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quarta-feira, 11 de julho de 2012

O Caminho até a montanha é vermelho.


Imagem estilizada da capa da Edição em inglês do Livro Deus é vermelho (God is Red: HarperOne, and Imprint of HarperCollinsPublishers).

Liao Yiwu é o escritor contemporâneo mais censurado hoje na China. Seu poema épico “Massacre”, composto em 1989 em condenação à sangrenta repressão do governo na Praça da Paz Celestial (ou Praça de Tiananmen), levou a quatro anos dee prisão. Seu livro The Corpse Walker: Real Lifes Stories, China from the Bottom Up (O Cadáver andarilho: histórias da vida real, a China de baixo para cima), de 2008, que narra a vida dos marginalizados da sociedade comunist, permanece proibido no país. Os líderes chineses consideram seus textos subversivos, pois são críticos do sistema socialista.

Apesar do ambiente adverso na terra natal, Liao não se abala e continua a soltar as rédeas da curiosidade. Em God in China (Deus na China), ele direciona a atenção para uma área há anos escondida do Ocidente, e que permance um assunto de imensa controvérsia: o ressurgimento do cristianismo na China. O centro de estudos World Christian Database estima a existência de setenta milhões de cristãos praticantes no pís, ou 5% da população total. Numa sociedade abertamente ateia, o cristianismo é a maior religião formal da China.

O número, sem dúvida, surpreederá muitos ocidentais, mais inclinados a associar a China aos budistas e taoístas queimadorres de incenso, ou aos pragmáticos confucionistas, ou aos comunistas ateus ambivalentes, empunhado bandeiras vermelhas e convertidos espiritualmente ao consumismo.

O cristianismo ingressou na China no início do século VII. Embora os intercâmbios científicos envolvendo jesuítas nma corte de Kublai Khan estejam bem documentados, a religião não se enraizou de forma sólida até o século XIX, quando melhorias no transporte e acesso ao interior possibilitaram o trabalho de ondas de missionários europeus no Império do Centro. Antes da tomada do poder pelos comunistas em 1949, a liderança cristã local, formada no exterior ou tutelada pelos missionários, acelerou o crescimento da religião entre os nativos. Segundo a China Soul for Christ Foundation (Fundação Alma da China para Cristo), o número de adeptos chegava a setecentos mil quando os missionários estrangeiros forma expulsos após a tomada comunista, em 1949.

Antes da morte de Mao Tsé-tung, em 1976, muitos cristãos chineses foram presos ou executados. Nos últimos anos, com o afrouxamento do controle governamental sobre a religião, o cristianismo experimentou um crescimento explosivo, embora o Partido Comunista procure fiscalizar o movimento cristão, exigindo que todas as igrejas pertençam também ao

terça-feira, 10 de julho de 2012

Os Caixões de granito de Serapeum



Caixão de granito de Serapeum (Foto: Walter B. Emery, Archaic Egypt. New York: Pequim Books, 1961).

A nordeste da pirâmide escalonada de Djoser, em Saqqara, há uma galeria de túmulos construídos em um túnel escavado na rocha, dedicada ao touro Ápis.

O geógrafo grego Estrabão (63 a.C -  22 d.C) escreveu, depois de visitar o Egito, que os touros Ápis eram enterrados numa câmara subterrânea, chamada Serapeum, no final de uma alameda pavimentada ladeada por 140 esfinges de pedra. O local está constantemente sendo enterrado pela areia levada pelo vento e era de difícil acesso mesmo na época de Estrabão. Durante séculos, esses túmulos estiveram perdidos; então, em 1850, um francês de 29 anos, Auguste Mariette, encontrou a cabeça e as patas de uma esfinge de pedra projetando-se da areia.

No interior do Serapeum, câmaras com tetos de quase 7,5 metros de altura e pisos 1,5 metro mais baixos do que o piso principal forma escavados em ambos os lados do corredor principal. Essas salas abertas eram o local em que os maciços sarcófagos para os touros Ápis antigamente ficavam . Cada sarcófago era esculpido de um único bloco de granito, e cada tampa pesava muitas toneladas. Vários desses sarcófagos ainda existem dentro do Serapeum.

Em 1995, Dunn, munido com uma régua de marceneiro de altíssima precisão, inspecionou as faces interna e externa de dois sarcófagos. A tampa de 27 toneladas de um dos sarcófagos, e a superfície interna do caixão de granito em que ela se apoiava, tinha uma precisão de 0,000125 centímetro. Ele também verificou que os cantos tinham a precisão de 0,39 cm. Segundo Dunn, reproduzir a precisão dos caixões de granito de Serapeum seria extremamente difícil memso hoje em dia. As superfícies lisas, perfeitamente planas e os cantos que se ajustavam sem folga deixaram-no pasmo. 

