Papiros do Mar Morto. Imagem: Arqueologia da Bíblia.
Seguindo um ponto tradicional, o objeto de estudo da arqueologia seria
apenas o estudo das "coisas", particularmente os objetos criados pelo
trabalho humano (os "artefatos"), que constituiriam os
"fatos" arqueológicos reconstituíveis pelo trabalho de escavação e
restauração por parte do arqueólogo. Essa concepção encontra-se muito difundida
entre aqueles que consideram ser a tarefa do arqueólogo simplesmente fazer
buracos no solo e recuperar objetos antigos. Na verdade, a palavra arqueologia
deriva do grego e significa "conhecimento dos primórdios" ou
"relato das coisas antigas". Tive inclusive em Janeiro de 2011 o
privilégio de participar de uma escavação arqueólogica em Israel e digo com
toda a certeza que arqueologia não é Indiana-Jones. A arqueologia tem, nos
últimos anos, alargado seu campo de ação para o estudo da cultura material de
qualquer época, passada ou presente. A arqueologia industrial, por exemplo,
estuda construções e objetos ligados à indústria, no passado e no presente. A
arqueologia histórica constitui outro exemplo do estudo do passado recente e do
próprio presente, pela arqueologia contemporânea. Mas existe uma outra parte da
arqueologia divulgada muito mais nas últimas décadas pela quantidade de achados
que estão ajudando a sua teoria a ser comprovada:
A arqueologia bíblica.
A arqueologia bíblica estuda restos materiais relacionados direta ou
indiretamente com os relatos bíblicos e com a história das religiões
judaico-cristãs. E é sobre a sua relação com a veracidade histórica de Cristo que
iremos falar hoje neste artigo.
Jesus
existiu?
"Flávio Josefo (37-100 d.C), um historiador judeu que se aliou aos
romanos, escreveu um clássico tratado sobre a história dos judeus, desde os
primórdios até o primeiro século d.C., período em que ele mesmo vivera. Ele
menciona nominalmente Jesus em pelo menos 3 ocasiões, embora a última seja
reconhecidamente uma interpolação tardia e, portanto, não merece ser avaliada.
Mas, numa designação muito clara do ministério de Jesus, ele escreveu:
'Por esse tempo, surgiu Jesus, homem sábio (se é que na realidade se
pode chamar de homem). Pois era obrador de feitos extraordinários e mestre dos
homens que aceitam alegremente coisas estranhas. Ele arrastou após si muitos
judeus e muitos gregos. Era considerado o Messias. Embora Pilatos, por
acusações de nossos chefes, O condenasse à cruz, aqueles que O tinham amado
desde o princípio não cessaram de proclamar que, passado o terceiro dia, Ele
apareceu-lhes novamente vivo. Os profetas de Deus tinham respeito por Ele.
Ademais, até o presente, a estirpe dos cristãos, assim chamada por referência a
Ele, não cessou de existir.' "
Nesse texto podemos ver claramente a visão de Josefo sobre o mestre e
seus milagres. Ele não era seu seguidor e portanto não teria porque repetir o
testemunho de seus feitos. Josefo, provavelmente não teria visto pessoalmente
nenhum dos milagres (ele nasceu depois de sua morte), mas conheçeu testemunhas
pessoais dos fantásticos acontecimentos relacionados ao ministério dEle.
Mas, será
que existe algum relato romano sobre cristo?
O historiador Tácito que, por volta do ano 115 mencionou o incêndio de
Roma de 64 d.C. e mencionou a perseguição de Nero aos cristãos e o nome de
Cristo que, segundo ele, não era um título mas um nome.
Os essênios
e o Cristianismo
Seguindo o entusiasmo inicial provocado pela descoberta dos rolos do Mar
Morto e a publicação das obras principais dos essênios, vários estudiosos
procuraram estabelecer paralelos entre as ideias religiosas e as práticas dos
essênios e a igreja cristã primitiva.
Mas se há alguma semelhança entre os ensinos de cristo e a seita, é
porque ambos remontam à mesma fonte: o velho testamento.
Não há nenhuma evidência de contato entre Jesus e a comunidade de
Qumram, por outro lado, João Batista, durante sua longa permanência no deserto
poderia ter algum contato com os essênios. Isto não quer dizer que João
aprendeu algo com os essênios.
Os Essênios não eram os únicos a advogar uma vida de ceticismo ou a
praticar o batismo. Se João partilhava com os essênios a expectativa do
Messias, a qual se considerava o precursor, havia inúmeros outros israelitas
que acariciavam a mesma esperança. Convém mostrar que em contraste com os
essênios que viviam no deserto, João dirigia sua palavra a todos e não apenas a
uma elite espiritual. Além disso, o batismo realizado por João era feito uma só
vez e não várias vezes como os essênios faziam.
Baixo
império-romano: o início da perseguição
Jesus pregou suas ideias durante o governo de Otávio Augusto (27 a.C. -
14 a.C). Após a morte de Jesus, as ideias cristãs se propagaram por todo o
império, conquistando um considerável número de adeptos.
Mas porque a propagação do cristianismo tornou-se um problema para Roma?
As idéias defendidas por Cristo eram completamente opostas a religiao
romana, inclusive colocando em dúvida o caráter divino do imperador. O
cristianismo foi abraçado pela maioria da população, especialmente por escravos
, que se identificaram com o princípio de igualdade entre os homens diante de
um único Deus.
ICHTUS?
Se você pensa que a cruz de cristo é o símbolo cristão mais antigo, está
errado. Na verdade a cruz nem símbolo cristão é.
A cruz, era um dos métodos mais cruéis e brutais de morte criado pelos
romanos, o que não se adapta muito a uma religião que prega o amor de uns aos
outros, não acha?