Maria Irene Bora Barbosa1
O brincar é
elemento fundamental no binômio educar e cuidar, compreendido como forma
organizativa do trabalho pedagógico, visto que, é uma das formas principais que
a criança dispõe nesta fase de sua vida para aprender sobre os objetos que
estão a sua volta, sobre as pessoas, sobre si própria, sobre os elementos
culturais, sociais e naturais.
A brincadeira
como atividade principal no processo de ensinar contribui para que a criança
aprenda a se relacionar; aprenda regras, limites; se comunicar se expressar,
conhecer seus limites e possibilidades e se apropriar dos conteúdos da
Linguagem Oral Leitura e Escrita, Linguagem Matemática, Linguagem da Expressão
Corporal, Linguagem do Mundo Físico, Social e Natural e Linguagens da Arte:
Artes Visuais, Teatro, Música e Dança.
A brincadeira é
uma atividade caracteristicamente humana, pois a criança não nasce sabendo
brincar, tem como referência sua percepção de mundo, dos objetos e símbolos
humanos significados pela mediação do outro.
Não há uma
brincadeira natural, pois ela se constrói nas relações interpessoais e supõe
uma aprendizagem social. A brincadeira não é inata.
As duas fontes
da brincadeira na criança são o adulto que cuida dela e vai introduzindo
comportamentos lúdicos nessa relação e as descobertas das próprias crianças.
A forma e a
intensidade de apropriar-se da brincadeira estão diretamente associadas ao meio
e às relações vivenciadas pela criança. Segundo Arce e Duarte (2006),
A qualidade dessa vivência social não se garante pelo simples fato de a
criança brincar. A brincadeira, tanto quanto qualquer outra experiência social
requer a mediação do adulto, que assume um papel organizativo na trajetória de
apropriações e objetivações realizadas pela criança. É por meio desta mediação
que ela, ao brincar, integra física, emocional e cognitivamente a complexa
1
Texto Elaborado pela pedagoga e professora Maria Irene Bora Machado da Rede
Municipal de Araucária como parte integrante da Proposta Pedagógica do CMEI ao
qual trabalha. Organizado e corrigido pela professora Sônia de Fátima
Radvanskei - UNINTER
atividade social. Portanto, ao brincar a criança
reproduz as relações sociais e as atividades dos adultos num processo de
exteriorização determinante de mudanças qualitativas em sua personalidade.
Brinca não apenas porque é divertido, embora também o seja, mas o faz, acima de
tudo, para atender a um dos mais fortes apelos humanos: o sentido de pertença
social. (ARCE e DUARTE, 2006, p.40).
É preciso
ensinar às crianças brincadeiras diversas: cantigas de roda, jogos infantis,
músicas, como forma também de preservar a cultura local e ensinar brincadeiras
de outros tempos, de diferentes povos e culturas.
A brincadeira
na Educação Infantil não compreendida como processo natural, contribui
significativamente para a superação das funções elementares, desempenhando
função essencial para todo o processo de aprendizagem e desenvolvimento da
criança.
A brincadeira
precisa estar presente no cotidiano das crianças. Segundo Arce e Duarte (2006):
A brincadeira de papéis influencia decisivamente o desenvolvimento
global da criança. Ao brincar, ela aprende a ser e agir diante das coisas e das
pessoas, pois é a partir das ações práticas realizadas que os processos
internos se estruturam, orientando outras ações práticas, mais autônomas e
complexas, que enriquecerão os processos internos e assim sucessivamente.
Portanto, as brincadeiras infantis destacam-se no vasto campo social que
circunscreve a vida da criança e que representa a base do desenvolvimento de
todos os atributos e propriedades humanas (ARCE E DUARTE, 2006, p.39).
É também
através do jogo e da brincadeira que ela vai aprender quais são as regras que
organizam as relações entre as pessoas do seu grupo e o papel que cada uma
desempenha. Ela lança mão de sua imaginação através dos jogos de faz-de-conta.
A criança imagina e se coloca no papel do outro, imita a mãe, o pai, os
colegas, etc. Fazer de conta é o grande recurso que a criança tem para lidar
também com os objetos, as coisas que compõem o seu mundo e como as pessoas se
relacionam com estes objetos físicos.
