 50 a General Electric (GE) começou a trabalhar no uso do boro mas
especificamente com os hidretos de boro ou boranos como combustível de alta
energia. Os hidretos de boro incluindo diborano, tetrabotano e o pentaborano,
são compostos interessantes, pois geram grandes volumes de gases quentes em um
curto período de tempo, sendo propícios para serem utilizados em sistemas de
propulsão de foguetes.
Foram
feitos testes de queima com pentaborano e hidrazina, outro famoso combustível
utilizado em foguetes, foram feitos porque essa combinação teoricamente daria
ao propulsor um alto desempenho. Boa parte da história da pesquisa e
desenvolvimento dos combustíveis à base de compostos contendo boro, foi mantida
em relativo segredo, e com pouca divulgação dos problemas existentes,
justamente porque nenhum militar americano desejava que os russos obtivessem
qualquer sucesso na corrida pelo desenvolvimento e melhoria da propulsão
aeroespacial Ibérica.
Já sobre foguete artesanal, escolhemos falar
sobre o elemento químico hidrogênio. Após de cerca de 380 mil anos do Big Bang,
o hidrogênio começou a se formar. Alguns destes átomos foram fundidos em
carbono, de oxigênio, nitrogênio e outros elementos. Porém, quando o universo
tinha um bilhão de anos, 9 em cada 10 desses átomos de hidrogênio originais
foram destruídos. O hidrogênio reage com metais, ametais e semimetais, por
isso, vários de seus compostos podem ser encontrados na natureza, sendo que o
principal é a água. Na natureza, o hidrogênio não é encontrado na sua forma
atômica (H), mas em condições ambientes, ele possui as características de um
gás extremamente inflamável, inodoro e insípido. O gás hidrogênio é altamente
inflamável, quando misturado com oxigênio por entre uma grande variedade de
proporções, o hidrogênio explode por ignição. O hidrogênio pode ser obtido das
seguintes formas:
-Através da eletrólise da água; atualmente se
investiga a fotólise da água.
-
Pela reação de hidrocarbonetos com vapor de água.
-
Ataque a metais com hidróxido de sódio, potássio.
-
Ataque a metais (Zn e Al) com ácidos sulfúrico ou clorídrico.
Materiais e métodos
Os
materiais utilizados para a construção do foguete são:
2
garrafas pet iguais
1
fita isolante
3
placas de raio x
1
pacote de massa de modelar
1
lata de tinta spray da cor rosa (opcional).
Já para a base utilizamos:
70
cm de cano de 20 á 25mm (pvc)
1
tubo de cola para cano
1
tampão 25mm(pvc)
1
Redutor de 25 para 20 mm
1 TE
de 25mm (pvc)
2
Joelhos(cano pvc) de 25mm
50
cm de barbante
1
registro de 25 mm(pvc)
1
ventil de pneu de carro
1
braçadeira
1
bomba de ar
1
tubo de cola instantânea
4
abraçadeira de nylon
Como fazer:
Para
construirmos o foguete, começamos cortando a ponta de uma garrafa, e então,
colocamos a massa de modelar na parte superior da mesma, após isso, cortamos a
placa de raio X no formato circular e colamos com cola instantânea para cobrir
a massa de modelar. Nosso próximo passo foi cortar a mesma garrafa, retirando a
base dela, logo depois, foi pega a segunda garrafa, que foi usada inteira e o
pedaço da outra garrafa onde estavam as massas de modelar, colamos a mesma na
base da garrafa que se encontrava inteira, e o outro pedaço da garrafa que
estava cortada (o meio da garrafa) colamos na ponta da garrafa que estava
inteira, para deixar o foguete mais aerodinâmico. Após tudo isso, fizemos a
ponta do foguete com uma placa de raio X, em formato de cone, e ainda usando as
placas de raio x, fizemos os moldes para as asaletas do foguete. Colamos tudo
com fita isolante, e então por último, pintamos o foguete da cor de nossa
escolha.
Para
a realização da base, começamos cortando e lixando os canos na medida certa,
colamos o cano de 20 cm e um de 15 cm no joelho, repetimos esse processo, e
depois lixamos o T e o redutor, colamos um no outro no meio do T, depois
lixamos o redutor por dentro e o cano de 20 mm e colamos na ponta da base,
colocamos o tampão com o ventil de carro, e na outra ponta colocamos o
registro. Nos canos de 20 mm, colocamos a braçadeira e mais 4 abraçadeiras de
nylon para prender o foguete.
