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sábado, 4 de agosto de 2012

O primeiro encontro, estranho e fatal: Trecho do primeiro capítulo de “A História Perdida de Eva Braun”


Eva Braun e Adolf Hitler com seus cães. Imagem: Correio 24 horas.

A Schellingstrasse atravessa o coração de Munique no sentido leste-oeste, paralela ao grande trio de galerias de arte conhecidas coletivamente como Pinakothek. É uma das principais artérias do Schwabing, distrito cuja atmosfera combina o Bloomsbury e o Soho londrinos, ao mesmo tempo livresca e irreverente. A palavra alemã Schellen (como em Schellingstrasse) pode significar tudo: um valete de ouros, o som de guizos, um crescente turco, um pavilhão chinês, o chapéu de um bobo da corte - imagens que resumem a natureza impetuosa e festiva da rua. De modo mais prosaico, porém, é mais provável que tenha sido assim batizada em homenagem a Friedrich Schelling, filósofo alemão do século XIX. Hoje, pela rua perfila-se uma profusão de bares (mais cerveja do que vinho, por ser Munique), livrarias (com bancas de livros universitários usados nas calçadas), cafés (que cedem gratuitamente os jornais para os clientes), restaurantes e brechós atulhados de roupas. Tudo isso atende a uma multidão boêmia e sem dinheiro, sobretudo alunos das faculdades locais. Eva Braun, entre a idade de dezessete e 25, passou mais tempo nessa rua do que em qualquer outro lugar, não porque estivesse se divertindo ou estudando, mas porque trabalhava como aprendiz e assistente atrás do balcão da Photo Hoffmann: estúdio e loja de equipamentos fotográficos que ocupavam o térreo e o subsolo do número 50. Hoje, não há nenhuma placa, indicação ou marco que revele ao transeunte ocasional que ali, em outubro de 1929, Eva Braun viu-se diante de Adolf Hitler pela primeira vez. 

Heinrich Hoffmann, dono da loja, percebera rápido o potencial de Hitler como líder político e figura icônica e astutamente assegurou para si o trabalho de fotógrafo oficial já em 1922, quando o demagogo orador do NSDAP (National Sozialistische Deutsche Arbeiterpartei, ou Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, logo abreviado para Partido Nazista) mal parecia digno de registro. Nas duas décadas seguintes, Hoffmann tiraria 2,5 milhões de fotografias do Führer, fornecendo uma história abrangente do homem e do Reich. Ele também recebia uma comissão por cada foto tirada, tornando-se milionário nessa mesma década e multimilionário dez anos depois. O hospedeiro e o parasita serviam bem aos propósitos recíprocos. Um era inestimável para o outro e Hoffmann sabia disso, protegendo avidamente sua posição privilegiada. 

Eva se afeiçoara à fotografia

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A Reforma lutou contra o maior poder político e religioso do século XVI. Nunca se curvou e jamais se curvará!


Ao longo de três séculos o cristianismo espalhou-se pelo império romano. Duramente perseguido em seus inícios, recebeu a partir de Constantino um novo tratamento. Institucionalizou-se gradativamente e ao longo de vários séculos acabou se distanciando das bases evangélicas. Diversas pessoas procuraram chamar atenção para esta realidade. Buscaram reformas no interior da Igreja. Contestadoras, acabaram, ou assimiladas pela instituição, ou perseguidas, proscritas e mortas.

A história da vida de Martim Lutero se insere dentro do contexto de busca pelas origens evangélicas. Seus desencontros com a Igreja Católica tinham como pano de fundo a interpretação das Sagradas Escrituras. Seus esforços para chamar atenção de desvios e abusos de autoridade não encontraram eco e o levaram à excomunhão.

O insucesso, no entanto, não freou o movimento da Reforma na Igreja. Martim Lutero tornou-se um dos principais protagonistas. Graças a

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Como a Bíblia surgiu?



Bíblia Sagrada, tradução João Ferreira de Almeida, 1899. Imagem: Acervo pessoal.