Imitar não é
mera cópia de um modelo, mas reconstrução individual daquilo que é observado
nos outros. Essa reconstrução é para a criança, a criação de algo novo a partir
do que ela observa no outro. Portanto, a atividade imitativa não é processo
mecânico, mas sim uma oportunidade da criança realizar ações que estão além de
suas próprias capacidades, o que contribui para sua aprendizagem e
desenvolvimento. Só é possível a imitação de ações que estão dentro da zona de
desenvolvimento proximal da criança. Conforme
Oliveira (1993, p. 63). “Um
bebê, por exemplo, de dez meses pode imitar expressões faciais ou gestos, mas
seu nível de desenvolvimento não lhe permite imitar o papel de um „médico‟ ou
de „bailarina‟, ou própria do adulto”.
A imitação é
uma forma de ensino-aprendizagem que permite a elaboração de uma função
psicológica no nível interpsíquico (isto é, em atividades coletivas, sociais)
para que mais tarde essa função possa ser internalizada como atividade
intrapsicológica (isto é, interna ao próprio indivíduo).
Conforme
Oliveira (1993), a brincadeira de faz de conta, a criança é levada a agir num
mundo imaginário (o ônibus que ela está dirigindo na brincadeira através de
cadeiras enfileiradas, por exemplo) onde a situação é definida pelo significado
estabelecido pela brincadeira (o ônibus, o motorista, os personagens, etc) e
não pelos elementos reais concretamente presentes. As cadeiras, as bonecas,
etc, servem como representação de uma realidade ausente e ajuda a criança a
separar objeto e significado. Isso se constitui num passo importante no
percurso que a levará a ser capaz de, como no pensamento adulto, desvincular-se
totalmente das situações concretas.
O brinquedo
provê assim, uma situação de transição entre a criança com objetos concretos e
suas ações com significados. Portanto, a organização de práticas que favoreçam
o envolvimento das crianças em brincadeiras, principalmente aquelas que
possibilitem a criação de situações imaginárias, tem nítida função pedagógica.
Metodologia para a Educação
Infantil
A metodologia
fundamentada na concepção da Psicologia Histórico Cultural e na Pedagogia
Histórico Crítica, pressupõe uma prática pedagógica intencional e planejada,
decorrente das relações estabelecidas entre conteúdo e as formas adequadas para
o ensino e aprendizagem, na perspectiva emancipatória de todos os sujeitos.
Conforme aponta
Saviani (2005), para existir a escola não basta a existência do saber
sistematizado. É necessário viabilizar as condições de sua transmissão e
assimilação. Isso implica dosá-lo e sequenciá-lo de modo que a criança passe
gradativamente do seu não domínio ao seu domínio,
trata-se da organização dos meios (conteúdos,
espaço, tempo e procedimentos) através dos quais, progressivamente, cada
indivíduo singular, realize, na forma de segunda natureza, a humanidade
produzida historicamente. ( SAVIANI, 2005, p. 14,18)
Nesta perspectiva compreende-se que:
. Aprendizagem promove avanços no desenvolvimento;
. Ensinar é essencial.
. Professor e Educador Infantil como mediadores do processo para a apropriação do conhecimento, aprendizagem e desenvolvimento.
. Aprendizagem se dá pela mediação do adulto, da criança mais experiente, sendo o conhecimento elemento essencial para o processo de
aprendizagem, e a organização do espaço ocorre de acordo com o que se pretende
ensinar;
. O desenvolvimento ocorre em função da aprendizagem, portanto, o ensino planejado intencional, é essencial. Ensinar e aprender são
processos interdependentes. O desenvolvimento não é linear, nem ocorre em
fases, mas sim em níveis de desenvolvimento;
. Não desconsidera o biológico, pois este é um substrato, dá sustentação, porém, o social prepondera sobre o biológico;
. Conhecimento é científico, uma organização da cultura historicamente acumulada em conhecimentos escolares.
. Brincar como atividade principal, o lúdico planejado intencionalmente, como forma de apreender o real;
. A linguagem é mediadora do pensamento e ações (organiza o pensamento e produz consciência). Por meio da linguagem, a criança não
apenas assimila signos, mas, sobretudo elabora as significações socialmente
construídas e o que representa.
