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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

O BRINCAR COMO ATIVIDADE PRINCIPAL E ORGANIZATIVA DO TRABALHO PEDAGÓGICO




Maria Irene Bora Barbosa1




O brincar é elemento fundamental no binômio educar e cuidar, compreendido como forma organizativa do trabalho pedagógico, visto que, é uma das formas principais que a criança dispõe nesta fase de sua vida para aprender sobre os objetos que estão a sua volta, sobre as pessoas, sobre si própria, sobre os elementos culturais, sociais e naturais.

A brincadeira como atividade principal no processo de ensinar contribui para que a criança aprenda a se relacionar; aprenda regras, limites; se comunicar se expressar, conhecer seus limites e possibilidades e se apropriar dos conteúdos da Linguagem Oral Leitura e Escrita, Linguagem Matemática, Linguagem da Expressão Corporal, Linguagem do Mundo Físico, Social e Natural e Linguagens da Arte: Artes Visuais, Teatro, Música e Dança.

A brincadeira é uma atividade caracteristicamente humana, pois a criança não nasce sabendo brincar, tem como referência sua percepção de mundo, dos objetos e símbolos humanos significados pela mediação do outro.

Não há uma brincadeira natural, pois ela se constrói nas relações interpessoais e supõe uma aprendizagem social. A brincadeira não é inata.

As duas fontes da brincadeira na criança são o adulto que cuida dela e vai introduzindo comportamentos lúdicos nessa relação e as descobertas das próprias crianças.

A forma e a intensidade de apropriar-se da brincadeira estão diretamente associadas ao meio e às relações vivenciadas pela criança. Segundo Arce e Duarte (2006),


A qualidade dessa vivência social não se garante pelo simples fato de a criança brincar. A brincadeira, tanto quanto qualquer outra experiência social requer a mediação do adulto, que assume um papel organizativo na trajetória de apropriações e objetivações realizadas pela criança. É por meio desta mediação que ela, ao brincar, integra física, emocional e cognitivamente a complexa

1 Texto Elaborado pela pedagoga e professora Maria Irene Bora Machado da Rede Municipal de Araucária como parte integrante da Proposta Pedagógica do CMEI ao qual trabalha. Organizado e corrigido pela professora Sônia de Fátima Radvanskei - UNINTER


atividade social. Portanto, ao brincar a criança reproduz as relações sociais e as atividades dos adultos num processo de exteriorização determinante de mudanças qualitativas em sua personalidade. Brinca não apenas porque é divertido, embora também o seja, mas o faz, acima de tudo, para atender a um dos mais fortes apelos humanos: o sentido de pertença social. (ARCE e DUARTE, 2006, p.40).


É preciso ensinar às crianças brincadeiras diversas: cantigas de roda, jogos infantis, músicas, como forma também de preservar a cultura local e ensinar brincadeiras de outros tempos, de diferentes povos e culturas.

A brincadeira na Educação Infantil não compreendida como processo natural, contribui significativamente para a superação das funções elementares, desempenhando função essencial para todo o processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança.

A brincadeira precisa estar presente no cotidiano das crianças. Segundo Arce e Duarte (2006):


A brincadeira de papéis influencia decisivamente o desenvolvimento global da criança. Ao brincar, ela aprende a ser e agir diante das coisas e das pessoas, pois é a partir das ações práticas realizadas que os processos internos se estruturam, orientando outras ações práticas, mais autônomas e complexas, que enriquecerão os processos internos e assim sucessivamente. Portanto, as brincadeiras infantis destacam-se no vasto campo social que circunscreve a vida da criança e que representa a base do desenvolvimento de todos os atributos e propriedades humanas (ARCE E DUARTE, 2006, p.39).


É também através do jogo e da brincadeira que ela vai aprender quais são as regras que organizam as relações entre as pessoas do seu grupo e o papel que cada uma desempenha. Ela lança mão de sua imaginação através dos jogos de faz-de-conta. A criança imagina e se coloca no papel do outro, imita a mãe, o pai, os colegas, etc. Fazer de conta é o grande recurso que a criança tem para lidar também com os objetos, as coisas que compõem o seu mundo e como as pessoas se relacionam com estes objetos físicos.