De forma sucinta, mas completa vamos procurar revelar os mistérios que estão presentes na formação do Cânon. A Bíblia levou muito tempo até ter a forma como a conhecemos hoje. Desde as primeiras histórias do povo hebreu, que eram contadas de geração a geração, até que tudo estava escrito, são quase dois mil anos: desde 1850 a. C ( Abraão, Sara, Isaque, Rebeca...) até o ano 100 de nossa era. Os primeiros textos escritos são da época do Rei Salomão, ou seja, em torno do ano de 950 a.C.

Por muito tempo, os livros bíblicos existiam de forma independente.
Eles eram, conservados em rolos de papiro ou, mais tarde, de pergaminho (pele de carneiro).
Só depois é que começaram, a ser escritos em papel. Na forma impressa como a conhecemos hoje, a Bíblia só aparece por voltas de 1454 com a criação da imprensa por Johannes Gutenberg (1398-1468), na Alemanha.

LUTERO - O reformador Martim Lutero tinha a certeza de que a Bíblia pertence ao povo e não deve ser lida somente pelos estudiosos. Por isso, uma das obras mais importantes de Lutero foi a tradução da Bíblia para o alemão. Esta versão continua sendo usada.

O PRIMEIRO LIVRO IMPRESSO – A Bíblia foi o primeiro livro impresso do mundo. Gutenberg imprimiu a Bíblia em pergaminho e para as suas 30 primeiras Bíblias ele precisou da pele de 5.000 cabras. Para imprimir a Bíblia, trabalharam seis impressores, 12 tipógrafos e mais dois auxiliares durante oito anos, além de Gutenberg, é claro.

O povo de Israel registrava momentos importantes de sua história com Deus. O povo via a presença de Deus na história de suas famílias, de seus antepassados, dos seus reis e profetas. Também nas tradições de suas festas, de suas leis e cultos.

No início, essas histórias e tradições eram passadas de pais e mães para os filhos e filhas de forma oral. Aos poucos, tudo foi sendo registrado por escrito. Como vemos, a Bíblia não foi sempre assim como conhecemos hoje. Primeiro, ela foi vivida, depois foi falada, para então ser escrita.

A Bíblia é vida

A Bíblia é fruto da vida de um povo todo e não apenas de algumas pessoas.
Inspirados por Deus, homens e mulheres, jovens, idosos e idosas, pais, mães e crianças, pessoas em diversas situações de vida foram contando e escrevendo a experiência vivida com Deus.

Tradição oral

Como a Bíblia se manteve através dos tempos antes de ser escrita?

Da mesma maneira que hoje conservamos outras tradições, elas vão passando de geração em geração. Como, por exemplo, o costume que temos de realizar certas festas que não estão escritas em livro algum. 

O Papiro

O papiro é uma planta que teve sua origem no Egito. Os egípcios transformavam o caule dessa planta em uma espécie de folha que era usada para escrever.

Escrevia-se nessas folhas somente um lado, depois de escritas, eram guardadas em rolos. Essa folha de papiro chamava-se “biblos” na língua grega. Mais tarde, passou a significar o rolo ou o livro. Daí vem a palavra em português Bíblia, que significa o conjunto de livros da Sagrada Escritura. 

As Línguas da Bíblia

O Antigo Testamento foi escrito originalmente em hebraico e aramaico, e o Novo Testamento em grego.
A Bíblia toda ou em partes foi traduzida para mais de 2.200 das cerca de 6.000 línguas e dialetos conhecidos no mundo.

João Ferreira de Almeida foi o primeiro tradutor da Bíblia para o língua portuguesa. Nasceu no interior de Portugal em 1628 e faleceu aos 63 anos de idade. Aos 14 anos mudou-se para a ilha de Java, onde conheceu uma pequena comunidade protestante. Resolveu ser pastor. Foi Missionário no Ceilão, na Índia. Lá iniciou a tradução da Bíblia em 1681, mas não chegou a terminar a sua tradução.

Ezequiel já estava quase pronto quando faleceu. Missionários dinamarqueses terminaram a tradução ainda na Índia. A Bíblia completa em português foi impressa em 1753.O primeiro Novo Testamento em português foi publicado no Brasil em 1781 e a Bíblia completa em português em 1790. 