Nesse contexto,
considera-se que as crianças ouvem sons variados, músicas infantis, clássicas,
sons de instrumentos diversos, cantam, constroem objetos, brinquedos, comparam,
classificam, juntam, separam, dividem, empilham, contam, pintam, desenham,
modelam, vocalizam poemas, quadrinhas, parlendas, manuseiam livros, revistas,
ouvem, relatam e contam histórias, dramatizam, imitam pessoas e animais e
encenam situações do cotidiano, de histórias ouvidas, brincam com tintas,
cores, sons, imagens, instrumentos e técnicas diversificadas, explorando e
aprendendo sobre o mundo físico, natural, social e cultural à sua volta, sobre
as pessoas, si mesmo
Essas
atividades planejadas intencionalmente com os conteúdos organizados nas
Linguagens que são: Linguagem Oral, Leitura e Escrita; Linguagem Matemática;
Linguagem da Expressão Corporal, Linguagem do Mundo Físico, Social e Natural;
Linguagens da Arte (dança, música, teatro e artes visuais) são essenciais para
a formação de conceitos, o desenvolvimento das funções psicológicas superiores
e o processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças em sua totalidade.
Nessa concepção
destaca-se o método apontado por Saviani para a exploração dos conteúdos, sendo
eles: prática social inicial, problematização, instrumentalização, catarse e
prática social final.
A prática social inicial significa
conhecer a experiência de cada criança, as vivências e experiências que já
possuem sobre o conteúdo. Geralmente é um conhecimento de senso comum, empírico,
sincrético. Todavia, esse conhecimento é sempre uma totalidade que representa
sua visão de mundo, sua concepção da realidade, ainda que, muitas vezes,
naturalizada. Essa prática é importante e se faz necessária para que o conteúdo
a ser trabalhado mostre vinculação com a realidade.
Neste momento o
trabalho pedagógico e a mediação do Professor(a) e Educador(a) Infantil ocorre
de forma dialogada e participativa, faz-se uma avaliação diagnóstica
identificando os conhecimentos das crianças sobre determinando assunto para, a
partir daí, realizar o processo de mediação de forma significativa.
A problematização representa
o momento do processo pedagógico em que a prática social é
posta em questão, analisada, interrogada, levando em consideração o conteúdo a
ser trabalhado e as exigências sociais de aplicação desse conhecimento. Surgem
as dúvidas e ocorre a discussão de questões inerentes ao conteúdo proposto. É
aqui que ocorre o ato de vislumbrar o conteúdo em diferentes dimensões sociais.
Um conteúdo problematizado deverá mostrar-se através de várias dimensões:
conceitual, histórica, social, política, estética, religiosa e outras indicando
as possibilidades de
A instrumentalização é a parte dos
encaminhamentos onde o Professor ou Educador(a) Infantil aborda o conteúdo com
fundamentação científica, organizado, sequenciado, exemplificado, e, na
educação Infantil primando pelo brincar como forma organizativa para a
exploração do(s)
conteúdo(s), ou seja, por
meio de jogos, brincadeiras, músicas, imagens, histórias, dramatizações,
diferentes formas de registro, entre outros, para a criança apropriar-se dos
instrumentos teóricos e práticos necessários, visando a superação dos
conhecimentos iniciais, ou seja, é a apropriação do conhecimento, pelo trabalho
organizado e planejado intencionalmente.
A catarse é o momento em que a criança
manifesta um entendimento do conteúdo. Ele apropria-se do conhecimento
científico. Segundo Saviani (2008) catarse é a expressão elaborada da nova
forma de entendimento da prática social a que se ascendeu. [...] Trata-se da
efetiva incorporação dos instrumentos culturais, transformados agora em
elementos ativos de transformação social.
Pode ser
considerado como o ponto culminante do processo educativo, que se realiza pela
mediação no ato de ensinar, a passagem da síncrese à síntese; em conseqüência,
manifesta-se pela capacidade das crianças expressarem uma compreensão do(s)
conteúdo(s) trabalhado(s), de forma mais elaborada.
A prática social final demonstra o que
realmente a criança aprendeu, manifestando mudanças em seu comportamento em
relação ao(s) conteúdo(s). Um exemplo pode ser em relação ao conteúdo higiene e
saúde, alimentação saudável, a mudança de comportamento da criança, que antes
não ingeria determinadas frutas, verduras, legumes, e, após o trabalho
pedagógico, passa a ingeri-los.
