Sherlock Holmes (direita) e o Dr. Watson, por Sidney Paget.
“É um velho preceito meu
que, quando se excluí o impossível, o que resta, por mais improvável que seja,
deve ser a verdade!”
Sherlock Holmes
Estátua de Sherlock Holmes em Londres.
Autor:
Leandro Claudir Pedroso
Todos os dados presentes no
trabalho que se segue foram estudados e analisados nas obras completas de
Sherlock Holmes, publicadas em quatro volumes pela editora Nova Fronteira
Participações S. A do Rio de Janeiro, no ano de 2015 sob licença da Casa dos
Livros Editora Ltda, detentora dos direitos de edição da obra na língua
portuguesa no Brasil.
O personagem Sherlock Holmes
foi criador pelo escritor escocês, Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930), que
publicou sua primeira estória em 1887 e a última em 1927. O personagem Sherlock Holmes segundo o autor
era de biótipo magro, de estatura alta que gostava de usar um boné de viagem
com um protetor de orelhas. O longo cachimbo de barro ou cerejeira era uma das
marcas de seu personagem tornando-se um elemento praticamente indissociável de
Holmes. Também estava sempre acompanhado de sua bengala longa e fina que
utilizava como arma, bem como um chicote de caça com a mesma função, que
segundo Watson era sua arma favorita. Tinha um olhar semicerrado sobre as
pálpebras. Possuí um discreto requinte na maneira de vestir e uma capacidade de
ocultar suas emoções que deixava seu amigo Watson impressionado.
Características do personagem:
Sherlock
Holmes e Dr.
John Hamish Watson se conheceram por intermédio de Stamford, auxiliar
de enfermagem e amigo de Watson, pois ambos estavam procurando um lugar para
alugar e partilhar o valor do aluguel diante das dificuldades financeiras.
Watson acabará de vir do Afeganistão, após
lutar na segunda guerra afegã. Holmes já estava de olho em um apartamento na
Baker Street, número 221B.
Holmes trabalhava em um
hospital de Londres, no laboratório de química. Para sua locomoção, Watson e
Holmes usavam um Cabriole alugado e às vezes charrete e trem.
Cabriolet do século XIX.
Homes não fazia seu trabalho
por dinheiro, mas por amor a arte da investigação, pois não cobrava pelos
serviços ou cobrava um valor insignificante. Segundo seu código de conduta
cobrava na maioria das vezes somente os gastos referentes aos custos da
investigação. Não tinha preço pelos serviços, só pelas despesas com a
investigação. Dizia que sua profissão tinha sua própria recompensa.
Entre suas excentricidades,
Holmes guarda os charutos no balde de carvão e o tabaco no chinelo persa perto
da lareira. Sua correspondência ainda não respondida era presa com um punhal no
meio do consolo da lareira. Praticava tiro ao alvo dentro de casa, sentado na
poltrona.
A sala de Holmes na Baker Street 221B, construída conforme as especificações dos livros. Foto: Museu Sherlock Holmes.
Tinha um amor platônico por
Irene Adler, uma mulher com quem nunca teve uma vida ao lado e faleceu muito
jovem.
Guardava relíquias criminais
por todos os lugares da casa.
Considerava o exercício
físico sem finalidade uma pura perda de energia.
Holmes falava com uma voz
tranquila ao tratar com os clientes, sempre dava conselhos para ficarem calmos
até saber o que realmente estava acontecendo.
Raramente vai a algum lugar
a não ser por motivos profissionais.
Perito na ciência da dedução
e da análise.
Sua profissão era detetive-consultor.
Gostava de agir
extraoficialmente, pois assim podia seguir seus próprios métodos e revelar ou
esconder oque quiser.
Usa um grupo de meninos de
rua para auxiliar em suas investigações, como ouvidos que ninguém se importa de
ter por perto.
Tem semanas de atividade
intensa e semanas de depressão. Sofrendo crises de apatia e atividade. Quando
tomado por crises de apatia usava cocaína, droga na qual foi viciado, pois caia
em depressão quando não possuía casos para resolver. Depois de intensa
atividade durante um caso, ao termino caia em depressão. Graças ao seu amigo e companheiro Doutor
Watson conseguiu livrar-se do vicio que ameaçou destruir sua carreira como detetive
consultor. Por esta característica de sua personalidade o próprio Sherlock
Holmes se considerava um preguiçoso quando não estava disposto.