Divisão da Bíblia em capítulos e versículos

A divisão da Bíblia em capítulos ocorreu em 1227, e em versículos em 1661, bem mais tarde de a Bíblia ter sido escrita. 

As versões católicas.

As Bíblias católicas contêm 73 livros, sete a mais do que as Bíblias protestantes. Esta diferença vem do fato de que a Igreja Católica adotou a versão grega do Antigo Testamento. Martinho Lutero, por sua vez, adotou a versão em hebraico, colocando os sete livros no final de sua tradução da Bíblia.

Ele os considerava menos inspirados que os outros, mas muito úteis de serem lidos pelas comunidades. 

Um livro da Bíblia sem o nome de Deus.

Você sabia que existe um livro na Bíblia que não menciona uma única vez o nome de Deus em seus 10 capítulos?

Trata-se do livro de Ester, de autor desconhecido, que narra à história de um período de 10 anos de forte nacionalismo judeu. Embora o nome de Deus não seja mencionado, a soberania de Deus é evidente em toda a narrativa.

A Bíblia está dividida em duas partes: Antigo e Novo Testamento. A palavra testamento significa aliança.

Para as pessoas cristãs, o Antigo Testamento é a primeira aliança de Deus com seu povo, e o Novo Testamento, a nova aliança realizada por Jesus Cristo com toda a humanidade.
O Antigo testamento é um livro em que estão escritos a lei e o mandamento de Deus, ao lado de histórias tanto daqueles que os observam como dos que não os observam. (Martim Lutero)

Antigo Testamento - (39 livros)

Pentateuco - Os primeiros cinco livros da Bíblia são chamados de Pentateuco. Eles contam a história do surgimento do povo de Deus, seus costumes e suas leis. Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio.

Livros Históricos – Estes livros são chamados históricos, porque relatam a maneira como

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Porta de Hayu Marca ou Porta de Aramu Muru – portão para a terra dos deuses.


Visão ampla da Porta de Hayu Marca ou Porta de Aramu Muru. Imagem: Embaixada do Peru.

Antigas lendas dos incas dizem que nas montanhas existia uma porta, por onde era possível viajar e voltar do mundos dos deuses, e através da qual os deuses vinham ao nosso mundo, para manter contato com os mortais. As ruínas conservadas do que parece ser essa porta foi descoberta recentemente por um guia turístico peruano, nas montanhas Hayu Marca, a 35 quilômetros de distância da cidade de Puno, sul do Peru.

 Fotografia da Porta. Imagem: Embaixada do Peru.

Embora seja chamada de “Cidade dos Deuses” nas lendas incas, Hayu Marca

VY Canis Majoris, uma hipergigante vermelha. A maior estrela até agora descoberta.


Comparação entre o tamanho do Sol e a Hipergigange Vermelha VY Canis Majoris. Imagem: Portal do Astronomo.

VY Canis Majoris (VY CMa) é uma estrela hipergigante vermelha localizada na constelação do Cão Maior. Ela é a maior estrela conhecida e uma das mais luminosas.

Uma equipe de astrônomos liderados por Roberta Humpreys, da Universidade de Minnesota através do Telescópio Espacial Hubble e do observatório de W.M. Keck, Kameula, Havaí estimou que seu raio está entre 1800 e 2100 raios solares.

Existem duas opiniões controversas sobre esta estrela. Uma delas (segundo os estudos de Roberta Humpreys) é de que a estrela é uma hipergigante, muito grande e luminosa. A outra (com base nos estudos de Massey, Levesque e Plez) é de que a estrela é uma supergigante normal, com um raio estimado em 600 raios solares. No primeiro caso, sua superfície se estenderia além da órbita de Saturno. 

 VY Canis Majoris. Imagem: Nasa.