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TECNOLOGIA
Ave-Maria está na Bíblia?
Vamos ler Lucas-/,26-28.
Como vimos o Próprio Anjo Gabriel, enviado por Deus, saúda Maria assim:
“AVE.
CHEIA DE GRAÇA. O SENHOR É CONTIGO”(Lc 1.28).
Ele, enviado de Deus a
declara CHEIA DE GRAÇA.
Vamos ír agora em Lc
1,39-42. Você percebeu que Isabel, cheia do Espírito Santo exclamou:
“BENDITA
ÉS TU ENTRE AS MULHERES E BENDITO É O FRUTO DO TEU VENTRE”. Se
você notar bem, vai perceber que Isabel proclamou isso estando ela cheia do
Espírito Santo, ou seja, o próprio Espírito Santo chama Maria de bendita. E
mais, o mesmo adjetivo que o Espírito Santo (através de Isabel) usa para Maria
(=bendita), usa para o fruto com seu ventre, que é o próprio Jesus (=bendito).
Ora, meu irmão, se o Espírito Santo declarou Maria bendita, quem poderá dizer o
contrário? Não tenha medo de bendizer (=dizer bem, falar bem de…) a mãe de Jesus.
Da mesma forma que você fala bem de Jesus, fale bem também de Maria, sua mãe.
“SANTA
MARIA”, como amava chamá-la Lutero fundador da Igreja Evangélica
alemã. A palavra “Santa”, que quer dizer: ESCOLHIDA,
SEPARADA PARA DEUS! Lembremos que São Paulo costumava chamar todos os
cristãos de “Santos” (Co/ 3,12) e a Carta aos Hebreus diz: ” Por isso, irmãos
santos, vocês participam de um chamado que vem do céu” (Heb 3, 1 j. Se todos os
cristãos são “santos”, porque não posso honrar Maria com este nome?
Finalmente, quem é Jesus?
Não é Deus Feito Carne! Se Maria é a mãe de Jesus, então podemos dizer dela que
é também a “MÃE DE DEUS” encarnado.
A esta mulher tão cheia de Deus, tão perto de Deus, não podemos pedir que ore por
nós, que somos pecadores. Como já meditamos no episódio das Bodas de
Cana, Maria é uma potente intercessora porque pedindo, consegue que Jesus faça
um milagre que não quer. Existe uma intercessora mais potente daquela que
consegue mudar até os planos de Jesus!
Com confiança, podemos
concluir: “Rogai por nós, pecadores, agora e no hora de nossa morte, amém?”
Juntando todas estas frases
bíblicas você vai construir a Ave Maria e é bom a gente orar com as Palavras da
Bíblia quanto mais puder! AVE MARIA,
CHEITA DE GRAÇA, O SENHOR É CONTIGO. BENDITA SOIS VÓS ENTRE AS MULHERES E
BENDITO É O FRUTO DO TEU VENTRE JESUS. SANTA MARIA, MÃE DE DEUS, ROGAI POR NÓS
PECADORES AGORA Ë NA HORA DA NOSSA MORTE AMÉM!
Você tem coragem de falar
para Jesus que sua mãe era uma “mulher qualquer”!
Cada um de nós tem uma mãe
nesta terra e, depois de Deus, ela é o ser que mais amamos, junto ao nosso pai.
Cada um de nós ficaria muito sentido se alguém falasse que sua mãe é uma
“mulher qualquer”. Imagine o que Jesus sente quando uma pessoa fala de Maria, a
sua mãe, como de uma “mulher qualquer” (coisa que infelizmente muitos “crentes”
dizem). S e o anjo Gabriel, enviado por Deus a engrandeceu com palavras
sublimes: “Alegre-se,
cheia de graça! O Senhor está com você! “, “Não tenha medo, Maria, porque você encontrou
graça diante de Deus. Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a
ele o nome de Jesus. ” (Lc 1,28- 31), não é admitido chamá-la de
“mulher qualquer”. Se a Sagrada Escritura, pela boca de Isabel, a chama de “Bendita entre todas as mulheres”
(Lc 1,42) quem poderá rebaixar esta sublime filha de Deus, que chamamos “Mãe de
Deus” porque deu a vida, criou e educou Jesus, Verbo encarnado. Deus feito
homem. Você já pensou com quanto carinho Maria cuidou de Jesus, ensinou-lhe a
caminhar e a falar?