Uma de suas peculiaridades
era que em seus momentos mais intensos ele não se permitia nenhuma comida, até
em algumas ocasiões desmaiar de inanição.
Quando está sem um caso para
resolver fica sonhador, introspectivo e pálido.
Quando estava reflexivo,
mergulhado em seus pensamentos, costumava juntar a ponta dos dedos.
Gostava de tocar violino
para relaxar ou refletir sobre as investigações em andamento.
Seu
amigo e companheiro Dr. Watson usava um revólver Eley Nº2.
Mestre na arte de obter a
confiança de uma testemunha humilde.
Considerava-se um pioneiro
na arte da investigação particular.
Às vezes Holmes usava cães
em suas investigações para seguir pistas.
Toda a manhã Holmes gostava
de ler os jornais e estar inteirado dos acontecimentos.
Entre seus clientes
encontravam-se reis, nobres, pessoas comuns, etc.
A
própria Scotlandd Yard indicava Holmes para as pessoas com problemas a serem
solucionados.
Amante da lógica e do
raciocínio rígido.
Holmes chamava seu trabalho
de arte.
Gostava de meditar sobre os
casos.
Era considerado pelos
jornais e inclusive pela própria Scotland Yard um mestre da dedução.
Adorava fazer pesquisas
químicas a noite toda.
Expert no estudo de caligrafias.
Conhecido por sua discrição
em resolver os casos.
Nunca faz algo sem um bom
motivo.
Além do cachimbo de
cerejeira Holmes gostava de fumar cigarros.
Sempre muito crítico e não
poupava nem seu parceiro Watson.
Quando queria Holmes tinha,
um jeito especialmente insinuante com as mulheres, que conseguia ganhar
rapidamente a confiança delas.
Curiosidades e aventuras:
Dr. Watson, amigo, colega e
biógrafo de Holmes, foi com base nos relatos de Watson que as histórias de
Sherlock Holmes, segundo as próprias obras ficaram famosa na estória. Holmes
nunca fazia referência a sua família e muito pouco sobre sua infância.
Da personalidade de Holmes,
o próprio Watson afirma que causa uma impressão pouco humana como um cérebro
sem coração, desprovido de simpatia humana. Com aversão a novas amizades e de
temperamento seco.
Os
antepassados de Holmes pertenciam a nobreza do campo, sua avó era irmã do
artista francês Vernet. De onde acredita que herdou a arte da
dedução pois a arte assume várias formas como ele mesmo afirma.
Quando se mudou para Londres
o primeiro lugar em que morou foi na Montague
Street perto do Museu Britânico.
Admitia não ser sociável e
na faculdade onde ficará dois anos fizer um único amigo Vitor Trevor. Holmes preferia ficar em seus aposentos elaborando
métodos de raciocínio e nunca se envolvia com os colegas de classe, com raras
exceções de esgrima e boxe, tinha pouca inclinação para o esporte.
Foi recomendação do pai do
amigo de Holmes, Sr. Trevor, que transformasse sua habilidade em profissão
invés de hobby.
Segundo
seu companheiro de aventuras e melhor amigo Dr. Watson, que descreve Holmes
como
nota zero em filosofia, astronomia e política. Em botânica tinha conhecimento variável, em geologia era bem instruído desde que tivesse ligação com manchas de
lama de qualquer região a uma distância de setenta quilômetros da cidade de
Londres, em química Holmes era
excêntrico, em anatomia não era
muito organizado, em literatura era
sensacional, bem como em registro de
crimes era único. Além de violinista,
lutador de boxes, espadachim, advogado e envenenador de si mesmo com cocaína e tabaco.
O break fast, café da manhã era um momento importante para Holmes.
Lia os jornais principalmente anúncios pessoais. Na realidade Holmes adorava
ler anúncios sobre perda, desaparecimentos, pois tudo era uma oportunidade de
casos para ele resolver.
Escreveu várias monografias sobre investigação com
temas como: tipos de tabaco, charutos, cigarros, pegadas, dentre outros temas
que auxiliavam nas suas investigações.
Sherlock Holmes era hábil em
criar disfarces para si com um toque
de genialidade que o deixavam irreconhecível.
Homes só aceitava casos com
características fora do comum, e até fantásticas.
Seu amigo Dr. John H. Watson se casou
possivelmente três vezes diante das idas e vindas aonde ambos moraram juntos na
Baker street.