Imitar não é mera cópia de um modelo, mas reconstrução individual daquilo que é observado nos outros. Essa reconstrução é para a criança, a criação de algo novo a partir do que ela observa no outro. Portanto, a atividade imitativa não é processo mecânico, mas sim uma oportunidade da criança realizar ações que estão além de suas próprias capacidades, o que contribui para sua aprendizagem e desenvolvimento. Só é possível a imitação de ações que estão dentro da zona de desenvolvimento proximal da criança. Conforme


Oliveira (1993, p. 63). “Um bebê, por exemplo, de dez meses pode imitar expressões faciais ou gestos, mas seu nível de desenvolvimento não lhe permite imitar o papel de um „médico‟ ou de „bailarina‟, ou própria do adulto”.

A imitação é uma forma de ensino-aprendizagem que permite a elaboração de uma função psicológica no nível interpsíquico (isto é, em atividades coletivas, sociais) para que mais tarde essa função possa ser internalizada como atividade intrapsicológica (isto é, interna ao próprio indivíduo).

Conforme Oliveira (1993), a brincadeira de faz de conta, a criança é levada a agir num mundo imaginário (o ônibus que ela está dirigindo na brincadeira através de cadeiras enfileiradas, por exemplo) onde a situação é definida pelo significado estabelecido pela brincadeira (o ônibus, o motorista, os personagens, etc) e não pelos elementos reais concretamente presentes. As cadeiras, as bonecas, etc, servem como representação de uma realidade ausente e ajuda a criança a separar objeto e significado. Isso se constitui num passo importante no percurso que a levará a ser capaz de, como no pensamento adulto, desvincular-se totalmente das situações concretas.

O brinquedo provê assim, uma situação de transição entre a criança com objetos concretos e suas ações com significados. Portanto, a organização de práticas que favoreçam o envolvimento das crianças em brincadeiras, principalmente aquelas que possibilitem a criação de situações imaginárias, tem nítida função pedagógica.


Metodologia para a Educação Infantil


A metodologia fundamentada na concepção da Psicologia Histórico Cultural e na Pedagogia Histórico Crítica, pressupõe uma prática pedagógica intencional e planejada, decorrente das relações estabelecidas entre conteúdo e as formas adequadas para o ensino e aprendizagem, na perspectiva emancipatória de todos os sujeitos.

Conforme aponta Saviani (2005), para existir a escola não basta a existência do saber sistematizado. É necessário viabilizar as condições de sua transmissão e assimilação. Isso implica dosá-lo e sequenciá-lo de modo que a criança passe gradativamente do seu não domínio ao seu domínio,


trata-se da organização dos meios (conteúdos, espaço, tempo e procedimentos) através dos quais, progressivamente, cada indivíduo singular, realize, na forma de segunda natureza, a humanidade produzida historicamente. ( SAVIANI, 2005, p. 14,18)


Nesta perspectiva compreende-se que:

.              Aprendizagem promove avanços no desenvolvimento;

.              Ensinar é essencial.

. Professor e Educador Infantil como mediadores do processo para a apropriação do conhecimento, aprendizagem e desenvolvimento.

. Aprendizagem se dá pela mediação do adulto, da criança mais experiente, sendo o conhecimento elemento essencial para o processo de aprendizagem, e a organização do espaço ocorre de acordo com o que se pretende ensinar;

. O desenvolvimento ocorre em função da aprendizagem, portanto, o ensino planejado intencional, é essencial. Ensinar e aprender são processos interdependentes. O desenvolvimento não é linear, nem ocorre em fases, mas sim em níveis de desenvolvimento;

. Não desconsidera o biológico, pois este é um substrato, dá sustentação, porém, o social prepondera sobre o biológico;

. Conhecimento é científico, uma organização da cultura historicamente acumulada em conhecimentos escolares.