Clima Edênico?
Segundo algumas análises
feitas com base na atividade das pessoas no seu cotidiano como sensação de
bem-estar e harmonia com o meio-ambiente
e seu próximo seria esse o clima ideal?
Estação:
inverno
Unidade
do ar: 94%
Temperatura:
21º
Período
de luminosidade: 11hs 40 min.
Clima:
parcialmente nublado
Pressão
atmosférica: 1014 hPa
Experiência realizada às 9
horas da manhã do dia 30/08/2018.
quinta-feira, 6 de setembro de 2018
Maniqueísmo. Origem e fundamentos!
Mani (216-276 d.C),
fundador do Maniqueísmo. Imagem: http://recuerdosdepandora.com.
Trata-se de uma filosofia dualística que divide o
mundo entre bem, ou Deus, e mal, ou o Diabo. Com a popularização do termo,
maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois
princípios opostos do bem e do mal.O Maniqueísmo como filosofia religiosa
sincrética e dualística fundada e propagada por Mani que divide o mundo entre
Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má, e o espírito,
intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um
adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do
Mal.
A origem do maniqueísmo
Quando o gnosticismo
primitivo já perdia a sua influência no mundo greco-romano, surgiu na Babilônia e na Pérsia, no
século III, uma nova vertente, o maniqueísmo.
O
seu fundador foi o profeta persa Mani (ou Manés), após ter sido
"visitado" duas vezes por um anjo que o convocou para esta tarefa,
fato este comum entre aqueles que fundam religiões e seitas até hoje.
Suas ideias sincretizam elementos do Zoroastrismo,
do Hinduísmo, do Budismo, do Judaísmo e do Cristianismo.
Desse modo, Mani considerava
Zoroastro, Buda e Jesus como "pais da Justiça", e pretendia,
através de uma revelação divina, purificar e superar as mensagens individuais
de cada um deles, anunciando uma verdade completa.
“Conforme as suas ideias, a fusão
dos dois elementos primordiais, o reino da luz e o reino das trevas, teria
originado o mundo material, essencialmente mau.”
Para redimir os homens de sua existência
imperfeita, os "pais da Justiça" haviam vindo à Terra, mas como a
mensagem deles havia sido corrompida, Mani viera a fim de completar a missão
deles, como o Paráclito prometido por Cristo, e trouxera segredos para a
purificação da luz, apenas destinados aos eleitos que praticassem uma rigorosa
vida ascética. Os impuros, no máximo podiam vir a ser catecúmenos e ouvintes,
obrigados apenas à observância dos dez mandamentos.
As ideias maniqueístas
espalharam-se desde as fronteiras com a China até ao Norte d'África. Mani acabou
crucificado no final do século III, e os seus adeptos sofreram
perseguições na Babilônia e no Império Romano.
Os
maniqueus eram uma seita de reputação sinistra. Eram ilegais e, mais
tarde, seriam selvagenmente perseguidos. Tinham aura de uma sociedade secreta:
nas cidades estrangeiras, só se hospedavam na casa de membros de sua própria
seita; seus líderes viajavam por uma rede de "células" espalhadas por
todo o mundo romano. Os pagãos viam-nos com horror, os cristãos ortodoxos, com
temor e ódio. Eles eram os "bolcheviques" do século IV; uma
"quinta-coluna" de origem estrangeira, determinada a se infiltrar na
Igreja Cristã e portadora de uma solução singularmente radical para os
problemas religiosos da época.
Os maniqueístas procuravam respostas para perguntas
que as religiões dominantes não possuíam resposta como por exemplo podemos
citar:
De
onde provem o mal?
A resposta maniqueísta para o problema da origem do
mal foi o cerne do maniqueísmo para seus adeptos. Era uma resposta simples e
drástica, é-nos plenamente conhecida a partir dos textos agostinianos
(Agostinho de Hipona, ele mesmo foi maniqueu durante nove anos de sua vida) e,
neste século, pudemos novamente penetrar nos sentimentos religiosos íntimos dos
maniqueus graças á descoberta, em regiões tão distantes quanto o Egito e
Xinjiang, das literaturas apaixonadas das comunidades maniqueístas.