Uma vez por ano limpava seus
documentos, mas raramente jogava algo fora, tinha o costume de guardar todos os
recortes, anúncios e anotações dos casos por ele tratados.
Possuía um álbum aonde
guardava os recortes dos anúncios policiais dos jornais.
Guardava suas anotações,
relatos de ocorrências e crimes em um baú. Tinha um registro de todos os seus
casos anotados e arquivados.
Era conhecido pela polícia
como pela Suprema Corte de apelação em casos duvidosos.
Demorou muitos anos até ser
reconhecido em sua carreira.
Durante alguns casos chegava
há trabalhar 15 horas por dia para solucionar os mesmos.
No caso “O Aleijado”, Holmes
usa pela primeira vez a palavra que se tornou famosa: “elementar” que marcaria seu personagem (ao contrario do que afirmam,
a expressão aparece nas obras originais e não somente no teatro, como afirmam
alguns ter sido usado originalmente.
Não possuía atração nem pelo
campo ou mar em tratando-se de férias, preferia ficar no meio de Londres aonde
qualquer caso o levasse a uma investigação.
Mycroft Holmes, como imaginado por Sidney Paget em the Strand Magazine.
No volume 2 na página 161
das obras completas, Holmes admite possuir um irmão chamado Mycroft Holmes, sete anos mais novo que
Sherlock. Seu irmão Mycroft era membro do clube Diógenes. Mesmo possuindo
habilidades de dedução e observação superiores a de Holmes, segundo ele mesmo,
Mycroft não era ambicioso e nem tinha energia para ir a campo e prová-las.
Sendo incapaz de lidar com as questões práticas.
Holmes levava alguns casos
para seu irmão ouvir e apresentava suas deduções e observações a Mycroft que
acrescentava as suas.
Oque para Holmes havia se
tornado em uma profissão para Mycroft era um hobby, pois também tinha uma
cabeça excelente para números e faz auditoria
nos livros de departamentos do governo inglês.
Holmes e Watson chegando ao Clube Diógenes para conversarem com Mycroft.
No Clube Diógenes que Mycroft é membro fundador encontrava-se os
homens menos sociáveis e agrupáveis de Londres. Nenhum membro tem permissão de
dar atenção ao outro, exceto na Sala dos Estranhos, a conversa não é permitida
em nenhuma circunstância, os homens ficam sentados em poltronas confortáveis
lendo jornais.
Holmes fazia uso de anúncios
em jornais para solucionar seus casos como recompensa por informação sobre
certo acontecimento, pessoa ou item desaparecido.
Holmes e Moriarty lutando. Por Sidney Paget, 1893.
Professor Moriarty,
professor de matemática aposentado e chefe de uma organização criminosa chamada
Sindicato do Crime da Europa. Esse
caso passou-se em 1891. Moriarty mandou atear fogo ano apartamento de Holmes
considerou Moriarty seu equivalente intelectual. Holmes conseguiu que
prendessem toda a gangue de Moriarty, mas Moriarty escapou. No dia 3 de maio de
1891, Watson e Holmes chegaram à Suíça na aldeia
de Meiringen. Holmes supostamente morre em uma luta corpo-a-corpo com
Moriarty quando os dois caem nas quedas
d’água de Reichenbach.
Watson encontra a bengala de Holmes próximo da qued'água de Reichenbach.
Holmes nunca queria que seu
nome aparecesse nos jornais ou nos arquivos da polícia, pois afirmava: “O trabalho
é a própria recompensa.”
Ao se concentrar em um
problema, podia ficar horas direto refletindo e durante esses momentos cantava
e assoviava enquanto estudava o caso. Quando sentia-se confuso cerrava as
sobrancelhas e o olhar ficava distante. E deixava para fazer suas revelações na
hora que achasse conveniente e à sua maneira.
Os inspetores policiais
locais e da Scotland Yard, tinham orgulho de trabalhar com Holmes. Ainda que
muitas vezes houvesse competição por parte da polícia em resolver o caso antes de
Holmes.
Possuía amigos na polícia de
todo o mundo como em Nova Iorque, o inspetor
Wilson Hargeave.
Entre os anos de 1894 e
1901, Holmes foi consultado pela polícia em todos os casos públicos de grande
dificuldade e outras centenas de casos particulares.