. Brincar como atividade principal, o lúdico planejado intencionalmente, como forma de apreender o real;

. A linguagem é mediadora do pensamento e ações (organiza o pensamento e produz consciência). Por meio da linguagem, a criança não apenas assimila signos, mas, sobretudo elabora as significações socialmente construídas e o que representa.

Nesse contexto, considera-se que as crianças ouvem sons variados, músicas infantis, clássicas, sons de instrumentos diversos, cantam, constroem objetos, brinquedos, comparam, classificam, juntam, separam, dividem, empilham, contam, pintam, desenham, modelam, vocalizam poemas, quadrinhas, parlendas, manuseiam livros, revistas, ouvem, relatam e contam histórias, dramatizam, imitam pessoas e animais e encenam situações do cotidiano, de histórias ouvidas, brincam com tintas, cores, sons, imagens, instrumentos e técnicas diversificadas, explorando e aprendendo sobre o mundo físico, natural, social e cultural à sua volta, sobre as pessoas, si mesmo


e os objetos.

Essas atividades planejadas intencionalmente com os conteúdos organizados nas Linguagens que são: Linguagem Oral, Leitura e Escrita; Linguagem Matemática; Linguagem da Expressão Corporal, Linguagem do Mundo Físico, Social e Natural; Linguagens da Arte (dança, música, teatro e artes visuais) são essenciais para a formação de conceitos, o desenvolvimento das funções psicológicas superiores e o processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças em sua totalidade.

Nessa concepção destaca-se o método apontado por Saviani para a exploração dos conteúdos, sendo eles: prática social inicial, problematização, instrumentalização, catarse e prática social final.

A prática social inicial significa conhecer a experiência de cada criança, as vivências e experiências que já possuem sobre o conteúdo. Geralmente é um conhecimento de senso comum, empírico, sincrético. Todavia, esse conhecimento é sempre uma totalidade que representa sua visão de mundo, sua concepção da realidade, ainda que, muitas vezes, naturalizada. Essa prática é importante e se faz necessária para que o conteúdo a ser trabalhado mostre vinculação com a realidade.

Neste momento o trabalho pedagógico e a mediação do Professor(a) e Educador(a) Infantil ocorre de forma dialogada e participativa, faz-se uma avaliação diagnóstica identificando os conhecimentos das crianças sobre determinando assunto para, a partir daí, realizar o processo de mediação de forma significativa.

A problematização representa o momento do processo pedagógico em que a prática social é posta em questão, analisada, interrogada, levando em consideração o conteúdo a ser trabalhado e as exigências sociais de aplicação desse conhecimento. Surgem as dúvidas e ocorre a discussão de questões inerentes ao conteúdo proposto. É aqui que ocorre o ato de vislumbrar o conteúdo em diferentes dimensões sociais. Um conteúdo problematizado deverá mostrar-se através de várias dimensões: conceitual, histórica, social, política, estética, religiosa e outras indicando as possibilidades de

A instrumentalização é a parte dos encaminhamentos onde o Professor ou Educador(a) Infantil aborda o conteúdo com fundamentação científica, organizado, sequenciado, exemplificado, e, na educação Infantil primando pelo brincar como forma organizativa para a exploração do(s)


conteúdo(s), ou seja, por meio de jogos, brincadeiras, músicas, imagens, histórias, dramatizações, diferentes formas de registro, entre outros, para a criança apropriar-se dos instrumentos teóricos e práticos necessários, visando a superação dos conhecimentos iniciais, ou seja, é a apropriação do conhecimento, pelo trabalho organizado e planejado intencionalmente.

A catarse é o momento em que a criança manifesta um entendimento do conteúdo. Ele apropria-se do conhecimento científico. Segundo Saviani (2008) catarse é a expressão elaborada da nova forma de entendimento da prática social a que se ascendeu. [...] Trata-se da efetiva incorporação dos instrumentos culturais, transformados agora em elementos ativos de transformação social.

Pode ser considerado como o ponto culminante do processo educativo, que se realiza pela mediação no ato de ensinar, a passagem da síncrese à síntese; em conseqüência, manifesta-se pela capacidade das crianças expressarem uma compreensão do(s) conteúdo(s) trabalhado(s), de forma mais elaborada.