Os conventículos dos maniqueístas eram onde se
reunião para ouvir as leituras da grande "Carta
de Fundação" de Mani. Nessa ocasião solene, os ouvintes eram
"enchidos de luz". Essa "iluminação" era a experiência
religiosa inicial e básica de um maniqueu: era um homem que se haveria tornado
agudamente cônscio de sua condição. Era como se tivesse sido despertado de um
sono profundo por um grito distante:
"(...) Um homem ergueu a voz para o
mundo, dizendo: Abençoado aquele que conhecer sua alma."
Assim despertado, o maniqueu percebia vividamente
que era livre. Podia identificar-se apenas com uma parte de si mesmo, sua
"alma boa". Claramente, grande parte dele não pertencia a esse oásis
de pureza: as tensões de suas paixões, sua cólera, sua sexualidade, seu corpo
poluído e o vasto mundo da "natureza de rubros dentes e garras" que
existia fora dele. Tudo isso o oprimia. Era patente que o que havia de bom nele
ansiava por ser "libertado", por "retornar", fundir-se
outra vez com um sereno estado original de perfeição - um "Reino de Luz" - do qual se sentia isolado.
No entanto, era igualmente claro que os homens não
haviam conseguido realizar isto, que constituía o único desejo possível do que
de melhor havia em sua natureza.
Portanto, essa "Alma
Boa" obviamente agia sob pressão: por alguma razão misteriosa,
via-se "aprisionada", "Retida", confinada e
"Violada", empurrada de um lado para outro por uma força que,
temporariamente, era mais forte do que ela.
"Pois é fato que realmente pecamos
contra nossa vontade (...) por essa razão, buscamos o conhecimento da razão das
coisas."
Era esse "Conhecimento" da razão das
coisas" que os maniqueus deixavam claro. Em suma, conquanto todos
estivessem consciência da mescla íntima de bem e mal dentro de cada um e no
mundo ao redor, era ao mesmo tempo, profundamente repugnante para o homem
religioso, assim como absurdo para o pensador racional, que esse mal pudesse
provir de Deus. Deus é bom, totalmente inocente. Devia ser protegido da mais
tênue suspeita de responsabilidade direta ou indireta pelo mal. Essa
desesperada "piedade para com o Ser Divino" explica a natureza
drástica do sistema religioso dos maniqueus.
Os MANIQUEUS
eram DUALISTAS tão convencidos de que o mal não podia provir de um Deus bom que
acreditavam ser ele proveniente de uma invasão do bem - o "Reino da
Luz" - por uma força ou demônio hostil, de poder igual, eterno e
totalmente distinto: o "Reino
das Trevas". "A primeira coisa que um homem deve fazer",
dizia o catecismo maniqueísta chinês, "é distinguir os Dois Princípios (o
Bem e o Mal). Aquele que deseja ingressar em nossa religião deve saber que os
Dois Princípios têm naturezas absolutamente distintas: como pode quem não traz
viva em si essa distinção pôr em prática a doutrina?"
No tocante a esta questão , os maniqueus eram
racionalistas inflexíveis. Acreditavam que podiam sustentar o dogma fundamental
de sua religião unicamente por intermédio da razão:
*De onde
vieram esses pecados? Perguntariam;
*De onde
proveio o mal?
*Proveio o
mal de um Homem, de onde veio esse homem?
*Proveio o
mal de um Anjo, de onde veio esse Anjo?
*E, se
disserdes 'De Deus..., então, será como se todo
pecado e todo o mal estivessem ligados, numa cadeia ininterrupta, ao
próprio Deus.
É com esse problema que os maniqueus acreditam
poder solucionar tudo, mediante sua simples enunciação - como se fazer uma
pergunta embaraçosa significasse saber alguma coisa. Se assim fosse, não
haveria ninguém mais douto que um maniqueu.
Assim
municiados, jovens estudantes de filosofia com alargamento repentino e
dramático de seus horizontes intelectuais entregavam-se atraídos por essa nova
"Sabedoria", jovens extremamente inteligentes e excepcionalmente
argumentativos, deviam sentir-se imbatíveis!
Era uma
religião que descartava toda e qualquer crença que ameaçasse a independência de
seus cérebros sumamente ativos. Como maniqueístas, eles livravam-se prontamente
das ideias que cumulavam nas antigas religiões convencionais. Eram tomados por
uma certeza divina:
"Conheci minh'alma e o corpo que
nela se assenta, sabendo que são inimigos desdde a criação dos mundos.."