A estrela tem o volume de 2.940.000.000 (dois bilhões e novecentos e quarenta milhões, para dar uma ideia, o nosso Sol tem cerca de 695 mil.) planetas Terra. Estimações anteriores de seu diâmetro dizem-na ainda maior, com um raio de quatorze unidades astronômicas, o que equivale a 3000 raios solares. VY Canis Majoris já perdeu cerca de metade da sua massa e o seu fim será, provavelmente, uma explosão de supernova, dentro de aproximadamente 3200 anos.

O primeiro registro conhecido de VY Canis Majoris é no catálogo de estrelas de

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Spetsnaz: a maior tropa de elite do mundo.


Insígnia do Spetsnaz. Imagem: Spetsnaz GRU.

Sabotagens, atentados e ações-relâmpago são algumas das especialidades da Spetsnaz, as ultra-secretas forças especiais.

Fazia muito frio, com temperatura mínima de seis graus abaixo de zero, e havia ameaça de fortes nevascas em Cabul, a capital do Afeganistão, naquelas últimas semanas de dezembro de 1979. Com a situação política no país deteriorando-se rapidamente, o presidente Hafizullah Amin solicitara, no dia 17 daquele mês, assistência militar soviética para combater os rebeldes que já controlavam algumas regiões nas províncias do norte. Aproveitando o pedido, os soviéticos concentraram grande número de forças paraquedistas e soldados de infantaria nas imediações da cidade. Enquanto isso, as informações enviadas por seus agentes convenceram Moscou de que um golpe de estado era iminente. O melhor a fazer era antecipar-se. Apesar das condições climáticas adversas, às 19 horas de 27 de dezembro, vestidos com uniformes do Exército afegão, cerca de 700 militares soviéticos, incluindo integrantes das ultra-secretas forças especiais conhecidas como Spetsnaz, ocuparam os edifícios públicos mais importantes da cidade, o aeroporto e o palácio presidencial, onde assassinaram o presidente Amin. 

Com precisão cirúrgica, eles explodiram o principal centro de comunicações de Cabul, isolando a cidade do mundo exterior e do resto do país. Começava a invasão soviética ao Afeganistão. A tomada da capital teve êxito absoluto no dia seguinte, quando foram eliminados os últimos focos de resistência com a participação decisiva e brutal dos homens da Spetsnaz.

Com efetivo em tempos de paz entre 27 mil e 30 mil integrantes, a Spetsnaz é a maior tropa de elite do mundo. É também uma das mais secretas, apesar do enorme desafio que é manter em sigilo as atividades de tanta gente. Até seu nome foi pensado de maneira a confundir. Ela é chamada genericamente em russo de Spetsnaz (ou Specnaz, dependendo da forma de traduzir o alfabeto cirílico), abreviatura de Voyska spetsialnogo naznacheniya, literalmente “unidades com funções especiais”. A denominação tenta não dar pistas sobre sua verdadeira natureza, e a palavra é, em geral, usada no dia-a-dia na Rússia para indicar coletivamente as forças especiais de todos os países.

Pouco se sabe sobre sua história, além do fato de que a ideia de formar uma força desse tipo surgiu durante a Segunda Guerra Mundial, quando ainda existia a União Soviética. As experiências da luta contra o nazismo demonstraram a necessidade de contar com uma unidade capacitada a realizar atividades não convencionais (sabotagens, atentados, sequestros, ações-relâmpago, etc.), com a maior discrição possível, pegando o adversário totalmente de surpresa. É bastante provável que o primeiro grupo chamado de Spetsnaz tenha sido organizado no início da década de 1950, mas o segredo em torno dos preparativos era tão grande que a opinião pública mundial só veio a tomar conhecimento dele cerca de 30 anos mais tarde. Serviços secretos ocidentais conseguiram apurar que essa unidade de operações especiais fazia parte da GRU, a inteligência militar soviética, sendo subdividida em esquadrões que receberam o nome de “brigadas de dissuasão”, designadas em código numa lista não-sequencial que vai de Grupo Alfa até Grupo Zênite, servindo tanto ao Exército quanto à Marinha da URSS – características provavelmente mantidas depois que o país se transformou na Federação Russa (nome oficial da Rússia desde junho de 1990).

Nas décadas mais recentes essas brigadas passaram a ser treinadas para atacar e tomar