A prática social final demonstra o que realmente a criança aprendeu, manifestando mudanças em seu comportamento em relação ao(s) conteúdo(s). Um exemplo pode ser em relação ao conteúdo higiene e saúde, alimentação saudável, a mudança de comportamento da criança, que antes não ingeria determinadas frutas, verduras, legumes, e, após o trabalho pedagógico, passa a ingeri-los.


Articulação da Educação Infantil com o Ensino Fundamental


Para a articulação da Educação Infantil com o Ensino Fundamental faz-se necessário compreender esses dois níveis da Educação Básica como um conjunto orgânico, sequencial e articulado no que diz respeito ao processo educativo.

A Educação Infantil e o Ensino Fundamental embora se constituam em diferentes e insubstituíveis momentos da vida dos estudantes, inscritos em tempos e espaços educativos próprios a cada etapa do desenvolvimento humano, inscrevem-se em trajetória que deve ser contínua e progressiva.


Quando defendemos a educação como processo de formação humana, significa formação para a emancipação das crianças e dos adultos que nesses espaços atuam.

Pensar em educação para a cidadania nessa perspectiva implica, além das condições de acesso, a garantia da permanência na escola com sucesso, ou seja, aprendendo e se desenvolvendo em todas as dimensões.

Sendo assim cabe destacar o que aponta o Parecer 7/2010 do CNE-CEB em relação ao cuidar e educar:


... é oportuno e necessário considerar as dimensões do educar e do cuidar, em sua inseparabilidade, buscando recuperar, para a função social da Educação Básica, a sua centralidade, que é o estudante. Cuidar e educar iniciam-se na Educação infantil, ações destinadas a crianças a partir de zero ano, que devem ser estendidas ao Ensino fundamental, Médio e posteriores. Em cada criança, adolescente, jovem ou adulto, há uma criatura humana em formação e nesse sentido, cuidar e educar são, ao mesmo tempo, princípios e atos que orientam e dão sentido aos processos de ensino, de aprendizagem e de construção da pessoa humana em suas múltiplas dimensões.


Nesta perspectiva, a cidadania, a cooperação, o respeito, o cuidado consigo e com os outros, a apropriação de conhecimentos, entre outros relacionados ao processo de ensinar e aprender tem início na Educação Infantil, mas se estendem com a continuidade desse trabalho no Ensino Fundamental.

Para isso, a Educação Infantil deve organizar ações para acompanhamento do processo de ensino e aprendizagem e para a avaliação, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação. Há a necessidade de realizar reuniões com os pais ou responsáveis, bem como, a utilização de diferentes registros (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns, portfólios...), enfim, documentação específica que permita às famílias e à escola para a qual a criança for no ano subsequente, conhecer o trabalho da Educação Infantil junto às crianças e os processos de aprendizagem e desenvolvimento da criança na Educação Infantil.

Além desses instrumentos é importante um diálogo por meio de visitas, reuniões, convite aos profissionais do ensino fundamental para participação em exposição dos trabalhos pedagógicas desenvolvidos na Unidade de Educação infantil, pois essas ações minimizam a ansiedade e a insegurança das crianças, das famílias, e também dos profissionais que terão esses em sua sala


de aula no ano seguinte, pois possibilita aos profissionais da escola conhecer o trabalho desenvolvido com as crianças, bem como, a organização do espaço, do tempo, que é uma especificidade da Educação Infantil.


quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Quem foi Sherlock Holmes de Sir Arthur Conan Doyle?



Sherlock Holmes (direita) e o Dr. Watson, por Sidney Paget.


“É um velho preceito meu que, quando se excluí o impossível, o que resta, por mais improvável que seja, deve ser a verdade!”

Sherlock Holmes

Estátua de Sherlock Holmes em Londres.


Autor: Leandro Claudir Pedroso

Todos os dados presentes no trabalho que se segue foram estudados e analisados nas obras completas de Sherlock Holmes, publicadas em quatro volumes pela editora Nova Fronteira Participações S. A do Rio de Janeiro, no ano de 2015 sob licença da Casa dos Livros Editora Ltda, detentora dos direitos de edição da obra na língua portuguesa no Brasil.