O maniqueísta não precisava que lhe ordenassem
acreditar. Eram capaz de aprender sozinhos a essência da religião. A apreensão
imediata era o que mais importava. Para um homem assim, a crucificação de
Cristo evidencia diretamente os sofrimentos de sua própria alma.
Seu herói
era o cético Tomé, homem cujo anseio de um contato direto e imediato com os segredos
divinos não foi rechaçado por Cristo.
O Sistema de Mani evitava criteriosamente a aguda ambivalência!
No maniqueísmo, o severo Jeová dos judeus era
rejeitado como um demônio maléfico e os patriarcas, como velhos sórdidos. Evitavam
elaborar qualquer sentimento íntimo de culpa que viria, mais tarde, a se
afigurar aos trechos mais evidentes do maniqueísmo.
Os
maniqueus eram homens austeros. Eram reconhecidos por seus rostos pálidos,e, na
literatura moderna, foram apresentados como provedores do mais soturno pessimismo.
No entanto conservavam esse pessimismo apenas para um lado de si mesmos.
Viam o
outro lado, sua "mente", sua "alma boa", como algo
imaculado: tratava-se, literalmente, de uma migalha da substância divina. Sua
religião destinava-se a garantir que essa parte boa deles permanecesse
essencialmente intacta, não afetada por sua natureza mais vil. Essa natureza mais vil
acabaria sendo "cindida e impelida para longe de nós, e, no fim desta
vida, será derrotada e confinada, toda ela, numa grande massa separada, como
que numa prisão eterna". Portanto, a força sumamente alheia do mal jamais
poderia fazer outra coisa senão impor-se de fora para dentro a um eu
bondoso, que para sempre se manteria
separado dela:
"(...) a veste fútil desta carne
despi, em segurança e puro; com os
limpos pés de minh'alma pisoteei-a, confiante."
Como maniqueístas, portanto, podiam desfrutar do
consolo muito real de que, apesar de toda a ambição, do inquietamento, do
sentimento invasivo de culpa, ao menos a parte boa deles permanencia
integralmente não conspurcada:
"(...)
curvei minha cabeça sob o jugo da virtude quando na juventude me surgiu a
rebelião."
Buscavam
constantemente salvar um oásis imaculado de perfeição dentro de si. Preferiam desculpar-se e acusar outra coisa
que havia em si, mas não eles próprios. Acreditavam em uma natureza ímpia que
não era eles que pecavam, mas outra natureza dentro do ser humano.
Mas, o preço que os maniqueus pareceram pagar por
essa completa renegação do mal foi
tornar o bem singularmente passivo e ineficaz.
Todos os escritos de Mani ilustram essa atitude, na qual o bem é
essencialmente passivo, impingido pela ação violenta do mal. Para o maniqueísta, o universo existente,
no qual bem e mal se mesclavam de maneira tão desastrosa, brotara de
uma invasão frontal do bem - o "Reino da Luz" - pelo mal - o
"Reino das Trevas".
Esse "Reino da Luz" estivera em absoluto
repouso, totalmente ignorante de qualquer tensão entre o bem e o mal. Tão
separado do mal era o "governante" do "Reino", o "Pai
da Luz", que se via indefeso contra ele: não podia sequer entrar em confronto
com os invasores sem sofrer uma transformação drástica e tardia de seu ser. Em
contraste, o "Reino das Trevas" era a força ativa; seus poderes
vorazes eram cegos; dirigiam-nos unicamente os incontroláveis gritos de
ganância emitidos por seus companheiros.
Portanto em todo o maniqueísmo , o bem é que estava
condenado a ser passivo. O Cristo do
maniqueu era, acima de tudo, o "Jesus Sofredor", "crucificado
por todo o universo visível". O auge da devoção maniqueísta
era o indivíduo perceber que sua parte
boa estava totalmente fundida e identificada com essa essência divina
profanada, identificar inteiramente seu destino com um Salvador que também
estava sendo salvo.
"Estou em toda parte; sustento o
firmamento; sou a base; sou a vida do mundo; sou a seiva de todas as árvores;
sou a água doce que subjaz aos filhos da matéria."
Todavia, fora desse envolvimento íntimo e sensível,
as forças do mal campeariam inalteradas e aparentemente, não controladas por
nenhuma força do bem:
"Choro por minha alma, dizendo:
possa eu ser poupado disto e do terror das feras que se entre devoram."