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Imhotep, o homem de múltiplas facetas.



Imhotep. (Imagem: Brooklin Museum of New York.)

Considerado o fundador da medicina egípcia, seu nome em grego significa “aquele que vem em paz”. Personagem emblemática, viveu entre 2800 a.jC. e 2700 a.C. e foi um homem  de múltiplas facetas. Vizir e arquiteto do rei Djeser (III dinastia), era também filósofo. No pedesral de uma estátua do rei Dejeser, ele é apresentado como “o chanceler do rei do Baixo Egito, o primeiro após o rei do Alto Egito, administrador do palácio, nobre herdeiro, grande sacerdote de Heliópolis, Imhotep, o construtor, o escultor.

Djeser faraó da III dinastia, obteve um oficial extraordinário, o primeiro indivíduo revelado por registros humanos: Imhotep. Esse homem parece ter vindo originalmente do templo de Rá, o deus-Sol, em Heliópolis. Djeser o transformou no segundo homem do reino, concedeu-lhe a prestigiosa situação de participar da família régia e o divinizou virtualmente, permitindo que suas distinções fossem inscritas em sua própria estátua no complexo funeral régio de Sakkara, que Imhotep construíra para ele: “O Ministro do Rei do Baixo Egito, o primeiro depois do Rei do Alto Egito, administrador do grande palácio, chefe hereditário, o Sumo Sacerdote de Heliópolis, Imhotep, o construtor, o escultor, o realizador de vasos de pedra”.

Pode  ele ter sido todas essas coisas? A imagem de Imhotep transmitida a gerações posteriores foi a de um gênio universal, mas principalmente, a de um médico fundador do sistema egípcio de medicina considerado por muitos o mais importante do mundo antigo.

Divinizaram-no como o próprio deus da cura no tempo de ptolomeu, os gregos o igualaram a Asclépio. O que podemos assegurar é que ele foi um arquiteto de originalidade e visão incomparáveis. Seu próprio tempo o chamou, curiosamente, de “o realizador de vasos de pedra”. O vaso de pedra se tornou a primeira grande conquista da cultura egípcia. Nos dias de Imhotep, eles eram feitos em quantidades surpreendentes; mais de 40 mil deles foram encontrados no complexo de Djeser, ainda que muitos possam ter sido trazidos por ele de tumbas dinásticas anteriores, tentando anular a ação dos saqueadores. Vale lembrar que, para confeccionar e polir todos esses objetos, milhares de horas e homens eram necessários. Imhotep foi o primeiro a fazer uso integral das técnicas dos pedreiros em monumentos arquitetônicos. Tradicionalmente, os egípcios construíam com adobes oblongos compostos da lama do Nilo, areia e pedaços de palha.

Saiba mais sobre o Bóson de Higgs, a ‘partícula de deus’

 Experimento é considerado crucial para a compreensão da formação do Universo.

Pesquisadores reunidos em torno do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) anunciaram, nesta terça-feira, avanços na busca pelo Bóson de Higgs, chamada de "partícula de deus".

A partícula é considerada o pedaço que falta na principal teoria da física de partículas - conhecida como Modelo Padrão - que descreve como partículas e forças interagem. Ela seria responsável por dar massa a todas as outras partículas.
Segundo os pesquisadores, a ciência está mais perto de confirmar a existência da partícula, considerada crucial para a compreensão da formação do Universo.
Os experimentos têm sido feitos no imenso acelerador de partículas (o mais potente já construído) do Cern, laboratório da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, na Suíça.
Saiba mais sobre a experiência.

O que é o Bóson de Higgs?

Segundo teorias da Física, Higgs é uma partícula subatômica considerada uma das matérias-primas básicas da criação do universo. Diferente dos átomos, feitos de massa, as partículas de Higgs não teriam nenhum elemento em sua composição.
Elas são importantes porque dão respaldo a uma das mais aceitas teorias acerca do universo - a do Modelo Padrão, que explica como outras partículas obtiveram massa. Segundo essa tese, o universo foi resfriado após o Big Bang, quando uma força invisível, conhecida como Campo de Higgs, formou-se junto de partículas associadas, os Bósons de Higgs, transferindo massa para outras partículas fundamentais.

Por que a massa é importante?


Stephen Hawking perde aposta por possível descoberta da 'partícula de Deus'

O renomado físico britânico Stephen Hawking disse acreditar que perderá US$ 100 (R$ 200) por uma aposta que fez com um amigo se comprovada a descoberta do Bóson de Higgs, também chamado de 'partícula de deus'.