O personagem Sherlock Holmes foi criador pelo escritor escocês, Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930), que publicou sua primeira estória em 1887 e a última em 1927.  O personagem Sherlock Holmes segundo o autor era de biótipo magro, de estatura alta que gostava de usar um boné de viagem com um protetor de orelhas. O longo cachimbo de barro ou cerejeira era uma das marcas de seu personagem tornando-se um elemento praticamente indissociável de Holmes. Também estava sempre acompanhado de sua bengala longa e fina que utilizava como arma, bem como um chicote de caça com a mesma função, que segundo Watson era sua arma favorita. Tinha um olhar semicerrado sobre as pálpebras. Possuí um discreto requinte na maneira de vestir e uma capacidade de ocultar suas emoções que deixava seu amigo Watson impressionado.

Características do personagem:

Sherlock Holmes e Dr. John Hamish Watson se conheceram por intermédio de Stamford, auxiliar de enfermagem e amigo de Watson, pois ambos estavam procurando um lugar para alugar e partilhar o valor do aluguel diante das dificuldades financeiras. Watson acabará de vir do Afeganistão, após lutar na segunda guerra afegã. Holmes já estava de olho em um apartamento na Baker Street, número 221B.

Holmes trabalhava em um hospital de Londres, no laboratório de química. Para sua locomoção, Watson e Holmes usavam um Cabriole alugado e às vezes charrete e trem.

Cabriolet do século XIX.

Homes não fazia seu trabalho por dinheiro, mas por amor a arte da investigação, pois não cobrava pelos serviços ou cobrava um valor insignificante. Segundo seu código de conduta cobrava na maioria das vezes somente os gastos referentes aos custos da investigação. Não tinha preço pelos serviços, só pelas despesas com a investigação. Dizia que sua profissão tinha sua própria recompensa.

Entre suas excentricidades, Holmes guarda os charutos no balde de carvão e o tabaco no chinelo persa perto da lareira. Sua correspondência ainda não respondida era presa com um punhal no meio do consolo da lareira. Praticava tiro ao alvo dentro de casa, sentado na poltrona.


A sala de Holmes na Baker Street 221B, construída conforme as especificações dos livros. Foto: Museu Sherlock Holmes.

Tinha um amor platônico por Irene Adler, uma mulher com quem nunca teve uma vida ao lado e faleceu muito jovem.

Guardava relíquias criminais por todos os lugares da casa.

Considerava o exercício físico sem finalidade uma pura perda de energia.

Holmes falava com uma voz tranquila ao tratar com os clientes, sempre dava conselhos para ficarem calmos até saber o que realmente estava acontecendo.

Raramente vai a algum lugar a não ser por motivos profissionais.

Perito na ciência da dedução e da análise.

Sua profissão era detetive-consultor.

Gostava de agir extraoficialmente, pois assim podia seguir seus próprios métodos e revelar ou esconder oque quiser.

Usa um grupo de meninos de rua para auxiliar em suas investigações, como ouvidos que ninguém se importa de ter por perto.

Tem semanas de atividade intensa e semanas de depressão. Sofrendo crises de apatia e atividade. Quando tomado por crises de apatia usava cocaína, droga na qual foi viciado, pois caia em depressão quando não possuía casos para resolver. Depois de intensa atividade durante um caso, ao termino caia em depressão.  Graças ao seu amigo e companheiro Doutor Watson conseguiu livrar-se do vicio que ameaçou destruir sua carreira como detetive consultor. Por esta característica de sua personalidade o próprio Sherlock Holmes se considerava um preguiçoso quando não estava disposto.

Uma de suas peculiaridades era que em seus momentos mais intensos ele não se permitia nenhuma comida, até em algumas ocasiões desmaiar de inanição.

Quando está sem um caso para resolver fica sonhador, introspectivo e pálido.

Quando estava reflexivo, mergulhado em seus pensamentos, costumava juntar a ponta dos dedos.