O maniqueísta via-se num agudo dilema. Sua religião
prometia ao fiel que, uma vez "despertado", ele teria o controle
completo de sua identidade essencial e estaria apto a garantir sua libertação.
Dizia-lhe que parte dele sempre se manteria imaculada; e oferecia um ritual
severo, que "precipitaria" mais a matéria boa e irredutível de sua
alma. Contudo, essa confiança era
constantemente desgastada pelos mitos poderosos da própria seita, mitos estes
que faziam o bem parecer profundamente abandonado e indefeso diante do ataque
do mal: faziam parecer oprimido, violado e aturdido o seu Deus, de inocência
tão imaculada que ficava perigosamente despojado de Sua onipotência.
Os
Dez Mandamentos maniqueus
Eles
deviam seguir sobretudo os dez mandamentos seguintes como fio condutor da sua
vida cotidiana:
1-Não adorar nenhum ídolo;
2-Purificar o que sai da boca: não praguejar,
não mentir, não levantar falso testemunho ou caluniar;
3-Purificar o que entra pela boca: não comer
carne, nem ingerir álcool;
4-Venerar as mensagens divinas;
5-Ser fiel ao seu cônjuge e manter a
continência sexual, especialmente durante os jejuns;
6-Auxiliar e consolar aqueles que sofrem;
7-Evitar os falsos profetas;
8-Não assustar, ferir, atormentar ou matar
animais;
9-Não roubar nem cometer fraude;
10-Não praticar nenhuma magia ou feitiçaria;
Os
grandes livros abalizados de Mani eram no total de sete, constituíram a espinha
dorsal do maniqueísmo. Esses sete livros preservariam a identidade da seita
durante cerca de 1.200 anos, em meios tão diferentes quanto
Cartago e Fu-Kien. Mas, para um homem educado no mundo do fim da era clássica,
as revelações que eles continham eram irredutivelmente exóticas: correspondiam a
um "conto de fadas persa"
O
maniqueísmo do século IV na África era muito semelhante ao comunismo da
Inglaterra no fim dos anos 1930. O maniqueísmo afirmava ser a verdadeira
"Igreja dos gentios" na África: atraía pagãos inquietos com a
ascensão do cristianismo, pois repudiava os métodos autoritários da Igreja ja
estabelecida e os traços de crueza do Velho Testamento. Enquadrava-se com
facilidade na vasta penumbra de cristianismo em que os homens instruídos
ponderavam sobre o que tomavam por oráculos da Sibila que havia profetizado a
vinda de Cristo. Muitos maniqueus eram
mais doutrinários. Viam-se exclusivamente como reformadores do cristianismo.
O movimento maniqueísta havia atraído muitos homens
humildes, artesãos e mercadores respeitáveis. Aliás, os mercadores eram os
missionários mais eficientes da seita: na China e na Ásia central, o
maniqueísmo não tardou a vacilar depois que os mongóis destruíram os grandes
impérios comerciais dos oásis do deserto do Gobi. Também no Império Romano, é
bem possível que a disseminação do maniqueísmo tenha estagnado com a recessão
comercial.
Pessoas como essas tinham mais facilidade que seus
semelhantes mais cultos para aceitar como verdades literais as rebuscadas
revelações de Mani. Muitos desses seguidores simplórios eram excepcionalmente
austeros. Como membros dos "Eleitos", equivaliam, nas comunidades
maniqueístas, aos resolutos felás egípcios que, como eremitas, haviam-se
tornado a maravilha do mundo cristão. "Incultos e primitivos", esses
homens eram natureza, fossem particularmente admirados por intelectuais
sofisticados.
Os "Fundamentalistas", eram os homens que
haviam sustentado, de maneira intransigente, as revelações que lhes tinham sido
confiadas nos grandes livros de Mani.
Mani foi
um gênio da religião. Compartilhou com todos os
pensadores gnósticos que o antecederam um vívido sentimento do homem como uma
mistura vergonhosa de duas forças opostas, mas explicou essa mistura em termos
de uma descrição plenamente detalhada do universo físico.
Para Mani, o universo em si tinha resultado dessa
mistura, e a boa nova trazida pelos maniqueus era que o mundo visível era uma
gigantesca "farmácia", na qual seria "destilada" a essência
pura dos fragmentos destroçados do Reino
da Luz. O maniqueísta portanto, estava inteiramente inserido no mundo visível.