Em entrevista à BBC, Hawking disse que pagará a quantia ao colega americano e também físico Gordon Kane, professor e diretor emérito da Universidade de Michigan, ao apostar que o elemento nunca seria achado.
Nesta quarta-feira, cientistas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), em Genebra, na Suíça, anunciaram que há fortes indícios de que a partícula foi finalmente encontrada.
Se confirmada, a descoberta coroaria uma das teorias físicas mais importantes de todos os tempos - chamada de Modelo Padrão, que ajudaria a completar o entendimento sobre o funcionamento do Universo.
Hawking também parabenizou as equipes envolvidas nos experimentos do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), um imenso acelerador de partículas localizado no subterrâneo da fronteira entre Suíça e França, através do qual o novo elemento foi encontrado.

O teórico britânico acrescentou que, caso seja comprovada a descoberta da Partícula de Deus, o cientista Peter Higgs, um dos primeiros a propor a teoria de como as partículas adquirem massa, mereceria ganhar o prêmio Nobel de Física por sua contribuição à ciência.


sábado, 7 de julho de 2012

Chaka Zulu, um rei africano.



“Em torno da cabeça raspada ele usava uma faixa de pele de lontra, que tinha em toda a circunferência feixes de magníficas plumas de um tom vermelho-escuro, bem na frente, uma pluma resplandecente de garça-azul, de 60 centímetros de comprimento.”

The Annals of Natal: 1495-1845, de Henry Fynn (Compilação de John Bird, 1966).

 
Além de respeitado como grande guerreiro, graças aos seus méritos, Chaka Zulu treinou e disciplinou rigorosamente os seus homens e formou um exército formidável. (Imagem: Mary Evans Picture Library).

Conhecido em todo o reino zulu como um, guerreiro feroz que matou um leopardo aos dezenove anos, que construiu um exército invencível com base num núcleo de menos de quinhentos anos e, ao longo de um reinado de doze, foi responsável pela morte de mai de um milhão de pessoas, Chaka Zjulu, ou “rei Chaka”, como é conhecido também, foi um governante implacável que exerceu um poder inacreditável.

Uma infância difícil

Chaka Zulu nasceu por volta de 1789, filho ilegítimo de uma mulher chamada Nandi (membro da tribo langeni) e de Senzangacona, que era um chefe Zulu. Em consequência desse adverso começo de vida, Chaka cresceu num ambiente pouco acolhedor, pois sua mãe era malvista pela tribo, e, segundo conta a lenda, Chaka era humilhado e ridicularizado por causa da origem bastarda.

Em tenra idade, Chaka foi obrigado a trabalhar com pastor nas terras dos langenis, mas mesmo quando cuidava do gado as outras  crianças gostavam de intimidá-lo. Dizem que durante toda  a infância foi uma criatura extremamente solitária.

A despeito disso, aos dezenove anos, Chaka já era um lutador formidável, fato corroborado pela história de que ele matou um leopardo. O animal tinha sido acuado numa árvore. Chaka arremessou a primeira lança contra a fera, mas não lhe acertou o coração; o animal saltou da árvore e avançou contra chaka, que em vez de fugir, esperou o animal chegar bem perto e matou-o a porretadas.

Talvez por causa dessa demonstração de força, talvez por ter chegado a ser querido e respeitado, aos vinte e três anos Chaka foi chamado a servir como soldado da tribo mtetwa.

Nasce um guerreiro

Durante os seis anos seguintes, portou-se de forma admirável em sua unidade. Ao mesmo tempo, começou a procurar táticas e armas melhores e mais eficientes para matar o inimigo. Com essa finalidade, dizem que Chaka criou um novo tipo de lâmina para sua lança, mais resistente que a leve assegais. Chaka queria usar ferro forjado, ou ferro virgem, para que a nova lança pudesse ser moldada com a forma que ele desejava.  Dizem que o ferreiro que ele procurou teve de fabricar novos foles e uma nova fornalha para atendê-lo. O resultado foi exatamente o que Chaka havia sonhado: uma lança de grande beleza e eficiência. Na verdade, tão letal era a nova arma, que Chaka lhe deu seu próprio nome, Íxua; embora não exista nenhuma tradução literal ou livre dessa palavra, algumas pessoas se perguntam se não era onomatopéia: o som sibilante da lâmina quando penetrava na carne.

Chaka Zulu também introduziu escudos mais pesados de couro de boi, dentre outras novas armas. As novas armas  e as novas táticas de Chaka devem ter sido eficientes, pois em várias escaramuças com tribos rivais sua reputação de guerreiro não perdia para ninguém. 