Gostava de tocar violino para relaxar ou refletir sobre as investigações em andamento.


Seu amigo e companheiro Dr. Watson usava um revólver Eley Nº2.

Mestre na arte de obter a confiança de uma testemunha humilde.

Considerava-se um pioneiro na arte da investigação particular.

Às vezes Holmes usava cães em suas investigações para seguir pistas.

Toda a manhã Holmes gostava de ler os jornais e estar inteirado dos acontecimentos.

Entre seus clientes encontravam-se reis, nobres, pessoas comuns, etc.


A própria Scotlandd Yard indicava Holmes para as pessoas com problemas a serem solucionados.

Amante da lógica e do raciocínio rígido.

Holmes chamava seu trabalho de arte.

Gostava de meditar sobre os casos.

Era considerado pelos jornais e inclusive pela própria Scotland Yard um mestre da dedução.

Adorava fazer pesquisas químicas a noite toda.

Expert no estudo de caligrafias.

Conhecido por sua discrição em resolver os casos.

Nunca faz algo sem um bom motivo.

Além do cachimbo de cerejeira Holmes gostava de fumar cigarros.

Sempre muito crítico e não poupava nem seu parceiro Watson.

Quando queria Holmes tinha, um jeito especialmente insinuante com as mulheres, que conseguia ganhar rapidamente a confiança delas.

Curiosidades e aventuras:

Dr. Watson, amigo, colega e biógrafo de Holmes, foi com base nos relatos de Watson que as histórias de Sherlock Holmes, segundo as próprias obras ficaram famosa na estória. Holmes nunca fazia referência a sua família e muito pouco sobre sua infância.

Da personalidade de Holmes, o próprio Watson afirma que causa uma impressão pouco humana como um cérebro sem coração, desprovido de simpatia humana. Com aversão a novas amizades e de temperamento seco.

Os antepassados de Holmes pertenciam a nobreza do campo, sua avó era irmã do artista francês Vernet. De onde acredita que herdou a arte da dedução pois a arte assume várias formas como ele mesmo afirma.

Quando se mudou para Londres o primeiro lugar em que morou foi na Montague Street perto do Museu Britânico.

Admitia não ser sociável e na faculdade onde ficará dois anos fizer um único amigo Vitor Trevor. Holmes preferia ficar em seus aposentos elaborando métodos de raciocínio e nunca se envolvia com os colegas de classe, com raras exceções de esgrima e boxe, tinha pouca inclinação para o esporte.

Foi recomendação do pai do amigo de Holmes, Sr. Trevor, que transformasse sua habilidade em profissão invés de hobby.

Segundo seu companheiro de aventuras e melhor amigo Dr. Watson, que descreve Holmes como nota zero em filosofia, astronomia e política. Em botânica tinha conhecimento variável, em geologia era bem instruído desde que tivesse ligação com manchas de lama de qualquer região a uma distância de setenta quilômetros da cidade de Londres, em química Holmes era excêntrico, em anatomia não era muito organizado, em literatura era sensacional, bem como em registro de crimes era único. Além de violinista, lutador de boxes, espadachim, advogado e envenenador de si mesmo com cocaína e tabaco.

O break fast, café da manhã era um momento importante para Holmes. Lia os jornais principalmente anúncios pessoais. Na realidade Holmes adorava ler anúncios sobre perda, desaparecimentos, pois tudo era uma oportunidade de casos para ele resolver.

Escreveu várias monografias sobre investigação com temas como: tipos de tabaco, charutos, cigarros, pegadas, dentre outros temas que auxiliavam nas suas investigações.

Sherlock Holmes era hábil em criar disfarces para si com um toque de genialidade que o deixavam irreconhecível.

Homes só aceitava casos com características fora do comum, e até fantásticas.
Seu amigo Dr. John H. Watson se casou possivelmente três vezes diante das idas e vindas aonde ambos moraram juntos na Baker street.

Uma vez por ano limpava seus documentos, mas raramente jogava algo fora, tinha o costume de guardar todos os recortes, anúncios e anotações dos casos por ele tratados.
Possuía um álbum aonde guardava os recortes dos anúncios policiais dos jornais.