Articulação da Educação
Infantil com o Ensino Fundamental
Para a
articulação da Educação Infantil com o Ensino Fundamental faz-se necessário
compreender esses dois níveis da Educação Básica como um conjunto orgânico,
sequencial e articulado no que diz respeito ao processo educativo.
A Educação
Infantil e o Ensino Fundamental embora se constituam em diferentes e
insubstituíveis momentos da vida dos estudantes, inscritos em tempos e espaços
educativos próprios a cada etapa do desenvolvimento humano, inscrevem-se em
trajetória que deve ser contínua e progressiva.
Quando
defendemos a educação como processo de formação humana, significa formação para
a emancipação das crianças e dos adultos que nesses espaços atuam.
Pensar em
educação para a cidadania nessa perspectiva implica, além das condições de
acesso, a garantia da permanência na escola com sucesso, ou seja, aprendendo e
se desenvolvendo em todas as dimensões.
Sendo assim
cabe destacar o que aponta o Parecer 7/2010 do CNE-CEB em relação ao cuidar e
educar:
... é oportuno e necessário considerar as dimensões do educar e do
cuidar, em sua inseparabilidade, buscando recuperar, para a função social da
Educação Básica, a sua centralidade, que é o estudante. Cuidar e educar
iniciam-se na Educação infantil, ações destinadas a crianças a partir de zero
ano, que devem ser estendidas ao Ensino fundamental, Médio e posteriores. Em
cada criança, adolescente, jovem ou adulto, há uma criatura humana em formação
e nesse sentido, cuidar e educar são, ao mesmo tempo, princípios e atos que
orientam e dão sentido aos processos de ensino, de aprendizagem e de construção
da pessoa humana em suas múltiplas dimensões.
Nesta
perspectiva, a cidadania, a cooperação, o respeito, o cuidado consigo e com os
outros, a apropriação de conhecimentos, entre outros relacionados ao processo
de ensinar e aprender tem início na Educação Infantil, mas se estendem com a
continuidade desse trabalho no Ensino Fundamental.
Para isso, a Educação
Infantil deve organizar ações para acompanhamento do processo de ensino e
aprendizagem e para a avaliação, sem objetivo de seleção, promoção ou
classificação. Há a necessidade de realizar reuniões com os pais ou
responsáveis, bem como, a utilização de diferentes registros (relatórios,
fotografias, desenhos, álbuns, portfólios...), enfim, documentação específica
que permita às famílias e à escola para a qual a criança for no ano
subsequente, conhecer o trabalho da Educação Infantil junto às crianças e os
processos de aprendizagem e desenvolvimento da criança na Educação Infantil.
Além desses
instrumentos é importante um diálogo por meio de visitas, reuniões, convite aos
profissionais do ensino fundamental para participação em exposição dos
trabalhos pedagógicas desenvolvidos na Unidade de Educação infantil, pois essas
ações minimizam a ansiedade e a insegurança das crianças, das famílias, e
também dos profissionais que terão esses em sua sala
de aula no ano seguinte,
pois possibilita aos profissionais da escola conhecer o trabalho desenvolvido
com as crianças, bem como, a organização do espaço, do tempo, que é uma
especificidade da Educação Infantil.
A Organização
do tempo e espaço na Educação Infantil, pressupõe a compreensão da finalidade
que esse espaço tem com relação à aprendizagem e desenvolvimento das crianças,
e as especificidades da faixa etária.
Nesse sentido é
importante compreender que o desenvolvimento do ser humano acontece por períodos
que não são divididos segundo anos cronológicos.
As crianças de
04 e 05 anos de idade, pertencem a um período do desenvolvimento, no qual
acontecem, por exemplo, o desenvolvimento da função simbólica e da aquisição da
linguagem num processo gradativo de compreensão do significado das palavras e
da formação de conceitos.