Amava acima de tudo a
precisão e a concentração de pensamento, se ressentia de tudo que distraísse
sua atenção do assunto em que estivesse envolvido.
Possuía uma enciclopédia de
referências sobre os personagens importantes da época.
Conhecedor de mais de 42
marcas de pneus de bicicletas e as impressões deixadas por elas. Isso ajudava
nas investigações da época como das rodas dos cabrioles e charretes.
Na estória “A aventura da
Priory School”, Holmes aparece pela primeira vez cobrando diretamente a
recompensa por um caso resolvido do desaparecimento do filho do Duque de Holdernesse. O valor cobrado
era de 5.000 libras por achar seu filho Saltire
desaparecido e 1.000 libras por dar o nome do culpado.
Recusava ajudar poderosos e
ricos, quando o problema não o atraía, mas seria capaz de dedicar semanas da
mais intensa concentração ao caso de um cliente humilde que tivesse aquelas
qualidades estranhas e dramáticas que apelavam para sua imaginação e desafiavam
seu talento.
Stanley
Hopkins, jovem inspetor de polícia no qual Holmes tinha
grandes esperanças com profissional e o mesmo admirava o trabalho de Holmes
como um aluno.
A
cidade de São Paulo, no Brasil, é citada na estória, “A aventura de Black Peter”.
Sherlock Holmes é tão
obstinado em resolver seus casos que na estória, “A aventura de Charles Augustus Miverton”, chegou a
ficar noivo da empregada da casa do investigado. Utilizando-se do subterfugio
do disfarce de um bombeiro chamado Escott. Tudo para saber mais sobre a vida de
Milveton.
Pela Scotland Yard e pelos
jornais, Holmes era conhecido como perito-consultor.
Sempre que podia Holmes
gostava de consultar seus arquivos de velhos jornais que ficavam em um dos
quartos de seu apartamento na Baker Street.
Holmes ao resolver a prisão
de Huret, o assassino do boulevard – façanha que lhe rendeu uma carta de
agradecimentos assinada pelo presidente da França e a Ordem da Legião de Honra.
Na estória, “A aventura de ‘Three-quarter’
desaparecido”, Watson relata ter conseguido gradativamente tirar as drogas da
vida de Holmes que certa vez ameaçaram a sua notável carreira.
Em algumas estórias, como “A
aventura de Abbey Grange” Holmes ao descobrir indícios que o crime havia sido
ocasionado por legitima defesa, mas com agravantes que poderiam levar ‘boas’
pessoas à cadeia, Holmes decide por si próprio e não informa tudo que descobriu
à Scotland Yard. Para permitir que um casal de amantes separados pelo
infortúnio da vida e pela classe social distinta ficassem juntos.
Gosta de revelar seus
resultados em uma investigação quando achar que deve e de uma só vez e não por
etapas.
Sherlock
Holmes foi dado por morto durante três anos, mas então no caso “A aventura da
casa vazia”, ele reaparece e esclarece que ficou escondido
disfarçado de velho. Que somente Moriarty morreu ao cair na que d’água. Ele não
caiu e decidiu se esconder porque ainda haviam criminosos tentando mata-lo e
que para pegá-los seria mais fácil se eles acharem que ele estivesse morto,
pois se descuidariam em suas ações criminosas. Passou os anos viajando pelo
Tibet, Persia, cidade de Meca, Cartum e por fim a França. Usando o nome falso
de SIGERSON, um norueguês
explorador. Depois que soube de um caso interessante em Londres sobre a morte
de Ronald Adair, voltou para Baker Street em seus antigos aposentos que seu
irmão Mycroft conservará como deixou. Após seu retorno Watson volta a morar com
ele na Baker Street, e a pedido do mesmo vende sua clínica (nesse ínterim algo
acontece com a esposa de Watson que não é mais citada na estória).
Um retrato de Sherlock Holmes por Sidney Paget em The Strand Magazine, em 1891, em .O Homem com a boca torta.
Na estória “A aventura da
segunda mancha” Holmes saiu de Londres e se dedica ao estudo e a criação de
abelhas em Sussex Downs. Teria sido sua aposentadoria assim?
Autor:
Leandro Claudir Pedroso.
Referência:
DOYLE,
Sir Arthur Conan. Sherlock Holmes: obras completas. Rio de Janeiro: Editora
Nova Fronteira, 2015.
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