Em 1810, numa batalha contra a tribo dos butelezis, dizem que Chaka derrubou e matou sozinho vários adversários com a nova lança de lâmina larga, fazendo que os butelezis remanescentes fugissem aterrorizados.

Quando começaram as discussões  sobre a sucessão do pai dele Senzangacona, na chefia dos zulus, Chaka foi apresentado como um dos candidatos mais fortes. Enquanto isso, ele havia recebido o controle total sobre o exército zulu, uma posição que lhe permitiu refinar as táticas de guerra e capacidade de liderança.

O pai de Chaka Zulu morreu em 1816. Após as cerimônias fúnebres, o pai de Chaka Zulu foi enterrado no vale Mpembeni (Macosini – O Lugar dos Chefes).

De bastardo à Rei

Chaka tinha sido escolhido para suceder ao pai na chefia da tribo. Mas, depois da cerimônia fúnebre, soube que não seria o novo líder. Sigujana, um dos meios-irmãos de Chaka, assumiu o poder. Chaka ficou furioso, assim como seus homens, mas coube a outro dos meios-irmãos de Chaka, Nguadi (filho de Nandi e de Gendeiana) por fim a usurpação de Sigujana. Finalmente Chaka Zulu assumiu a liderança da tribo e sem mais tardança, entrou na craal do pai. Começou a reestruturar todo o clã zulu. Construiu um novo craal para cada unidade, que funcionava de maneira muito parecida com uma guarnição militar ou com um quartel de nossos dias.

O primeiro ato real de agressão instigado por Chaka Zulu no novo cargo de chefe de clã foi contra os e-langenis – a mesma tribo na qual ele havia crescido e, por conseguinte, contra os mesmos homens, mulheres e crianças que o haviam humilhado. Chaka nunca se esqueceu de seus torturadores, e agora, como chefe por mérito próprio, resolvera se vingar.

Ao alvorecer, Chaka e seus homens tinham cercado não só a craal de Esiueni, nas terras dos e-langeris, como também o chefe da tribo. Aos primeiros raios de sol, Chaka ordenou aos e-langenis que se rendessem, o que eles fizeram imediatamente, sem esboçar a menor reação. Chaka levou a julgamento todas as pessoas contra as quais guardava rancor. Citou uma lista de crimes cometidos desde a época de sua infância, responsabilizando-as por eles. Depois Chaka, dividiu o grupo em dois, aqueles que perdoaria e aqueles que haviam cometido crimes imperdoáveis. Matou brutalmente os membros do segundo grupo, empalando-os em longas estacas e queimando-os.

Após as execuções, o chefe e-langeni submeteu-se a todas as exigências de Chaka. Chaka voltou à sua craal natal com uma fama muitíssimo maior do que a que tinha ao partir. Clãs vizinhos começaram a mandar seus jovens para entrar no exército de Chaka onde passavam por um treinamento intensivo.

Um grande número de pessoas de outros territórios começaram a chegar à terra dos zulus para se beneficiarem da proteção das leis do sábio rei guerreiro. Os homens juntavam-se ao exército cada vez mais numeroso de Chaka. Por vez Chaka já contava com um exército de 3.600 homens armados até os dentes e bem treinados.

O implacavel rei guerreiro

Durante a batalha do Quocli, contra a tribo nduandues, os zulus tiveram sua primeira grande vitória, na qual perderam 1.500 homens e mataram 7.500 guerreiros nduandues.

No inverno de 1818, liderados por Chaka, os zulus entraram em guerra contra a tribo de quabe, cujo chefe, um homem chamado Pacatuaio, o havia ofendido. Os zulus venceram em mesmo de uma hora, capturaram Pacatuaio, que logo depois sofreu um ataque qualquer e morreu.

O território de Chaka tinha então cerca de 11.000 quilômetros quadrados. Chaka também começou também a revolucionar a produção agrícola para que seu povo não sofresse escassez de comida; introduziu um ramo de aspirantes em seu exército, destinado a meninos adolescentes que não tinham idade para se tornarem guerreiros começaram o treinamento a fim  de servir a comunidade ao mesmo tempo.

Em 1819, os guerreiros nduandues liderados por Zuide entraram em confronto com os zulus de Chaka. Zuide enviou 18.000 homens para o confronto. Como sempre, a luta não demorou muito: Chaka derrotou as tropas nduandues em poucas horas. Mas a guerra não terminará ali, pois Chaka estava resolvido a perseguir e matar todos os guerreiros nduandues que tinham fugido do campo de batalha, assim como homens, mulheres e crianças que