Todos os processos físicos a seu redor aconteciam para sua salvação. Talvez ele
parecesse cultuar o Sol como um pagão, ajoelhando-se diante dele ou voltando-se
para ele ao fazer suas preces. Mas um pagão se sentiria muito inferior ao Sol.
Para os pagãos, os homens eram criaturas "atadas a corpos humanos e
sujeitas ao desejo, à tristeza, à ira (...), as últimas a nascer, prejudicadas
por inúmeros desejos"; já o Sol era claramente um "deus
visível", uma mente sobre-humana, girando em ritmo perfeito muito acima do
mundo.
Um maniqueísta veria no Sol nada menos do que o
brilho visível de uma parte de si mesmo, um fragmento de sua própria substância
boa no estágio final de destilação, pronta a se fundir novamente no "Reino
da Luz". Ele sentiria a emoção de
estar envolvido num processo inelutável, "objetivo",
"cientificamente" descrito nos livros de Mani:
"A
Luz irá para a Luz,
A
frangrância para a fragrância (...)
. .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . .
(...)
A Luz retornará a seu
lugar,
as Trevas cairão e não tornarão a se elevar."
A rigor, nenhum sistema religioso jamais tratara o
mundo visível de maneira tão drástica, e com tanta literalidade, como a
externalização de um conflito espiritual
íntimo. A imagem do universo que
emergia, é claro, não era a do mundo a que estava acostumado o romano
instruído, pois fora drasticamente distorcida pelas preocupações religiosas de
Mani. O choque entre o conteúdo dos livros maniqueístas e os fatos
observáveis do universo fisíco era quase inevitável. É que os maniqueus jamais
admitiriam que sua visão do universo era um "mito" que simbolizava
uma verdade mais profunda. Os quartos crescente e minguante da Lua, por
exemplo, não eram apenas a mera imagem
distante de um evento espiritual: eram literalmente causados pelo afluxo de
fragmentos libertos de "Luz" que ascendiam do mundo.
A disciplina moral de um maniqueísta, seu
sentimento de estar apto a conduzir uma luta espiritual até seu desfecho
glorioso, dependia de ele aceitar como verdade literal a explicação de Mani
sobre os movimentos do universo físico.
Os
maniqueus condenavam a astrologia: ela seria
um trabalho amadorístico, se comparada à Sabedoria "objetiva" de seus
próprios livros. Os maniqueístas tinham evitado as tensões do crescimento em
todos os níveis. Moralmente, afirmavam não fazer mais do que "libertar" a
parte boa que traziam em si, dissociando-se do que quer que entrasse em
conflito com sua imagem reconfortante de um fragmento de perfeição imaculada alojado
neles. Assim a disciplina maniqueísta baseava-se numa visão simplista da
maneira como os homens agem. Era de um otimismo extremo, pois presumia que
nenhum homem racional, uma vez "despertado" para sua verdadeira
condição, poderia deixar de procurar libertar sua alma, seguindo as rotinas
solenes dos maniqueus:
"Se
souber observar os rituais, ele despertará:
o fragmento de alma luminosa que existe nele retornará a sua pureza
plena; e a natureza 'estrangeira' do bem que reside temporariamente em seu corpo
se libertará de todos os perigos (...)"
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
Tutorial de solicitações para acesso as postagens
Tenho recebido diversas solicitações via formulário de contato aonde os amigos solicitantes não informam a postagem que desejam realizar o acesso. Peço desculpas por não ter informado anteriormente que o formulário de contato do blogue ao lado não está vinculado as postagens (O único vinculado as postagens é os comentários), a menos que o usuário me informe o nome ou me envie o link da mesma via formulário eu não terei como saber de qual postagem estão se referindo. Então para o melhor usufruto dos textos peço que enviem junto ao texto do formulário o link ou o título da postagem que desejam informações.
Outra questão da qual tenho sido indagado é sobre como enviar ou salvar postagens. Para tanto devem ir até o rodapé da postagem e no lado esquerdo da mesma existe um botão verde chamado "PRINT PDF" que por meio dele poderão realizar diversas funções como enviar os trabalhos para seus e-mails. Lembrando que essa atividade deve ser realizada respeitando os direitos autorais meus e das bibliografias utilizadas!
Realizei um print de tela na qual aparece o botão "Print Pdf"!
Se ainda restarem dúvidas não deixem de perguntar e para tanto utilizem o formulário de contato ou os comentários.
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