Segundo Martins
(2007) umas das importantes conquistas das crianças de 3 a 5 anos de idade é a
aquisição de consciência de si e de seu entorno, pela qual compreende de modo
cada vez mais amplo o que representa para os outros, as possibilidades e
limites para as suas ações. Conforme Martins (2004) o 4º ano de vida é marcado
pela exploração de limites e possibilidades (de pessoas, objetos, situações) é
a expressão da ampliação do universo de significados, ou seja, com o
desenvolvimento da linguagem, a imagem sensorial do mundo passa a ser
denominada pelas palavras, ampliando as possibilidades para significações mais
amplas; a crianças ainda se encontra significativamente envolvida pela manipulação
de objetos, que, gradativamente, ao reproduzir situações, desloca sua atenção
das propriedades físicas, caracterizando-as e conceituando-as, compreendendo
suas funções sociais culturalmente constituídas.
Ainda conforme
Martins (2007) ao longo do 5º ano de vida, os jogos simbólicos tornam-se
atividade principal, as formas de vida social tornam-se nucleares nas
atividades, em especial pelas brincadeiras de papéis sociais, ela não apenas
imita, mas reflete sobre o que faz, ou seja, sobre os conteúdos das relações
sociais estabelecidas.
As
crianças nessa idade, nas brincadeiras, jogos, manuseio e confecção de objetos
e brinquedos, exploram, criam, formulam hipóteses, com a mediação do Professor
e Educador Infantil, se apropriam de conhecimentos mais elaborados.
Portanto, é com
base nessa compreensão que se organiza o tempo e o espaço na Educação Infantil.
Nessa
concepção, a organização tempo e espaço, deve propiciar a ampliação das
experiências já vivenciadas pelas crianças, mostrando a elas a diversidade do
mundo social e natural, a pluralidade dos fenômenos naturais e sociais, as
diversas formar de explicar e representar o mundo, e nesse processo, planejado
e mediado intencionalmente pelo Professor(a) e Educador(a) infantil, viabilizar
a apropriação de conhecimentos e novas formas de pensar.
O espaço e
tempo precisam ser organizados de acordo com a intencionalidade do que se
pretende ensinar, quais conteúdos se deseja explorar, com base no planejamento
semestral e os elementos da Proposta Pedagógica.
O tempo e o
espaço necessitam ser planejados de forma que o conteúdo, contemplado na
Proposta Pedagógica, seja organizado metodologicamente de acordo com o processo
de aprendizagem e desenvolvimento, considerando que é na “zona de
desenvolvimento proximal” que a mediação se torna significativa, conforme nos
aponta Vigotski, direcionando o processo educativo voltado à aprendizagem e
desenvolvimento das crianças em sua totalidade, sem perder de vista as
especificidades e peculiaridades de cada turma e a intencionalidade em relação
ao(s) conteúdo(s) que está (ão) sendo explorado (s).
Para que o
espaço se constitua como ambiente propício à aprendizagem, desenvolvimento,
fortalecimento da autonomia, enriquecimento das interações e aprendizado das
relações de convivência deve ser planejado de forma que aguce a curiosidade,
imaginação das crianças de forma segura e desafiadora.
Cabe considerar
que o tempo de concentração das crianças é curto, e isso exige planejar vários
encaminhamentos e atividades desafiadoras por meio de brincadeiras, jogos,
construção de brinquedos, maquetes, atividades de modelagem, pintura com
técnicas e instrumentos diversificados (esponja,
escova de dente, cotonete,
dedos...), esculturas, desenho da própria criança, relatos, histórias, músicas,
cantigas de roda, dramatizações, teatro de fantoches e outros, de forma
contextualizada e significativa para a criança.
Por isso os
desenhos estereotipados, atividades mecânicas, descontextualizadas, que não
contribuem para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores (atenção,
concentração, memória, raciocínio...) e para a criticidade, análise, autonomia,
responsabilidade, enfim produção de consciência crítica precisa ser evitada.
É
imprescindível que nesse planejamento do tempo e espaço estejam incluídas
atividades no Cantinho da Literatura, ao ar livre, no parque e outros espaços
da Pré-escola, sob o olhar atento do Professor(a), Educador(a), e observações
significativas devem ser registradas para redimensionar o planejamento no que for
necessário, e também para o processo de avaliação das crianças.
Dessa forma o
Professor(a) e Educador(a) tem a função mediadora no processo educativo para a
superação dos conhecimentos cotidiano das crianças.
Pela mediação
destes profissionais e dos elementos culturais, o conhecimento elaborado e
sequenciado didaticamente se constitui na aprendizagem e desenvolvimento das
crianças.
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