Guardava suas anotações, relatos de ocorrências e crimes em um baú. Tinha um registro de todos os seus casos anotados e arquivados.

Era conhecido pela polícia como pela Suprema Corte de apelação em casos duvidosos.
Demorou muitos anos até ser reconhecido em sua carreira.

Durante alguns casos chegava há trabalhar 15 horas por dia para solucionar os mesmos.
No caso “O Aleijado”, Holmes usa pela primeira vez a palavra que se tornou famosa: “elementar” que marcaria seu personagem (ao contrario do que afirmam, a expressão aparece nas obras originais e não somente no teatro, como afirmam alguns ter sido usado originalmente.

Não possuía atração nem pelo campo ou mar em tratando-se de férias, preferia ficar no meio de Londres aonde qualquer caso o levasse a uma investigação.

Mycroft Holmes, como imaginado por Sidney Paget em the Strand Magazine.

No volume 2 na página 161 das obras completas, Holmes admite possuir um irmão chamado Mycroft Holmes, sete anos mais novo que Sherlock. Seu irmão Mycroft era membro do clube Diógenes. Mesmo possuindo habilidades de dedução e observação superiores a de Holmes, segundo ele mesmo, Mycroft não era ambicioso e nem tinha energia para ir a campo e prová-las. Sendo incapaz de lidar com as questões práticas.
Holmes levava alguns casos para seu irmão ouvir e apresentava suas deduções e observações a Mycroft que acrescentava as suas.

Oque para Holmes havia se tornado em uma profissão para Mycroft era um hobby, pois também tinha uma cabeça excelente para números e faz auditoria  nos livros de departamentos do governo inglês.

Holmes e Watson chegando ao Clube Diógenes para conversarem com Mycroft.

No Clube Diógenes que Mycroft é membro fundador encontrava-se os homens menos sociáveis e agrupáveis de Londres. Nenhum membro tem permissão de dar atenção ao outro, exceto na Sala dos Estranhos, a conversa não é permitida em nenhuma circunstância, os homens ficam sentados em poltronas confortáveis lendo jornais.

Holmes fazia uso de anúncios em jornais para solucionar seus casos como recompensa por informação sobre certo acontecimento, pessoa ou item desaparecido.


Holmes e Moriarty lutando. Por Sidney Paget, 1893.

Professor Moriarty, professor de matemática aposentado e chefe de uma organização criminosa chamada Sindicato do Crime da Europa. Esse caso passou-se em 1891. Moriarty mandou atear fogo ano apartamento de Holmes considerou Moriarty seu equivalente intelectual. Holmes conseguiu que prendessem toda a gangue de Moriarty, mas Moriarty escapou. No dia 3 de maio de 1891, Watson e Holmes chegaram à Suíça na aldeia de Meiringen. Holmes supostamente morre em uma luta corpo-a-corpo com Moriarty quando os dois caem nas quedas d’água de Reichenbach.

Watson encontra a bengala de Holmes próximo da qued'água de Reichenbach.

Holmes nunca queria que seu nome aparecesse nos jornais ou nos arquivos da polícia, pois afirmava: “O trabalho é a própria recompensa.”

Ao se concentrar em um problema, podia ficar horas direto refletindo e durante esses momentos cantava e assoviava enquanto estudava o caso. Quando sentia-se confuso cerrava as sobrancelhas e o olhar ficava distante. E deixava para fazer suas revelações na hora que achasse conveniente e à sua maneira.

Os inspetores policiais locais e da Scotland Yard, tinham orgulho de trabalhar com Holmes. Ainda que muitas vezes houvesse competição por parte da polícia em resolver o caso antes de Holmes.

Possuía amigos na polícia de todo o mundo como em Nova Iorque, o inspetor Wilson Hargeave.

Entre os anos de 1894 e 1901, Holmes foi consultado pela polícia em todos os casos públicos de grande dificuldade e outras centenas de casos particulares.
Amava acima de tudo a precisão e a concentração de pensamento, se ressentia de tudo que distraísse sua atenção do assunto em que estivesse envolvido.

Possuía uma enciclopédia de referências sobre os personagens importantes da época.
Conhecedor de mais de 42 marcas de pneus de bicicletas e as impressões deixadas por elas. Isso ajudava nas investigações da época como das rodas dos cabrioles e charretes.
Na estória “A aventura da Priory School”, Holmes aparece pela primeira vez cobrando diretamente a recompensa por um caso resolvido do desaparecimento do filho do Duque de Holdernesse. O valor cobrado era de 5.000 libras por achar seu filho Saltire desaparecido e 1.000 libras por dar o nome do culpado.

Recusava ajudar poderosos e ricos, quando o problema não o atraía, mas seria capaz de dedicar semanas da mais intensa concentração ao caso de um cliente humilde que tivesse aquelas qualidades estranhas e dramáticas que apelavam para sua imaginação e desafiavam seu talento.

Stanley Hopkins, jovem inspetor de polícia no qual Holmes tinha grandes esperanças com profissional e o mesmo admirava o trabalho de Holmes como um aluno.

A cidade de São Paulo, no Brasil, é citada na estória, “A aventura de Black Peter”.

Sherlock Holmes é tão obstinado em resolver seus casos que na estória, “A aventura de Charles Augustus Miverton”, chegou a ficar noivo da empregada da casa do investigado. Utilizando-se do subterfugio do disfarce de um bombeiro chamado Escott. Tudo para saber mais sobre a vida de Milveton.

Pela Scotland Yard e pelos jornais, Holmes era conhecido como perito-consultor.
Sempre que podia Holmes gostava de consultar seus arquivos de velhos jornais que ficavam em um dos quartos de seu apartamento na Baker Street.

Holmes ao resolver a prisão de Huret, o assassino do boulevard – façanha que lhe rendeu uma carta de agradecimentos assinada pelo presidente da França e a Ordem da Legião de Honra.

Na estória, “A aventura de ‘Three-quarter’ desaparecido”, Watson relata ter conseguido gradativamente tirar as drogas da vida de Holmes que certa vez ameaçaram a sua notável carreira.

Em algumas estórias, como “A aventura de Abbey Grange” Holmes ao descobrir indícios que o crime havia sido ocasionado por legitima defesa, mas com agravantes que poderiam levar ‘boas’ pessoas à cadeia, Holmes decide por si próprio e não informa tudo que descobriu à Scotland Yard. Para permitir que um casal de amantes separados pelo infortúnio da vida e pela classe social distinta ficassem juntos.

Gosta de revelar seus resultados em uma investigação quando achar que deve e de uma só vez e não por etapas.

Sherlock Holmes foi dado por morto durante três anos, mas então no caso “A aventura da casa vazia”, ele reaparece e esclarece que ficou escondido disfarçado de velho. Que somente Moriarty morreu ao cair na que d’água. Ele não caiu e decidiu se esconder porque ainda haviam criminosos tentando mata-lo e que para pegá-los seria mais fácil se eles acharem que ele estivesse morto, pois se descuidariam em suas ações criminosas. Passou os anos viajando pelo Tibet, Persia, cidade de Meca, Cartum e por fim a França. Usando o nome falso de SIGERSON, um norueguês explorador. Depois que soube de um caso interessante em Londres sobre a morte de Ronald Adair, voltou para Baker Street em seus antigos aposentos que seu irmão Mycroft conservará como deixou. Após seu retorno Watson volta a morar com ele na Baker Street, e a pedido do mesmo vende sua clínica (nesse ínterim algo acontece com a esposa de Watson que não é mais citada na estória).

Um retrato de Sherlock Holmes por Sidney Paget em The Strand Magazine, em 1891, em .O Homem com a boca torta.

Na estória “A aventura da segunda mancha” Holmes saiu de Londres e se dedica ao estudo e a criação de abelhas em Sussex Downs. Teria sido sua aposentadoria assim?

Autor: Leandro Claudir Pedroso.


Referência:

DOYLE, Sir Arthur Conan. Sherlock Holmes: obras completas. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2015.

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